quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Dando um rolê na mídia sobre os "rolezinhos"

O tema do momento são os "rolezinhos" em shoppings e espaços públicos (ou privados?) de São Paulo. Como toda novidade, pipocam análises à esquerda, ao centro e à direita, e até as mais estapafúrdias teses sociais, sociológicas, políticas, econômicas, culturais, filosóficas, psicológicas, transcendentais...

O prefeito Fernando Haddad (ao lado do mano Netinho de Paula) mistura autismo social e oportunismo político ao anunciar que vai convocar os "líderes dos rolezinhos" para dialogar. É o deplorável modus operandi da cooPTação. Tipico do PT. Vai dar com os burros n´água. Repete o erro de avaliação das manifestações de junho (lembre: Líder? Que líder? Será o fim da velha política?).

A ministra da Igualdade Racial, Luiza Bairros, do PT, (des)colore a realidade, patrocina a desigualdade e anaboliza o preconceito: "As manifestações são pacíficas. Os problemas são derivados da reação de pessoas brancas que frequentam esses lugares e se assustam com a presença dos jovens." Ou seja, tudo se resumiria à "segregação racial" contra os negros. Será que dá para ser assim tão radical e ao mesmo tempo tão simplista e inocente?

Na cartilha do PT (ou "manual de vitimização política apelativa para tentativa desesperada de perpetuação no poder"), tudo se resume ao preconceito ou à "luta de classes". E, na visão PTralha, totalmente distorcida pela conveniência, obviamente eles estão ao lado dos oprimidos lutando contra os opressores. Isso teria algum fundamento se um dia acreditarmos piamente que entre os "oprimidos" estão Sarney, Collor, Maluf, Renan, os partidos fisiológicos, os mensaleiros, os banqueiros, os grandes empresários, os especuladores do mercado financeiro, os evangélicos, os ruralistas etc.

Até lá, a verdade é - aceitem ou não - que deve ser creditado ao PT o principal motivo desencadeador desses "rolezinhos": resultado materializado da falsa erradicação da pobreza propagandeada pelos órgãos oficiais.

Que alternativa de lazer e cultura, ou que esperança concreta de ascensão econômica e social, oferecem aos jovens que se manifestam nestes "rolezinhos"? "País rico é país sem pobreza", alardeia a presidente Dilma, robotizada pelo marketing. Pois agora resolvam as contradições e consequências da propaganda enganosa e dos 12 anos de (des)governo. O mundo real escapa das fronteiras virtuais.

Fazem do consumismo o termômetro da sociedade e tentam impedir que os jovens mais pobres queiram também se inserir no "mercado" com seus "rolezinhos" ao shopping, tênis colorido, cordão no pescoço, boné e camiseta de grife estrangeira? Ora, ora...

Há na mídia algumas informações e análises que, filtrados os excessos e pinçados alguns bons argumentos, contribuem para a reflexão. Vejamos:

Conheça a história dos 'rolezinhos' em São Paulo 

'Rolezinho' nas palavras de quem vai 

Rolezinho e a desumanização dos pobres 

"Rolezinho" na elite 

Repressão só vai vitaminar rolezinhos

Por que os ‘rolezinhos’ assustam 

"Rolezinhos" se espalham pelo País 

Shoppings do país se preparam para onda de 'rolezinhos'

Guarda é espancado em parque de Guarulhos

Liminares proibindo rolezinhos confirmam segregação

Ver 'rolezinho' como manifestação política é bobagem, diz especialista