segunda-feira, 27 de agosto de 2007

Lula: depois do Bolsa Família, o bolso companheiro

Nunca antes neste país um presidente da República criou tanto emprego, de forma tão acelerada.

Pois a manchete de hoje da Folha de S. Paulo revela que o governo Lula aumentou em 7,6 vezes o ritmo da criação de cargos comissionados para apadrinhados políticos no segundo mandato.

A média mensal de criação desses postos, os chamados "cargos de confiança", saltou de 23,8 no primeiro mandato para 179,7 entre janeiro e julho de 2007.

Os dados constam da nota informativa 304/07 do Ministério do Planejamento, datada de 16 de agosto, que foi enviada em resposta a requerimento do líder do PPS na Câmara, Fernando Coruja (SC).

Com quatro páginas, a nota traz o primeiro raio-X da expansão da máquina pública federal no segundo mandato. Os dados mostram que Lula já criou, em 2007, 1.258 cargos comissionados, chegando ao número recorde de 22.345.

Lula herdou do antecessor, o tucano Fernando Henrique Cardoso, 19.943 desses cargos, o que significa que o aumento em quatro anos e sete meses de gestão petista é de 2.402 postos, o equivalente a 12%.

O PT calcula que cerca de 5.000 cargos de confiança federais são ocupados por filiados. Todos são obrigados a contribuir com uma parte do salário, o "dízimo", para o partido.

A receita petista com esse tipo de contribuição cresceu 545% no primeiro governo Lula, chegando a R$ 2,88 milhões em 2006. Isso gera acusações da oposição de que a burocracia federal foi partidarizada.

"Há uma clara politização do Estado. A burocracia está sendo preenchida por critérios partidários, o que gera problemas de eficiência, como ficou claro recentemente no funcionamento das agências reguladoras", afirma Coruja.

O governo rejeita a acusação com o argumento de que os cargos estão sendo criados para suprir deficiências na administração federal.

Deficiências na administração federal: esta é a chave. A começar pelo ocupante do principal cargo do governo.