quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Informação e transparência marcam os mandatos dos vereadores do PPS, Soninha e Claudio Fonseca



Os vereadores do PPS paulistano, Soninha Francine e Claudio Fonseca, prestam contas dos seus mandatos diariamente. Com vídeos, relatos e postagens direto do plenário e das comissões internas na Câmara Municipal de São Paulo, o eleitor acompanha online a atuação dos parlamentares.

Por exemplo, nesta quarta-feira, 30 de agosto, ambos relataram os acontecimentos da audiência pública sobre alimentação escolar, as manobras na Comissão de Constituição e Justiça, e também a votação do projeto de concessão do Pacaembu.

Veja um resumo em vídeo do que ambos falaram. Acompanhe também as páginas no facebook de Claudio Fonseca e Soninha Francine, assim como o Câmara Man, o Blog do PPS, o Blog da Liderança, o "personagem" Pedro Álvares Cabral e o #ProgramaDiferente, além de facebook e twitter do PPS de São Paulo.

Informação e transparência são a base essencial da democracia e a melhor ferramenta para fiscalização do eleitor.

Câmara Municipal aprova privatização do Pacaembu

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na noite desta quarta-feira, 30 de agosto, o substitutivo do Executivo ao PL 364 /2017,  que disciplina a concessão do complexo composto pelo Estádio Municipal Paulo Machado de Carvalho e por seu centro poliesportivo, ambos localizados no bairro do Pacaembu, a ser realizada no âmbito do Plano Municipal de Desestatização (PMD) do prefeito João Doria (PSDB). Os demais projetos da ordem do dia, de autoria dos vereadores, foram adiados para a quinta-feira.

quarta-feira, 30 de agosto de 2017

Falta de quorum adia privatização do Pacaembu

Deu no Câmara Man: Mesmo sob marcação cerrada de dois secretários do prefeito João Doria, o de Esportes, Jorge Damião, e o de Relações Institucionais, Milton Flávio, não houve quorum para aprovar em segunda e definitiva votação o projeto de privatização do Pacaembu.

Resistentes a dar presença no início, alguns vereadores do chamado "centrinho" acabaram cedendo, como o vereador Eduardo Tuma (PSDB), que ironizou que passaria a votar com o governo "para deixar todos felizes". 

"Agora virei governista", chegou a declarar o tucano que é vice-presidente da Câmara e vem liderando o grupo "rebelde". Ele teve uma conversa com Milton Flavio no plenário.

A oposição reclama que inexiste qualquer detalhamento sobre a proposta de privatização, o que inviabilizaria o apoio - se bem que o tema já era debatido e teve projeto semelhante apresentado na gestão do ex-prefeito Fernando Haddad (PT).

O assunto retorna à pauta da Câmara Municipal de São Paulo nesta quarta-feira.

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Uma curiosidade que a imprensa esqueceu: há menos de um ano, o vereador Gilberto Natalini foi relator de CPI que deveria investigar "erros grotescos" que ele hoje denuncia em processos ambientais

O vereador Gilberto Natalini (PV), ao ser demitido da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente pelo prefeito João Doria (PSDB), conta que denunciou 'erros grotescos' em processos ambientais, o que teria motivado uma investigação da Controladoria Geral do Município que resultou na demissão de sete funcionários comissionados e ao menos 19 transferências.

A partir dessa declaração e da especulação sobre as causas que envolvem a exoneração do secretário e da própria controladora, Laura Mendes, a imprensa e alguns vereadores têm cobrado a instalação de uma CPI na Câmara Municipal de São Paulo para investigar possíveis ilegalidades no cumprimento da legislação ambiental e essa relação promíscua entre o poder público e a iniciativa privada, principalmente no setor de obras e grandes empreendimentos imobiliários.

O que todo mundo parece ter esquecido, porém, é que há menos de um ano o próprio Gilberto Natalini foi o relator de uma CPI que funcionou na Câmara para investigar exatamente as supostas irregularidades na gestão ambiental e no cumprimento dos TCAs (Termos de Compromisso Ambiental) entre a Prefeitura e as empresas causadoras de impactos ambientais.

A CPI foi instaurada em março de 2016 e o relatório final das apurações foi entregue e aprovado no dia 30 de novembro. Segundo declaração do relator na época, vereador Gilberto Natalini, a CPI "teve um caráter menos investigativo e mais de estudo. Nós temos um monte de problemas a serem melhorados, como as legislações estadual e federal. Prevemos uma série de questões de arborização e de transparência".

Anexo ao relatório, a comissão encaminhou uma proposta de projeto de lei que seria estudada pelo Executivo, num compromisso assumido pelo então prefeito Fernando Haddad (PT), para retornar posteriormente à Câmara para votação. O presidente da CPI, vereador Ricardo Young (Rede), destacou a medida como "um dos poucos casos da Casa em que uma CPI resulta num ordenamento jurídico".

Ele também afirmou que "o grande problema da compensação é que ela não acontece porque é tão complexa que estamos perdendo áreas verdes que não estão sendo compensadas ou regeneradas. Mergulhamos no problema, aprofundamos nas razões porque isso ocorreu".

Porém, pelas atuais denúncias de Natalini, parece que nada foi feito para reparar os erros constatados pela CPI. Ao contrário, os problemas se intensificaram. Em ofício enviado no dia 3 de agosto à Controladoria Geral do Município, o então secretário levanta suspeitas contra diretores e técnicos da Secretaria. 

"Havia rumores de que atos não republicanos eram realizados por técnicos da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente", afirma Natalini. "Os despachos que eram elaborados pelos diretores das áreas vulneráveis; muitas vezes solicitei que fossem refeitos, pois havia erros grotescos em relação a compensação ambiental".

O secretário também estranhou o fato que as empresas se dirigiam diretamente aos técnicos. “Onde tinham atendimento diferenciado, enfim, as ações eram obscuras e frágeis", aponta Natalini.

Como resultado imediato dessa investigação, sete funcionários comissionados foram demitidos, nove efetivos foram transferidos para outra pasta e dez efetivos foram transferidos internamente. Segundo o secretário municipal de Justiça, Anderson Pomini, além das demissões, a Secretaria do Verde passou por mudanças estruturais e implementou novos procedimentos após a auditoria da controladoria.

Mas parece que muita coisa ainda precisa ser apurada neste setor, inclusive os verdadeiros motivos do afastamento do secretário e da controladora. Cabe acompanhar como a Prefeitura e a Câmara vão agir para investigar as denúncias e punir os envolvidos nos esquemas irregulares.

Quem perde, sempre, é a população - com o afrouxamento da legislação ambiental, o descumprimento dos termos de compensação, o aumento dos níveis de poluição e consequentemente a piora da qualidade de vida. (Câmara Man)

segunda-feira, 28 de agosto de 2017

Moda, beleza e diversidade no #ProgramaDiferente



O #ProgramaDiferente desta semana trata de moda, beleza e diversidade. Acompanhamos os 20 anos da Casa de Criadores, iniciativa quase despretensiosa de revelar novos estilistas e que se transformou num evento prestigiado da chamada economia criativa. O tom deste ano é bastante politizado, refletindo o atual momento do Brasil. Negros, trans, drags, gordos quebrando tabus e preconceitos. O que é moda, afinal? E, seguindo a poesia de Vinícius de Moraes, será que beleza é fundamental?

Com destaque para a participação da drag, cantora e performer Pabllo Vittar, da rapper mirim MC Soffia, do estilista e apresentador de TV Dudu Bertholini, do secretário de Desenvolvimento Social do Estado, Floriano Pesaro, e do idealizador da Casa de Criadores, André Hidalgo, entre outros estilistas, modelos, influenciadores digitais e artistas como Linn da Quebrada, Tássia Reis e Rincón Sapiência, o programa mostra que ter estilo, atitude e personalidade é o que está verdadeiramente na moda. Assista.

sábado, 26 de agosto de 2017

Uma construção coletiva, viável e sensata para 2018



O senador Cristovam Buarque é um político diferenciado, uma reserva moral, um sujeito boa praça (como se dizia no tempo em que os professores ainda eram respeitados), um patrimônio humano para qualquer partido. Parece clichê dizer tudo isso, mas é importante ressaltar as qualidades verdadeiras de um homem público diante da falência do atual sistema eleitoral e de tamanha incredulidade do brasileiro diante de seus representantes.

No PPS há apenas um ano e meio, desde fevereiro de 2016, brinda-nos com a sua retidão, coerência, honestidade e o compromisso prioritário e essencial com a educação. Assim como o PPS, ele rompeu com o PT no início do primeiro mandato do presidente Lula, depois de ter sido demitido do ministério por não corresponder às expectativas daquele governo que gestava o mensalão. Era, na opinião de Lula, muito "acadêmico" (um óbvio defeito para um presidente iletrado) e tinha pouco traquejo político para atender a coalizão que bancaria o lulismo no poder. Autoexplicativo.

Foi para o PDT, então na oposição (lembremos que o partido, junto com o PTB e o PPS, apoiou Ciro Gomes em 2002 e lançaria o próprio Cristovam a presidente em 2006). Reelegeu-se senador em 2010. Honra este mandato e o histórico combativo desde a política estudantil, a probidade como ex-governador do Distrito Federal (onde todos os antecessores e sucessores foram condenados pela Justiça) e a paternidade do Bolsa-Escola, solução simples e eficiente para promover a inclusão social.

Em meio ao Fla-Flu que tomou conta das redes sociais e das rodas políticas, passou a ser atacado por patrulheiros esquerdopatas e milicianos uniformizados como traidor da causa. Deve ser, de fato, pois não aceitou se tornar cúmplice do assalto aos cofres públicos e da institucionalização dos esquemas de corrupção promovidos nos últimos 13 anos com Lula e Dilma - fato inaceitável para a ética de conveniência dos antigos companheiros.

Tachado de golpista pela escória petista envolvida na Lava Jato e de esquerdista (como xingamento) pelos setores mais reacionários e avessos à política como vocação necessária para exercer a democracia e cuidar da "res publica", Cristovam Buarque não perde a serenidade, a simplicidade e a didática do bom educador. Aliás, um aprendizado que o autor deste texto, como jornalista, também compartilha: enquanto seguir contrariando interesses mesquinhos à direita e à esquerda, Cristovam estará caminhando no passo certo, com isenção, equilíbrio e senso de justiça.

Pois agora há no PPS um movimento em prol da candidatura de Cristovam Buarque para a Presidência da República em 2018. Nada que devesse surpreender, pois já havia esses rumores desde a sua filiação, e é natural que cada sigla apresente seus melhores quadros. “Nem eu vou para um partido com a exigência de ser candidato, nem quero que o PPS me obrigue a concorrer ao Palácio do Planalto”, afirmou na época, ciente de ser um nome cogitado e qualificado.

É justamente no diálogo com os demais partidos e expressões da sociedade responsáveis pelo impeachment da presidente Dilma Rousseff e comprometidos com a transição democrática e a estabilidade republicana até (e após) a eleição de 2018 que a apresentação do nome de Cristovam Buarque tem a sua maior importância. Não como imposição, mas como alternativa.

Bem disse Roberto Freire na chegada do senador: o PPS se sente honrado de tê-lo no partido e a sua vinda significava um alento para a luta dos setores democráticos no país. “É um reencontro, como sempre, no campo democrático e progressista, de uma esquerda que tem profundo respeito às pessoas, de profunda fraternidade e, portanto, uma esquerda que merece ter futuro”, afirmou Freire.

“Precisamos reatualizar a maneira de fazer política com um partido capaz de sintonizar-se com a realidade do mundo de hoje. Venho aqui como um soldado dessa luta, como um soldado que deseja dar essa contribuição. A minha missão aqui é ajudar um partido que tem história no momento em que o Brasil precisa de uma formulação para o futuro”, concordou Cristovam.

“Fiz a opção de ir para o PPS para continuar minha luta, carregando as minhas bandeiras, que trago desde os 18, 20 anos, quando, junto com o próprio Roberto Freire, em Pernambuco, carregávamos a bandeira do socialismo e da democracia.”

O presidente local do PPS-DF, Chico Andrade, endossou: “O partido se sente honrado com a filiação de Cristovam”. Segundo ele, a chegada do senador abria a perspectiva da “efetiva construção de uma alternativa política limpa e livre dos malfeitos morais e políticos que sacodem a República”. Diga-se que isso valia (e vale) para o Distrito Federal e para o Brasil, seja com Cristovam candidato a senador, governador ou presidente.

E por que eu faço todas essas citações? Porque é fundamental, neste momento de tensionamento pré-congressual partidário, resgatar o histórico dos acontecimentos e recolocar as coisas nos seus devidos lugares. Nem permitir o açodamento de uma candidatura própria a qualquer custo, sem relevância no atual contexto social e político, nem, por outro lado, o cerceamento de uma construção que flui do desejo legítimo da militância e de uma demanda popular por uma política ressignificada e requalificada, que nos represente de fato no cenário de 2018.

Buscar uma candidatura própria não é novidade no PPS. Antes mesmo da sua fundação, nas eleições presidenciais de 1989, mas já sobre as bases do que se constituiria no pós-PCB em 1992, com a emblemática campanha de Roberto Freire, e posteriormente com as sucessivas candidaturas de Ciro Gomes em 1998 e 2002, o PPS não se esquivou do protagonismo democrático, mesmo reconhecendo as suas limitações eleitorais.

Também não se omitiu quando foi necessário compor com outras forças políticas - de Lula no 2º turno de 1989, no 1º turno de 1994 e novamente no 2º turno de 2002, passando pelos tucanos Alckmin e Serra em 2006 e 2010, por Eduardo Campos e finalmente Marina Silva em 2014. O PPS tem consciência do seu tamanho, da sua história e das suas responsabilidades. Mas não pode e não deve ignorar a desarrumação geral e a crise enfrentada pelos demais partidos, o que dificulta o consenso em torno de qualquer opção de centro, a aposta certeira entre os extremos indesejáveis que polarizam as primeiras sondagens presidenciais.

Para as eleições de 2018, o caminho deve estar livre e o diálogo destravado para que o conjunto partidário decida o que é mais sensato, viável e pertinente diante desta conjuntura caótica e de suas consequências ainda incalculáveis, com todas as suas implicações éticas, políticas, econômicas, sociais e comportamentais para o novo Brasil que desejamos erguer diante dos escombros das velhas estruturas. Já sabemos o que não queremos. Vamos descobrir o que nos une.

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e apresentador do #ProgramaDiferente

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Debate: "Caminhos da Esquerda", livro de Ruy Fausto



O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, exibe a íntegra de um debate sobre o livro "Caminhos da Esquerda", uma promoção conjunta da Folha de S.Paulo, da Livraria Cultura e da Companhia das Letras. Participam do bate-papo com o autor, o filósofo Ruy Fausto, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (FFLCH-USP), o sociólogo Celso Rocha de Barros e o economista Samuel Pessôa, com mediação do jornalista Marcelo Coelho (veja nos links textos exclusivos de cada participante sobre o livro em debate)Assista.

Para o autor, a condição atual da esquerda é a de um homem perdido na floresta: é preciso encontrar uma saída. A partir dessa constatação, ele empreende um rigoroso balanço crítico da experiência histórica da esquerda, com foco no Brasil, mas sem perder de vista o contexto internacional. Ao esforço crítico e à visão pessoal do filósofo Ruy Fausto, soma-se a sua tentativa de propor elementos para reconstruir um projeto ao mesmo tempo democrático, anticapitalista, antipopulista e com consciência ecológica.

O livro "Caminhos da Esquerda" tem como base um texto publicado na revista piauí, em outubro de 2016, e que provocou extenso debate com interlocutores de todos os espectros políticos - o que, para a editora, foi a prova definitiva da argúcia e solidez da reflexão de Ruy Fausto, e da necessidade de discussão pública qualificada em tempos marcados pela intolerância e pela fragilização da institucionalidade democrática.

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Semana perdida na Câmara Municipal de São Paulo, após banquete de 37 vereadores na casa do prefeito João Doria: decisão sobre CPIs e sessões extraordinárias são adiadas para a próxima semana

Em clima de uma siesta prolongada desde sábado, quando 37 vereadores se reuniram para um banquete na casa do prefeito João Doria (PSDB), a Câmara Municipal de São Paulo tem um semana completamente perdida: além de não ter sido nem publicada a pauta de sessões extraordinárias (onde ocorrem votações e discussões de projetos), na terça e na quarta não houve quorum nem sequer para abrir a sessão ordinária (onde acontecem os pronunciamentos dos parlamentares), o que é incomum.

As sessões de quinta-feira foram canceladas porque o plenário foi requisitado pela CPI dos Grandes Devedores. Para a próxima semana, a intenção do presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), é pautar projetos do Executivo e fazer uma nova rodada de projetos de autoria dos vereadores para serem aprovados por votação simbólica.

Também uma nova CPI deve ser aprovada. Ou até duas, como já se cogita. Não há consenso sobre os temas, embora a chamada "Máfia da Lei da Cidade Limpa" seja o assunto mais recorrente. Outra CPI "favorita" é a que investiga os convênios na Educação, proposta pelo vereador Claudio Fonseca (PPS). Qualquer decisão, porém, está adiada para a próxima terça-feira. Foi a única coisa que se decidiu nesta semana. (Câmara Man)

A transição pós-PT, o presidencialismo de cooptação e as penas que voam no ninho tucano

Não chega a espantar toda a polêmica e o stress causado pela mais recente propaganda partidária do PSDB, mencionando genericamente os erros que a legenda teria cometido (sem, contudo, listá-los) e criticando o "presidencialismo de cooptação" - que, segundo o programa tucano, neste momento em que é preciso pensar no país, deveria ser substituído pelo parlamentarismo.

Quem acompanha o dia-a-dia da política sabe da divisão partidária existente entre os defensores e partícipes do governo do presidente Michel Temer contra aqueles que cobram o desembarque e a coerência de continuar se opondo aos desmandos e esquemas ilícitos que apenas mudaram de mãos com a troca de mandatário no mesmíssimo consórcio do poder instalado em Brasília.

A crise interna do PSDB é, em maior ou menor grau, reprodução da crise da política e da democracia brasileira, com seus reflexos nos partidos, nas instituições e em toda a sociedade organizada. A realidade opõe quem defende fazer a transição pós-PT dentro deste governo, fechando os olhos e tapando o nariz para a má companhia ocasional, como se os fins justificassem os meios, àqueles que consideram absurdo e inaceitável servir de base de sustentação para os cúmplices de Lula e Dilma por 13 anos, igualmente implicados nas investigações da força-tarefa do Ministério Público, da Polícia Federal, do Judiciário e da Procuradoria-Geral da República.

Uma coisa é certa: do lado de cá, consideramos o petismo águas passadas e queremos avançar. A divergência é sobre como (e com quem) proceder essa transição. Do lado de lá, prossegue a retórica do golpe e o discurso do vitimismo, na tentativa desesperada de sobrevivência após a avalanche de denúncias, delações e condenações. No meio há um fosso enorme aberto pela Operação Lava Jato, que deve servir exatamente para separar os dois lados: e quem, pelos mais inconfessáveis interesses, quiser dar as mãos ao lado oposto para se salvar mutuamente, que afunde solidário, mas não nos puxe junto.

Isso posto, registrado o nosso apoio incondicional à Lava Jato e à punição exemplar de todos os envolvidos em irregularidades, estejam eles no PT, no PMDB, no PSDB ou na "pqp", voltemos à polêmica da propaganda tucana. Primeiro, uma constatação sobre o formato: o programa feito todo (e apenas) por atores reforça a aversão à política. Passa um atestado da falência da nossa democracia representativa e da miséria dos partidos. Isso é bom? É desejável?

O PSDB afirma e reafirma: Errou! - e a mensagem repetida é a que fica, afinal. "Está na hora de pensar no país", o programa também repete. Então quer dizer que até agora não pensava? (Hmmmm) Houve ruído para fora e para dentro. Voou pena para todo lado. A peça produzida pelo publicitário Einhart Jacome da Paz - conhecido no meio político como cunhado e marqueteiro de Ciro Gomes nas suas incursões como candidato a presidente em 1998 e 2002, antes disso de FHC em 1994, e depois de Lula no 2º turno de 2002 - parece tão confusa e errante quanto o seu currículo profissional.

Diante disso tudo, a defesa do parlamentarismo soa frágil, como tábua de salvação dos políticos tucanos que foram escondidos no seu próprio programa. Há um vácuo entre a intenção da mensagem emitida e a percepção real do eleitor. Como comunicação isso é ruim. Muito ruim. Parece que o estrago que o PT fez à esquerda, o PSDB pode estar fazendo ao parlamentarismo. Tudo porque o discurso não combina com a ação. Não passa credibilidade.

O termo "presidencialismo de cooptação", que usamos há tempos em outros artigos por aqui e agora tanto desagrada os "players" do governo, incomoda exatamente porque coloca o dedo na ferida. Os cifrões nos olhos dos bonequinhos que representam os deputados na ilustração animada do PSDB indicam uma realidade que os mais pragmáticos preferiam omitir. O sistema político-partidário está falido, nossos partidos agonizam e as velhas lideranças batem cabeça. O passado resiste a partir e o futuro demora a chegar. Então, como agir neste momento? As mudanças se impõem. Mãos à obra.

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de comunicação do PPS/SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira) e apresentador do #ProgramaDiferente

terça-feira, 22 de agosto de 2017

#ProgramaDiferente antenado às pautas do dia: reforma política, parlamentarismo, movimentos à direita e à esquerda, combate à corrupção... Assista!

Todos os assuntos que estão na pauta do dia (reforma política, parlamentarismo, movimentos sociais, combate à corrupção etc.) também estão em pauta no #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, e isso não é de agora! São temas recorrentes dos nossos debates, matérias e entrevistas desde a estreia da primeira temporada, há três anos.

Quer refletir sobre as melhores propostas para uma reforma política de fato? Veja aqui. Quer entender melhor o sistema parlamentarista? Assista. É contra essa "propinocracia" à brasileira? Nós também! Quer saber o que pensa o juiz Sergio Moro ou o que motiva o promotor Deltan Dalagnol? Vem!

Quer compreender as posições da ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, ou entender as intenções do procurador-geral da República, Rodrigo Janot? Encontre aqui! Está interessado num debate mais aprofundado sobre a suposta morte do socialismo ou sobre o presente e o futuro da esquerda? Aqui tem!

Você conheceu aqui, em primeira mão, a pauta de movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre) e o Vem Pra Rua. Ouviu seus principais representantes, como Kim Kataguiri, Fernando Holiday e Rogerio Chequer. Acompanhou todo o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, desde as primeiras manifestações. Presenciou os deputados lavarem as mãos sobre as investigações contra o presidente Michel Temer. Viu as contradições de Lula, assim como as versões apresentadas em sua defesa. O mesmo ocorreu com os atos pró e contra Dilma. Mas se preferir ouvir FHCtem aqui também!

Ou seja, no #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, você conhece os fatos, ouve diversas opiniões, filtra as informações e tira as suas próprias conclusões. Ouça, veja, pense, reflita e aja diferente!

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

Vereadoras Soninha Francine e Patricia Bezerra, ex-secretárias da gestão Doria, pontuam críticas nas áreas de Assistência Social e Direitos Humanos

Durante audiência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Municipal de São Paulo nesta segunda-feira, 21 de agosto, convocada pela avaliar as políticas públicas da Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, o secretário Filipe Sabará, vinculado ao Partido Novo, foi bastante criticado pelo público presente, composto principalmente por representantes de entidades da área, movimentos e organizações sociais.

A vereadora Soninha Francine (PPS), primeira nomeada pelo prefeito João Doria (PSDB) para o cargo e antecessora do atual secretário, também foi bastante crítica com Sabará.

Na sua fala, ela disse que iria separar as posições do secretário em "duas colunas": em uma, o que era verdade (por exemplo, as dificuldades orçamentárias); em outra, o que não era verdade, na opinião dela, principalmente em relação às dificuldades do secretário (e desta gestão) em compreender como deve funcionar a assistência social na cidade de São Paulo, ou sobre a real eficácia das ações da sua Secretaria.

"Não é verdade que novos serviços foram implantados a custo zero", critica Soninha. "Apesar das doações de empresas, como citado pelo secretário, os espaços não são gratuitos. Paga-se aluguel caro, há o pessoal da secretaria, transporte, mobiliário. Há, portanto, um custo para o município."

E Soninha prossegue pontuando a sua crítica: "Há um canil (para os animais dos moradores de rua), mas não funciona. O CTA (Centro Temporário de Acolhimento) também não é nada diferente do Núcleo de Convivência, que já existia. E tivemos o fechamento de mais um serviço, a Tenda Bela Vista, que era estratégico, insubstituível, recebia centenas de pessoas e foi simplesmente encerrado."

Tanto Soninha Francine quanto a também vereadora Patricia Bezerra (PSDB), ex-secretária de Direitos Humanos nos primeiros meses da gestão de João Doria, foram bastante aplaudidas pela plateia ao ressaltarem suas críticas ao atendimento na área, ainda que integrem a base de sustentação do prefeito. Foram elogiadas inclusive pelo vereador Eduardo Suplicy (PT), que presidia a audiência pública.

O secretário Filipe Sabará se retirou no meio das manifestações, muito vaiado pelas centenas de pessoas presentes à Câmara Municipal.

domingo, 20 de agosto de 2017

Adeus, Jerry Lewis. Obrigado por nos fazer rir.



Em uma semana que já estava triste com a notícia da morte do humorista Paulo Silvino, também o ator Jerry Lewis morreu aos 91 anos neste domingo, 20 de agosto, em Las Vegas. Conhecido como "Rei da Comédia", ele é um dos maiores ídolos de todos os tempos na TV e no cinema e ícone de sucessivas gerações no mundo inteiro. Como última homenagem do #ProgramaDiferente, relembre uma das cenas mais emblemáticas do talento, da graça e do carisma de Jerry Lewis, no filme "Errado pra Cachorro" ("Who's Minding the Store?"), de 1963. Assista.

sábado, 19 de agosto de 2017

Cai o 4º vereador-secretário do time de João Doria

Assim como Soninha Francine (Assistência Social) e Patricia Bezerra (Direitos Humanos), que saíram mais por suas qualidades do que por qualquer defeito, ao reclamarem da forma açodada, irrefletida e por vezes imprudente do prefeito João Doria no esforço de se mostrar gestor e não político, também foram as virtudes do secretário do Verde e Meio Ambiente, Gilberto Natalini, que provocaram a sua queda precoce.

Não por acaso, os quatro secretários exonerados em oito meses de gestão são os mais "políticos", ao pé da letra, ou seja, todos os demitidos são vereadores, os políticos mais tradicionais, com mandato. Quatro dos cinco parlamentares escolhidos pelo prefeito para o secretariado já caíram. Além dos já mencionados, saiu também Eliseu Gabriel (Trabalho), que ocupava uma vaga destinada ao PSB e foi substituído pela também vereadora Aline Cardoso, do PSDB; e resta ainda o último dos moicanos (ops!) vereadores nomeados em janeiro, que é o tucano Daniel Annemberg (Inovação e Tecnologia).

A demissão de Natalini expõe um momento crucial da gestão do prefeito João Doria e também da sua relação com o Legislativo e com os partidos que o apoiam. Com a cada vez mais provável intenção de se candidatar em 2018 (embora negue, como manda a cartilha do bom gestor e do não político), as peças já se movem no tabuleiro como consequência do jogo eleitoral.

Comenta-se que Natalini, por ser de fato um ambientalista, gerava incômodo na relação do governo com o setor imobiliário e da construção civil, por ser intransigente no cumprimento da legislação, além de não embarcar nos truques publicitários como os muros verdes da Avenida 23 de Maio como substitutos das necessárias plantação de árvores e implantação de parques.

Também bateu de frente duas vezes com o presidente da Câmara Municipal de São Paulo, vereador Milton Leite (DEM), aliado preferencial do prefeito e que na prática atua como líder do governo, com muito mais poder de fogo que o líder "oficial", vereador Aurélio Nomura (PSDB). O secretário cobrou de Milton Leite R$ 9 milhões de multas ambientais e se opõe ao seu projeto de adiar por 20 anos a adoção de combustíveis menos poluentes pela frota de ônibus da cidade.

Agora, atenção: Os nomes cogitados para substituir Natalini são um grande desserviço para a agenda ambiental: segundo divulgado hoje pela imprensa, um possível acerto político com o PR pode levar à nomeação, para a Secretaria do Meio Ambiente, do ex-ministro dos Transportes, Antonio Carlos Rodrigues, ou do vereador Toninho Paiva. Para um gestor que pretende se desvincular da "velha política", nada mais incoerente. (Câmara Man)

sexta-feira, 18 de agosto de 2017

Protesto criativo nas ruas ataca projeto poluidor do presidente da Câmara de SP, vereador Milton Leite

No dia em que a Câmara Municipal de São Paulo realizou uma audiência pública sobre o substitutivo do PL 300/2017, de autoria do presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), que aumenta em 20 anos o prazo para que a frota de ônibus urbanos tenha tecnologia para combustíveis mais limpos, a cidade amanheceu com um protesto criativo e emblemático: máscaras contra a poluição nas estátuas da cidade.

Na missão inglória de convencer a população, a imprensa, os demais vereadores e os movimentos ambientalistas de que seu projeto é viável e necessário, Milton Leite fez uma apresentação por mais de três horas para defender o indefensável: que a poluição dos ônibus, comparativamente, causa menos danos que a dos caminhões e dos automóveis; o que justificaria, portanto, o seu projeto por um prazo maior para as concessionárias do transporte coletivo cumprirem os prazos da lei.

Para entender melhor: o projeto de Milton Leite propõe basicamente alterar os artigos 50 e 51 da Lei 14.933, de 5 de junho de 2009, a chamada Lei de Mudanças Climáticas.

A intenção do vereador - com seu mandato vinculado a empresas e cooperativas de transporte urbano - é modificar o cronograma para a implantação de uma frota de ônibus menos poluente na cidade: a lei de 2009 previa a substituição de 10% da frota anualmente, até que em 2018 nenhum veículo de transporte coletivo municipal dependesse exclusivamente do óleo diesel. Entretanto, esta lei não vem sendo cumprida. Hoje, menos de 7% dos ônibus da capital paulista se enquadrariam nas exigências da legislação.

Pela proposta de Milton Leite, a partir de 2018 todos os ônibus deverão ser abastecidos com a mistura B 20, ou seja, 20% de biodiesel no diesel convencional. Já em relação aos ônibus elétricos, a introdução da nova tecnologia (recomendada por especialistas em energias sustentáveis) começaria apenas em 2023, com a inserção de 75 novos veículos. Uma frota completa de ônibus elétricos - com pelo menos 1500 veículos movidos à bateria ou energia cabeada - só mesmo a partir de 2037.

Diversas entidades e organizações já se manifestam contrárias à alterações tão drásticas e permissivas na Lei de Mudanças Climáticas. Na audiência pública, a apresentação de Milton Leite foi contestada por entidades como o Greenpeace e, entre outros, pelos vereadores Police Neto (PSD), Reginaldo Tripoli (PV) e Soninha Francine (PPS) - mas todos concordam ao menos num ponto: a volta da inspeção veicular obrigatória como atenuante para a poluição. (Câmara Man)

Auditórios "offline" na Câmara de São Paulo

Deu no Câmara Man: Estranho que o recurso "auditórios online", do portal oficial da Câmara Municipal de São Paulo, esteja fora do ar há uma semana, exatamente desde o momento da saída dos ocupantes do plenário na sexta-feira passada, 11 de agosto.

Alô, vereador Milton Leite, presidente da Casa, acione aí seus técnicos em informática. Num momento em que seus próprios pares lhe acusam de censor, não parece oportuno mais este descuido com a transparência das atividades do Legislativo ;-)

Leia mais sobre a Câmara Municipal de São Paulo:

1) Presidente da Câmara, vereador Milton Leite age na prática como líder do governo, censura projetos polêmicos na pauta e vota apenas homenagens, denominações e datas comemorativas

2) Vereador Camilo Cristófaro quer homenagear com nome de rua o próprio pai, seu homônimo: Coronel Camilo Cristófaro Martins :-)

3) Pauta de datas comemorativas trava no Dia da Visibilidade Lésbica

Casagrande e seus demônios no #ProgramaDiferente



O #ProgramaDiferente desta semana é um especial sobre o eterno ídolo corinthiano e comentarista de futebol da Rede Globo, Walter Casagrande Junior. Ele promove uma série de debates pelo Brasil sobre o tema do livro "Casagrande e Seus Demônios", que relata os dramas e a luta do ex-atacante da seleção brasileira contra as drogas. Um dos idealizadores da "Democracia Corinthiana" na década de 80, ele também falou à reportagem sobre os "demônios da política". Assista.

Registramos com exclusividade uma dessas palestras de Casagrande sobre a sua experiência com as drogas, num bate-papo mediado pela jornalista e apresentadora Mariana Godoy (veja aqui alguns trechos inéditos), marcado pela lembrança de momentos inesquecíveis com outro ídolo do futebol mundial, o amigo Sócrates, além de passagens gloriosas como jogador e cidadão formador de opinião.

O evento contou também com a participação do ex-senador e atual vereador paulistano Eduardo Suplicy (assista), que levou à palestra um jovem em processo de recuperação do vício, sobrinho do ambulante Luis Carlos Ruas, espancado e morto na estação Pedro II do metrô paulistano no dia de Natal.

terça-feira, 15 de agosto de 2017

O juiz Sergio Moro e a ministra Cármen Lúcia são as atrações do Fórum Mitos & Fatos, em São Paulo



O juiz Sergio Moro e a presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Cármen Lúcia, são as principais atrações do Fórum Mitos & Fatos Justiça Brasileira, que reúne especialistas e nomes importantes do judiciário, além de pensadores do direito e do mundo dos negócios no Brasil, organizado pela Rádio Jovem Pan nesta terça-feira, 15 de agosto, em São Paulo.

Quais são os fatos e os mitos que devem ser desfeitos, confirmados e debatidos para o aperfeiçoamento da Justiça no país da Operação Lava Jato? Quais as mudanças nas estruturas das empresas após os sucessivos escândalos de corrupção? Esse é o mote do evento onde a ministra do STF garantiu querer “mudar o Brasil” e não querer se “mudar do Brasil”, enquanto Moro afirmou que “as pessoas perdem a fé na democracia quando veem que a trapaça é regra” e negou qualquer pretensão eleitoral para 2018.

O #ProgramaDiferente, da TVFAP.net, acompanhou todo o evento e apresenta alguns dos melhores momentos, como a íntegra da palestra do juiz Sergio Moro e também a conversa com o jornalista Augusto Nunes (na sequência de perguntas e respostas com Cármen Lúcia e Sergio Moro). Assista.



Vereadores retornam ao plenário após ocupação de 48 horas contra a gestão do prefeito João Doria

Após o fim da ocupação do plenário da Câmara Municipal de São Paulo - que durou dois dias, de quarta a sexta-feira, 11 de agosto - os vereadores voltaram ao trabalho debatendo as reivindicações dos manifestantes.

A sessão desta terça-feira, 15 de agosto, foi marcada pelos discursos dos vereadores de situação e oposição. A intenção é votar uma pauta de consenso nesta quarta-feira, 16 de agosto, que pode incluir alguma medida que atenda parte da demanda da ocupação.

Antes da sessão ordinária, no chamado "colégio de líderes", como havia sido acordado com o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), a presidente da UEE (União Estadual dos Estudantes) do Estado de São Paulo, Nayara Souza, falou por cinco minutos como representante dos manifestantes que ocuparam o plenário por 48 horas.

Os protestos foram contra o pacote de privatizações e concessões da gestão do prefeito João Doria (PSDB) e contra mudanças no passe livre dos estudantes. A principal reivindicação é para que sejam convocados plebiscitos para que a população decida se a Prefeitura deve ou não fazer concessões e parcerias para a gestão de parques municipais, por exemplo.

Há na Câmara três projetos de plebiscitos já protocolados por parlamentares do PSDB, do PT e do PSOL. Vereadores da situação e da oposição debateram a proposta e divergiram sobre a necessidade de plebiscito, sendo que há uma série de audiências públicas sendo realizadas, com direito à participação dos cidadãos interessados em se manifestar.

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Cortella: Ser pai é... #ProgramaDiferente



O #ProgramaDiferente Especial do Dia dos Pais trata do tema "Família: urgências e turbulências". É este também o nome do novo livro do filósofo Mario Sergio Cortella, que fala sobre os problemas familiares mais comuns nos dias de hoje. Como estabelecer um convívio civilizado entre pais e filhos? Como educar os jovens? Um bate-papo direto e reto, informal e bem humorado. Família é tudo igual, só muda de endereço. Ser pai é... Assista.

Esses jovens tão maduros: segue a ocupação do plenário da Câmara de São Paulo, agora com respaldo de liminar do Judiciário (leia até o fim... rs)

Deu no Câmara Man: Como se sabe, jovens representantes de diversos movimentos sociais e organizações de estudantes se reuniram e, aproveitando a entrada liberada para uma audiência pública, na quarta-feira, 9 de agosto, ocuparam o plenário da Câmara Municipal de São Paulo.

Espalharam suas faixas, fizeram barricadas com cadeiras e, com apoio declarado de parlamentares e dirigentes do PT, do PSOL e do PCdoB, além de figuras carimbadas do movimento popular como o padre Júlio Lancellotti e a autodeclarada imprensa livre (a mesma da retórica do golpismo contra o governo petista), tomaram aquela que é chamada de "casa do povo" - ou que oficialmente recebe o pomposo nome de Palácio Anchieta.

O motivo anunciado da ocupação é um protesto "do povo" contra o pacote de privatizações e concessões do prefeito João Doria (PSDB) e a favor do passe livre, mote idêntico ao já histórico movimento das ruas em 2013.

Comunicam-se pelas mídias sociais, através de suas próprias páginas e perfis pessoais. Fingem desprezar a grande imprensa, mas vibram de satisfação quando aparecem nos telejornais da Rede Globo ou na capa da Folha de S. Paulo - a tal mídia golpista que ora eles odeiam, ora amam, num comportamento bipolar tipicamente adolescente.

Fazem suas próprias regras e zelam pela imagem. Duas horas depois da ocupação, na quarta-feira, reclamavam estar sob rigorosa greve de fome (sem comida e sem água) imposta pelo presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), enquanto as imagens do Câmara Man desmentiam o discurso vitimista: bolachas, sucos e salgadinhos circulavam livremente pelo plenário, além do livre acesso aos banheiros e aos filtros de água da Casa.

Diga-se, aliás, que tentaram impedir a presença de jornalistas. Fecharam o acesso da sala de imprensa e ficaram indignados com a "reocupação" do espaço livre dos profissionais (nota do autor: precisam aprender melhor o que é liberdade e democracia, meninos).

O acesso da chamada grande imprensa também foi limitado (estranhamente, com apoio da presidência da Câmara). Fotógrafos, cinegrafistas e repórteres foram liberados apenas para uma "entrevista coletiva" (nos moldes de Lula, uma "entrevista" sem perguntas), que na verdade era um jogral - a declamação coletiva do manifesto "oficial" escrito ali na hora, com auxílio dos parlamentares ditos de esquerda, advogados e orientadores mais experientes de sindicatos e movimentos organizados como o MTST.

A Câmara tentou garantir na Justiça a reintegração de posse para desocupar o plenário. Uma liminar, porém, dá cinco dias para os ocupantes deixarem a Câmara. Bingo! Que orgulho para os defensores da causa! A ocupação segue: contra a política tradicional e agora com respaldo do Judiciário! O resultado saiu melhor que a encomenda! Visibilidade na mídia e repercussão no país inteiro para os novos heróis da geração do iPhone 7. Assista aqui online.

São, definitivamente, jovens maduros*!

(*Agora interprete o significado: quem defende a ocupação, elogia a consciência e a politização dos jovens, cuja eficiência e repercussão do ato supera até mesmo o modelo adulto; quem critica, aponta o DNA totalitário destes jovens projetos de ditadores, à la Nicolás Maduro. Julgue você mesmo...)

quarta-feira, 9 de agosto de 2017

Oposição ao prefeito João Doria ocupa plenário da Câmara de São Paulo contra privatizações

Movimentos "populares" como o MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto) de Guilherme Boulos e entidades vinculadas ao PT e ao PSOL, como a União Nacional dos Estudantes e a União Estadual dos Estudantes, ocupam o plenário da Câmara Municipal de São Paulo contra o pacote de privatizações e concessões do prefeito João Doria (PSDB).

Os ocupantes prometem não sair do plenário, inviabilizando a realização das sessões da semana. Vamos acompanhar como a Mesa Diretora e o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), bem como os demais líderes partidários, vão contornar o problema.

Os mesmos grupos já ocuparam a Assembleia Legislativa de São Paulo, no ano de 2016, reivindicando na época a chamada CPI da Merenda. (Câmara Man)

Vereador Claudio Fonseca é o novo líder do bloco PPS/PHS na Câmara Municipal de São Paulo

O vereador Claudio Fonseca (PPS) é o novo líder do bloco PPS/PHS na Câmara Municipal de São Paulo. A decisão, endossada pela direção paulistana dos dois partidos, foi oficializada em requerimento assinado pela vereadora Soninha Francine (PPS) e pelo novo líder, substituindo na função o vereador Zé Turin (PHS), que exercia a liderança desde a formação do bloco, no início de fevereiro deste ano.


Câmara de São Paulo vai votar pacotão de projetos de vereadores nesta quarta e tenta acordo para aprovar CPI; vereador Claudio Fonseca (PPS) tem proposta

Uma semana após o fim do recesso parlamentar de julho na Câmara Municipal de São Paulo, os vereadores anunciam para esta quarta-feira, 9 de agosto, a aprovação de um pacotão de projetos de lei em primeira votação, por acordo de lideranças.

Cada parlamentar apresenta as suas propostas prioritárias e aqueles PLs que não tiverem obstrução serão votados.

Para a próxima semana, a intenção é aprovar mais um pacote de projetos de vereadores, dessa vez reunindo PLs em primeira e segunda votações.

Outra pendência é escolher - também por acordo, se possível - um entre os 15 requerimentos de CPI apresentados, com favoritismo para a chamada CPI da Máfia da Cidade Limpa, que teve três pedidos protocolados: o primeiro pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB) e outros dois pelas bancadas do PT e do PSOL.

O vereador e professor Claudio Fonseca (PPS) tenta emplacar a CPI da Terceirização da Educação, para investigar os convênios firmados no ensino municipal.

Já há três CPIs em funcionamento (Feira da Madrugada, Vulnerabilidade das Mulheres e Divida Ativa). Segundo o regimento interno, podem ser realizadas até cinco CPIs ao mesmo tempo.

Durante esta semana e a próxima também seguem acontecendo as audiências públicas sobre os projetos de privatização e concessões de equipamentos e serviços municipais, apresentados pelo prefeito João Doria (PSDB). O assunto é polêmico e, justamente por isso, para que não trave a pauta, o presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM), decidiu colocar em votação apenas projetos dos vereadores neste período pós-recesso. (Câmara Man)

Atravessou o samba na Câmara: Adilson Amadeu apresenta mais um projeto de restrição aos aplicativos de transporte e ataca nominalmente o colega Caio Miranda Carneiro e o Poder Judiciário de São Paulo

Na pauta de projetos da Câmara Municipal de São Paulo que devem ser aprovados em votação simbólica nesta quarta-feira, 9 de agosto, um apanhado de ideias que chovem no molhado e agrados endereçados ao eleitorado específico de cada vereador.

Por exemplo, com a proposta de "incentivo às comunidades de samba" (PL 311/2016), de autoria de Alfredinho (PT) e Milton Leite (DEM), ou com mais um ataque explícito ao aplicativo Uber, chamado de monopólio de consequências nefastas pelo "defensor dos taxistas" Adilson Amadeu (PTB) no PL 55/2017, que limita os motoristas do sistema a 20% do número de taxistas, entre outras barreiras como a adoção de placa vermelha, obrigatoriedade do licenciamento na cidade e identificação visual dos carros - o que na prática inviabiliza o atual modelo do serviço.

Até mesmo a adoção de corridas grátis e de outras promoções que reduzem bastante o preço da corrida, que sempre foram os principais atrativos da Uber para fidelizar seus usuários, seriam proibidos se este projeto virar lei, segundo o vereador proponente, para combater a "concorrência desleal" e "afastar a infração à ordem econômica pela prestação do serviço de transporte privado individual de passageiros injustificadamente abaixo do preço de custo ou com abuso da posição dominante, inclusive por meio da regulação dos preços praticados, possibilitando assim o reequilíbrio do mercado e a subsistência de todos os prestadores de transportes individuais remunerados."

Na justificativa do seu projeto, Adilson Amadeu critica inclusive que "o Poder Judiciário Paulista tem se curvado ao ´novo´ modelo, sob o fundamento de que se trata de transporte privado individual, avalizando que a proibição encerra transgressão aos princípios constitucionais da livre iniciativa e da livre concorrência."

Se não bastasse propor a descaracterização dos aplicativos de transporte na cidade, Adilson Amadeu ataca nominalmente os vereadores que defendem o serviço. Nesta terça-feira, repreendeu duramente o jovem colega Caio Miranda (PSB), que havia defendido o uso de aplicativos e criticado as restrições impostas por lei, tachando-o de "filhote de procurador" e vereador atrelado à Uber, e veja só a ironia involuntária: o parlamentar atacado - eleito com forte campanha nas mídias sociais - é também cantor do bloco carnavalesco "Vou de Táxi". (Câmara Man)

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

#ProgramaDiferente Especial: Reforma Política, o exemplo de Franco Montoro e o Parlamentarismo



O #ProgramaDiferente desta semana mostra um movimento de apoio ao Parlamentarismo, além de homenagear um de seus mais fiéis e entusiasmados defensores, o ex-governador André Franco Montoro, no centenário do seu nascimento. Um sistema de governo presidencialista ou parlamentarista, em meio a esta crise que o Brasil vive, é um tema que precisa ser debatido junto com a reforma política. Assista.

Acompanhamos o lançamento da Frente Parlamentar Franco Montoro, na Assembleia Legislativa de São Paulo, e ouvimos com exclusividade o seu coordenador, deputado estadual Davi Zaia (PPS/SP); o ex-deputado federal e presidenciável do PV, Eduardo Jorge, autor da Proposta de Emenda à Constituição 20/1995 que estabelece o parlamentarismo no Brasil; e o deputado estadual Roberto Tripoli (PV/SP); todos militantes convictos da tese.

Este programa especial que discute o parlamentarismo enriquece a reflexão sobre a reforma política com as opiniões do presidente Michel Temer, do historiador Marco Antonio Villa, do jornalista Reinaldo Azevedo e do próprio Franco Montoro, em trecho de uma entrevista memorável ao jornalista Carlos Chagas, falecido no início do ano.

Também fizemos a cobertura do lançamento do livro "A Pátria em Sandálias da Humildade", do jornalista Xico Sá, marcado por um bate-papo sobre futebol e jornalismo com seus convidados Juca Kfouri e Matthew Shirts. Aproveitamos a oportunidade para conversar com os três amigos, além das também jornalistas Astrid Fontenelle e Leda Nagle, sobre política, o atual momento do Brasil, a televisão brasileira e as mídias sociais.

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Momento #VergonhaAlheia na Câmara dos Deputados



Sempre pode piorar: a imagem da política, dos políticos e do Congresso, que nunca foi das melhores, despenca dia a dia. Mas a bizarrice dos deputados em votações importantes - como o arquivamento das denúncias contra o presidente Michel Temer, assim como já havia acontecido no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff - expõe todo o ridículo da nossa democracia representativa. Um show de horrores!

No ranking da #VergonhaAlheia disparou o deputado Wladimir Costa, do Solidariedade do Pará, com a já famosa tatuagem pró-Temer, sua atuação histriônica no plenário e o flagrante de suas conversas no whatsapp pedindo fotos de bundas de mulheres na sessão que preservou o mandato de Temer na Câmara dos Deputados. Nada mais emblemático para o atual estágio da política brasileira.

A bancada do PPS votou praticamente unida pela continuidade das investigações contra o presidente no Supremo Tribunal Federal. Foram nove votos (Alex Manente, Arnaldo Jordy, Carmen Zanotto, Eliziane Gama, Marcos Abrão, Pollyana Gama, Roberto Freire e Rubens Bueno) contra apenas um pelo arquivamento, do deputado baiano Arthur Maia, o relator da reforma da Previdência.

Veja aqui os votos dos deputados do PPS - e repare que (quem, senão ele) o deputado Wladimir Costa aparece como "papagaio de pirata", postado ao lado do microfone durante a declaração dos votos, como se fosse intimidar alguém com a sua truculência e a sua bajulação ao presidente, retratada nesta matéria especial do #ProgramaDiferente sobre a votação desta quarta-feira, 2 de agosto. Mais um triste momento da nossa política. Assista.

quinta-feira, 3 de agosto de 2017

Bom debate: "Refundar a Esquerda Democrática"

Depois de fundada pelo Partidão na década de 20, aprofundada pelo Partido dos Trabalhadores na década de 80, infundada pela clonagem de legendas com o mesmo DNA petista nas décadas de 90 e 2000, e finalmente afundada pelos chamados governos de coalizão (feat corrupção) de Lula e Dilma, parece ter chegado a hora de refundar a esquerda brasileira com os sobreviventes deste período paleolítico e potenciais agregados, como jovens ativistas, sustentabilistas, sociais-democratas e hackers da nova política.

Não que seja tarefa simples, a começar pela definição do que é ser de esquerda ou de direita hoje. Diante da complexidade do mundo atual, o binarismo idelológico se torna cada vez mais obsoleto, extemporâneo e inconclusivo. Isto se já não bastasse, além do fracasso do socialismo no mundo, o PT ter enxovalhado esse conceito teórico sem nunca ter executado minimamente um programa de esquerda - vide os exemplos petistas em administrações municipais, estaduais e no governo federal.

As experiências mais próximas vivenciadas pelo Brasil com o que se convencionou chamar de esquerda não passaram de discursos oposicionistas e, no governo, de flertes esporádicos: com o trabalhismo populista de Getúlio Vargas, a brevidade de Jango entre o parlamentarismo oportunista e o golpe de 64, e posteriormente com os acenos à social-democracia de FHC e Lula, sendo o tucano - que surfava na onda do Real - prejudicado pelo casamento arranjado com o PFL e por episódios como a compra de votos para a reeleição; e o petista, apesar do sucesso de políticas compensatórias e ações de combate à miséria, por ter se rendido a tudo aquilo que o PT prometia enfrentar desde a sua criação.

Fato é que chegamos a esta crise sem precedentes - o que leva a população a condenar genericamente, não sem razão, a política e os políticos, mas sobretudo a esquerda, cujas ideias jamais foram implementadas por aqui. Eis o desafio de quem ainda busca vida inteligente na terra arrasada da democracia representativa brasileira, com algum viés esquerdista: a opção pela redução das desigualdades, pela justiça social, pela cidadania plena, pela distribuição de renda, pela promoção da cultura da paz, pelo papel regulador do Estado e até pela manutenção da utopia - características que em geral a direita despreza.

É neste contexto, por exemplo, que o filósofo Ruy Fausto apresenta o livro "Caminhos da Esquerda" - que a grande imprensa tem debatido - e que outros grupos vem se reunindo para tentar ir além do debate político partidarizado, polarizado, raivoso e estéril, dispostos a encontrar alguma luz no fim do túnel para transportar os ideólogos da esquerda democrática da atual arena visceral para um campo vicejante.

Se é desalentador um cenário em que as primeiras sondagens para 2018 apontem a força crescente de um Bolsonaro à direita ou a teimosa e renitente popularidade de Lula quase como um novo Macunaíma, o herói sem caráter da esquerda preguiçosa, também é verdade que chegou o momento de agir com firmeza e efetividade para construir uma alternativa melhor.

A luz que o eleitorado busca não pode ser, à esquerda, o fogo-fátuo da decomposição petista, nem o farol da direita bolsonarista que se apresenta como trem-bala mas não passa de maria fumaça. Para repor a esquerda nos trilhos, também parece pouco adequado depositar esperanças nos maquinistas de trem-fantasma Guilherme Boulos e Ciro Gomes, que se lançam com ações e pensamentos descarrilados.

Exercícios de futurologia à parte, o mais provável é que o próximo eleito seja um nome do atual sistema - até porque a necessária reforma político-partidária não deve avançar muito além dos limites protecionistas e do instinto de sobrevivência dos atuais congressistas. Alguém tarimbado e de perfil mais próximo do centro, evitando as saídas mais extremistas, é o que se busca na maioria dos partidos.

A centro-direita busca uma peça confiável na plataforma mais tradicional (Geraldo Alckmin, Rodrigo Maia ou Henrique Meirelles, por exemplo) ou reconfigurada (João Doria). A centro-esquerda não descarta um movimento de código aberto (lança balões de ensaio como Joaquim Barbosa e busca outras figuras do meio jurídico para a vaga de vice), mas deve mesmo optar por algum relançamento: Marina Silva, Eduardo Jorge, Fernando Gabeira, Cristovam Buarque e até Fernando Haddad são nomes sempre bem cotados.

Outra opção seriam os outsiders da política, salvadores da pátria que surgem como astros com luz própria e acabam quase sempre com o brilho efêmero de um vaga-lume. Historicamente podem se dar bem com um banho de marketing "collorido", como ocorreu em 1989 com o fictício caçador de marajás que se tornou presidente do Brasil. Mas o fim dos aventureiros costuma ser trágico e a eleição presidencial não pode servir como startup de malucos. Por isso é hora de reinstalar o sistema da esquerda democrática, eliminando os bugs da velha política.

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de comunicação do PPS/SP, diretor executivo da Fundação Astrojildo Pereira (FAP) e apresentador do #ProgramaDiferente 

quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Quem precisa de inimigo externo com aliados, filiados e militantes desse naipe? PT e PSOL, em crise interna, não se entendem sobre golpistas e ditadores

Bastou um único ato do governador Rui Costa (PT), da Bahia, para desmoralizar completamente o discurso vitimista do "golpe", a ladainha petista desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, há um ano.

O governador baiano simplesmente exonerou dois secretários estaduais para que retomem por um dia seus mandatos de deputado federal e com isso ajudem a barrar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer na votação prevista para esta quarta-feira, 2 de agosto, no plenário da Câmara dos Deputados.

Opa! Como é isso? Quer dizer então que o governador petista é cúmplice dos golpistas? Que horror! Pois é! O tal Rui Costa destituiu seus secretários de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD), e de Relações Institucionais, Josias Gomes da Silva (PT), que retomam provisoriamente seus mandatos e devem se abster na votação: atitude favorável a Temer, uma vez que cabe à oposição reunir ao menos 342 votos para aprovar a abertura de investigação. Os suplentes de ambos, Robinson Almeida (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB), tinham declarado voto contra o presidente. Ou seja... (kkkkk)

Se não bastasse o estrago causado pelo petista (de maior potencial destrutivo que os 13 anos de oposição tucana aos governos de Lula e Dilma), o PSOL também expõe suas fraturas internas ao digladiar publicamente sobre a ditadura do presidente Nicolás Maduro na Venezuela.

Alguns militantes, como Gilberto Maringoni, defendem apaixonadamente o regime venezuelano (leia). Outros, como o deputado Jean Wyllys, detonam, sem mais palavras, a ditadura de Maduro. A polêmica transborda nas redes, como demonstra outro militante emblemático, Cid Benjamin (aqui). Ninguém se entende na velha esquerda e segue dando tiro no pé. Que fase!

(Não há nada a temer. A velha esquerda cai de maduro.)

Gestão Doria sinaliza apoio à CPI da Cidade Limpa

Apresentado o requerimento de abertura da "CPI da Máfia da Cidade Limpa" pelo vereador Eduardo Tuma (PSDB), com apoio da oposição (PT e PSOL) e do chamado "centrão" (grupo de vereadores de diversos partidos da base que negociam ponto a ponto os projetos de interesse do Executivo), o líder do governo na Câmara Municipal de São Paulo, vereador Aurélio Nomura (PSDB), apressou-se em sinalizar que a investigação será de fato aprovada.

As prefeituras regionais representam um ponto nevrálgico da gestão do prefeito João Doria. Apesar da mudança de nome (de subprefeitura para prefeitura regional), o conceito e a prática dessas administrações locais dos bairros não mudam há décadas: seguem loteadas entre os partidos e vereadores da base governista, que indicam os principais cargos (subprefeito ou prefeito regional, chefe de gabinete e coordenadores setoriais) e controlam a "máquina" (administrativa e orçamentária) nas suas áreas de atuação.

Com verbas contingenciadas em decorrência da crise e autonomia política limitada pelo prefeito e pelo vice, Bruno Covas, que é também secretário das Prefeituras Regionais, acabam funcionando esquemas paralelos de arrecadação, com a participação de assessores vinculados aos vereadores e funcionários de carreira que atuam na fiscalização de irregularidades (desde obras residenciais até a propaganda de rua, regulamentada pela chamada Lei da Cidade Limpa, alvo do mais recente esquema de corrupção flagrado na cidade).

A aprovação da CPI atende tanto aos interesses da oposição (que mantém na pauta um assunto crítico à atual gestão), do centrão (que valoriza o passe na barganha com o governo) e da própria base de sustentação do prefeito, que se esforça para demonstrar imparcialidade e a intenção de punir os envolvidos, mesmo que atingindo diretamente alguns de seus apoiadores (como é o caso do chefe de gabinete da Lapa, Leandro Benko, irmão do ex-vereador e atual secretário estadual de Turismo, Laércio Benko, responsável pelo apoio do PHS tanto a João Doria quanto a Geraldo Alckmin).

Aliás, leia aqui a defesa de Leandro Benko - divulgada pelo irmão. Ele alega inocência, mas apresenta argumentos difíceis de colar. O prefeito regional da Lapa também se manifestou prontamente sobre o assunto (veja aqui), defendendo o combate integral à corrupção.

O ex-chefe de gabinete, flagrado pela reportagem da Rádio CBN, foi o primeiro funcionário exonerado. Outros suspeitos e envolvidos estão sendo identificados e afastados pela Prefeitura. A CPI, quando aprovada, deve começar os trabalhos ouvindo todos os citados na matéria. (Fonte: Câmara Man)

PPS/SP anuncia calendário congressual de 2017

Representantes de diretórios zonais do PPS paulistano se reuniram na sede do partido nesta terça-feira, 1º de agosto, para definir o calendário de atividades congressuais para o mês de agosto e setembro.

Estão agendados para os dias 12 (Leste), 19 (Norte, Oeste e Centro Expandido) e 27 de agosto (Sul e Sudeste), os encontros regionais e as eleições dos diretórios zonais, etapa que antecede o Congresso Municipal do PPS, previsto para o dia 16 de setembro.

Para efeito de organização, os congressos zonais paulistanos serão divididos regionalmente.

Leste: Penha, Tatuapé, Ermelino Matarazzo, Vila Matilde, Vila Formosa, Sapopemba, Cangaíba, Ponte Rasa, São Miguel, Itaquera, Itaim Paulista, Guaianases, São Mateus, Jardim Helena, Vila Jacuí, Cidade Tiradentes, Conjunto José Bonifácio, Parque do Carmo e Teotônio Vilela.

Norte: Santana, Vila Maria, Casa Verde, Tucuruvi, Jaçanã, Vila Sabrina e Lauzane Paulista. Oeste: Lapa, Pinheiros, Pirituba, Freguesia do Ó, Brasilândia, Perus e Jaraguá. Centro Expandido: Bela Vista, Perdizes, Santa Ifigênia, Mooca, Jardim Paulista e Vila Mariana.

Sul: Santo Amaro, Campo Limpo, Butantã, Capão Redondo, Rio Pequeno, Jardim São Luis, Valo Velho, Capela do Socorro, Cidade Ademar, Grajaú, Piraporinha, Parelheiros e Pedreira. Sudeste: Vila Prudente, Indianópolis, Saúde, Ipiranga, Jabaquara e Cursino.

Também ocorrerão neste ano o Congresso Estadual do PPS de São Paulo, em 7 de outubro, e o Congresso Nacional do PPS, nos dias 8, 9 e 10 de dezembro. Os locais de todos os congressos serão divulgados oportunamente. Veja aqui um documento inicial para os debates partidários sobre a atual conjuntura nacional.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Ato das "massas" contra "coxinhas": oposição reúne grupo de apaniguados contra o prefeito João Doria

Se somarmos os nove vereadores do PT com os dois do PSOL e multiplicarmos essa bancada da oposição pelos 18 funcionários nomeados em cada um destes 11 gabinetes, teremos um total de 209 pessoas (juntando os 11 parlamentares e seus 198 assessores).

Pois foi pouca coisa maior o número de manifestantes que PT e PSOL conseguiram reunir na frente da Câmara Municipal de São Paulo nesta terça-feira, 1º de agosto, para protestar contra o pacote de privatizações e concessões do prefeito João Doria (PSDB).

Entre os assessores, a presença de suplentes de vereadores como Isa Penna (PSOL) e Paulo Fiorilo (PT), este presidente do diretório paulistano petista, que são também funcionários da Câmara.

Se essa é toda a oposição ao prefeito de São Paulo, Doria já pode dormir tranquilo. Pois foi amplamente divulgado nas redes sociais que "movimentos populares, sindicatos, partidos políticos e coletivos como ciclistas, grafiteiros, artistas e intelectuais", todos integrantes do Fórum Suprapartidário em Defesa da Cidade, realizariam um grande ato público contra o governo tucano.

Ato houve, só faltou o público. Grande foi o espaço vazio, mas também sobrou humor involuntário em discursos inflamados, gritos de guerra tipicamente petistas e um inusitado ataque das "massas" aos "coxinhas" - bastante emblemático dessa espécie de "política gourmet" dos dias de hoje.

Fica uma certeza: a cidade já teve uma oposição bastante mais competente.