sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Carlos Fernandes: "Haddad e o despreparo da cidade"

Quinta-feira, 30 de janeiro. Sol, pouquíssimas nuvens no céu e uma brisa de 8 km/h. Enquanto isso, o twitter oficial da Prefeitura de São Paulo informa a queda de pelo menos cinco árvores. Assim, do nada. Ao mesmo tempo, semáforos estão pifados em diversos pontos da cidade. 

Como isso se explica? Mesmo sem chuva e sem vento, e apesar dos anúncios frequentes que insistem em divulgar que a cidade está "preparada" para enfrentar o período das enchentes e os problemas rotineiros do verão, a realidade desmente a propaganda enganosa de Haddad.

Não se sabe quantos milhões de reais dos cofres públicos são gastos com estes comerciais de TV, mas o dia-a-dia paulistano desmente esse País das Maravilhas que só existe nas peças de ficção do PT, tanto no governo municipal quanto no federal.

Ruas alagadas e intransitáveis, casas desmoronadas, árvores caídas, semáforos apagados, carros e ônibus submersos, famílias perdendo tudo a cada chuva (sem contar essa "inovação" do caos se repetindo até em dias secos). Essa é a São Paulo que a publicidade do PT esconde.

O Ministério Público listou 422 pontos tradicionais de enchentes na cidade de São Paulo, exigindo intervenção imediata da administração municipal. A Prefeitura anunciou 16 medidas emergenciais de combate às enchentes. A única providência visível, até agora, foi espalhar faixas e placas informativas com o aviso de "área sujeita a alagamento". Parece piada, mas é o retrato fiel da omissão e da irresponsabilidade da atual gestão.

Foram feitas as promessas sazonais típicas: intensificação da limpeza de bueiros e bocas-de-lobo, reorganização da Defesa Civil, monitoramento diário das áreas de risco, melhoria na coleta de lixo e entulho, aceleração dos processos de poda de árvores, entre outras medidas paliativas.

Entre o que saiu escrito no papel e o que se vê efetivamente nas ruas, porém, a diferença é gritante. Se não bastassem as enchentes em pontos tradicionalmente alagáveis, flagramos cenas inusitadas: cheias no viaduto Bresser, no Elevado Costa e Silva, na Vinte e Três de Maio e até mesmo nas vias de acesso à avenida Paulista. 

Se cabe uma ironia sobre esse problema que é crônico, trágico e gravíssimo, diríamos que é a prova de que este governo trata com igualdade toda a população, sem distinção entre pobres e ricos, regiões centrais e periféricas: o descaso é igual com todo mundo. IncomPTência generalizada. Uma lástima!

Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)   


Leia mais:

MP levanta 422 locais que mais alagam em SP e vai à Justiça contra Prefeitura

Haddad anuncia medidas de combate às enchentes em SP

Racismo daltônico: o branco e o preto na ótica petista

"Naquilo que é central, acho que o PT acertou, construiu um novo Brasil e nós estamos pagando pelo que o PT tem de bom, e é isso que desperta a ira da elite branca brasileira, porque muita gente na história faz a opção pela Casa Grande e outros, pela Senzala. Eu fiz a opção pela Senzala."

"Ira da elite branca" (???) "Opção pela Senzala" (???)

Quem disse isso, afinal??? Teria sido Martin Luther King, ou talvez Nelson Mandela, ou até Zumbi dos Palmares, já que faz referência direta ao Brasil??? Se fosse um deles, até poderíamos refletir sobre o seu verdadeiro significado, nestes 514 anos de história mal contada do descobrimento de um País que ainda tenta se firmar como Nação.

Mas, espera lá!!! E essa citação aos "acertos do PT"??? Não venha me dizer que a afirmação preconceituosa é de um quadrilheiro prestes a perder seus direitos políticos, ter um mandato popular cassado legitimamente na Justiça e a puxar anos de cadeia??? Não pode ser!!!

Se já é repugnante esse petismo exacerbado, burro mesmo, exalado nas redes sociais por muita gente protegida pela sensação de anonimato da internet, ou mesmo por "militontos" do PT que mostram a cara para fazer a defesa cega de um modus operandi criminoso, o que dizer quando a declaração acima é dada na entrevista de um ex-presidente da Câmara dos Deputados recém condenado pelo STF a nove anos e quatro meses de prisão, o ainda deputado João Paulo Cunha (PT-SP)?

Pior: na entrevista, o BRANCO João Paulo Cunha faz vários ataques ao NEGRO Joaquim Barbosa, a quem, entre outras coisas, acusa de "falta de civilidade, humanidade e cortesia", além de "cruel", "desrespeitoso""pirotécnico" e em busca de "mais dois minutos de repercussão".

Parece um tanto descalibrada essa balança do "bem" contra o "mal" na ótica do mensaleiro petista, para depois concluir com essa comparação grotesca e descabida entre Casa Grande e Senzala...

Se não bastassem todos os defeitos, malfeitos e distorções, os PTralhas lançam agora uma espécie de "racismo daltônico"! Além de incapazes de distinguir o partido do Estado, apresentam também uma perturbação na percepção das cores: o BRANCO criminoso vira um coitadinho representante da Senzala, e o NEGRO justiceiro, um reprovável senhor da Casa Grande.

Convenhamos, apesar de abjeto e desprezível, nada que surpreenda vindo do PT, que já associou o ministro Joaquim Barbosa à imagem de um macaco e põe a culpa até da rejeição dos já famosos "rolezinhos" na tal "elite branca".

Como fez a ministra da (des)Igualdade Racial, Luiza Barrios, à "reação de pessoas brancas" que frequentam os shoppings e "se assustam com a presença dos jovens (negros)", quando na realidade pobres e ricos, brancos e negros, jovens e adultos, consumidores e lojistas, estão unidos em sua maioria (82%, segundo pesquisacontra o tumulto causado nestes centros de compras e lazer - e aqui não há nenhuma luta de classes, ou muito menos um embate genético.

O fato é que o PT (dos brancos Lula e Dilma, Zé Dirceu, Genoíno, Delúbio, João Paulo, e associado aos brancos Sarney, Maluf, Collor etc.), diante da sua incapacidade governamental (e falência ideológica), aposta todas as fichas na divisão de classes e no acirramento do ódio (social, político, regional, econômico, racial) para se perpetuar no poder. Até quando?

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Bolsa Família: a fórmula do sucesso eleitoral do PT

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quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Carlos Fernandes: "A cidade poluída de Haddad"

Que o ar de São Paulo é irrespirável, todos sabemos e sentimos diariamente. Porém, que os problemas causados pela poluição atmosférica da cidade sejam agravados ainda mais pela inoperância, incapacidade e irresponsabilidade do prefeito Fernando Haddad, é um absurdo intolerável para qualquer cidadão. Um verdadeiro crime!

O descaso da gestão petista com o serviço de inspeção veicular se arrasta sem solução há um ano. A Prefeitura cancelou o contrato do município com a Controlar, empresa que monopolizava a fiscalização sobre o nível da poluição emitida pelos automóveis em São Paulo, e não apresentou nenhuma alternativa (nem melhor, nem pior) ao vazio provocado.

Até hoje, o serviço só não havia sido integralmente suspenso por força de uma liminar obtida pela própria empresa. Veja que ironia: graças ao interesse econômico da Controlar, a cidade de São Paulo acabou indiretamente preservando um benefício absolutamente necessário para manter algum controle sobre a emissão de gases poluentes. Porque, se dependesse de alguma iniciativa da gestão Haddad para preservar a saúde da população e a qualidade de vida na metrópole, estaríamos abandonados ao acaso.

É um direito do prefeito querer acabar com a inspeção veicular, se assim desejar a sua administração, ainda que tal medida fosse contrariar a lei federal, a lógica e o bom senso, e seguir no sentido oposto ao de todas as cidades mais desenvolvidas do planeta. Mas nem isso Haddad deixa claro: se é contra ou a favor da inspeção veicular. Ele é simplesmente omisso.

Usou como argumento que a sua gestão iria melhorar e ampliar o serviço, distribuindo-o entre pelo menos quatro regiões, com empresas diversas, mas há um ano no cargo foi incapaz de definir o modelo de licitação, as novas regras da inspeção e as orientações básicas para tirar do limbo o motorista paulistano, que não sabe nem sequer como fazer para licenciar o seu veículo, qual será a taxa a ser paga e a sua periodicidade.

Quer dizer, diante de tamanha desinformação e desinteresse, talvez só caiba um conselho a Fernando Haddad: comece a trabalhar, senhor prefeito! Está na hora de assumir as responsabilidades do cargo e olhar para a cidade com a incumbência que a maioria do eleitorado lhe confiou no voto. Nem cobramos qualidades que lhe faltam. Apenas pedimos que honre o seu papel de gestor público - e que estes quatro anos passem rápido, para o bem de São Paulo, que não merece os desatinos (e o ar pesado) do PT. 

Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)

Leia mais:

Trator de Haddad acaba com inspeção veicular anual

Veja 3 contradições na inspeção veicular de Haddad

Artigo de Ricardo Young sobre a inspeção veicular

Bancada do PPS vota contra projeto do Executivo


PPS apresenta substitutivo à inspeção de Haddad

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Haddad ausente no IRBEM... É, vai mal!

A ausência do prefeito Fernando Haddad (PT) foi o fato político mais significativo no evento da Rede Nossa São Paulo que, em parceria com o Ibope, apresentou hoje a 5ª edição da pesquisa IRBEM (Indicadores de Referência de Bem-Estar no Município). Veja detalhes aqui.

Bastante contraditório para quem prometeu, na campanha eleitoral, participar de todas as iniciativas do tipo. Pior ainda para quem tanto criticava o antecessor, Gilberto Kassab (PSD), justamente por não comparecer aos eventos da Rede Nossa São Paulo.

Do que será que Haddad tem medo? Encontrar a população? Enfrentar as críticas? Ter de prestar contas do seu (des)governo? Assumir a incapacidade e o despreparo para gerir a cidade?

Algumas das conclusões do estudo são:
- Violência em geral, Assalto/roubo e Tráfico de drogas são, nessa ordem, os maiores medos dos paulistanos;

- Caiu de 76% para 71% o número de entrevistados que afirmaram ter utilizado algum tipo de serviço público de saúde em 2013. E de 52% para 41% os que utilizaram os serviços públicos de educação;

- Avaliação da administração municipal: caiu de 17% para 11% os que consideram “ótima/boa”, aumentou de 48% para 49% os que disseram ser “regular” e subiu de 35% para 39% os que afirmaram ser “ruim/péssima”;

- Avaliação das subprefeituras: caiu de 18% para 12% os que consideram “ótima/boa”, aumentou de 45% para 46% os que disseram ser “regular” e subiu de 35% para 39% os que afirmaram ser “ruim/péssima”;

- Avaliação da Câmara Municipal de São Paulo: caiu de 11% para 6% os que consideram “ótima/boa”, de 39% para 37% os que disseram ser “regular” e subiu de 46% para 54% os que afirmaram ser “ruim/péssima”;

Leia mais sobre Haddad e a Prefeitura: 

460 anos de São Paulo: 3 vezes PT. E daí? 

O "prefeito das faixas" segue obrando em São Paulo... 

O Ano Novo e a velha política de Haddad 

Prefeito Fernando Haddad, a vergonha nacional! 

Gestão Haddad: é possível piorar sempre mais!  

O povo não é bobo e vê a ruindade de Haddad

domingo, 19 de janeiro de 2014

460 anos de São Paulo: 3 vezes PT. E daí?


Nesta semana, a cidade de São Paulo vai completar 460 anos de fundação. Muito vai se falar das maravilhas e dos problemas, do amor (e do ódio) do cidadão paulistano pelo gigantismo da metrópole. Afinal, assunto não falta para falar da maior capital do país.

Pois vamos fazer algo diferente. Vamos resgatar um texto de 2004, quando São Paulo comemorava seus 450 anos. Aquele era, há 10 anos, o último da gestão da petista Marta Suplicy (2001-2004), passados outros 15 anos da primeira experiência do PT na Prefeitura, com a surpreendente eleição de Luiza Erundina (1989-1992).

Naquele tempo, figuras emblemáticas como Paulo Maluf ainda eram tratadas como inimigas do PT. Acompanhando o noticiário atual, parece que muita coisa mudou na política e naquele partido, que de modelo exemplar na oposição passou a caso de polícia no governo.

Agora, 25 anos depois da eleição de Erundina e 14 anos após a eleição de Marta, São Paulo vive a sua terceira administração municipal petista, sob a gestão de Fernando Haddad. O que será que mudou na cidade nesse tempo todo? O que melhorou? O que piorou? O que continua igual?

Abaixo, a reprodução do artigo sobre os 450 anos de São Paulo, publicado em 2004 nos jornais Diário do Comércio, Jornal da Tarde e Diário de S. Paulo. Confira a sua triste atualidade depois de 10 anos:

450 ANOS. E DEPOIS?
Maurício Rudner Huertas

A cidade de São Paulo, escondida sob um falso espetáculo de progresso e gigantismo, é na verdade uma metrópole desgovernada, mal planejada, centro principal da fragilidade administrativa, social, econômica e da degradação urbana, moral e política.

Rios mortos, poluição incontrolável, trânsito caótico, pedintes e desempregados por todos os pontos, favelas que proliferam diante da cegueira governamental, hospitais sucateados, escolas deterioradas, insegurança crônica. São Paulo é uma cidade em que mais de 10 milhões de pessoas se aglomeram em atividade frenética, fundamentalmente individualista e predatória.

Prefeitos se sucedem no poder, sob a promessa de construir uma sociedade mais moderna e mais humana, da qual os paulistanos possam com justo motivo se orgulhar. Pois não se deve duvidar do potencial e da inesgotável energia de nossa população, consagrada na imagem da "cidade que amanhece trabalhando".

Afinal, que outro centro urbano do país reúne tantas condições para consolidar a ponte para o futuro, se não a cidade que é a capital financeira nacional, que detém as maiores e melhores universidades, a excelência na medicina e no setor de pesquisa científica?

Apesar desse potencial, São Paulo completa seus 450 anos marcada pela crise que praticamente sufoca qualquer esperança de dias melhores. Seria ilusório acreditar que este cenário catastrófico tenha sido causado simplesmente pela atual crise econômica, ou mesmo pela herança nefasta de gestões mafiosas.

A verdade é que São Paulo não encontrou ainda a sua identidade, porque não tem um projeto para si mesma. Diante da inoperância governamental e da apatia da sociedade, nossos defeitos chamam mais a atenção do que nossas qualidades.

São Paulo não tem rosto nem personalidade, é um amontoado de retalhos, embora o marketing, a publicidade e a cosmetologia de Marta Suplicy se esforcem para provar o contrário. A cidade sempre esteve – e permanece – nas mãos de aventureiros que seguem destruindo e descaracterizando ruas, prédios, bairros e praças, descartando e ocultando monumentos e marcos de referência histórica, cultural e geográfica.

O que São Paulo tem a oferecer hoje, ao contrário de outras metrópoles mais desenvolvidas, ou mesmo de outras cidades com apelo turístico, é a antipaisagem. Uma cidade constantemente em obras que somam quase nada ao desenvolvimento e à melhora da nossa qualidade de vida.

Particularmente nas gestões de Paulo Maluf e de Celso Pitta, ficamos reféns de um bando de vereadores corruptos, despreparados e incompetentes. Assistimos impassíveis o crescimento monstruoso da dívida pública para ajudar a manter o poder nas mãos do crime (des)organizado, que loteou a cidade e enlameou a política municipal. O mais trágico é que o PT foi eleito exatamente com a bandeira da mudança, mas não bastaram seus candidatos-milagreiros com promessas eleitoreiras para fazer, em quatro anos, São Paulo despertar para a necessidade vital de uma verdadeira transformação.

O que precisamos, depois de encerradas as inúmeras festividades pelo aniversário de São Paulo, é conscientizar e mobilizar os paulistanos para a criação e a manutenção de um ambiente social saudável, com planejamento, organização comunitária, responsabilidade eleitoral e a diminuição de privilégios.

Entendemos que o nosso papel, a partir de agora, deveria ser justamente o de chamar as lideranças sociais e políticas para o debate programático e para a construção de uma cidade mais humana, justa, ética e solidária. Uma cidade com políticas públicas e parcerias sociais que possibilitem mais rapidamente a inserção dos excluídos, a radicalização da democracia, a plena transparência dos poderes e a construção mais sólida e eficaz das bases da cidadania.

Mas, sobretudo, com ética, moral, sensatez e com o desafio de construirmos uma cidade “nova” em seus 450 anos, que respeite a sua história e a sua vocação, fortaleça democraticamente as suas estruturas e apresente um programa viável para conquistarmos mais dignidade, igualdade e justiça social. Enfim, que nos dê motivos reais e legítimos para festejar.

Maurício Rudner Huertas é secretário de Comunicação do PPS/SP e coordenador da ONG Vergonha Nunca Mais!, pela ética na política.

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dando um rolê na mídia sobre os "rolezinhos"

O tema do momento são os "rolezinhos" em shoppings e espaços públicos (ou privados?) de São Paulo. Como toda novidade, pipocam análises à esquerda, ao centro e à direita, e até as mais estapafúrdias teses sociais, sociológicas, políticas, econômicas, culturais, filosóficas, psicológicas, transcendentais...

O prefeito Fernando Haddad (ao lado do mano Netinho de Paula) mistura autismo social e oportunismo político ao anunciar que vai convocar os "líderes dos rolezinhos" para dialogar. É o deplorável modus operandi da cooPTação. Tipico do PT. Vai dar com os burros n´água. Repete o erro de avaliação das manifestações de junho (lembre: Líder? Que líder? Será o fim da velha política?).

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, do PT, (des)colore a realidade, patrocina a desigualdade e anaboliza o preconceito: "As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens." Ou seja, tudo se resumiria à "segregação racial" contra os negros. Será que dá para ser assim tão radical e ao mesmo tempo tão simplista e inocente?

Na cartilha do PT (ou "manual de vitimização política apelativa para tentativa desesperada de perpetuação no poder"), tudo se resume ao preconceito ou à "luta de classes". E, na visão PTralha, totalmente distorcida pela conveniência, obviamente eles estão ao lado dos oprimidos lutando contra os opressores. Isso teria algum fundamento se um dia acreditarmos piamente que entre os "oprimidos" estão Sarney, Collor, Maluf, Renan, os partidos fisiológicos, os mensaleiros, os banqueiros, os grandes empresários, os especuladores do mercado financeiro, os evangélicos, os ruralistas etc.

Até lá, a verdade é - aceitem ou não - que deve ser creditado ao PT o principal motivo desencadeador desses "rolezinhos": resultado materializado da falsa erradicação da pobreza propagandeada pelos órgãos oficiais.

Que alternativa de lazer e cultura, ou que esperança concreta de ascensão econômica e social, oferecem aos jovens que se manifestam nestes "rolezinhos"? "País rico é país sem pobreza", alardeia a presidente Dilma, robotizada pelo marketing. Pois agora resolvam as contradições e consequências da propaganda enganosa e dos 12 anos de (des)governo. O mundo real escapa das fronteiras virtuais.

Fazem do consumismo o termômetro da sociedade e tentam impedir que os jovens mais pobres queiram também se inserir no "mercado" com seus "rolezinhos" ao shopping, tênis colorido, cordão no pescoço, boné e camiseta de grife estrangeira? Ora, ora...

Há na mídia algumas informações e análises que, filtrados os excessos e pinçados alguns bons argumentos, contribuem para a reflexão. Vejamos:

Conheça a história dos 'rolezinhos' em São Paulo 

'Rolezinho' nas palavras de quem vai 

Rolezinho e a desumanização dos pobres 

"Rolezinho" na elite 

Repressão só vai vitaminar rolezinhos

Por que os ‘rolezinhos’ assustam 

"Rolezinhos" se espalham pelo País 

Shoppings do país se preparam para onda de 'rolezinhos'

Guarda é espancado em parque de Guarulhos

Liminares proibindo rolezinhos confirmam segregação

Ver 'rolezinho' como manifestação política é bobagem, diz especialista

 

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

O "prefeito das faixas" segue obrando em São Paulo



Com as últimas notícias sobre a Prefeitura de São Paulo (corte de investimentos em áreas essenciais, ampliação do rodízio para a periferia sem a correspondente melhora do transporte público etc.) fica a dúvida: o prefeito Fernando Haddad é só incompetente, despreparado e irresponsável, ou será também mal intencionado? Não é possível tanta ruindade! (até para os padrões do PT)

Verdade seja dita: ninguém pode acusar Haddad de não fazer NADA. Faz bastante (M****!). E o Blog do PPS não deixa de ressaltar cada medida inovadora do alcaide. Se bem que o destaque se dá quase sempre pela inutilidade da sua gestão ou pelos transtornos causados aos cidadãos paulistanos. Mas talvez Fernando Haddad queira mesmo entrar para a história como o "prefeito das faixas".

Primeiro, foram as faixas exclusivas de ônibus, espalhadas pela cidade e apresentadas como intervenção revolucionária para priorizar o transporte coletivo. Porém, sem que nenhum centavo a mais fosse investido na qualidade e na quantidade dos ônibus - ao contrário, diversas linhas foram cortadas, principalmente na periferia - o que dá uma idéia de quão estéril é a medida, que de fato melhora a velocidade entre um ponto e outro, mas não reduz a espera (e, em vez de melhorar, piora o trânsito).

Agora, na época das chuvas (que ano a ano agrava as enchentes e mata paulistanos), o prefeito mostra na prática o seu anunciado "Plano de Gerenciamento de Alagamentos": vai espalhar faixas pela cidade avisando onde estão as áreas "alagáveis", sugerindo que em dias de chuva os motoristas não trafeguem por esses locais.

Uau! Caramba! Haddad é gênio! Pra que projetos arquitetônicos e urbanísticos caros e complexos se a solução era tão simples? Ipi!!! Ipi!!! Uhaaaa!!! Viva Haddad!!!!!!

Sem nenhuma obra, sem nenhum gasto excedente (a não ser a pintura das faixas, tanto dos ônibus, quanto das enchentes), o prefeito de São Paulo espera ter solucionado milagrosamente dois dos mais graves e crônicos problemas da metrópole!

Reforma de galerias, limpeza de bueiros e bocas de lobo, desassoreamento de rios e córregos, construção de piscinões, aumento da permeabilização do solo, construção de corredores planejados de ônibus à esquerda, com locais de ultrapassagem e conectados a grandes planos de mobilidade... Que nada! Isso tudo é coisa do passado!!! Está aí Haddad, o "novo", para nos ensinar. Obrigado, PT!

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quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

O Maranhão é a cara do Brasil de Dilma e do PT

"País rico é país sem miséria", decreta o slogan bobo e vazio do governo do PT e de seus aliados fisiológicos, como os clãs Sarney, Collor, Gomes, Barbalho, Calheiros & cia. (não faltariam inúmeros outros exemplos), ao mesmo tempo os principais mantenedores e maiores beneficiários da miséria que assola o país.

O Maranhão é o retrato pronto e acabado dos verdadeiros donos do Brasil, que não avançou muito do tempo dos coronéis, e dos atuais inquilinos do poder, essa gangue corporativista e canalha de sanguessugas dos cofres públicos com disfarce assistencialista.

As cenas de terror que vazam nas redes, de presos esfolados vivos e decapitados e de uma criança inocente sendo engolida e morta pelo fogo ateado num ônibus por bandidos soltos nas ruas, frutos da mais absoluta pobreza econômica, carência social e miséria humana, são a verdadeira cara do Brasil.

O Brasil real não é aquele apresentado em pílulas douradas pela propaganda bilionária do governo na TV, o Brasil da Copa, do PAC, do Bolsa Família, do Mais Médicos. Essa é apenas a fachada marqueteira e eleitoreira da podridão da nossa política e do nosso Estado paternalista, ambos falidos.

O Brasil real vê degringolar as ações cosméticas desses 12 anos de governos do PT, sem que as necessárias reformas fossem implementadas, sem que os problemas estruturais crônicos do país fossem minimamente resolvidos.

E a Economia, a Saúde, a Educação, a Cultura, o Trasporte, a Infra-Estrutura, a Habitação, o Meio Ambiente, a Indústria e o Comércio, a Agricultura, o Turismo, a Ciência e a Tecnologia, o Desenvolvimento Social, entre outras, não passam de pastas esvaziadas (e paradoxalmente inchadas) de um governo sem planejamento e sem rumo, que servem apenas para manter pendurados os seus apaniguados.

País rico é país sem miséria. Por isso a presidente Dilma Roussef desfruta ridiculamente de biquini as suas férias nesse verão escaldante e a governadora Roseana Sarney encomenda as suas lagostas e camarões graúdos, com dinheiro do povo, para arrotar o banquete governamental na cara dessa gente que vive às custas de bolsas e de esmolas estatais.

Gil e Caetano cantaram há 20 anos que "o Haiti não é aqui". O Maranhão é.

Mas a música que essa gente que manda no país quer que marque o ano é outra:"Todos juntos, vamos, pra frente Brasil, salve a seleção..."

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terça-feira, 7 de janeiro de 2014

O Ano Novo e a velha política de Haddad

Virou o ano na "folhinha", mas o paulistano já começa o Ano Novo sentindo o ranço da velha política do prefeito Fernando Haddad (PT) e a sua incompetência gritante para gerir a cidade.

As duas notícias do dia: 1) Haddad vai anunciar cortes de investimentos sob a justificativa de não ter conseguido aumentar o IPTU nos índices estratosféricos que pretendia; 2) Haddad diz que vai oferecer emprego aos viciados da Cracolândia para combater o vício e o tráfico.

Duas bobagens absurdas! Nada mudou de 2013 para 2014. Esse prefeito é muito ruim!

Vejamos: a primeira ação, o corte nos investimentos, é pura chantagem e irresponsabilidade. O prefeito contava com recursos generosos do governo federal, anunciou isso durante a campanha inteirinha de 2012 à Prefeitura, e nos primeiros meses no cargo mostrou-se um fiasco. Levou calote da "presidenta". Depois, comprovada a propaganda enganosa, partiu desesperado para o achaque ao contribuinte, passando na Câmara o aumento abusivo do IPTU. Foi derrotado na Justiça. Perdeu o prefeito, ganhou a cidade.

Os carnês do IPTU começam a ser distribuídos - sem o aumento escorchante pretendido pelo PT, graças à decisão liminar da Justiça, mas com mais uma "malddad" embutida: a redução do desconto para quem pretende pagar à vista. O que parece uma burrice se a Prefeitura precisa fazer caixa. Mas, enfim... Juntando isso com o anúncio do corte dos investimentos (incluindo áreas essenciais da administração), o prefeito mostra outra vez que é desqualificado para a função.

Sobre a Cracolândia, também é pura demagogia. A Prefeitura abandonou completamente a região e os viciados à própria sorte, durante todo o ano de 2013, sem nenhuma assistência social, de saúde ou educativa. Agora anuncia o que em outros tempos o PT chamaria de "ação higienista", como se fosse possível combater o vício e o tráfico do crack com a burocrática oferta de emprego aos usuários, transformados em verdadeiros zumbis.

Tá de brincadeira, né, prefeito? Quem foi o paspalho que te aconselhou a fazer isso? Teu marqueteiro? Acorda, Haddad! Você responde pela maior cidade do Brasil! Seja mais sério e responsável. Assuma ou suma!

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