"O PT é a maior invenção político-religiosa do Brasil", afirma Luís Mir, militante comunista há 30 anos, historiador e pesquisador médico, catarinense de Joinville.
É autor de três livros: “A Revolução Impossível” (Best Seller, 1994), “Guerra Civil” (Geração, 2004) e “Partido de Deus – Fé, Poder e Política” (Editora Alaúde), que será lançado em São Paulo nesta segunda-feira (18/6), às 19h, na Livraria Cultura (Conjunto Nacional, Av. Paulista, 2073).
O que é a CNBB? Quais eram os seus ideais cristãos de amparo e emancipação dos necessitados? Por que propôs um projeto transformador que nada mais é que institucionalizar a pobreza? A criação do PT como braço político da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil. A articulação entre a Teologia da Libertação, os bispos brasileiros e o recrutamento nos sindicatos paulistas.
Nesta obra, Mir retrata a influência da Igreja Católica no Brasil e na criação do Partido dos Trabalhadores.
"O PT é um projeto salvacionista, político-religioso e herdeiro da Ação Católica. A Igreja Católica começa a perder o seu rebanho a partir da década de 1970. E a CNBB acreditava que poderia reconquistar o monopólio religioso através de uma ação político-pastoral", afirma Luís Mir.
"As Comunidades Eclesiais de Base se estabeleceram nas periferias, nas áreas mais pobres, discutindo assistência à saúde e serviços sociais. Essa forte presença política criou um fato novo no Brasil, os movimentos sociais religiosos. E esses movimentos sociais se transformaram em movimentos políticos. Isso desaguou na Pastoral Operária, nas lutas sindicais do ABC. O passo natural foi organizar esses movimentos num partido político, o PT. A CNBB tinha um modelo, o Solidariedade, da Polônia."
O autor diz ainda que o PT é um projeto político de sucesso, mas, desde o princípio, condenado ao fracasso.
"O projeto do PT não é social-democrata puro, reformista. É salvacionista. Vende a redenção. Ele não se harmoniza com uma realidade laica e republicana. É contra a pílula anticoncepcional, a biotecnologia e o progresso. É um projeto da civilização da pobreza, ou seja, dar condições de subsistência para que os pobres e miseráveis se mantenham. Mas em nenhum momento é um projeto reformista, avançado e civilizador. O Fome Zero é um programa religioso, que distribui pão. O PT seguiu religiosamente o projeto econômico do governo anterior porque não tinha projeto. Nem sequer tinha quadros. Foi obrigado a buscar pessoas em outros partidos e em estatais para poder administrar. Os dois projetos, o do Estado e o da CNBB, se chocaram e fracassaram."
O PT tem futuro? "O PT já acabou. É um cadáver insepulto."
Para saber mais, só lendo o livro. Agradecemos pelo convite e estaremos no lançamento. Em breve, o Blog do PPS/SP publicará uma entrevista com Luís Mir.