sexta-feira, 16 de fevereiro de 2018

Vai, Luciano Huck! Representa esta nossa geração!


Queira! (Queira!)
Basta ser sincero
e desejar profundo
Você será capaz 
de sacudir o mundo
Vai! Tente outra vez!
(Raul Seixas)


Tenho 46 anos, assim como Luciano Huck. Sou pai de uma filha de 21, terminando a faculdade. Ele é pai de três filhos, crianças ainda. Somos jornalistas. Estagiamos em publicidade. Não nos conhecemos. Ou melhor, ele não me conhece. Temos a mesma idade e aparentemente os mesmos anseios, a mesma curiosidade pelo mundo, a mesma vontade de aprender e o mesmo objetivo sincero de impactar positivamente na vida das outras pessoas.

A notícia do dia é que Luciano Huck desistiu de se candidatar à Presidência da República. Outra vez. Aliás, é a "não notícia", até porque ele nunca se colocou abertamente como candidato. Era uma possibilidade aventada pela imprensa e conversada entre amigos próximos e algumas lideranças significativas de partidos políticos e movimentos cívicos - estes que eu e Luciano frequentamos e botamos fé para ajudar a mudar o Brasil.

Pausa para os comerciais. Acompanho Luciano Huck à distância, por essas coincidências que a vida nos impõe. Aos 20 anos de idade, Luciano Huck fez um estágio na agência W/Brasil, do publicitário Washington Olivetto. Depois, estagiou na DM9 de Nizan Guanaes. Eu, com 17, concluí meu curso técnico com um trabalho sobre ambos, gênios da publicidade há décadas. Bebemos da mesma fonte.

Ele abriu o bar Cabral, eu frequentei. Trabalhou na 89 FM, a Rádio Rock, eu ouvia. Escreveu na Playboy, eu assinava. Teve coluna no Jornal da Tarde, eu lia e amava o JT. Apresentou o Circulando na TV Gazeta, eu assistia. Isso tudo com vinte e poucos anos. Século e milênio passados, da geração anterior a esta que já nasceu postando nas redes sociais.

Em 1996, estreou o Programa H, na Band. Eu casei. Fui pai. Em 1999, ele assinou com a Globo para apresentar o Caldeirão do Huck. Eu me filiei ao PPS no mesmo dia, uma coisa até então impensável na minha cabeça de jornalista que se pretendia 100% isento e imparcial. Bobagem. Demora mas a gente descobre que nada nem ninguém é 100% isento e imparcial. Precisamos defender posições.

Como apresentador, empresário, cidadão, pai de família, Luciano Huck não é isento nem imparcial. Tem lado. E que bom que tenha! Faz bem para o seu público e dá esperança renovada ao país. Não por acaso, desponta com potencial de ampliar o seu papel de influenciador midiático para se tornar de fato uma nova liderança política, social, ética, comportamental, geracional.

Em quatro artigos publicados na Folha - 'Estou aqui' (14/05/2017), 'Tá ligado?' (28/08/2017), 'Tempos e movimentos' (18/10/2017) e finalmente 'No rumo' (27/11/2017) - expõe de modo didático e sintético o que pensa do Brasil e do protagonismo que a nossa geração deve assumir. Suas ideias repercutiram. Passaram a aglutinar gente que pensa e deseja o mesmo para o Brasil. (Leia: Acredito. Renova Brasil, Agora!)

Faz nove meses que o nome de Luciano Huck começou a ser gestado como possível candidato a presidente da República. A semente foi plantada por Fernando Henrique Cardoso em uma entrevista à Folha de S. Paulo no dia 8 de maio do ano passado.

O título era: "Ainda é cedo para 2018, mas Doria e Luciano Huck são 'o novo', diz FHC". O texto, reproduzido ipsis litteris da Folha, começava exatamente assim: "Principal referência do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso diz ser ´muito cedo´para falar em candidaturas ao Planalto em 2018, mas considera que hoje ´o novo´ no cenário político é representado por figuras como o prefeito paulistano, João Doria, e o apresentador de TV Luciano Huck."

Assim nascia a possível candidatura de Luciano Huck para a sucessão de 2018. E a matéria, assinada pelo repórter Igor Gielow, prosseguia:
Doria surge naturalmente na conversa, já que é estrela emergente no PSDB por ter alta popularidade e não estar associado à Operação Lava Jato como seu padrinho político, o governador Geraldo Alckmin (SP), ou o senador Aécio Neves (MG). 
Citados em delações, os até então presidenciáveis do tucanato viram suas intenções de voto derreterem. O PSDB também perde pela associação ao impopular Temer. Já o nome de Huck, amigo de FHC, foi semeado pelo ex-presidente de forma quase fortuita. Se ele o fez para germinar ou para dividir atenção com o prefeito paulistano, o tempo dirá. 
O apresentador da Globo já disse que está na hora de "sua geração" chegar ao poder, mas não confirma pretensões eleitorais e até aqui não está filiado a nenhuma agremiação.
O primeiro artigo de Huck na Folha, em maio de 2017, começava com a seguinte frase, emblemática: "Não, não sou candidato a presidente da República". Nove meses depois, tentando botar um ponto final na onda de sondagens e especulações, ele repete como decisão irrecorrível: "Não, não sou candidato a presidente da República."

Afinal, Luciano Huck, por que não? É a hora da nossa geração! 

A intenção desse texto - tão pouco jornalístico e intencionalmente personalista - é justamente provocar uma resposta, uma reação, um repensar. Movimentos coletivos são necessários para discutir ideias, conectar pessoas, apoiar causas. Mas os grandes momentos da nossa história muitas vezes nascem das decisões individuais, das reflexões solitárias, da coragem pessoal e da ação inspiradora de grandes líderes.

Como você mesmo pontuou, Luciano, pode ser o momento exato, único, certo, de usar a visibilidade e o crédito que você conquistou com muito trabalho para apontar a direção que entendemos ser a melhor para o conjunto. Para liderar. Enfim, como descobrir o compromisso de cada um de nós com o nosso destino sem arriscar, empreender, criar, acreditar, agir e transformar?

Mauricio Huertas, jornalista, é secretário de Comunicação do PPS/SP, diretor executivo da FAP (Fundação Astrojildo Pereira), líder RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), editor do Blog do PPS e apresentador do #ProgramaDiferente