terça-feira, 10 de setembro de 2019

Luciano Huck é a aposta de um novo Brasil

Bons ventos da boa política sopram com Luciano Huck e os chamados movimentos cívicos como Agora, Acredito, Renova, RAPS e Livres, entre outros. Estamos de olho, acompanhando e torcendo para isso dar certo, por uma nova forma de representação da sociedade. Por uma política diferenciada. Por um novo Brasil.

Não é à toa que Huck vem percorrendo o país, conhecendo seus problemas e estudando soluções. Aos 48 anos, o empresário e apresentador é a aposta concreta de uma nova geração de cidadãos que não se vê hoje representada na política e nos atuais partidos, muito menos nessa polarização burra que se manifesta nas redes, nas ruas e nas urnas.

Nesta segunda-feira, 9 de setembro, Huck foi uma das principais atrações do Fórum Exame, em São Paulo, que reuniu outros possíveis presidenciáveis, como os governadores João Doria (PSDB/SP) e Wilson Witzel (PSC/RJ). Único convidado aplaudido de pé, ele defendeu que se debata "o abismo social no Brasil".   

Diante de uma plateia, assim como ele, majoritariamente branca, vestindo jeans e com uma postura naturalmente mais informal do que os demais palestrantes, Huck também criticou a falta de diversidade no debate público brasileiro. "Não vamos resolver desigualdade com um monte de gente branca e rica sentada na Faria Lima", afirmou. 

Apesar de dizer que seu papel político se restringe a incentivar e participar de movimentos cívicos, o discurso em prol de um país melhor já coloca Luciano Huck como alternativa viável à sucessão do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que não por acaso partiu para o ataque ao identificá-lo como possível adversário.

"A desigualdade é gritante. Favela virou paisagem e não pode. Se não fizermos nada, o país vai implodir. Quero ser um cidadão cada vez mais ativo para que o país se torne mais eficiente, mais afetivo e menos desigual", afirmou Huck

Há 20 anos viajando de norte a sul, em contato com gente simples para "estar com o dedo no pulso do Brasil", Huck percebeu que tinha dois caminhos: "Podia fingir que não era comigo e ficar no aquário do Projac como um peixinho bem alimentado ou poderia me jogar no oceano". Ele escolheu a segunda opção.

"Quem tem o poder de mexer no ponteiro da desigualdade é o Estado, mas não quis me aproximar mais, não estou em partido. Preferi me juntar ao Eduardo Mofarrej para prepararmos novas lideranças. Hoje, temos 17 lideranças que foram formadas pelo Renova e foram eleitos. Agora, no ciclo municipal, temos 31 mil inscritos. Isso é ouro puro", disse.

Outro projeto que Huck apoia é o Agora, um hub de novas práticas políticas. “Dali vai nascer um projeto de país. Existem coisas que não precisamos reinventar a roda. Posso elencar vários programas de educação da sociedade civil e de iniciativas do governo no Ceará e no Espírito Santo nessa área. O que precisamos é organizar aquilo que deu certo.”

Mas em outros pontos mudanças são necessárias. Huck diz que a elite brasileira pode contribuir com as soluções, mas é passiva e acha que "as respostas vêm com geração espontânea". "A agenda econômica desse governo é correta, as pessoas não estão torcendo contra, querem que avance. Se melhorar, ótimo. Mas a questão é que a enormidade do país que não depende só disso, de crescimento do Produto Interno Bruto. Depende de serviços e de proteção social."

Mesmo a população ribeirinha, que não passa fome, se sente pobre, pois pela TV e pelo rádio descobriram que existem coisas que nunca vão conseguir comprar e sonhos que não vão conquistar. "Visitei uma família subindo o rio Jurá, no Norte do país. Quando perguntei a uma criança chamada Eliana o que ela quer ser quando crescer, ela disse ‘juíza’. Hoje, ela não tem qualquer condição de conseguir, e é nosso papel construir um projeto de país para que o sonho dela se torne viável."

A menina Eliana e a família moram no coração da Amazônia, que nas últimas semanas entrou para o noticiário por causa da extensão das queimadas. Para Huck, a solução não é complexa – é possível transformar a floresta em um pólo de inovação, com um projeto sustentável, algo que ele chamou de "Amazônia 4.0". "O mundo inteiro tem interesse em consumir a floresta, e nós continuamos produzindo motocicleta e geladeira que são compradas por Santa Catarina. Não que eu tenha algo contra a Zona Franca de Manaus, mas podemos ir além disso."

A questão essencial é: Como mudar tudo isso num momento em que o país está tão polarizado e dividido? Esse é o grande desafio, segundo Huck. Para ele, as pessoas precisam deixar o discurso belicista de lado, já que não vai levar a lugar algum.

"A solução também não é sair daqui. O jeito é conversar e construir". Huck diz que isso é necessário para que os netos do pipoqueiro Pelé, de 76 anos, que mora em Lagoa da Prata, interior de Minas Gerais, tenham mais oportunidades que ele. Neto de escravos, trabalhou por 70 anos e nunca teve dinheiro para colocar porta na casa. "Não, Pelé não é miserável. Existem pessoas em situação ainda pior", conta Huck.

"Precisamos discutir mobilidade social no Brasil. O país já teve mobilidade social, não tem mais. Hoje, se você nascer pobre numa favela, a chance de morrer pobre numa favela do Brasil é enorme", afirmou o apresentador.

Apesar de garantir que não tem "projeto de poder" ou político propriamente dito, Huck será certamente protagonista do novo país e da sociedade renovada que surgirá desses debates, movimentos e organizações suprapartidárias. "Se a gente não fizer nada, o Brasil vai implodir", afirmou. "Quero contribuir como for possível para que o Brasil seja um país cada vez mais eficiente e mais afetivo, com menos desigualdade."

"O que posso trazer como contribuição neste momento são as minhas andanças pelo Brasil e tentar contribuir de alguma forma para que o Brasil seja um país melhor no futuro", disse Huck, ao comentar sobre o "tsunami político" que atingiu sua vida nos últimos dois anos e o fez cogitar inclusive ser candidato à Presidência da República no ano passado.

"A régua é a ética: não importa como você pensa, contanto que o sarrafo ético esteja na altura correta. É ali que a gente pretende que nasça um projeto de país. Não é um projeto político nem eleitoral. Não é do Luciano. Não é de ninguém, é de quem quiser olhar, é open source", explica Huck, em referência aos programas de computador em que os desenvolvedores contribuem para a construção do software.

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