Quinta-feira, 30 de janeiro. Sol, pouquíssimas nuvens no céu e uma brisa de 8 km/h. Enquanto isso, o twitter oficial da Prefeitura de São Paulo informa a queda de pelo menos cinco árvores. Assim, do nada. Ao mesmo tempo, semáforos estão pifados em diversos pontos da cidade.
Como isso se explica? Mesmo sem chuva e sem vento, e apesar dos anúncios frequentes que insistem em divulgar que a cidade está "preparada" para enfrentar o período das enchentes e os problemas rotineiros do verão, a realidade desmente a propaganda enganosa de Haddad.
Não se sabe quantos milhões de reais dos cofres públicos são gastos com estes comerciais de TV, mas o dia-a-dia paulistano desmente esse País das Maravilhas que só existe nas peças de ficção do PT, tanto no governo municipal quanto no federal.
Ruas alagadas e intransitáveis, casas desmoronadas, árvores caídas, semáforos apagados, carros e ônibus submersos, famílias perdendo tudo a cada chuva (sem contar essa "inovação" do caos se repetindo até em dias secos). Essa é a São Paulo que a publicidade do PT esconde.
O Ministério Público listou 422 pontos tradicionais de enchentes na cidade de São Paulo, exigindo intervenção imediata da administração municipal. A Prefeitura anunciou 16 medidas emergenciais de combate às enchentes. A única providência visível, até agora, foi espalhar faixas e placas informativas com o aviso de "área sujeita a alagamento". Parece piada, mas é o retrato fiel da omissão e da irresponsabilidade da atual gestão.
Foram feitas as promessas sazonais típicas: intensificação da limpeza de bueiros e bocas-de-lobo, reorganização da Defesa Civil, monitoramento diário das áreas de risco, melhoria na coleta de lixo e entulho, aceleração dos processos de poda de árvores, entre outras medidas paliativas.
Entre o que saiu escrito no papel e o que se vê efetivamente nas ruas, porém, a diferença é gritante. Se não bastassem as enchentes em pontos tradicionalmente alagáveis, flagramos cenas inusitadas: cheias no viaduto Bresser, no Elevado Costa e Silva, na Vinte e Três de Maio e até mesmo nas vias de acesso à avenida Paulista.
Se cabe uma ironia sobre esse problema que é crônico, trágico e gravíssimo, diríamos que é a prova de que este governo trata com igualdade toda a população, sem distinção entre pobres e ricos, regiões centrais e periféricas: o descaso é igual com todo mundo. IncomPTência generalizada. Uma lástima!
Carlos Fernandes é presidente municipal do PPS de São Paulo e foi subprefeito da Lapa (2010/2011)
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