segunda-feira, 6 de agosto de 2007

A sucessão paulistana e o momento crucial do PPS

Não adianta tapar o sol com a peneira. O PPS vive um momento crucial: a hipótese de filiação da ex-deputada Zulaiê Cobra Ribeiro e a sua anunciada pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo expõem diferentes pontos de vista sobre o futuro do partido e a nossa política de alianças.

Ninguém mais duvida que a sucessão do presidente Lula, em 2010, será iniciada já nas eleições de 2008.

Em São Paulo, sobretudo com a disputa interna do PSDB entre os grupos de Geraldo Alckmin (mesmo sem confirmar que é pré-candidato já dispara como favorito à Prefeitura) e José Serra (que estimula a reeleição de seu ex-vice e sucessor, Gilberto Kassab), seremos forçados a tomar uma posição clara.

Recapitulando: o PPS aliou-se ao PSDB e ao DEM (então PFL) para eleger Serra prefeito de São Paulo em 2004 (derrotando a petista Marta Suplicy) e governador do Estado em 2006 (sucedendo Alckmin, a quem apoiamos na disputa contra Lula).

Com isso, o PPS integra hoje os governos municipal (gestão Serra/Kassab) e estadual (participou da coligação que elegeu Serra, mas já pertencia à base de sustentação das administrações de Alckmin e, antes, de Mário Covas).

Portanto, são plenamente justificáveis todos os seguintes cenários para o PPS (excludentes entre si, mas jamais contraditórios):

1) Apresentar uma candidatura única a prefeito de São Paulo em coligação com PSDB e DEM;
2) Compor a chapa do candidato Geraldo Alckmin à Prefeitura;
3) Compor a chapa à reeleição do prefeito Gilberto Kassab;
4) Cada partido aliado (PPS, PSDB e DEM) lançar candidatura própria e retomar a aliança no eventual segundo turno das eleições de 2008.


Este último cenário, de acordo com recentes declarações, é o mais provável para o presidente nacional do PPS, Roberto Freire. No entendimento dele, uma candidatura própria fortalece a legenda, dá mais visibilidade às propostas do partido e favorece a chapa de candidatos a vereador.

Dentro desta lógica, é cogitada a candidatura do próprio Roberto Freire à Câmara Municipal paulistana, para qualificar o debate sucessório, ajudando a conscientizar e mobilizar o eleitorado a partir de São Paulo, principal pólo do embate político, sócio-econômico e ideológico que será travado nacionalmente no próximo triênio.