quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Faltou 1 voto para homenagem à ROTA: Conte Lopes!

Pela segunda semana consecutiva, todas as sessões da Câmara paulistana foram derrubadas por falta de acordo entre os vereadores, tanto da base governista quanto da oposição. Uma homenagem à ROTA (tropa de elite da PM), proposta pelo vereador Coronel Telhada (PSDB), tem dividido os parlamentares.

O mais inusitado na votação dessa homenagem nesta quarta-feira (28 de agosto), é que ela ficou pendente por apenas UM VOTO (36 vereadores foram a favor e 14 contra), e quem esteve ausente foi justamente um ex-policial da ROTA e ferrenho defensor da instituição: o vereador Conte Lopes (PTB), que faltou à sessão do dia para participar do programa de Sonia Abrão, na Rede TV!

É praxe que projetos desse tipo (homenagens, denominações etc.) sejam aprovados em votações simbólicas, sem que se avalie individualmente o mérito dos PDLs (Projetos de Decreto Legislativo). No máximo, os vereadores em desacordo fazem um registro "político" do voto contrário, após a promulgação do resultado (aquele rito já tradicional "Os vereadores que forem favoráveis permaneçam como estão. Aprovado.").

Porém, o vereador Toninho Vespoli (PSOL) discorda da aprovação simbólica desta "salva de prata" à ROTA e tem requerido a votação nominal do projeto, o que obriga a manifestação de cada um dos vereadores até que se obtenha pelo menos dois terços dos votos, ou seja, 37 dos 55 vereadores. Sem chegar a esse número (a favor ou contra), a votação continua pendente.

Se a votação fosse simbólica, explica o líder do PT, vereador Alfredinho, a sua bancada faria apenas o registro "político" do voto contrário. Porém, com a exigência do voto nominal, os petistas temem o desgaste da exposição (e a cobrança do eleitorado) ao aprovarem essa homenagem à ROTA, e acabam votando contra, inviabilizando os acordos firmados e emperrando toda a pauta.

O que Haddad diz sobre os 10 mortos em São Mateus?

Ora, prefeito Fernando Haddad, "lavar as mãos" não parece ser a atitude mais sensata, honesta e responsável diante do desabamento de uma construção irregular na avenida Mateo Bei, em São Mateus, que deixou pelo menos 10 mortos e feriu outras 26 pessoas.

Dizer que "tudo estava errado" na obra também não resolve. Ou o prefeito está equivocado ou muito mal assessorado quando afirma que "só um decisão judicial" autorizaria a Prefeitura a paralisar a construção.

É incumbência da administração municipal o acompanhamento e a fiscalização das obras na cidade. Constatada a irregularidade, a Prefeitura tem a prerrogativa legal de realizar a autuação e o embargo. Desrespeitada a ordem do Executivo e mantida a obra, deveria ter sido acionado apoio policial (da Guarda Civil ou da PM) para garantir a integridade do agente vistor e lacrado o acesso ao local. Se houvesse nova desobediência, aí sim caberia criminalizar o ato no distrito policial e encaminhar pela Procuradoria do Município as providências judiciais.

O que a Prefeitura fez? Segundo informações, a obra não possuía alvará e foi multada duas vezes neste ano, totalizando mais de R$ 100 mil, e embargada. Mesmo assim, os trabalhos continuaram no prédio alugado para abrigar o Magazine Torra Torra.

No dia 13 de março, fiscais da Prefeitura emitiram intimação ao proprietário e multa de R$ 1.159 por falta da documentação. No dia 25 de março (há 156 dias, portanto), a fiscalização voltou ao local e aplicou multa de R$ 103.500. Na ocasião, a obra foi oficialmente embargada.

Os responsáveis pelo prédio apresentaram pedido de Alvará de Aprovação de Edificação no dia 10 de abril, respondendo à intimação inicial, e entraram com recurso às multas. Segundo informação da própria Prefeitura, os pedidos ainda estão em análise. Mas a obra seguiu em andamento.

Questionado sobre o motivo de a obra ter continuado, apesar das multas, o prefeito Fernando Haddad (PT) disse que cabe à Prefeitura apenas verificar se as obras executadas na cidade estão de acordo com a legislação municipal (como, por exemplo, se o prédio obedece ao Plano Diretor).

A responsabilidade de garantir que a obra é segura seria do engenheiro responsável pela execução do projeto. No caso desse prédio em São Mateus, formalmente a Prefeitura desconhece quem é o engenheiro, uma vez que o projeto de execução não havia sido apresentado à administração municipal - e por isso a obra estava em situação irregular.

"A Prefeitura só poderia impedir a obra por decisão judicial. Nós teríamos de pedir à Justiça um requerimento para que o embargo seja feito com força policial. Não é uma atribuição da Prefeitura. Só com força policial, com ordem da Justiça, é que a Prefeitura poderia impedir a obra. E isso não é habitual", disse Haddad.

O prefeito alegou que essa necessidade judicial é diferente, por exemplo, de um caso de um estabelecimento que funciona e não tem o Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros. Nesses casos, explicou, a própria Prefeitura pode lacrar o imóvel.

Especialistas na execução e vistoria de obras consultados pelo Blog do PPS afirmam que a Prefeitura tem, sim, "poder de polícia" para embargar obras irregulares e impedir o acesso de operários ao local, independente de qualquer decisão judicial.

Veja que, ainda que o argumento de Haddad seja verdadeiro, por que então a Prefeitura não recorreu à Justiça para embargar a obra, visto que a irregularidade estava comprovada desde março deste ano e a continuidade dos trabalhos tinha o conhecimento de todos?

A Polícia Civil está investigando as causas do acidente e vai ouvir todos os responsáveis pela obra, incluindo o agente vistor da Subprefeitura de São Mateus.

Mas onde estão os vereadores - principalmente os da bancada do PT - que tanto se arvoram como moradores, representantes e defensores da zona leste da cidade? Imagine se uma tragédia dessas acontecesse com os petistas na oposição! Ou, quando o PT é governo, a indignação e o senso de justiça são abafados por outros interesses? Que absurdo!

Outra coisa que chama a atenção: o governo Haddad tem defendido anistia para obras sem alvará, ocupação de imóveis sem o "habite-se" e permite o afrouxamento da fiscalização. Quanta irresponsabilidade! É preciso esperar a repetição de tragédias como as da boate Kiss, no início do ano, ou essa agora em São Mateus, para que providências sejam anunciadas (e esquecidas em seguida)? Cadeia neles!

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

O "pós-PT" em ritmo de frevo com Eduardo Campos

Em palestra realizada na manhã desta segunda-feira (26), em São Paulo, a convite da empresa GPS e da RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), o governador de Pernambuco Eduardo Campos (PSB) apresentou-se, de maneira ainda não declarada, à sucessão da presidente Dilma Roussef e como a opção mais qualificada para inaugurar o período "pós-PT".

A partir do slogan "É possível fazer mais; é possível fazer diferente", que vem apresentando na sua propaganda partidária, Eduardo Campos faz um diagnóstico preciso dos problemas do país, critica a atuação do PT no governo e a base de sustentação.

Ele combate também o que chama de "velha política" e a atual estrutura de poder. "São os mesmos personagens há décadas, não muda nada, são os mesmos nomes presentes desde o governo FHC, que retornaram a partir do segundo ano da gestão Lula e ali permaneceram", afirma. "Se bobear, vão continuar instalados esperando o próximo presidente..."

Para Eduardo Campos, há uma crise de liderança na política, nos partidos, no empresariado e na sociedade. Porém, as eleições de 2014 devem legitimar o início de um novo ciclo e a adoção de uma nova agenda para o Governo e para o Congresso ("bem diferente das eleições de 2010, que não tiveram nenhum conteúdo").

"As pessoas querem saber quem vai resolver seus problemas urgentes: é o caso da família que tem um cano estourado no teto da sua casa, em pleno fim-de-semana; na hora ela chama alguém para quebrar o gesso e fazer parar o vazamento", compara o governador. "Depois, durante a semana, é que vai pensar com calma no acabamento e em outros detalhes."

A "nova política" defendida por Eduardo Campos deve priorizar o diálogo com a sociedade, "olhando para o futuro". Segundo o pernambucano, Dilma perdeu a oportunidade de recuperar a confiança perdida, "dar o exemplo" e fazer as mudanças reclamadas pela população. "Falta narrativa, ou um encadeamento das ações da presidente, além de um planejamento estratégico", afirma.

"Onde queremos estar em 10 ou 20 anos?", essa é a pergunta que deve direcionar o próximo governo, na opinião do presidente do PSB, com um olhar diferenciado para a política e que esteja amparado nas demandas da sociedade. "As pessoas estão querendo uma integração social 2.0, enquanto o Estado ainda é analógico", critica.

O governador de Pernambuco conta ainda que chegou a sugerir à Dilma a redução do número de ministérios, como resposta mais direta e eficaz às manifestações de junho, no auge da crise, mas que foi ignorado. "Se tivesse reduzido de 39 para 20 ministérios, a presidenta tirava 19 ministros dessa gente que ela precisa se livrar", opina. "E ainda dos 20 restantes precisaria se livrar de mais alguns."

"Mas a presidenta perdeu a oportunidade, agora vai ser difícil recuperar essa confiança", afirma. "É como fazer uma feijoada, o governo tinha a receita e todos os ingredientes, mas colocou tudo na hora e na medida errada."

O fisiologismo e a busca de "maioria a qualquer custo" também mereceram críticas de Eduardo Campos. "É até compreensível esse comportamento dos partidos aliados; se o ritmo é frevo, não pode ser pagode pra um, samba pra outro: todos que estão no governo querem dançar a mesma música."

A oposição também não foi poupada. Questionado sobre as diferenças entre a sua "visão de país" e a do mineiro Aécio Neves (PSDB), Campos afirmou que "primeiro precisamos ouvir o senador e saber qual a visão dele". O risco, na sua opinião, é que Aécio seja "puxado para o passado", ou que votar no tucano signifique de alguma forma "reconhecer que o Brasil não melhorou nada nos últimos anos, o que não é verdade".

Além da análise política, o governador Eduardo Campos tratou de economia, política internacional, sustentabilidade, poder local, saúde e educação. Falou ainda em "coragem para enfrentar corporações". Não deixou nenhuma pergunta sem resposta, nem quando provocado pelo mediador Carlos Alberto Sardenberg a confirmar sua eventual candidatura. "O que precisamos é construir uma aliança de bom senso", afirmou.

Compartilhou algumas experiências do Governo de Pernambuco, principalmente nas áreas sociais. Relatou a implantação de duas universidades públicas: uma no agreste (Garanhuns), outra no sertão (Serra Talhada), formando médicos para atender a carência de municípios dessas regiões; defendeu a educação integral, avaliação do aprendizado, capacitação de professores e inovações como cursos intensivos de idiomas, com o custeio da viagem de alunos de origem humilde ao exterior.

"O custo de um desses nossos alunos, filho de um vaqueiro, de uma empregada doméstica ou de um desepregado, em países como Canadá, Estados Unidos, Austrália e Nova Zelândia, é de R$ 27.500 por seis meses, enquanto um menor infrator na Fundação Casa custa R$ 7.500 por mês, ou R$ 45 mil por esse mesmo semestre", compara.

Acompanhado pelo deputado federal Marcio França, presidente do PSB paulista, ex-secretário de Turismo do Governo de São Paulo e cotado para ser candidato a governador ou a vice de Geraldo Alckmin em uma aliança local com o PSDB, e pelo secretário do Meio Ambiente de Pernambuco, Sérgio Xavier, fundador da Rede Sustentabilidade com Marina Silva, o palestrante Eduardo Campos mostrou na prática porque é o governador mais bem avaliado do Brasil e deixou em todos a impressão de que é candidatíssimo à Presidência da República. A conferir.

Leia também:

As chances de Eduardo Campos (Renato Janine Ribeiro)

Movem-se as peças no tabuleiro eleitoral...

Como ficam os nomes da oposição para 2014?

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

PPS vai debater e analisar proposta do "Passe Livre"

Realizada a audiência pública em resposta às manifestações ocorridas na semana passada, em frente à Câmara Municipal de São Paulo, inclusive com a ocupação da galeria do plenário, ficou clara a reivindicação de um setor expressivo da sociedade por melhorias na qualidade do transporte público, transparência no sistema, a abertura da chamada "caixa-preta" através da CPI e uma avaliação séria da proposta do "passe livre" para estudantes ou mesmo da "tarifa zero" para todos os cidadãos.

O vereador Ricardo Young, proponente da CPI do Transporte que acabou controlada pela base governista e tachada de "chapa-branca" pela mídia e pela opinião pública, assumiu, com apoio da direção do PPS, o compromisso de analisar a proposta do "passe livre", debatê-la com a sociedade e fazer os encaminhamentos necessários na Câmara Municipal.

Veja os comentários do twitter @23pps sobre a audiência pública desta quinta-feira:

Compromisso do e vereador : analisar e debater proposta de da ANEL e , e encaminhar na

O presidente da , que manda prender manifestante, é o mesmo que dizia apanhar da PM ao lado do ? Relembre

"Cala a sua boca!", berra "Isso aqui não é movimento estudantil nem manifestação, isso é um ato oficial da "

"Nem a direita, nem o PT, eu quero ver trabalhadores no poder". Manifestante toma microfone da mesa e ordena: "Prenda já!"

Presidente da CPI bate-boca com manifestantes, "provando" que usa bilhete único. Foi ridicularizado pela demagogia

: Partidos descobriram a palavra "juventude", só não entenderam ainda pra que serve.” Entra no rol de "ética" e "transparência"!

Muito bem colocado em vários pronunciamentos, inclusive do PSOL: CPI de seria muito mais ampla e eficaz!

Reivindicação dos estudantes é justa e legítima: transporte não serve só para levar ao trabalho ou à escola, mas a opções de cultura e lazer.

Depois que a secundarista Julia reclamou da falta de mulheres na mesa, estudantes aclamaram a universitária Arieli, da USP e líder da ANEL.

Julia, estudante de 17 anos da ANEL, diz "dinheiro para empresário não falta", então passe livre é possível para educação, cultura e lazer!

: Câmara de SP faz ‘operação de guerra’ para impedir a invasão de plenário ” Isso na "Casa do Povo"?

Abrir caixa-preta, enfrentar máfia do transporte, rever contratos, investigar monopólio da família Ruas, que controla as empresas, pede ANEL

Discurso da ANEL (Assembleia Nacional de Estudantes - Livre) pede tarifa zero, estatização do transporte e apresenta requerimentos à CPI...

Representante de estudantes (PSTU) diz que "nós que fomos pra rua queremo mais", "queremo passe livre pros estudantes e desempregados" (sic)

"Haddad e Alckmin, presta atenção, eu tô na rua pela estatização", cantam os estudantes assassinando a concordância mas manifestando opinião

Presidente do Sindicato dos Metroviários, ligado à CUT e ao PT, faz discurso contra cartel do metrô e por volta da CMTC. Momento "vintage"!

"Chega de mutreta, eu quero abrir a caixa-preta", é a palavra de ordem gritada pelos estudantes que defendem o passe livre. PT hoje é contra?

Sindicatos dos motoristas de ônibus, metroviários e entidade de estudantes ligada ao PSTU dominam audiência. Cidadãos "normais" são minoria!

: SÃO PAULO (SP) | Dia nacional de luta pelo passe livre ” Partido já convoca novas manifestações para o dia 30!

Partidarização da discussão dos problemas do transporte entre PT e PSDB faz crer que ambos tem razão: são ambos incompetentes para solução!

Ver. lamenta ausência do secretário . Corre o risco de mandar "lavar a boca" como fez c/

Curioso ver bancada do PT em peso na audiência pública. Na oposição, defendiam o ; no governo, mudam de posição convenientemente! Relembre

Menos mal que reconheça que planilhas do sistema municipal precisam ser mais transparentes e compreensíveis à população. Faça!

Vereador (PT), presidente da CPI do Transporte, empenhado para justificar trabalho de faz-de-conta da Comissão chapa-branca!

Vereador compõe mesa da audiência pública sobre Transporte na . Ainda há vida inteligente no mundo político ;-)

Grupo da situação do Sindicato dos Motoristas de Ônibus domina platéia da audiência pública, seguido da entidade ANEL, de estudantes do PSTU

Papel da base de Haddad é tentar blindar e desviar críticas para , tanto na audiência de hoje quanto na CPI

Presidente começa audiência pública sobre Transporte na focando a crítica no metrô. É a estratégia do PT.

Hoje tem mais manifestações e audiência pública do Transporte na Câmara. Movimento Passe Livre critica. Fazer o que?

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PT não entende "cavalo-de-pau ideológico"

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Movimento Passe Livre critica audiência na Câmara

O Movimento Passe Livre, que liderou os primeiros protestos contra o aumento de 20 centavos na tarifa de ônibus em São Paulo, no mês de junho, e promove há anos outros atos semelhantes pelo país, critica duramente, em seu site (leia aqui), a audiência pública convocada pelos vereadores de São Paulo para esta quinta-feira, 22 de agosto, às 18h, em resposta à manifestação ocorrida na semana passada, que culminou com a invasão da Câmara Municipal e vidros da fachada quebrados a pedradas.

Relembre a manifestação de 14 de agosto: PT não entende "cavalo-de-pau ideológico"

"A Câmara, na tentativa de retomar o protagonismo político frente as manifestações por transporte, propôs a realização de uma audiência pública, como já vinha fazendo há tempos. Enxergamos nessa audiência uma tentativa da Câmara de trazer para o seu interior, para o seu controle, um processo que hoje acontece do lado de fora. Foi fazendo o movimento inverso que, em junho, as manifestações contra o aumento afirmaram sua força: situando a rua, e não o interior das instituições, como o local onde se deve construir a luta.", opina o Movimento Passe Livre. 

"Criticamos essa audiência não por desprezo à via institucional – até porque a efetivação de muitas das nossas reivindicações passa necessariamente por ela –, mas por entender que não existem concessões dos de cima. Se neste momento pretendemos arrancar mais conquistas, devemos antes construir nossa luta. E essa construção só pode se dar por baixo e por fora, com nós – usuários e trabalhadores – nos organizando em nossos bairros e comunidades, para construir o transporte e a cidade que queremos, sem pedir licença a ninguém. No metrô ou na Câmara, não nos deixaremos sufocar. Por uma vida sem catracas!", conclui.

Na realidade, quem tentou ocupar a Câmara e reivindicou a audiência pública foi outra organização, a ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre), ligada ao PSTU. Cerca de 30 manifestantes invadiram as galerias do plenário.

"Estamos reivindicando o passe-livre, a abertura da caixa-preta dos transportes, a estatização do transporte público, e queremos a convocação de uma audiência para a abertura de negociação dessas reivindicações", explicou Clara Saraiva, da Comissão Executiva da ANEL. "Esse processo acontece no país inteiro, várias Câmaras Municipais já foram ocupadas, como Belém, Porto Alegre, Recife, Rio de Janeiro, e a gente aqui está se somando a essa luta."

A "ocupação" da Câmara de São Paulo durou cerca de duas horas. "Hoje é um dia histórico para a cidade, além do ato que reuniu três mil pessoas, a ANEL promoveu uma ocupação da Câmara para exigir a abertura da caixa-preta de todas as empresas que lucram milhões de reais e também o passe-livre a estudantes", afirmou Arieli Tavares, estudante da USP e integrante da ANEL.

Os manifestantes convocaram um ato para as 16h desta quinta-feira, em frente à Prefeitura, que partirá em seguida à Câmara, para acompanhar a audiência pública. A expectativa era lotar o Salão Nobre, no oitavo andar, com capacidade para 380 pessoas, além de pelo menos outros 300 manifestantes no auditório externo do térreo, acompanhando a audiência pública por um telão.

Mas, ao contrário do prometido pelo presidente José Américo, a audiência deverá ocorrer no auditório externo. A segurança será reforçada com a presença da Guarda Civil e da Polícia Militar. Há um temor de que se repitam cenas de depredação e violência, além da possibilidade de nova ocupação da Câmara.

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Vamos falar sério, prefeito Fernando Haddad?

PT e PSDB: os dois lados da moeda de 20 centavos 

terça-feira, 20 de agosto de 2013

PPS define calendário de congressos

O Diretório Nacional do PPS decidiu, nesta segunda-feira (19), que o 18º Congresso Nacional do partido será nos dias 6, 7 e 8 de dezembro de 2013 em São Paulo. Foram aprovadas as normas gerais (confira aqui) para a realização do congresso nacional, que terá como tema “Uma nova agenda para o Brasil: nova política, nova economia, novo governo”.

Confira o calendário dos Congressos:

Municipais e Zonais: até 31 de outubro.
Estaduais: de 20 de setembro a 24 de novembro.
Congresso Nacional: 06, 07 e 08 de dezembro de 2013, em São Paulo.

O Diretório Nacional do PPS também discutiu, nesta segunda-feira, em Brasília, os reflexos das manifestações ocorridas em todo o país a partir de junho no meio político, partidário, governamental e nas eleições de 2014. Na avaliação da maior parte dos dirigentes, o partido precisa estar atento aos recados passados pelos manifestantes e preparar propostas para o Brasil que contemplem uma interação verdadeira com a sociedade e as redes sociais.

Também foi abordado que a legenda deve acelerar suas articulações em torno da disputa presidencial do próximo ano e, para isso, não deve descartar dialogar com nenhuma força do campo oposicionista. Deve decidir se lança ou não candidato próprio, mas precisa conversar com Marina Silva, Aécio Neves e Eduardo Campos. Veja aqui algumas opiniões.

Formou-se uma comissão que vai elaborar as propostas de documentos e teses do 18º Congresso do partido. Presidido por Caetano Araújo, o grupo de trabalho tem até o dia 20 de setembro para apresentar à Executiva Nacional do PPS o documento.

Os escolhidos para compor a comissão são Adão Cândido, Arnaldo Jordy, Caetano Araújo, Cléia Schiavo, Eduardo Rocha, George Gurgel, Maurício Huertas e Raquel Dias.

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Caso Serra se filie ao PPS, só será candidato se o partido decidir, diz Freire

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Haddad e as mentiras do arco da velha

A deterioração do governo Fernando Haddad é tão acelerada que a crítica que fizemos na sexta-feira de manhã (leia À espera de um milagre, Haddad vai levando...) ficou desatualizada em poucas horas. No mesmo dia, em audiência sobre o Plano de Metas da Prefeitura, na Câmara Municipal de São Paulo, foi anunciado o fracasso da maior alegoria da campanha petista: o chamado Arco do Futuro.

Incrível que, ainda no calor das eleições, a então candidata do PPS Soninha Francine apostou que Haddad não cumpriria a promessa do Arco do Futuro em quatro anos de governo. Muita gente chiou. Pois bastaram oito meses (!!!) para o prefeito desistir do projeto falacioso.

A secretária de Planejamento e Gestão da Prefeitura, Leda Paulani, anunciou aos vereadores e aos representantes de entidades presentes à audiência do Plano de Metas a desistência de construir as vias paralelas à marginal Tietê que faziam parte do projeto. Para a representante de Haddad, as obras são "caras" (não revelou quanto) e o município não tem condições orçamentárias de fazê-las.

Na tentativa posterior de driblar o mal-estar causado pelo "sincericídio" da secretária de Haddad, foi divulgada uma nota oficial negando que fazia parte da promessa "projetar, licitar e garantir o financiamento dessas obras". Oi? O PT acha que todo mundo é idiota?

O fato é que o candidato Haddad prometeu uma coisa na campanha e, passados apenas oito meses de gestão, tomado o choque de realidade, encontra o pior dos argumentos: diz que a promessa "não previa a execução das obras ou a entrega delas". Ah, claro! Malandrinho...

Poste de Maluf, poste de Lula

É basicamente o mesmo que o prefeito Celso Pitta fez ao se eleger em 1996 na onda do marketing do Fura-Fila. Na época, o publicitário Duda Mendonça inventou um super-ônibus que revolucionaria o transporte público em São Paulo. A criação maravilhosa só funcionou na propaganda computadorizada da TV.

Dezoito anos e quatro prefeitos depois (Marta, Serra, Kassab e Haddad), o projeto do Fura-Fila foi completamente modificado para se tornar minimamente viável e segue em obras, consumindo rios de dinheiro público, chamado hoje de Expresso Tiradentes.

O marqueteiro João Santana repetiu o truque de Duda Mendonça para ludibriar outra vez o eleitor paulistano e acabou elegendo o poste de Lula com o mesmo modus operandi do poste de Maluf. Triste destino da maior metrópole brasileira...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

À espera de um milagre, Haddad vai levando...

O prefeito Fernando Haddad vive uma espécie de "inferno administrativo" desde o vai-e-vem do aumento de R$ 0,20 na tarifa de ônibus, que desencadeou as já históricas manifestações de junho. Começaram ali as contradições do petista: anunciou o aumento, "desanunciou", reiterou que o reajuste era inevitável e por fim recuou novamente. Uma trapalhada sem tamanho!

Depois de um sumiço estrategicamente calculado para rearrumar a casa, os marqueteiros petistas lembraram o óbvio: o sucesso da gestão paulistana será essencial para um bom resultado do PT nas eleições de 2014, seja para a reeleição de Dilma Roussef ou para a tão sonhada conquista inédita do Governo do Estado. E tome marketing e recursos despejados em São Paulo para tentar reverter a situação crítica.

Mais uma vez, o vai-e-vem de Haddad chama atenção: na campanha, ele prometia resolver todos os problemas da cidade em parceria com o governo federal. Iniciada a gestão, as coisas não foram bem assim. Os recursos prometidos não apareceram e as promessas da propaganda eleitoral se transformaram na típica mentira de político.

No vale-tudo com vistas às eleições de 2014, por instinto de sobrevivência, Dilma e Haddad voltam a posar de dupla dinâmica do PT: a presidente (ou o marqueteiro João Santana, tanto faz) escolheu São Paulo como vitrine administrativa e iniciou o repasse de recursos para o transporte, a educação e a saúde - tudo devidamente registrado pela mídia, que não é "ninja" mas demonstra habilidade incomparável nessa guerra eleitoral (principalmente a ala majoritária da imprensa regada a patrocínio estatal).

E o prefeito Haddad tenta resgatar a imagem de "bom moço" e administrador "moderno", quando na verdade não passa de mero reagente às manifestações das ruas e das redes, além de refém de uma base fisiológica que lhe dá sustentação de ocasião na Câmara Municipal (a mesmíssima base do antecessor, Gilberto Kassab), e que começa a se rebelar por mais "espaço" (nesta semana os aliados deram a senha: uniram-se à oposição para derrubar as sessões sem votar nenhum projeto de interesse do Executivo).

As manchetes dos jornais destacam novos planos de ação pela mobilidade e pelo transporte público, com prioridade absoluta à implantação de corredores de ônibus... Obra de Fernando Haddad e do PT? NÃO! Cobrança da população nas ruas, na onda do Movimento Passe-Livre!

Se o povo não tivesse se mobilizado e cercado literalmente a Prefeitura de São Paulo, seria mantida a política do PT nos governos Lula e Dilma, que é privilegiar o carro particular. Não é à toa que todos os incentivos fiscais foram dados para facilitar a aquisição do automóvel e a indústria automobilística permaneça como termômetro do progresso do país desde os tempos da ditadura militar.

Agora, Haddad vincula a redução da tarifa de ônibus ao aumento do preço da gasolina. Outra contradição do petismo, cortesia com chapéu alheio. Tão combatida pelo PT na oposição, a CIDE (tributo criado no governo FHC sobre o litro do combustível) voltou a ser a solução mágica para baixar o preço do transporte sucateado e privatizado das grandes cidades.

Como sempre, o governo subsidia os preços que lhe interessam, sem muito critério e planejamento. Quando interessa, despeja recursos públicos para as empresas de ônibus. Até agora, porque lhe parecia mais conveniente, fazia o mesmo com a indústria automobilística. E o resultado disso tudo? Uma geléia geral no Brasil real pós-PT: uma empresa como a Petrobras falida, poluição fatal nas ruas, congestionamentos intransponíveis...

E a popularidade da "presidenta", vai bem?

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quinta-feira, 15 de agosto de 2013

PT não entende "cavalo-de-pau ideológico"

O presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador José Américo (PT), bem que se esforçou para lucrar politicamente e partidarizar as manifestações desta quarta-feira, 14 de agosto, mas acabou vaiado e ridicularizado pelos jovens que protestaram contra a "caixa-preta" do trasporte na cidade e a tarifa de R$ 3,00.

"Eu não entendo o cavalo-de-pau ideológico desses manifestantes", reclamava o petista. "Eles iniciaram protestando contra o cartel do metrô e acabaram parando na Câmara Municipal reivindicando tarifa zero e exigindo acesso aos documentos da CPI do Transporte."


O nó dado na cabeça do vereador do PT é a prova definitiva de que seu partido perdeu a mão no trato com os manifestantes. Acostumados a cooPTar os movimentos sociais e ocupando o governo federal há 11 anos, os petistas acharam que iriam à forra com a nova onda de manifestações, desviando o foco dos protestos que pararam o país no mês de junho. Foi um tiro no pé.

Um grupo de manifestantes se reuniu na frente da Câmara paulistana. Cercado por PMs e guardas civis, o prédio todo envidraçado e sem grades localizado no Viaduto Jacareí, região central da cidade, foi alvo fácil para uma chuva de pedras e chuchus atirados por uma centena de jovens, vários deles mascarados ou com os rostos tampados.

Após a reação enérgica da PM, alguns vidros quebrados e pessoas feridas sem gravidade, houve uma ocupação pacífica da Câmara por cerca de 20 manifestantes: um grupo se dirigiu às galerias do plenário e outro foi ao oitavo andar, onde fica a sala do presidente José Américo.

Foram espalhadas faixas de uma organização identificada como ANEL (Assembléia Nacional dos Estudantes - Livre) e bandeiras do PSTU. Os manifestantes negaram a intenção de depredar a Câmara e aceitaram dialogar com os parlamentares.

A ocupação durou menos de 3 horas, após mediação do vereador Ricardo Young (PPS). Os manifestantes concordaram em retornar à Câmara para uma audiência pública às 18h da próxima quinta-feira, 22 de agosto, que discutirá a proposta de "tarifa zero" e os problemas do transporte na cidade.

Também foi prometido às entidades o acesso a todos os documentos reunidos pela CPI instalada na Câmara desde julho.

Antes de desocuparem as galerias, houve um bate-boca no plenário com o vereador José Américo, que para a imprensa havia chamado de "coitados" os manifestantes que "acabaram ficando sozinhos e acuados depois de um cavalo-de-pau político e ideológico, difícil de compreender".

Traduzindo: para o petista, eram aceitáveis as manifestações contra o governador Geraldo Alckmin (PSDB), após as denúncias de cartel no metrô; mas ele não entendeu por que a gestão de Fernando Haddad e a CPI chapa-branca do PT voltaram a ser alvo dos protestos.

Os manifestantes foram didáticos e tentaram explicar, entre vaias ao petista e palavras de ordem: não estavam ali a favor ou contra determinado partido ou governo. Reivindicam o chamado passe-livre, combatem a "privatização" do sistema e exigem transparência. Também protestam contra a corrupção e o mensalão. Simples assim. Menos para o PT, que não entende mais nada há algum tempo.

Leia também:

O relato do vereador Ricardo Young (PPS) sobre invasão da Câmara

Causos da Câmara Municipal de Saramandaia

Cadê o PT para protestar contra aumento do ônibus? 

No twitter: 

Petista não entende pq manifestação que ele queria contra virou contra . O povo explica!

Quando censurou manifestante por comparar Brasil à Espanha e disse que "lá a direita governa", ouviu "Aqui também; fora PT"

Presidente ironiza que proposta do passe-livre para estudantes é a "proposta do Renan". Foi vaiado!

Manifestantes lembram que qdo era oposição estava do outro lado: agora na gestão defende o que combatia!

Presidente diz que "ao contrário do Rio, aqui não teve problema pra aprovar CPI". Meia verdade. Chapa-branca do mesmo jeito.

Vereador do conversa com manifestantes na

Protesto contra cartel do metrô incentivado p/ PT acabou com invasão na por "passe livre" e fim da caixa-preta do transporte.

Presidente critica "cavalo-de-pau ideológico" dos manifestantes: "coitados", ficaram sozinhos aqui na

Vereador conversa com estudantes da Assembleia Nacional de Estudantes - Livre (ANEL) que ocupam galeria da

Em resumo: dois grupos invadiram a , reivindicam "passe livre" e acesso a contratos do Transporte. Amanhã tem CPI às 10h.

Presidente e negociam com grupo que invadiu saguão da : uma dezena de membros da Anel e

Uma dezena de manifestantes ocupa as galerias da com palavras de ordem e a promessa de virar a noite

Manifestantes chegaram onde faltava: ameaçada de invasão. Pedras e choque com a Polícia Militar

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Depois do TSE com a Serasa, a Prefeitura de SP...

Se não bastasse a polêmica cessão pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) do cadastro de eleitores brasileiros à Serasa Experian, agora são os funcionários públicos de São Paulo que têm seus dados pessoais disponibilizados para fins comerciais de uma empresa privada.

Pois servidores da Prefeitura de São Paulo estão recebendo do número (11) 99677-9579, em seus celulares particulares, anúncio da empresa Chefaly Consultoria Empresarial, oferecendo um "crédito especial" do BMG. 

Segundo informações disponíveis na mídia, o Banco BMG é o principal negócio do grupo empresarial de mesmo nome, com sede em Belo Horizonte, Minas Gerais. As operações de empréstimo em consignação representam o principal foco do banco, auto-declarado pioneiro neste nicho de mercado. 

Trata-se da concessão de empréstimos em consignação, com desconto em folha de pagamento, para aposentados, pensionistas do INSS, servidores públicos municipais, estaduais e federais, militares das forças armadas e funcionários de empresas conveniadas.

O BMG também é patrocinador de vários times de futebol, como o atual campeão da Libertadores da América, Atlético Mineiro, além de Cruzeiro, América, Coritiba, Vasco, entre outros mais de 40 clubes.

Dono e presidente do Banco BMG, o mineiro Ricardo Guimarães foi condenado no ano passado, pela Justiça Federal em Minas Gerais, a sete anos de prisão por participar do esquema do mensalão. Ele é um dos homens mais influentes do futebol brasileiro. Seu poder não se limita ao patrocínio de camisas. Só em 2011, alguns dos principais clubes terminaram o ano devendo pelo menos R$ 253 milhões ao banco em empréstimos. Atletas como Paulinho, Dedé e Montillo têm parte de seus direitos vinculados ao fundo de investimentos do BMG, o Soccer BR1.

Segundo reportagem do Estadão, o atual camisa 10 da seleção brasileira, Oscar, também fazia parte do portfólio do grupo, que lucrou com a venda do meia para o Chelsea - a segunda maior transação da história do futebol brasileiro, no total de 30 milhões (cerca de R$ 80 milhões). O Soccer BR1, no entanto, não revela qual era o porcentual.

Mineiro de Belo Horizonte, Ricardo Guimarães já nasceu herdeiro de banco. O Banco de Minas Gerais (só passou a adotar a sigla BMG em 1963) foi fundado pelo avô de Ricardo, Antônio Mourão Guimarães, em 1930. O acionista majoritário do banco é o filho de Antônio e pai de Ricardo, Flávio Pentagna Guimarães, também condenado no ano passado, aos 84 anos, pela Justiça Federal em Minas por participar do mensalão, mas a 5 anos e seis meses de prisão.

Ligamos para o número (11) 3123-1066 às 18h30 desta terça-feira, 13 de agosto. Segundo o atendente Pedro, basta informar o RF (registro do funcionário) e o telefone para um empréstimo "sem limite".

"A vantagem do consignado é que não importa se o senhor tem nome sujo ou não, a gente faz mesmo assim", esclarece o atendente. "E no caso de falecimento, a sua família não herda a dívida".

Ufa! Tranquilizador...

Parabéns, prefeito Fernando Haddad. Os funcionários públicos da Prefeitura de São Paulo agradecem pela quebra de sigilo de seus dados pessoais e por mais essa vantagem incrível graças à gestão do PT!

terça-feira, 13 de agosto de 2013

Por uma cidade mais viva, justa e acolhedora

Ari Friedenbach e Ricardo Young, vereadores do PPS
O compromisso do PPS e de seus dois vereadores com a população de São Paulo é ajudar a debater e aprovar um Plano Diretor que promova o desenvolvimento sustentável e garanta uma cidade mais feliz e acolhedora, sem perder de vista os ideais democráticos, da cidadania plena e da justiça social.
Esse compromisso tem como referência o "Programa Cidades Sustentáveis", iniciativa proposta pela Rede Nossa São Paulo, pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e pelo Instituto Ethos, com o objetivo de que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.
A capital de São Paulo sempre foi generosa com sua população, tanto com os nascidos aqui quanto com os que a escolheram para viver. Durante dezenas de anos, São Paulo foi um polo de atração de migrantes de várias partes do Brasil, que buscavam aqui a prosperidade, oportunidades e qualidade de vida. Por isso, é difícil crer que 56% dos moradores se mudariam da cidade se tivessem possibilidade de fazê-lo, conforme apontou uma pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo no início desse ano.
Esse dado importante nos leva a refletir o porquê desse desejo. O que levou a cidade a perder sua magia e encanto. Uma das respostas vem da própria pesquisa: para 91% dos paulistanos, a violência é a principal preocupação dos moradores, que consideram São Paulo um lugar pouco ou nada seguro para se viver. Violência em geral, assaltos/roubos, tráfico de drogas e sair à noite são as situações que geram mais medo no dia a dia na cidade.
Nosso partido tem como bandeira a qualidade de vida. Segurança é componente fundamental para garantir o bem estar. Como o combate à violência é função do estado e não do município, a ajuda, no âmbito municipal, é mais de prevenção e monitoramento.
A cidade pode colaborar, por exemplo, dando a importância merecida a Guarda Civil Metropolitana, cujo efetivo está defasado. Dos cerca de 6 mil colaboradores, apenas 1,5 mil estão realmente nas ruas fazendo o trabalho de prevenção. Por isso, tirar do papel o concurso público, que não acontece desde 2004, é fundamental. Além disso, precisamos melhorar as condições de trabalho, com mais treinamento, equipamentos modernos, melhores salários para o efetivo da corporação.
A cidade também pode colaborar com a melhoria na prestação de serviço de iluminação pública. Hoje, esse serviço, que é terceirizado para uma concessionária, privilegia a iluminação de vias por onde passam carros. No entanto, as calçadas, muitas vezes estão mal iluminadas, facilitando ações de criminoso. Nos bairros de periferia o problema ainda é mais grave, já que ainda há muitos locais que não contam com iluminação pública.
A cidade também deve enfrentar a questão da educação de qualidade. A pesquisa da Rede Nossa São Paulo também afirma que na educação, a falta de vagas em creches/pré-escolas e a falta de respeito e valorização dos profissionais da educação destacam-se entre os pontos mais críticos na percepção dos paulistanos. As escolas municipais, que atendem principalmente os alunos do ensino fundamental, devem ter o foco na capacitação de professores, na formação cidadã das crianças e na educação em período integral.
As cidades são o destino de tudo que é produzido no planeta. Porém, não devolvem quaisquer benefícios para o ambiente; apenas o sugam. São buracos negros. Para evitar que esses buracos drenem com cada vez mais intensidade as matérias-primas que sustentam a Vida, precisamos garantir uma reviravolta na urbanização. E São Paulo, a grande consumidora dos recursos naturais do país, pode ser um exemplo de reversão desse processo.
O Plano Diretor só será capaz de reverter essa fórmula da insustentabilidade se equilibrar os pilares econômico, social e ambiental no cerne de sua lógica. A versão elaborada em 2002 trata os problemas ambientais em itens periféricos e desarticulados de outras propostas. O desafio dos vereadores agora é exercitar, até o final do ano, um olhar sistêmico sobre a cidade, com ouvidos atentos à sociedade civil paulistana.
Diversas organizações formularam o plano “São Paulo 2022”. A publicação reúne diretrizes e metas, com base no sucesso de grandes cidades pelo mundo, para que a São Paulo dos próximos dez anos seja mais democrática - com o poder descentralizado - e saudável - com rios despoluídos e descanalizados, 100% dos resíduos sólidos reciclados, expansão das áreas verdes como alívio para o clima, entre outros.

A proposta ainda mostra a viabilidade da mobilidade urbana, economia criativa e inclusão digital. Sua maior contribuição, no entanto, é expor a fórmula, que se equaciona quando retornamos para o ambiente os benefícios que retiramos. Desinventar o lixo e fazer com que a vida útil dos produtos também seja circular, como todos os processos naturais, é um dos exemplos de como devem funcionar as políticas para uma cidade sustentável. Nela, o ser humano troca o papel de “sujeito de direitos infinitos” pelo de Guardião da Vida. 

segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Marina Silva é o novo Lula?

Se não bastassem as semelhanças na história de vida destes dois personagens carismáticos da política brasileira (com repercussão mundial), os números da mais recente pesquisa mostram que Marina Silva e Lula são os grandes nomes deste período que antecede a eleição de 2014. Muito maiores que seus próprios partidos, ambos podem fazer a diferença na sucessão presidencial.

Mesmo com a recuperação de parte da intenção de votos perdida desde as manifestações de junho, Dilma Roussef assiste a aproximação crescente de Marina, que ainda busca a formalização da Rede Sustentabilidade.

Se antes todos os analistas consideravam improvável a realização de um 2º turno (tamanha era a certeza da reeleição da presidente), hoje a queda de Dilma e a ascensão de Marina mostram não apenas a sua probabilidade como o risco de um resultado surpreendente.

O ex-presidente Lula é o único que ganharia a eleição no 1º turno se a disputa fosse hoje. E a ex-senadora Marina é a única candidata que manteve uma trajetória ascendente, mesmo durante os protestos de junho.

Entre os outros candidatos de oposição, caiu a intenção de votos no senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), teve pequeno crescimento, dentro da margem de erro.

Outro nome lembrado, o do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que não tem partido e declara não ter intenção de se candidatar, também teve oscilação negativa, segundo o Datafolha divulgado neste domingo.

Em sua primeira aparição nas pesquisas para 2014, ex-governador paulista José Serra, do PSDB, teve desempenho bastante semelhante (até um pouco superior) ao candidato favorito do seu partido, Aécio Neves. Porém, a rejeição a Serra é muito maior. Para 36% dos entrevistados, é um candidato no qual eles não votariam de jeito nenhum. Aécio é rejeitado por 23%. Dilma, por 27%.

Dos sete cenários testados pelo Datafolha, o que é considerado hoje o mais provável inclui Dilma, Marina, Aécio e Campos. Nessa simulação, a petista tem 35% contra 30% no levantamento do final de junho (quando havia despencado 27 pontos). Marina oscilou de 23% para 26%. Aécio deslizou de 17% para 13%. Campos variou de 7% para 8%. Brancos, nulos, nenhum ou indecisos somam 18%.

Nesse cenário, Dilma enfrentaria Marina Silva no 2º turno, que projeta um pequeno favoritismo para a petista (46% x 41%).

O melhor cenário para o PT é com Lula como candidato e pontuando 51%. Os adversários, somados, ficam com apenas 36%: Marina (20%), Aécio (11%) e Campos (5%).

A força de Marina Silva

Ex-senadora do PT, ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula e candidata à Presidência em 2010 pelo PV, quando teve quase 20 milhões de votos com apenas 1 minuto de propaganda na TV, Marina Silva lidera entre os eleitores com mais estudo e renda, mas perde apoio quando o rival é o ex-presidente.

Ela também lidera no estrato do eleitorado que considera gestão petista ruim ou péssima. É uma parcela localizada especialmente nas grandes cidades do país, principalmente nas capitais. Ou seja, Marina é hoje o nome mais forte para representar uma candidatura "anti-Dilma", ou "pós-PT".

Com a recente exposição negativa do maior partido de oposição, o PSDB, em razão de denúncias de corrupção e com o conhecimento baixo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Marina passou a liderar as intenções de voto para presidente em 2014 entre os que têm nível superior de escolaridade e renda familiar acima de dez salários mínimos.

Além disso, em um possível confronto no 2º turno, a candidata bateria a presidente Dilma também entre os moradores do Sudeste e entre os que têm de 16 a 24 anos.

Quando Lula aparece na pesquisa, Marina perde mais de 30% do seu eleitorado. Mesmo entre os que reprovam Dilma, o ex-presidente Lula consegue até 42% das intenções de voto em simulação de 2º turno contra Eduardo Campos e 36% contra a própria Marina. O que o PT fará de posse dessas informações? E nós?

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quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Diretório paulista do PPS se reúne nesta quinta

O Diretório Estadual do PPS/SP se reúne no dia 8, quinta-feira, às 18h, na Rua Boa Vista, 76, 4º andar, centro da cidade, para definir as regras dos Congressos Zonais, Municipais e Estadual, e começar a debater as eleições de 2014.

O Diretório Nacional do partido também deve se reunir no dia 19 de agosto, para confirmar a resolução com o calendário dos congressos e o documento-base para as discussões.

Os Congressos Zonais e Municipais devem ser realizados até outubro; os Estaduais até novembro; e o Nacional no início de dezembro de 2013. 

Vereador Ricardo Young comenta retorno do recesso

O vereador Ricardo Young (PPS) fez um relato da primeira atividade da Câmara Municipal de São Paulo no retorno do recesso de julho, o chamado "colégio de líderes", que reúne representantes de todas as bancadas para definir a pauta da semana. Nesta terça-feira, especialmente, ficou estabelecido um acordo para aprovação de quatro projetos por vereador no semestre. Projetos de autoria coletiva (pelo menos quatro vereadores proponentes) estão fora do acordo e também serão pautados para votação.

Leia o relato de Young:

Após um mês de recesso das atividades legislativas, os parlamentares ainda aparentaram um certo clima de férias no retorno ao Colégio de Líderes, na tarde de hoje. Com um atraso de vinte minutos, o encontro começou depois de os vereadores se cumprimentarem, receberem do vereador e pastor da Igreja Universal, Jean Madeira (PRB), um exemplar da biografia de Edir Macedo, e verem o presidente, José Américo (PT), chegar à Sala Tiradentes com óculos escuros pendurados na camisa.

Na prática da política propriamente dita, a sensação era a mesma do primeiro semestre: dos doze projetos de lei encaminhados para discussão até a próxima quinta, sete deles são de autoria do Executivo. A priorização de propostas feitas pelo governo foi intensa nos seis primeiros meses de 2013. E parece que continuará a ser recorrente.

Ao sugerir o adiamento da votação de projetos da Prefeitura por um período de alguns meses, Floriano Pesaro (PSDB) foi respondido por Arselino Tatto (PT), líder do governo na Câmara. “Joga pra março do ano que vem”, ironizou. “Adiar propostas do governo é impossível. Vamos intercalar com os projetos dos vereadores”, concluiu Tatto.

Para além do chamado “rolo compressor” do prefeito, deve-se também analisar a relevância do que os vereadores propuseram. Os projetos de lei de parlamentares para essa semana contemplam apenas condecorações, pequenas mudanças em leis já existentes e um inusitado pedido de Jair Tatto (PT) para a criação da Frente Parlamentar pela promoção da Jornada Mundial da Juventude 2013. O Papa, entretanto, já está na Itália.

Solidez

Entre os poucos momentos produtivos da reunião, o vereador Ricardo Reis (PT) pediu atenção para as questões educacionais da cidade. Presidente da Comissão da Educação, ele requisitou que se dê mais importância às audiências públicas que abordam o tema, atualmente pouco frequentadas.

O vereador Ricardo Young (PPS) pediu também um olhar mais cuidadoso com o projeto que sugere a inserção da educação sobre sustentabilidade nas escolas da rede municipal, de autoria do vereador Dalton Silvano (PV). “Precisamos ajustar esse tema de forma transversal no ensino público, de forma a beneficiar a sociedade com o entendimento da matéria de forma prévia”, afirmou Young.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

Movem-se as peças no tabuleiro eleitoral...

Como no jogo de xadrez, os presidenciáveis já se posicionam estrategicamente no tabuleiro eleitoral, cada peça diferente da outra, com seus valores simbólicos e movimentos específicos, quase sempre limitados à própria disposição das outras peças. Sabe-se que nem todas chegarão ao fim do jogo, mas todas são importantes na tática estabelecida contra o adversário: o xeque à "rainha" Dilma e ao "rei" Lula.

"Vale o diabo para ganhar uma eleição", decretou Dilma Roussef, majestosa na Presidência, enquanto Lula promete "colocar as unhas de fora" contra qualquer oponente. É típico do jogo: movimentos de ataque e defesa, às vezes sacrificando algumas peças menores para proteger as principais. Usa-se até a vinda do "bispo" ao Brasil e deslocamentos em "L" (de Volta, Lula?) do "cavalo" para chegar à vitória, mas os "peões" já foram às ruas e às redes manifestar a sua indignação e fazem ruir as "torres" partidárias.

Quem desponta hoje nas pesquisas com maior possibilidade de chegar ao eventual 2º turno contra a até então imbatível Dilma é a ex-senadora Marina Silva, nos movimentos decisivos para legalizar a sua Rede Sustentabilidade e poder concorrer às eleições. Se entra com vantagem por ter feito uma leitura correta, até se antecipando às manifestações pela "democratização da democracia", plainando acima dos partidos e instituições tradicionais, é também uma vulnerabilidade ter pouco tempo de TV e estrutura reduzida.

Além disso, o favoritismo de Marina - ao contrário da campanha de 2010, quando foi considerada uma espécie de "café com leite" na disputa e surpreendeu - vai motivar todo o tipo de ataque pesado dos adversários: de ex-companheiros do PT aos representantes do agronegócio, que a vêem como ameaça mortal, passando por ataques religiosos e às possíveis contradições entre o discurso pela "nova política" e os problemas cotidianos do seu recém-criado partido.

Também beneficiado pela queda de aprovação ao governo e pelo "recall" da eleição de 2010, quando obteve 43 milhões de votos (contra 55 milhões de Dilma e 19 milhões de Marina), ressurge no tabuleiro José Serra, que chegou a derrotar a presidente em oito estados (Acre, Roraima, Rondônia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Paraná e Santa Catarina).

Tido como o mais experiente presidenciável, Serra disputou duas eleições (perdeu em 2002 para Lula e em 2010 para Dilma), já foi Senador, Ministro da Saúde, Governador e Prefeito de São Paulo. Em 2014, deve ser preterido pelo tucano Aécio Neves e por isso sinaliza que pode deixar o PSDB, articulando uma possível candidatura com amigos e aliados: o PPS de Roberto Freire, o PV de José Luiz Penna, o PTB de Roberto Jefferson e o PSD de Gilberto Kassab. A sua indefinição sobre o futuro e uma elevadíssima rejeição detectada nas pesquisas são os principais obstáculos.

Atual aliado de Dilma, inclusive com a participação de indicados no governo, mas um possível adversário em 2014 é o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que vem apostando no esgotamento do modelo petista e surge como opção dissidente ao pregar que "é possível fazer mais e melhor". Assim como Serra, não deixa claro se disputará de fato a eleição, mas alimenta os boatos e incentiva que o coloquem como opção para protagonizar o período "pós-PT".

No PSDB, ainda o maior e mais estruturado partido de oposição ao PT, a candidatura do ex-governador e senador mineiro Aécio Neves parece consolidada, mesmo que não seja unânime. Com bom trânsito no setor empresarial e votação expressiva no seu Estado, surge como nova liderança entre os tucanos, mas enfrentará resistência pelo desgaste da saturada polarização PT x PSDB.


O PPS acompanha e analisa a movimentação das peças no tabuleiro: o que nos une é a estratégia de buscar o fortalecimento das oposições ao PT. De resto, há manifestações pró Serra, Eduardo, Marina e Aécio - que só vão se definir a partir do processo congressual do partido, que terá início no mês de agosto.  

A favor da candidatura de José Serra já se manifestaram, por exemplo, o próprio Roberto Freire, dirigentes, parlamentares e militantes que defendem uma "candidatura própria" do PPS. A maior divergência, no entanto, é sobre o tempo que Serra tem para se decidir: uns entendem que é necessário dar um prazo ao ex-governador, até o início dos congressos partidários, em agosto; outros que não devem "pressioná-lo", e que ele tem até 5 de outubro (um ano antes das eleições de 2014) como prazo legal para decidir se deixará o PSDB como potencial candidato.
O movimento pró-Marina inclui a chamada #REDE23, dirigentes, parlamentares e candidatos que retribuem abertamente o apoio da ex-senadora em 2012, como o vereador Ricardo Young (São Paulo), os candidatos a prefeito Eliziane Gama (São Luiz - MA) e Luciano Formighieri (Florianópolis - SC), o deputado estadual Luiz Castro (Manaus - AM), o vereador Edvaldo Hungaro (Itatiba - SP), o ambientalista Anivaldo Miranda, entre outros.

Algumas lideranças expressivas do PPS, como o deputado federal Arnaldo Jardim (SP), o prefeito de Vitória (ES), Luciano Rezende, e a coordenadora nacional da Juventude do partido, Raquel Dias (CE), por exemplo, têm declarada simpatia pela candidatura presidencial de Eduardo Campos, se confirmada, ou eventualmente de Marina Silva, saindo da polarização entre petistas e tucanos.


Sem esquecer que também afetará o resultado desse jogo outro tipo de "xadrez": aquele que os mensaleiros do PT devem enfrentar a partir de 2014. Condenados, atrás das grades!

A Executiva do PPS se reunirá no próximo dia 5 de agosto, em Brasília, para convocar reunião do Diretório Nacional, confirmar o calendário congressual do partido (congressos zonais e municipais devem ser realizados entre agosto e setembro; estaduais entre outubro e novembro; e o nacional em dezembro) e retomar o debate sobre a conjuntura política do país.

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