"Quanto mais vazia a carroça está, mais barulho ela faz."
Os estudantes e agitadores de carteirinha que invadiram há 50 dias a reitoria da USP aprovaram ontem à noite, em assembléia, uma proposta apresentada em carta pela reitora da universidade, Suely Vilela, para desocupação do prédio até as 16h de hoje.
A "conquista" dos manifestantes: transporte e alimentação no campus nos fins de semana, ampliação das moradias estudantis e reforma de prédios da universidade.
A USP tem 80.589 alunos e 5.222 professores absolutamente privilegiados. Dá uma média de 15 alunos por professor. Compare isso à grande massa de universidades pagas e imagine a distorção.
São 2.165 universidades, faculdades e centros universitários no país, oferecendo 20.407 cursos de ensino superior. Há 4,5 milhões de universitários, o que representa apenas 10,9% da população brasileira de 18 a 24 anos. A USP representa 1,8% desse universo.
Segundo o Anuário Estatístico da USP de 2006, seu orçamento executado em 2005 foi de aproximadamente R$ 1, 9 bilhão. Ou seja, cada estudante da USP custa cerca de R$ 23.500 reais aos cofres públicos.
Este dinheiro vem de uma parcela fixa do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) do Estado - 9,57% - que é repassada às universidades públicas de São Paulo. Em 2006, isso representou 4 bilhões de reais.
Na USP, um quinto do orçamento de custeio é destinado à assistência estudantil, o que inclui moradias, subsídios à alimentação, consultas médicas, transporte e diversos tipos de bolsa de auxílio.
Menos de 1% do corpo discente da USP conseguiu paralisar por dois meses a instituição. A maioria silenciosa, resignada, aceitou.
Ora, vão se catar! Manifestem-se pela melhoria da Educação no país. Pensem na maioria! Tenham consciência crítica!