Lá vem a Câmara Municipal de São Paulo virar notícia de novo: cada um dos 55 vereadores terá direito a contratar 4 estagiários, à sua livre escolha. O presidente Antonio Carlos Rodrigues (PR) poderá nomear, além dos 4, mais 10. O argumento: dar emprego à juventude. O contra-argumento: a contratação de mais cabos-eleitorais com dinheiro público.
A inovação do parlamento paulistano custará R$ 2,7 milhões por ano aos cofres municipais. Em cada gabinete serão dois estagiários (estudantes ou recém-formados) de nível superior, com bolsa-salário de R$ 599, e dois de nível médio (R$ 360), mais R$ 150 de vale-transporte e R$ 330 de vale-refeição.
Às vésperas das eleições e somados aos 18 funcionários de livre-provimento que cada vereador tem direito (mais dois concursados "emprestados"), fora outros benefícios oficias (verba de gabinete, gratificações, carro, telefone, despesas postais, provedor de Internet etc.) e extra-oficiais (funcionários indicados na máquina pública, por exemplo), trata-se de um belíssimo reforço para a campanha à reeleição.
Os vereadores também têm à disposição um canal exclusivo de TV. Querem mais: uma emissora de rádio. A Câmara planeja implantá-la em breve, com equipe própria e mantida por empresa privada, para divulgar notícias sobre a Casa. É realmente um mundo à parte.