sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Patrimônio paulistano e a chantagem do "Centrão"

Vem se arrastando há algum tempo a novela sobre a atuação do Conpresp (conselho municipal de patrimônio histórico). Os vereadores de São Paulo querem reduzir o poder do órgão, que preserva áreas na cidade e, consequentemente, interfere nos interesses de especuladores imobiliários.

Um exemplo é o antigo Moinho, no bairro da Mooca (fotos), que a comunidade quer preservar e os vereadores, ao contrário, saíram em defesa do empreendedor que pretende construir no terreno vários prédios residenciais.

A polêmica se acirrou quando o prefeito Gilberto Kassab (DEM) e o governador José Serra (PSDB) passaram a defender a autonomia do Conpresp. Vereadores do chamado "Centrão" - grupo capitaneado pelo presidente da Câmara, Antonio Carlos Rodrigues (PR), que reúne vereadores do PTB, PMDB e até do DEM, com reforço do PT - preparam forte reação.

Primeiro, aprovaram projeto que dá à própria Câmara autonomia para decidir sobre o entorno de bens tombados. Só o PSDB e três petistas "rebeldes" (Soninha, Francisco Macena e Carlos Neder) foram contra. O prefeito Kassab anunciou que vai vetar o projeto. A Câmara vai tentar derrubar o veto, mas já anuncia outras formas de pressão (ou, no bom português: faz chantagem).

Duas ameaças concretas dos vereadores: a criação de uma CPI para investigar os tombamentos dos últimos dez anos e uma ação contra a lei de 1985 (do então vereador tucano Marcos Mendonça) que criou o Conpresp.

O pedido de criação da CPI já foi protocolado pelo vereador João Antonio (PT), presidente da CEE (Comissão Especial de Estudos) criada para analisar a situação do Conpresp e apresentar uma proposta de "modernização da legislação" (na foto o vereador ao lado do presidente do Conpresp, Eduardo Lefévre).

Além de Antonio Carlos Rodrigues e João Antonio, formam a linha de frente desta batalha do "Centrão" contra o Conpresp os vereadores Paulo Frange (PTB) e Aurélio Miguel (PR), que estão analisando todos os processos recentes do Conpresp na tentativa de identificar alguma suposta irregularidade, e Toninho Paiva (PR), recém-eleito representante da Câmara no órgão.

"Tomara Deus que não tenha nada, porque eu gosto de preservar patrimônio, mas, se continuarem esses indícios, acho que temos que abrir a CPI", afirma o presidente da Câmara, em tom de deboche.

"A minha maior torcida agora é que o veto venha com [argumento de] vício de iniciativa. Aí, eu entro com uma Adin [Ação Direta de Inconstitucionalidade] e derrubo o projeto-mãe", declara.

O projeto aprovado na semana passada torna o Conpresp um órgão meramente consultivo, pois todas as decisões de tombamento dependeriam de aval do prefeito e a preservação das áreas envoltórias precisariam passar pela Câmara.

Kassab pretende vetar o projeto, mas deve criar outro, mantendo o poder do Conpresp para tombamentos e transferindo para a Prefeitura a autonomia de decidir sobre o entorno das áreas.

O veto atende à forte reação da mídia, além de arquitetos, historiadores e entidades de defesa do patrimônio histórico contra a intervenção da Câmara. Os vereadores, por outro lado, estariam influenciados pelos empresários do setor imobiliário (que tradicionalmente, diga-se, fazem generosas contribuições às campanhas eleitorais).

quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Os 230 novos estagiários da Câmara Municipal

Lá vem a Câmara Municipal de São Paulo virar notícia de novo: cada um dos 55 vereadores terá direito a contratar 4 estagiários, à sua livre escolha. O presidente Antonio Carlos Rodrigues (PR) poderá nomear, além dos 4, mais 10. O argumento: dar emprego à juventude. O contra-argumento: a contratação de mais cabos-eleitorais com dinheiro público.

A inovação do parlamento paulistano custará R$ 2,7 milhões por ano aos cofres municipais. Em cada gabinete serão dois estagiários (estudantes ou recém-formados) de nível superior, com bolsa-salário de R$ 599, e dois de nível médio (R$ 360), mais R$ 150 de vale-transporte e R$ 330 de vale-refeição.

Às vésperas das eleições e somados aos 18 funcionários de livre-provimento que cada vereador tem direito (mais dois concursados "emprestados"), fora outros benefícios oficias (verba de gabinete, gratificações, carro, telefone, despesas postais, provedor de Internet etc.) e extra-oficiais (funcionários indicados na máquina pública, por exemplo), trata-se de um belíssimo reforço para a campanha à reeleição.

Os vereadores também têm à disposição um canal exclusivo de TV. Querem mais: uma emissora de rádio. A Câmara planeja implantá-la em breve, com equipe própria e mantida por empresa privada, para divulgar notícias sobre a Casa. É realmente um mundo à parte.

A Justiça, a imprensa e o "grampo português"

O ministro do STF Ricardo Lewandowski não leva muita sorte com a imprensa. Poucos dias depois de ter sido flagrado pelo jornal O Globo trocando mensagens eletrônicas com uma colega, a ministra Carmen Lúcia, virou outra vez manchete de jornal, dessa vez revelando que o Supremo "votou com a faca no pescoço".

Como a imprensa (a mesma que seria responsável pela tal faca no pescoço e até pela "invenção" do mensalão) descobriu isso? Simples: se fosse piada, teria um personagem de nome Manoel ou Joaquim. Mas não parece ser lusitana a origem do sobrenome Lewandowski. Essa nova modalidade de "grampo português" consiste em falar confidências por telefone em local público, a poucos metros de uma repórter.

As novas revelações de Lewandowski estão relatadas hoje na capa da Folha de S. Paulo pela jornalista Vera Magalhães. Somadas àqueles outros comentários, fotografados diretamente da tela de seu computador, tornam o ministro a principal fonte (involuntária, obviamente) de informações do caso do mensalão. Leia aqui.

As revelações involuntárias do ministro do STF

Veja abaixo alguns trechos da reportagem de Vera Magalhães, manchete da Folha de S. Paulo:

“Em conversa telefônica na noite de anteontem, o ministro Ricardo Lewandowski, do STF, reclamou de suposta interferência da imprensa no resultado do julgamento que decidiu pela abertura de ação penal contra os 40 acusados de envolvimento no mensalão. ‘A imprensa acuou o Supremo’, avaliou Lewandowski para um interlocutor de nome ‘Marcelo’. ‘Todo mundo votou com a faca no pescoço.’ Ainda segundo ele, ‘a tendência era amaciar para o Dirceu’.

Lewandowski foi o único a divergir do relator, Joaquim Barbosa, quanto à imputação do crime de formação de quadrilha para [...] José Dirceu, descrito na denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, como o ‘chefe da organização criminosa’ [...].

O telefonema de cerca de dez minutos, inteiramente testemunhado pela Folha, ocorreu por volta das 21h35. Lewandowski jantava, acompanhado, no recém-inaugurado Expand Wine Store by Piantella, na Asa Sul, em Brasília.

Apesar de ocupar uma mesa na parte interna do restaurante, o ministro preferiu falar ao celular caminhando pelo jardim externo, que fica na parte de trás do estabelecimento, onde existem algumas mesas -entre elas a ocupada pela repórter da Folha, a menos de cinco metros de Lewandowski.

A menção à imprensa se deve à divulgação na semana passada, pelo jornal "O Globo", do conteúdo de trocas de mensagens instantâneas pelo computador entre ministros do STF, sobretudo de uma conversa entre o próprio Lewandowski e a colega Cármen Lúcia.

Nos diálogos, os dois partilhavam dúvidas e opiniões a respeito do julgamento, especulavam sobre o voto de colegas e aludiam a um suposto acordo envolvendo a aposentadoria do ex-ministro Sepúlveda Pertence e a nomeação -que veio a se confirmar- de Carlos Alberto Direito para seu lugar. Lewandowski chegou a relacionar o suposto acordo ao resultado do julgamento.

Anteontem, na conversa de cerca de dez minutos com Marcelo, opinou que a decisão da Corte poderia ter sido diferente, não fosse a exposição dos diálogos. ‘Você não tenha dúvida’, repetiu em seguidas ocasiões ao longo da conversa [...].

No geral, o ministro foi o que mais divergiu do voto de Joaquim Barbosa: 12 ocasiões. Além de não acolher a denúncia contra Dirceu por formação de quadrilha, também se opôs ao enquadramento do deputado José Genoino nesse crime, no que foi acompanhado por Eros Grau.

No telefonema com Marcelo, ele deu a entender que poderia ter contrariado o relator em mais questões, não fosse a suposta pressão da mídia. Ao analisar o efeito da divulgação das conversas sobre o tribunal, disse que, para ele, não haveria maiores conseqüências: ‘Para mim não ficou tão mal, todo mundo sabe que eu sou independente’. Ainda assim, logo em seguida deu a entender que, não fosse a divulgação dos diálogos, poderia ter divergido do relator em outros pontos: ‘Não tenha dúvida. Eu estava tinindo nos cascos’ [...].

Já prestes a encerrar a conversa, o ministro, que ainda trajava o terno azul acinzentado e a gravata amarela usados horas antes, no último dia de sessão do mensalão, procurou resignar-se com a exposição inesperada e com o resultado do julgamento. "Paciência", disse, várias vezes. E ainda filosofou: "Acidentes acontecem. Eu poderia estar naquele avião da TAM".

Além dos trechos claramente identificados pela reportagem, a conversa teve outras considerações sobre o julgamento, cuja íntegra não pôde ser depreendida, uma vez que Lewandowski caminhou para um lado e para outro durante o telefonema.

Logo após desligar, ao voltar para o salão principal do restaurante, Lewandowski se deteve para cumprimentar um dos proprietários, o advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, figura muito conhecida em Brasília e amigo de vários advogados e políticos -entre eles o próprio Dirceu, citado na conversa [...]."

Mapeamento político

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

A grande jogada de Marta Suplicy em São Paulo

Para quem não percebeu ainda, a ministra do Turismo Marta Suplicy está em plena campanha para o Governo do Estado de São Paulo. Frustrada na sua pretensão de ser indicada ministra das Cidades pelo presidente Lula, a ex-prefeita paulistana deu um jeitinho e resolveu por conta própria adaptar a Pasta que lhe coube aos seus interesses particulares.

O encontro estratégico de ontem com o prefeito Gilberto Kassab é só um indicativo do que está por vir. Marta está simplesmente se colocando como principal opositora em São Paulo do PSDB, que governa o Estado há 13 anos, desde a primeira eleição de Mário Covas em 1994. Os tucanos não têm nenhum nome competitivo para a eventual sucessão de José Serra em 2010, se o atual governador deixar o cargo para disputar a Presidência da República.

Com o crescimento de Kassab e a cristalização do favoritismo de Geraldo Alckmin para a Prefeitura, Marta faz uma jogada inteligente: retira seu nome da disputa municipal, preservando-se para a eleição de 2010 e estimulando o racha entre Kassab e Alckmin; enquanto prepara o lançamento de um preposto do seu grupo para disputar a Prefeitura (provavelmente Jilmar Tatto), sem chances reais de vitória, mas que seria o fiel da balança no segundo turno opondo os até então aliados DEM e PSDB.

Mapeamento do Estado

Enquanto assiste de camarote à disputa fratricida entre tucanos e democratas, Marta Suplicy abre o cofre como nunca se viu antes aos prefeitos de municípios paulistas. Sob o argumento do incentivo ao turismo, Marta na verdade libera recursos para obras, infra-estrutura e até saneamento básico, conquistando a simpatia de gestores de todos os partidos e construindo uma rede de relacionamentos que poderá lhe ser útil eleitoralmente em 2010.

O alvo declarado de Marta são as 67 principais estâncias turísticas do Estado, atendendo às reivindicações dos prefeitos e dos deputados federais, por meio das emendas ao Orçamento.

A ministra tem um dado revelador: em 2006 o Ministério do Turismo conseguiu aprovação de 99% das emendas dos parlamentares.

Outra prioridade de Marta é o programa Viaja Mais – Melhor Idade, que vai beneficiar os idosos (segundo a ministra, o país tem 16 milhões de aposentados, dos quais 8 milhões ganham mais de um salário mínimo e se enquadram no perfil do programa).

Quando vamos enxergar nosso potencial turístico?

Enquanto Marta Suplicy usa o Ministério do Turismo para montar uma estrutura eleitoral para 2010, o empresário Ciro Batelli enxerga o pífio aproveitamento do potencial turístico do Brasil.

O currículo de Ciro Batelli é extenso, e ele tem uma série de propostas viáveis e consistentes para o setor. Bem sucedido, foi por 14 anos vice-presidente da rede de hotéis Caesar Palace, com sede em Las Vegas. Formado em Direito; procurador do Estado de São Paulo; presidente do Comitê Nacional Pró-Legalização do Jogo no Brasil; presidente da "Mister Vegas Entertainment", consultoria para hotéis e espetáculos internacionais.

"O Brasil inteiro, com suas inúmeras belezas naturais, 2.045 praias catalogadas, costa de mais de 7.000 km, culinária, alegria, música etc. receberá em 2007 entre 4,5 e 5,5 milhões de turistas. A cidade de Las Vegas, sozinha, receberá entre 40 e 43 milhões de visitantes no mesmo período", compara Batelli.

Defensor da legalização dos hotéis-cassinos no Brasil, "como geração de divisas, empregos e um super estímulo ao setor de turismo", o empresário tem uma visão mais abrangente. "Minha luta no Brasil não se restringe à legalizacao dos hotéis-cassinos, mas principalmente ao desenvolvimento da indústria do Turismo em nosso país."

Para Ciro Batelli, as grandes redes hoteleiras internacionais estão investindo no Brasil enquanto a hotelaria brasileira perde espaço pela deficiência na planificação e na oferta de serviços.

"As estâncias turísticas e balneárias brasileiras estão à míngua fora da temporada de verão. O calendário escolar e de férias poderia ser flexivel em vários níveis para que as férias não fossem tão longas e todas não se concentrassem numa epoca só do ano", sugere.

Sobre a polêmica da legalização do jogo, ele compara: "Em Las Vegas, deserto de Mojave, Deus não fez absolutamente NADA, o homem fez TUDO. No nosso rico Brasil, Deus fez TUDO e o homem absolutamente NADA."

Ciro Batelli vive entre São Paulo e Las Vegas. Está hoje nos Estados Unidos, mas não perde o foco no Brasil. "Neste final de verão, que ainda está demasiado quente, estou curtindo a seleção brasileira disputando o Pré-Olímpico de Basquete em Las Vegas", comenta. "Aqui eu tenho a Globo Internacional e continuo acompanhando os desmandos no Executivo, no Legislativo e infelizmente, agora, até no Judiciário."

Ciro Batelli retorna ao Brasil no final de setembro, quando está marcada a sua filiação ao PPS. Ele propõe ainda um "resgate do orgulho da nacionalidade". O que significa isso?

"Estamos atravessando um período muito grave na política brasileira. Deveremos, o mais rápido possível, promover as reformas política, tributária e judiciária, entre outras, sob pena de dúvidas futuras inclusive sobre a importância da Democracia, o que seria um retrocesso absurdo", avalia.

"Este processo saneador na política brasileira é saudável e deve continuar com mais rigor e apoio da sociedade. Outrossim, se não houver uma reformulação profunda na estrutura política e judiciária, não teremos resultados eficazes e tudo terminará, como no passado, em pizza."

É verdade. Venha, Ciro Batelli. Seja bem-vindo ao PPS.

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Corrupção ativa: é a cúpula do PT que elegeu Lula

O STF (Supremo Tribunal Federal) acatou a denúncia do procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, contra os envolvidos no escândalo do mensalão (esquema que financiava parlamentares da base aliada em troca de apoio político) e abriu processo criminal contra os petistas José Dirceu, José Genoino, Silvio Pereira e Delúbio Soares, entre outros, por corrupção ativa e formação de quadrilha.

Segundo o procurador-geral da República, o "núcleo político" integrado por eles tinha um modus operandi bem definido.

"Tinha entre seus objetivos angariar ilicitamente o apoio de outros políticos para formar a base de sustentação do governo federal", afirmou Souza no relatório.

De acordo com o procurador, o pagamento de propina para a base aliada teria iniciado em 2003 e prosseguido até 2005.

"Os elementos expostos estão a indicar crime de corrupção ativa", afirmou o relator do mensalão, Joaquim Barbosa. "Também entendo que há indícios para autoria e materialidade dos fatos", comentou o ministro Carlos Ayres Britto. "Realmente há elementos", disse o ministro Gilmar Mendes.

Em outras acusações da denúncia do mensalão, o STF já transformou em réus o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), que denunciou o esquema em 2005, os publicitários Marcos Valério e Duda Mendonça, os deputados João Paulo Cunha (PT-SP) e Valdemar Costa Neto (PR-SP) e o ex-ministro Luiz Gushiken (Comunicação do Governo). São 40 denunciados, menos o Ali Babá.

Sobre tucanos e urubus...

Só um prazer mórbido ou a "síndrome da melancia", aquela vontade irresistível de aparecer a qualquer custo, podem explicar a "visita" dos deputados da CPI do Apagão ao armazém da TAM que guarda os restos do Airbus A320 que caiu no dia 17 de julho e matou 199 pessoas.

Na foto acima, o deputado Vanderlei Macris (PSDB-SP), meio tucano, meio urubu, ronda a turbina da aeronave. Estava acompanhado dos colegas Ivan Valente (PSOL-SP), Wolney Queiroz (PDT-PE) e Sabino Castelo Branco (PTB-AM).

Não consta que nenhum deles seja técnico no assunto, então resolveram simplesmente criar um factóide para aparecer. Deplorável.

segunda-feira, 27 de agosto de 2007

GPP mostra que Kassab venceria Marta no 2º turno

O prefeito do Rio de Janeiro, Cesar Maia, em seu "ex-blog", comenta a última rodada de pesquisas do instituto GPP, com 800 entrevistas realizadas no dia 25 de agosto.

A intenção de voto para Prefeito de São Paulo: Alckmin 35%, Marta 20%, Kassab 14%, Maluf 10%, Erundina 5%, Paulinho Pereira 1%, Aldo Rebelo 1%.

Em caso de segundo turno, a novidade (além do imbatível Alckmin, que aparece na dianteira em todos os cenários apresentados): Kassab 43% x Marta 40%.

Reveja aqui mais informações sobre a cada vez mais improvável candidatura de Marta Suplicy. Relembre a última pesquisa do Datafolha.

Releia também o último panorama que o Blog do PPS/SP fez sobre o cenário eleitoral paulistano, assim como as principais ações do partido em todo o estado de São Paulo, antecipando 2008.

Lula: depois do Bolsa Família, o bolso companheiro

Nunca antes neste país um presidente da República criou tanto emprego, de forma tão acelerada.

Pois a manchete de hoje da Folha de S. Paulo revela que o governo Lula aumentou em 7,6 vezes o ritmo da criação de cargos comissionados para apadrinhados políticos no segundo mandato.

A média mensal de criação desses postos, os chamados "cargos de confiança", saltou de 23,8 no primeiro mandato para 179,7 entre janeiro e julho de 2007.

Os dados constam da nota informativa 304/07 do Ministério do Planejamento, datada de 16 de agosto, que foi enviada em resposta a requerimento do líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC).

Com quatro páginas, a nota traz o primeiro raio-X da expansão da máquina pública federal no segundo mandato. Os dados mostram que Lula já criou, em 2007, 1.258 cargos comissionados, chegando ao número recorde de 22.345.

Lula herdou do antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, 19.943 desses cargos, o que significa que o aumento em quatro anos e sete meses de gestão petista é de 2.402 postos, o equivalente a 12%.

O PT calcula que cerca de 5.000 cargos de confiança federais são ocupados por filiados. Todos são obrigados a contribuir com uma parte do salário, o "dízimo", para o partido.

A receita petista com esse tipo de contribuição cresceu 545% no primeiro governo Lula, chegando a R$ 2,88 milhões em 2006. Isso gera acusações da oposição de que a burocracia federal foi partidarizada.

"Há uma clara politização do Estado. A burocracia está sendo preenchida por critérios partidários, o que gera problemas de eficiência, como ficou claro recentemente no funcionamento das agências reguladoras", afirma Coruja.

O governo rejeita a acusação com o argumento de que os cargos estão sendo criados para suprir deficiências na administração federal.

Deficiências na administração federal: esta é a chave. A começar pelo ocupante do principal cargo do governo.

Filiação do corinthiano Ronaldo repercute no país

O anúncio da filiação ao PPS do ex-goleiro e ídolo corinthiano Ronaldo Soares Giovanelli e da sua pré-candidatura à Câmara Municipal de São Paulo já repercute positivamente no Brasil inteiro, principalmente entre os paulistanos e torcedores alvi-negros.

De comunidades virtuais no Orkut a diversas rádios no interior do país, da conversa jogada fora em botecos ao Painel da Folha de S. Paulo (ao lado), é crescente a repercussão do assunto.

Como bem definiu o jornalista José Roberto Torero recentemente, no Blog do Torero, ao analisar o resultado da enquete "Meu Goleiro Inesquecível":

Em 1º lugar ficou o senhor Ronaldo Soares Giovanelli. Isso não quer dizer que ele seja o melhor, mas sim o mais lembrado (o que talvez seja mais importante do que ser o melhor). Ronaldo foi símbolo do Corinthians durante uma década e, além de ser bom goleiro, tinha uma personalidade marcante. Era bem-humorado, dava entrevistas polêmicas, adorava seu próprio time e ainda tinha uma banda de Rock. Como um garoto corintiano podia não gostar do cara?

É este cara simples, carismático, simpático e acessível, que vem despertando declarações espontâneas de voto faltando mais de um ano para a eleição, quebrando a resistência e o preconceito de boa parte da sociedade contra os políticos e a política.

"Tem o meu voto", diz um. "Já ganhou", arrisca outro. "Vou transferir meu título de eleitor para São Paulo", exagera um eleitor de Dourados, no Mato Grosso do Sul.

No meio de tanto apoio explícito, há também uma preocupação com o conteúdo das propostas de Ronaldo, para ele não ser "mais um" na política. Está certo. Não basta ser um ídolo ou uma celebridade, é preciso ter preparo, vocação e boa vontade para a vida pública. O ex-goleiro não está aí para brincadeira. Tem responsabilidade e consciência do seu papel. Vai que é tua, Ronaldo! Leia mais.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Direção do PPS reafirma idéia de ter Freire em SP

Na reunião de ontem, entre a direção paulistana do PPS e a comissão nomeada pela Executiva Nacional para discutir as eleições de 2008, houve pelo menos um ponto de consenso: a importância de reposicionar o PPS na sociedade, fortalecer a legenda e construir um projeto alternativo para São Paulo e para o Brasil.

Por unanimidade, os dirigentes paulistanos reafirmaram a intenção de ter o presidente do PPS, Roberto Freire, como candidato à Câmara de São Paulo. Reveja aqui o que o Blog do PPS/SP já publicou sobre esta idéia e um manifesto pela candidatura.

Isso que é "pensar grande"...

Os exemplos saídos da Câmara Municipal de São Paulo sempre merecem destaque. Dessa vez foi o próprio presidente do Legislativo paulistano, Antonio Carlos Rodrigues (PR), que cometeu a brilhante iniciativa de propor o "Dia do Anão".

Se aprovado o projeto de lei do vereador (que tem como símbolo eleitoral uma lâmpada, remetendo às suas grandes idéias), os anões serão celebrados todo dia 20 de janeiro. Disney balançou no túmulo com esse misto de Professor Pardal e Branca de Neve.

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Jornal faz especulação sobre os rumos do PPS/SP

Deu no Jornal da Tarde de hoje, na coluna "Pra começo de conversa":

PPS: concorrer ou não?

Uma comissão da direção nacional do PPS vem hoje a São Paulo cobrar do partido o lançamento de uma candidatura própria à Prefeitura em 2008. Para integrantes da legenda, o recado tem como endereço um cacique local que cultiva o sonho de tornar-se vice na chapa de Geraldo Alckmin (PSDB) ou Gilberto Kassab (DEM). Para a candidatura própria ao governo municipal, o partido sonha com a vinda da petista Soninha.


A nota do jornal faz referência à reunião marcada para esta noite, entre a direção paulistana do PPS e um trio (Francisco Almeida, Paulo Elisiário e Givaldo Siqueira) nomeado pela Executiva Nacional para debater o posicionamento do partido nas eleições de 2008.

Pizzaria Brasil (20 anos no ramo): sob nova direção

Na expectativa do resultado do julgamento dos 40 acusados do mensalão, parece oportuno recomendar o livro "Pizzaria Brasil", de autoria de Cláudio de Oliveira (compre aqui). Acima, todos os presidentes do Brasil dos últimos 20 anos, no traço de Cláudio.

Imperdível desde o prefácio, de Chico Caruso:

Cláudio de Oliveira, cartunista e último comunista, é historiador!

Conheci Cláudio de Oliveira em Natal nos anos oitenta, num salão de humor organizado por comunistas.

Wober Júnior, do Partidão, organizava o evento, para o qual as massas não acorreram. Mas estava lá, eu, Cláudio, Wober, Zé Dias, seu braço direito – ou esquerdo, vá lá.

Tinha também uma senhora simpática, que eu imaginei fosse a nossa Rosa de Luxemburgo, e não muito mais.

Quando soube que o Oliveira tinha conhecido o mundo vermelho in loco, fiquei muito surpreso. Como fico agora, com este livro que está nas suas mãos: é um puta livro de história! E economia, sociologia e política, desses anos recentes.

Uma pesquisa séria e ponderada, como bons comunistas – se existissem mais – deveriam sempre fazer.

E essa quantidade de textos – pra mim, que só faço e leio figurinhas, é surpreendente – quase não deixa ver o excelente caricaturista que o Cláudio sempre foi.

Seus bonecos podem ser facilmente construídos, ou modelados, dada a perfeição de seu conhecimento do caricaturado. Alckmin, Marta, Fernando Henrique, Dona Ruth, Lula, são tão eles mesmos que desconfio que à noite saem do livro e dão uma voltinha.

Um luxo para historiadores, um estímulo aos jovens que não viveram essa época, um registro do que está para acontecer. Grande Cláudio!

Boa dica de leitura sobre problemas urbanos

Outra sugestão de leitura foi enviada ao Blog do PPS/SP por Alberto Aggio, mestre em História pela USP e Professor da UNESP/Franca.

Trata-se do livro "Requalificação urbana, contaminação de solo e riscos à saúde - Um caso na cidade de São Paulo", de Luís Sérgio Ozório Valentim, pela Annablume Editora, que será lançado hoje, quinta-feira, a partir das 18h30, na Livraria da Vila (Al. Lorena, 1731, piso superior - Jardins).

Sumário sintetizado

Prefácio: Gilda Collet Bruna

Apresentação: José Goldemberg

Capítulo 1 Industrialização, contaminação do solo e expansão urbana na capital paulista
Origens do problema
Alterações na geografia da produção: desconcentração e desmonte industrial
O legado ambiental: áreas contaminadas no meio urbano

Capítulo 2 Políticas públicas de regulação de riscos e desenvolvimento urbano
Riscos sanitários e ambientais
Histórico da regulação de riscos e zoneamento das atividades produtivas potencialmente poluidoras
Regulação de riscos e áreas contaminadas

Capítulo 3 Requalificação urbana de áreas contaminadas
Renovação, revitalização, requalificação e outras intervenções no ambiente urbano
Reabilitação/revitalização de áreas industriais degradadas
Bases legais e econômicas para requalificação de áreas contaminadas no município de São Paulo

Capítulo 4 Estudo de caso: contaminação do solo na Vila Carioca
Evolução urbana na região da Vila Carioca
Novas políticas públicas para o disciplinamento do uso e ocupação do solo e fomento ao desenvolvimento urbano da região
A contaminação ambiental decorrente das atividades da empresa Shell do Brasil
Requalificação urbana como instrumento para garantia da saúde e melhoria da qualidade de vida na Vila Carioca

quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Jovem Pan é homenageada pela Câmara de SP

Por iniciativa da vereadora Myryam Athie, a Câmara Municipal de São Paulo realizou ontem à noite uma sessão solene em homenagem à Rádio Jovem Pan pela campanha "Jovem Pan Pela Vida, Contra as Drogas".

A campanha da Pan é um sopro de esperança às famílias que convivem diariamente com este fantasma do mundo contemporâneo, que atormenta a nossa juventude e deixa mães e pais com o coração na boca e de mãos atadas cada vez que os nossos filhos saem para a rua, para a escola, para o trabalho ou para o lazer.

As drogas não deterioram apenas os órgãos e tecidos do corpo humano, mas esgarçam e destroem principalmente o tecido social, a rede de amigos e a fina teia das relações familiares de quem se deixa seduzir por essa armadilha traiçoeira.

O projeto coordenado exemplarmente pela jornalista Izilda Alves, entre outras iniciativas brilhantes da Pan, aborda todos os aspectos fisiológicos e psico-sociais relacionados com o uso de diversas drogas, inclusive o álcool, ajudando na recuperação dos dependentes, na conscientização dos usuários e de seus familiares, e na prevenção do uso casual pelo público potencialmente mais suscetível.

A banalização das drogas, hoje em dia, em todos os ambientes sociais, potencializa extraordinariamente o problema. Já não bastam os conselhos que nós, quando jovens, recebíamos dos nossos pais: não aceite nada de estranhos, cuidado com as más companhias, chegue cedo em casa.

Não existem mais esses limites claramente traçados para a ameaça da experimentação das drogas. Hoje elas estão na escola, na festa, no clube, no cursinho, na faculdade, na praça, na balada, no parque, na casa do amigo, na lanchonete da esquina.

O que Izilda e a Pan conseguem, com a campanha, é explicitar muitas vezes a falta de empenho e o desinteresse das instituições governamentais em fornecer à população informações precisas dos riscos e conseqüências do vício e da dependência química; o descaso com que o tema é normalmente tratado em casa e no meio escolar, notadamente no meio universitário; e a implicação dessa desconsideração na vida psicológica e social da juventude brasileira.

Se a droga já foi sinal típico da contestação e da rebeldia do jovem, de irreverência e insubordinação, hoje, ao contrário, só comprova a submissão covarde ao que há de mais doente e podre do mundo adulto, uma repetição suicida de tudo aquilo que o jovem pensa se opor, mas reproduz às vezes sem nem ao menos se dar conta que está servindo como mera engrenagem do sistema que ele julgava combater.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Jefferson chama Lula de "macaquinho de souvenir"

O presidente nacional do PTB Roberto Jefferson (RJ), ex-deputado federal cassado e pivô do escândalo do mensalão, afirma hoje em seu blog que Lula é o "eterno ausente" das denúncias.

Leia abaixo a nota de Jefferson:

O eterno ausente
Na coluna de hoje em O Globo, Ricardo Noblat diz que "falta alguém na lista dos 40 denunciados por envolvimento com o caso do mensalão". Concordo, falta mesmo; falta o homem que nunca vê, nunca ouve, que nada sabe - é o macaquinho de souvenir. Relendo a denúncia do procurador-geral da República, dom Antonio Fernando de Souza, o impoluto, me inspirei e vou cantar aqui uma marchinha em homenagem a ele, o eterno ausente: "Ô zum-zum-zum-zum-zum-zum-zum, tá faltando um".

Zulaiê "namora" PPS mas casa hoje com o PHS

A ex-deputada Zulaiê Cobra Ribeiro, que nos últimos meses vinha conversando com o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e com a direção do partido em São Paulo, num processo que ela mesma chamou de "namoro", assina hoje a sua filiação ao PHS. Ouça.

Com isso, Zulaiê assume a presidência municipal daquela legenda e torna-se, pelo Partido Humanista da Solidariedade, a primeira pré-candidata declarada à Prefeitura de São Paulo em 2008.

Apesar de ter manifestado várias vezes a sua preferência pelo PPS, e após ter recebido convite formal da direção do partido para a sua filiação, Zulaiê optou pela legenda que lhe garantiu a certeza da candidatura à Prefeitura de São Paulo em qualquer hipótese, independentemente do contexto político-eleitoral no próximo ano e mesmo da vontade de seus filiados e militantes na convenção partidária que escolhe a chapa de candidatos a prefeito e vereador.

Desejamos sorte e sucesso à Zulaiê nesta nova trajetória política.

segunda-feira, 20 de agosto de 2007

Veja tudo sobre a Conferência Caio Prado Júnior

Veja aqui a cobertura completa da Conferência Caio Prado Júnior, evento suprapartidário organizado pelo PPS no último fim-de-semana, em Brasília, para debater o que é ser uma esquerda democrática nos dias de hoje e começar a estruturar um projeto alternativo para o Brasil.

Intelectuais, políticos, sindicalista e representantes de diversos setores da sociedade se debruçaram, durante três dias, sobre oito temas em painéis realizados na Câmara dos Deputados. Além disso, milhares de pessoas participaram das discussões e da apresentação de propostas pela Internet.

Os temas debatidos foram: A identidade da esquerda no século XXI; a globalização e a nova sociedade do conhecimento; o poder local e os desafios da vida urbana; a questão ambiental e um novo modelo de desenvolvimento; a reforma democrática do estado e a república que queremos; a educação, a ciência e a tecnologia; a cultura e a questão da contemporaneidade; e uma nova cidadania, uma sociedade em rede e a crise de representação política no Brasil.

A idéia original da Conferência Caio Prado Júnior será transformada em um fórum permanente de debates sobre os rumos da política e da esquerda democrática no Brasil e no mundo.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Blog adere ao minuto de silêncio do "Cansei"

Para descanso dos amigos e alívio dos inimigos, o Blog do PPS/SP adere ao minuto de silêncio pelo Brasil. Aliás, não só um minuto, mas 4.320. Três dias inteiros de silêncio.

Aproveitando a oportunidade, acompanharemos neste fim-de-semana, em Brasília, a realização da Conferência Caio Prado Júnior, painel de debates suprapartidários sobre os rumos da esquerda democrática e um projeto alternativo para o país. A cobertura online do evento poderá ser encontrada nos portais do PPS e da própria Conferência na Internet.

Os leitores e simpatizantes do Blog do PPS/SP terão essa merecida trégua. Na segunda-feira, 20 de agosto, voltaremos com força redobrada, para alegria de uns e tristeza de outros. Reveja aqui a nossa participação nas atividades que antecederam o evento.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Iniciativa do PPS paulistano ganha versão carioca

A idéia que o PPS/SP teve de lançar a candidatura de Roberto Freire a vereador de São Paulo, para reposicionar o partido e qualificar o debate político nas eleições municipais de 2008 através da sua principal liderança nacional, ganhou uma versão carioca: o PSOL planeja lançar a ex-senadora Heloísa Helena à Câmara do Rio de Janeiro.

Assim como Roberto Freire deve transferir seu domicílio eleitoral de Pernambuco para São Paulo, Heloísa Helena trocaria Alagoas pelo Rio, para disputar uma eleição sui generis - com o debate já pautado pelas questões nacionais e fortemente influenciada pela corrida sucessória de 2010.

Segundo pesquisa obtida pelo PPS/SP, 59% dos eleitores paulistanos acreditam que o fato de Roberto Freire disputar em 2008 uma vaga para vereador de São Paulo, depois de ter sido senador, deputado federal e candidato a presidente da República, é bom para sua carreira política, enquanto 21% acham que é ruim. Para 6%, isso é indiferente; e 13% não souberam responder.

Mais de 1/3 dos eleitores consultados (34%) opinaram que essa candidatura demonstraria que ele tem coragem para recomeçar sua trajetória política em outro estado, e que essa atitude honra e prestigia a cidade escolhida.

Veja aqui os detalhes da pesquisa sobre a imagem do PPS e o potencial de votos de Roberto Freire em São Paulo.

A Igreja "cansou" de fazer política?

Quanto mais a gente reza, mais assombração aparece. Quer dizer então que a Igreja proibiu o ato do "Cansei" na catedral da Sé? Uai, que estranhas essas idas e vindas da cúpula do catolicismo.

Quando a classe média conservadora se reuniu na "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" legitimando um golpe contra a Democracia, recebeu o apoio da Igreja. Passados quarenta anos, quando a classe média enfim acorda, após uma longa e tenebrosa hibernação, para um movimento pacífico, democrático e inofensivo, recebe a condenação da Igreja. Vai entender...

A Arquidiocese de São Paulo proibiu o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o "Cansei", de realizar o ato programado para amanhã, sexta-feira (17/8), na catedral da Sé, em São Paulo.

Além do ato, a intenção do "Cansei" é fazer um minuto de silêncio, às 13h, em memória das vítimas do acidente da TAM. Personalidades famosas, entre artistas, atletas e empresários, como Ana Maria Braga, Fernando Scherer e Osmar Santos, já confirmaram a participação no ato.

Segundo nota divulgada pela arquidiciocese, o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, não autorizou o ato.

"A arquidiocese não desautoriza o movimento, mas deixa claro que não encabeça o protesto e nem participa de sua organização", afirma a nota.

A nota informa ainda que a arquidiocese de São Paulo já participou de um ato religioso pelas vítimas do acidente da TAM e também celebrou missa pelos falecidos daquele trágico acidente. "A arquidiocese renova sua solidariedade para com os familiares das vítimas e suas preces pelos que perderam sua vida no acidente", diz a nota.

O "Cansei", também por meio de nota, informa que o ato cívico e o culto ecumênico irão acontecer no mesmo horário, só que, agora, em frente à catedral, na Praça da Sé.

Engraçado o posicionamento da Igreja contra a manifestação. Seria para poupar o status quo petista, que cresceu e frutificou dentro das Comunidades Eclesiais de Base?

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Prestação de Contas: o PPS e o Esporte em SP

Com o início antecipado da corrida eleitoral paulistana, após a divulgação das primeiras pesquisas de intenção de voto para 2008, surgem também os famosos engenheiros de obras prontas.

Portanto, nunca é demais listar algumas realizações do PPS na gestão dos prefeitos José Serra e Gilberto Kassab.

O ex-secretário de Esportes, Lazer e Recreação da Cidade de São Paulo, Heraldo Corrêa (foto), por exemplo, lembra que de janeiro de 2005 a janeiro de 2007, coube aos representantes do PPS naquela secretaria, entre outras realizações:

* Reforma e ampliação do COTP – Centro Olímpico de Treinamento e Pesquisa;

* Aquisição de equipamentos de Ginástica Olímpica Masculina e Atletismo;

* Empenho para reforma da Pista Olímpica e respectiva infra-estrutura;

* Reforma e Ampliação da Escola de Futebol Jack Marin;

* Implantação de mais de 400 de Ruas de Lazer, ampliando de 350 para mais de 750 ruas;

* Mais de 60 convênios para o desenvolvimento de atividades com as mais diferentes entidades administradoras das modalidades esportivas do estado de São Paulo;

* Financiamento para mais de 80 CDMs realizarem suas reformas;

Entre inúmeras outras iniciativas esportivas e de inclusão social, se mais não foi realizado, isso se deveu à subordinação dos clubes da cidade à Secretaria de Coordenação das Subprefeituras, por imposição do então secretário Walter Feldman, o que impediu qualquer intervenção esportiva dentro das unidades vinculadas àquela Pasta, mesmo com pedido de realização do então prefeito Serra.

Leia também o artigo "Trabalhar por Esporte" e um resumo do trabalho de implementação e controle dos programas, atividades e políticas esportivas do município nos cerca de 200 Clubes da Comunidade (CDMs) e outros 200 equipamentos esportivos da Prefeitura de São Paulo; entre eles o Programa “Mais Esporte”, que atende mensalmente 10 mil crianças e adolescentes de 7 a 17 anos da rede pública de ensino.

Cidadãos paulistanos aprovam limpeza urbana

Nesta mesma linha de prestação de contas do trabalho efetuado por representantes do PPS na Prefeitura de São Paulo, é importante ressaltar que a limpeza pública na capital é o item de maior satisfação na avaliação atual dos paulistanos, segundo pesquisa do Datafolha.

A Secretaria Municipal de Serviços, responsável, entre outras funções essenciais, pelo setor de limpeza urbana, é conduzida pelo deputado federal licenciado Dimas Ramalho (PPS/SP) desde novembro de 2006.

Agora, pesquisa divulgada pelo instituto Datafolha coloca os serviços de limpeza urbana como os mais bem avaliados pelos munícipes, com um índice de aprovação de ótimo/bom por 64% dos entrevistados.

O levantamento compara ainda que, em gestões anteriores, a coleta de lixo apresentava o segundo lugar como maior problema da cidade, por conta de dívidas das empresas de coleta e também por greves que atingiram o setor. Na atual gestão, mesmo com dificuldades como a reavaliação dos contratos de concessão, vida útil dos aterros sanitários e o enfrentamento de uma greve de lixeiros, ocorre uma ampla aprovação por parte dos munícipes.

Para o secretário municipal de Serviços, Dimas Ramalho, esses números reforçam e demonstram ainda mais a seriedade do serviço prestado à população em relação ao lixo gerado na capital.

“São resultados que vêm ao encontro do trabalho proposto pela gestão dos prefeitos José Serra e Gilberto Kassab e que procuramos melhorar cada vez mais. O objetivo é que a satisfação seja maior, todas as solicitações possam ser atendidas e tenhamos uma cidade mais limpa e com qualidade de vida. Essa é a nossa meta, também fruto do pensamento progressista do nosso partido”, afirma Ramalho.

Auditoria do TCE aprova serviços

Auditoria realizada pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP), órgão de caráter fiscalizador que também promoveu avaliação nos meses de fevereiro e março, apontou que os serviços de varrição e complementares têm uma aprovação de qualidade de 65,12%.

Câmara aprova "anistia" ao troca-troca partidário

Foi uma espécie de expresso da meia-noite. À revelia do STF (Supremo Tribunal Federal), que já havia manifestado entendimento que o mandato pertence aos partidos, não aos parlamentares, a Câmara dos Deputados aprovou ontem às 23h45 uma anistia ao troca-troca partidário. Liberou geral.

Mudanças de partido já efetuadas, ou as que ocorram até 30 de setembro deste ano, serão aceitas. Além disso, será aberta a brecha de um mês, sempre no terceiro ano de cada legislatura, para que os políticos continuem a mudar de partido segundo suas conveniências eleitorais. Parece coisa de futebol europeu (sem a mesma organização, obviamente). Mas o mercado estará aberto para a "compra" e "venda" de deputados.

O projeto de lei foi aprovado por 292 votos contra 34, mas pode ser alterado por meio de emendas ainda pendentes de votação. Em seguida, segue para o Senado.

A nova legislação determina que "ficam resguardadas e convalidadas todas as mudanças de filiação partidária constituídas até a data de 30 de setembro de 2007, não incidindo nenhuma restrição de direito ou sanção". Além disso, altera o Código Eleitoral proibindo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) de aplicar retroativamente interpretações da legislação.

Só poderá perder o mandato e se tornar inelegível por quatro anos os políticos que trocarem de sigla fora da "janela" de 30 dias - o mês de setembro do ano anterior às eleições. Hoje, a única restrição à mudança de partido ocorre no ano anterior à eleição, já que quem não estiver filiado por ao menos 12 meses antes da eleição está impedido de disputá-la.

O projeto de lei foi elaborado e apoiado pelos principais partidos que se beneficiaram do troca-troca nos últimos anos, como PR, PTB, PP e PMDB. Apenas PPS, DEM, PSDB e PSOL se colocaram contra.

Faça o que eu mando, mas não faça o que eu faço

Durante o governo FHC, enquanto o PT estava na oposição, valia fazer coro contra a Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF).

Criado como provisório, o tributo (que nasceu chamado de "imposto" e acabou disfarçado de "contribuição" para burlar o princípio da anterioridade tributária plena) já foi prorrogado várias vezes, em afronta direta ao texto das emendas constitucionais que o instituíram e prorrogaram.

Contra a CPMF, o PT recorreu à Justiça. O ex-PT, aquele que era competente na oposição e é um verdadeiro fiasco no governo, alegava que o tributo veio acompanhado de inconstitucionalidades.

O discurso mudou. A prática, idem. Quem atacava a CPMF, hoje a defende com unhas e dentes. Quem a instituiu, ao contrário, hoje lidera movimento pelo seu fim. Vai entender...

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Começa nesta sexta a Conferência Caio Prado Jr.

A Conferência da Esquerda Democrática "Caio Prado Júnior", encontro suprapartidário que o PPS promoverá neste fim-de-semana (17 a 19 de agosto), em Brasília, pretende debater o que é ser uma esquerda moderna, suas características e o seu projeto transformador para o Brasil, em homenagem ao centenário de nascimento do historiador marxista Caio Prado Júnior (1907-1990).

Reuniões preparatórias estão sendo organizadas em todo o país. Propostas, análises, críticas e sugestões são recebidas pelo PPS e publicadas em um site específico do evento (www.ccpj.org.br).

Já estão integrados aos debates personalidades como Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Jarbas Vasconcelos (PMDB), Luiza Erundina (PSB), Cristóvam Buarque (PDT) e Fernando Gabeira (PV), entre outros.

Veja aqui como participar da Conferência, neste final de semana em Brasília.

"É uma conferência política que tem como objetivo contribuir no debate para que a esquerda brasileira tenha capacidade de definir um projeto para o Brasil, definindo-se inclusive como esquerda", explica o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. "Essa é a crise pela qual passa o pensamento progressista em todo o mundo.”

Temas como meio ambiente, crescimento econômico, justiça social, desenvolvimento e distribuição de renda devem estar entre as prioridades dos debates.

O PPS/SP está participando ativamente dos debates, desde a primeira reunião preparatória da Conferência, realizada em fevereiro (relembre aqui), até uma série de propostas, artigos e entrevistas apresentadas no Blog e nos sites do partido.

Reveja aqui o seminário "Visão Crítica da Política Econômica", promovido no dia 3 de agosto, na Assembléia Legislativa, com a participação dos economistas Luiz Gonzaga Belluzzo, Yoshiaki Nakano, Júlio Sergio Gomes de Almeida e Gilberto Dupas.

Entre as centenas de propostas encaminhadas, o ranking do site da Conferência registra "Juventude: Cidadania, Educação e Cultura" (leia), do PPS/SP, como a "mais lida" e a "mais polêmica".

Entre as cinco "mais aplaudidas" pelos visitantes do site, as três primeiras são originárias do Blog do PPS/SP: esta sobre a juventude; "S.O.S. Planeta Terra: faça já a sua parte!" (leia) e "O PPS e a neutralização do carbono" (acompanhe).

Entrevistas

O Blog do PPS/SP também realizou uma série de entrevistas exclusivas sobre os rumos da esquerda no Brasil e a importância da Conferência Caio Prado Júnior. Veja alguns trechos abaixo:

Juca Kfouri: “Gostaria de acreditar que a Conferência Caio Prado Júnior possa ter o papel de refundar um pensamento de esquerda no país, algo que parece ter virado palavrão.” (leia mais)

Rodolfo Konder: "Os partidos vivem uma crise porque não souberam compreender as mudanças, nem respeitar valores éticos essenciais, nem incorporar novos temas como o aquecimento global, por exemplo. Uma política de esquerda deve apontar caminhos para o futuro." (leia)

Luis Nassif: “Nem esquerda, nem direita conseguiram produzir uma síntese ou empunhar a bandeira do desenvolvimento com inclusão social. O espaço da esquerda está vago de idéias. Mais do que nunca é importante definir pontos programáticos nítidos.” (leia)

Lars Grael: “A esquerda precisa atualizar seu discurso com novo programa, novos ideais, novas metas e priorizar valores que estavam na periferia do debate como: Meio-Ambiente, Esporte, Cultura, Lazer, Matriz Energética, Defesa e Soberania Nacional.” (leia mais)

José Dirceu: “Ser de esquerda é alargar e aprofundar a democracia e lutar pela igualdade, contra a discriminação e o preconceito, particularmente, contra o racismo e todo o tipo de discriminação contra os homossexuais e o portador de deficiência. Ser de esquerda é lutar pela paz no mundo, pela preservação do meio ambiente. É estar ao lado da juventude brasileira na sua luta por dignidade. Ser de esquerda é antes de mais nada, ser a favor da igualdade, da justiça e da liberdade.” (leia mais)

Demétrio Magnoli: "Talvez seja a oportunidade de capturar as bandeiras nunca realizadas do republicanismo radical - e assim reinventar a esquerda no Brasil. Há demanda por um partido e um programa desse tipo. No fim, quem sabe o PPS venha a ser o partido que o PSDB nunca conseguiu ser?" (leia)

Hamilton Garcia de Lima: "É preciso abrir o PPS - ou qualquer outra organização que daí se produza - para a sociedade, inventando novos métodos de organização em rede e rompendo com o modo tradicional de fazer política, centrado exclusivamente nos interesses eleitorais dos parlamentares." (leia)

Luiz Sérgio Henriques: "É possível dizer, esquematicamente, que hoje os partidos e o mundo da política aparecem descolados da sociedade, aparecem mais como agências de governo do que como representantes da sociedade. A única certeza, neste ponto, é que o fosso crescente entre política e cidadania é o caminho para o desastre." (leia)

Nádia Campeão: "A Conferência certamente já acerta homenageando o pensamento de Caio Prado Júnior. Mas entendo que é tarefa de primeira ordem de todos os brasileiros preocupados com os destinos da nação debruçar-se sobre qual desenvolvimento serve ao nosso país, como enfrentar e superar o ainda enorme abismo social, como aprofundar a democracia e não restringi-la, e qual arco de forças sociais e politicas é capaz de conduzir estes processos." (leia)

Artigos

Outra contribuição do PPS/SP para a Conferência são os artigos publicados de personalidades como Alberto Aggio, Marco Vinício Petrelluzzi, João Batista de Andrade, Carlos Heitor Cony, entre outros.

Leia também reportagem e artigo sobre: "O que é ser de esquerda hoje?"

Marta Suplicy descarta prefeitura e cogita governo

O primeiro efeito concreto da pesquisa Datafolha que registra o franco favoritismo da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo e um surpreendente crescimento do nome de Gilberto Kassab (DEM) para se viabilizar à reeleição foi uma declaração da ministra Marta Suplicy (PT), nesta segunda-feira, descartando a eleição de 2008 e cogitando disputar o governo do Estado em 2010.

O PT paulistano já admite perder a prefeitura e juntar os cacos para a sucessão de Lula. O alto índice de rejeição da ex-prefeita (36%) combinado à liderança folgada de Alckmin em todos os cenários apresentados e à consolidação da imagem de Kassab como um bom prefeito, apresenta um risco que a Ministra do Turismo de Lula não parece disposta a correr.

Uma segunda derrota consecutiva à prefeitura seria demais para o perfil e a personalidade de Marta. Além disso, ao evitar a disputa municipal em 2008, ela continua surfando na onda de popularidade do governo Lula e se coloca como uma alternativa da máquina petista tanto para o governo do Estado de São Paulo como para a própria sucessão presidencial.

Se o PT não tem um nome forte para a Prefeitura de São Paulo - e, tirando Marta, não tem mesmo-, o problema se inverte para 2010, quando é o PSDB que terá dificuldade para encontrar um nome de consenso e peso eleitoral para suceder José Serra. Afinal, com a provável candidatura do governador Serra à presidência e Alckmin possivelmente "preso" à cadeira de prefeito, o PT já dispara em vantagem para o governo de São Paulo.

No PSDB despontam os nomes do atual vice-governador Alberto Goldman ou do secretário Aloysio Nunes Ferreira como eventuais candidatos ao governo do Estado em 2010. Nada que faça sombra, por enquanto, ao potencial eleitoral de Marta Suplicy.

É o mesmo caso das opções petistas para a Prefeitura de São Paulo em 2008: o senador Aloizio Mercadante (9% a 12%, dependendo do cenário) e o deputado Arlindo Chinaglia (1%) não ameaçam os favoritos Alckmin (30% a 41%) ou Kassab (10% a 21%). A briga promete.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Datafolha confirma favoritismo de Alckmin em 2008

Pesquisa do Datafolha publicada na Folha de S. Paulo deste domingo aponta que o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB) é hoje, de fato, o nome mais forte na disputa pela Prefeitura de São Paulo.

O tucano lidera todos os cenários em que seu nome é apresentado como candidato para 2008. Os percentuais variam de 30% a 41%, conforme os adversários.

Contra Gilberto Kassab (DEM) e Marta Suplicy (PT), Alckmin tem 30% das intenções de voto. A petista fica com 24%. Kassab aparece com 10%, tecnicamente empatado com os ex-prefeitos Paulo Maluf (11%), do PP, e Luiza Erundina (9%), do PSB. Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força Sindical (PDT), tem 5% da preferência.

A ministra do Turismo, Marta Suplicy, enfrenta 36% de rejeição, segundo o Datafolha. Os outros nomes têm os seguintes índices de rejeição: 52% (Maluf), 25% (Kassab e Erundina), 15% (Paulinho) e 12% (Alckmin).

Leia aqui todos os cenários da pesquisa Datafolha.

A imagem do PPS e do presidente Roberto Freire

Este Blog teve acesso também a uma pesquisa inédita e independente realizada na cidade de São Paulo, com a avaliação da imagem do PPS e do presidente nacional do partido, Roberto Freire.

Imagem do PPS

A maioria dos eleitores (61%) já tinha ouvido falar do PPS antes; contudo, somente 2% disseram que conhecem bem o partido, 13% mais ou menos e a maior parte (46%) somente de nome; 39% não tinham ouvido falar do PPS antes de serem questionados a respeito.

Quanto ao significado da sigla PPS, 8% responderam corretamente Partido Popular Socialista, 17% arriscaram respostas erradas e 3 de cada 4 (75%) assumiram não saber responder.

No que se refere aos atributos investigados, o PPS é associado mais positivamente que negativamente a "idéias modernas", "defesa da justiça social", e um partido que "combina com a cidade de São Paulo".

Por outro lado, nos atributos "honestidade" e "defesa dos interesses de classes sociais", a imagem do PPS mistura-se à geléia geral da falta de credibilidade na política e nos políticos: a maioria da população associa todos os partidos à corrupção e à defesas dos mais ricos.

Quanto ao posicionamento político em relação aos governos federal, estadual e municipal, os entrevistados enxergam o PPS como um partido que faz oposição aos governos de Lula e de Kassab, e nota-se um equilíbrio quanto ao governo Serra.

Identidade paulistana

Quanto ao desempenho do PPS na defesa dos interesses da população paulistana, 17% têm uma avaliação positiva (3% ótimo e 14% bom), 30% regular e 13% negativa (6% ruim e 7% péssimo); uma parcela significativa de 39% não soube avaliar.

Distribuindo-se o regular (14% de regular para bom, 11% de regular para ruim e 6% regular-regular, nem bom nem ruim), o índice de aprovação (soma da avaliação positiva + regular/positivo) em relação ao desempenho do PPS na defesa dos interesses é de 31% e o de desaprovação (soma da avaliação negativa + regular/negativo) de 24%.

O potencial eleitoral de Roberto Freire

Uma parcela considerável de 41% dos eleitores respondeu que Roberto Freire já foi eleito para algum cargo, sendo que 6% sabem que foi Senador, 11% Deputado Federal, 3% Deputado Estadual, 2% acham que foi Governador, 1% Prefeito e 1% Vereador.

Apesar de acharem que ele já foi eleito, 20% não souberam definir o cargo. Mais da metade (57%) não sabe se já foi eleito e somente 2% acham que nunca se elegeu para qualquer cargo.

Quanto ao desempenho de Roberto Freire nos cargos em que foi eleito, 30% têm uma imagem positiva (6% ótimo e 24% bom), 23% regular (14% regular/bom, 4% regular/ruim e 5% regular/regular, nem bom nem ruim) e 6% negativa (3% ruim e 3% péssimo); uma parcela significativa de 41% não soube avaliar.

O índice de aprovação (soma da avaliação positiva + regular-positivo) em relação ao desempenho de Roberto Freire é de 44% e o de desaprovação (soma da avaliação negativa + regular/negativo) de 10%.

Com relação ao potencial de votos e rejeição de Roberto Freire para vereador em São Paulo, seu potencial nesse contexto de não disputa e sem adversários contrapostos atingiu 32% (8% disseram que com certeza votariam nele e 23% que poderiam votar nele, mas também em outro), contra apenas 10% de rejeição. Mais da metade (55%) afirmou que não o conhece o suficiente para decidir e 3% não souberam responder.

Para 59% dos eleitores paulistanos, o fato de Roberto Freire disputar em 2008 uma vaga para vereador de São Paulo, depois de ter sido senador e candidato a presidente da República, é bom para sua carreira política, enquanto 21% acham que é ruim. Para 6%, isso é indiferente; e 13% não souberam responder.

A maioria absoluta (53%) acredita que o fato dele disputar uma vaga para vereador de São Paulo mostra que ele está disposto a fazer qualquer esforço para voltar a se eleger, independe do cargo, enquanto para cerca de 1/3 (34%) isso mostra que ele tem coragem para recomeçar sua carreira política em outro estado; 12% não souberem responder.

Intenção de voto para prefeito de SP

Os resultados desta pesquisa inédita que chegou ao Blog do PPS/SP coincidem com os índices apontados pelo Datafolha neste domingo, nos vários cenários apresentados.

Uma informação adicional, que não consta na pesquisa divulgada pela Folha de S. Paulo, são os resultados obtidos com a inclusão das candidaturas de Zulaiê Cobra Ribeiro (de 3% a 6%), Guilherme Afif Domingos (2% a 5%) e Lars Grael (1% a 3%).

Leia aqui a avaliação do Blog do PPS/SP sobre as eleições municipais de 2008; veja também o perfil do presidente nacional do PPS, Roberto Freire, e um manifesto pela sua candidatura a vereador de São Paulo.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Participe da eleição dos conselheiros tutelares

Foi publicado o edital com o processo de eleição dos conselheiros tutelares da criança e do adolescente, instalados nas 31 subprefeituras da cidade de São Paulo, para o mandato de junho de 2008 a junho de 2011.

A eleição será no próximo dia 25 de novembro. Os conselheiros são escolhidos através do voto direto, secreto e facultativo. Neste ano, uma novidade importante: cada eleitor poderá votar em apenas um candidato (anteriormente, votava na chapa completa de cinco conselheiros).

As inscrições dos candidatos (com idade mínima de 21 anos) poderão ser feitas pela Internet, no site oficial da Prefeitura, ou diretamente nas subprefeituras, entre os dias 15 e 30 de agosto. Efetuada a inscrição, toda a documentação solicitada deverá ser entregue pelos candidatos entre os dias 3 e 20 de setembro.

Entre os documentos, são requisitados atestado de antecedentes criminais expedido pelas Polícias Estadual e Federal; certidão dos distribuidores Cíveis e Criminais da Justiça Estadual e Federal; título de eleitor e últimos comprovantes de votação; prova de residência etc.

Também será exigido curriculum vitae e declaração de atuação profissional e experiência junto à área de defesa dos direitos e/ou atendimento à criança e ao adolescente, emitida pelo Ministério Público, ou pelo Juizado da Criança e do Adolescente, ou por uma entidade registrada no CMDCA/SP, ou por movimentos populares, ou por instituições governamentais.

Os candidatos inscritos deverão ainda participar de um seminário específico, a ser convocado posteriormente.

Todas as informações sobre o processo eleitoral para os Conselhos Tutelares podem ser obtidas na sede do PPS em São Paulo e nas reuniões que o partido realiza para organizar a sua militância.

PPS/SP - Partido Popular Socialista

Rua Dona Germaine Burchard, 352
Bairro da Água Branca / CEP 05002-061
Tel. 3675-6492 / 2157-8823 / 3477-2388

Troca de gentilezas ou início da guerra eleitoral?

A Câmara Municipal de São Paulo assistiu ontem a formação de uma parceria inusitada na aprovação das contas de diversos ex-prefeitos e do primeiro ano do atual.

Por exemplo: a ex-prefeita Marta Suplicy teve suas contas aprovadas com apoio do DEM (ex-PFL). O PT retribuiu a "gentileza" e aprovou sem ressalvas as contas de 2006 do prefeito Gilberto Kassab.

Por outro lado, os petistas votaram pela rejeição das contas do ex-prefeito José Serra, em 2005; e os tucanos deram o troco: tentaram derrubar, sem sucesso, as contas tanto de Marta Suplicy quanto de Paulo Maluf.

O placar das votações foi bem curioso e revelador de como a política é dinâmica e surpreendente.

Marta teve 37 votos favoráveis e 13 contrários para as contas de 2004 - último ano da gestão petista na Capital.

As contas de Maluf também foram aprovadas: de 1993 (19 votos favoráveis), de 1994 (20 votos a favor) e de 1995 (por 19 votos). Apesar de haver 25 votos contrários às contas de Maluf, prevaleceu o parecer favorável do TCM (que só poderia ser derrubado com 1/3 dos votos da Câmara).

O ex-prefeito Celso Pitta, por outro lado, teve as contas de 1997 rejeitadas por 25 vereadores (11 vereadores defenderam Pitta e foram contra a rejeição) e as de 1998, por 26 votos (com os mesmos 11 apoiadores). Não se atingiu o quórum necessário e a votação ficou pendente.

O placar de José Serra foi de 39 votos pela aprovação e 12 (todos do PT) contra.

Mas o campeão de votos foi mesmo Kassab, que teve aprovadas as contas do primeiro ano de administração por 45 votos (com apenas 3 contrários). Isso que é aprovação! Difícil vai ser o PT criticar na campanha um prefeito tão certinho... ai, ai... essa eleição de 2008 promete!

Novela: o mandato é do partido ou do parlamentar?

Prossegue a novela da fidelidade partidária. Ontem houve mais um capítulo, protagonizado pelo ministro Celso de Mello, do STF (Supremo Tribunal Federal). Ele negou hoje uma decisão liminar para o PSDB reaver os mandatos dos deputados que saíram da legenda.

O pedido dos tucanos se baseou em decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já declarou que em eleições proporcionais os mandatos pertencem aos partidos, não aos políticos eleitos (no caso de deputados estaduais, federais e vereadores). Ou seja, teoricamente, quando um deputado sai da legenda que o elegeu, pode perder o mandato para o seu suplente no partido.

Quem avaliou a decisão de Celso de Mello, porém, consederou-a ambígua. Em seus argumentos, o ministro reconhece que o mandato pertence ao partido político. Na decisão final, entretanto, ele justifica a negativa da liminar porque no passado o entendimento do STF não era esse – e cita algumas decisões anteriores neste sentido.

“Tenho para mim, considerada a essencialidade dos partidos políticos no processo de poder, que não se pode desconhecer o alto significado que assume, na prática da representação política, o instituto da fidelidade partidária, enquanto valor constitucional impregnado de múltiplas conseqüências”, afirma Celso de Mello em sua decisão.

O plenário do STF ainda vai julgar o mandado de segurança do PSDB. Também o PPS e o DEM tomaram iniciativas parecidas. Espera-se um posicionamento definitivo até o final de setembro, para que não restem dúvidas sobre a fidelidade partidária no prazo de um ano que antecede as eleições municipais.

Para efeito comparativo (desanimador!), no caso da regra da cláusula barreira (ou de desempenho, como queiram), o STF demorou 11 anos para dizer que se tratava de algo inconstitucional. Vamos aguardar.

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

No ar, no mar, na terra...

Ontem brincávamos que o mar não está para peixe (nem para Lula molusco). Mas o que dizer então do ar (pós-tragédias da Gol e da TAM) e da terra (com as frequentes crateras do metrô)?

Cenas como estas, até outubro de 2008, podem interferir diretamente nas eleições municipais. Ou seja, candidaturas irão para o buraco antes do tempo.

Se, por um lado, a candidatura de Marta Suplicy sofreu forte abalo após o infeliz episódio do "relaxa e goza", o que dizer das obras subterrâneas do governo do Estado, que no começo do ano já causaram a morte de sete pessoas e ontem voltaram a assustar (por enquanto sem maior gravidade) a já traumatizada população paulistana?

Os tucanos José Serra e Geraldo Alckmin parecem estar em época de muda. Amuados e de bico fechado.