Quanto mais a gente reza, mais assombração aparece. Quer dizer então que a Igreja proibiu o ato do "Cansei" na catedral da Sé? Uai, que estranhas essas idas e vindas da cúpula do catolicismo.
Quando a classe média conservadora se reuniu na "Marcha da Família com Deus pela Liberdade" legitimando um golpe contra a Democracia, recebeu o apoio da Igreja. Passados quarenta anos, quando a classe média enfim acorda, após uma longa e tenebrosa hibernação, para um movimento pacífico, democrático e inofensivo, recebe a condenação da Igreja. Vai entender...
A Arquidiocese de São Paulo proibiu o Movimento Cívico pelo Direito dos Brasileiros, o "Cansei", de realizar o ato programado para amanhã, sexta-feira (17/8), na catedral da Sé, em São Paulo.
Além do ato, a intenção do "Cansei" é fazer um minuto de silêncio, às 13h, em memória das vítimas do acidente da TAM. Personalidades famosas, entre artistas, atletas e empresários, como Ana Maria Braga, Fernando Scherer e Osmar Santos, já confirmaram a participação no ato.
Segundo nota divulgada pela arquidiciocese, o arcebispo de São Paulo, d. Odilo Scherer, não autorizou o ato.
"A arquidiocese não desautoriza o movimento, mas deixa claro que não encabeça o protesto e nem participa de sua organização", afirma a nota.
A nota informa ainda que a arquidiocese de São Paulo já participou de um ato religioso pelas vítimas do acidente da TAM e também celebrou missa pelos falecidos daquele trágico acidente. "A arquidiocese renova sua solidariedade para com os familiares das vítimas e suas preces pelos que perderam sua vida no acidente", diz a nota.
O "Cansei", também por meio de nota, informa que o ato cívico e o culto ecumênico irão acontecer no mesmo horário, só que, agora, em frente à catedral, na Praça da Sé.
Engraçado o posicionamento da Igreja contra a manifestação. Seria para poupar o status quo petista, que cresceu e frutificou dentro das Comunidades Eclesiais de Base?