quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Fechem o mundo para balanço

Motorista de ônibus tem mal súbito, bate em alguns carros e motos na zona leste de São Paulo, na frente de uma praça onde acontecia um baile funk. Por um momento, imagina-se até que ele teve sorte. Com tanta gente no local, poderia ser facilmente socorrido. Mas a realidade é bem mais cruel: retirado do ônibus, foi linchado e morto por um bando de selvagens. Enterrado no dia em que completaria 60 anos, familiares e amigos cantam parabéns durante o sepultamento.

Mulher de 35 anos, após beber vodka e cerveja dentro de casa, fica irritada com o volume da TV que o filho de 10 anos assistia. Arrasta o menino até o banheiro, joga álcool, põe fogo e vai dormir. Socorrido pelo padrasto, menino está na UTI. Antes, declarou à polícia: "Minha mãe jogou álcool em mim e depois tacou fogo". A irmã de três anos confirma: "A mamãe queimou meu irmãozinho."

Homem confessa ter matado a filha de dois anos com ajuda da madrasta da criança. Espancou a bebê, viu que a menina ficou inconsciente, colocou-a dentro do carro junto com outros dois filhos, foi até uma rua próxima, deitou a filha no meio da pista, atropelou a menina e jogou o corpo em um bueiro. Abandonou o carro no local, voltou pra casa, ligou para a polícia e tentou forjar um sequestro.

Mulher de 42 anos dirigindo um Audi e homem de 33 conduzindo um Camaro, ambos declarados empresários e visivelmente embriagados, tiram racha nas ruas de Campinas. Ela perde o controle do carro, atinge e mata um jovem de 23 anos, campeão de jiu-jitsu, que voltava a pé da casa da namorada. Ambos pagaram fiança e estão soltos.

Homem amarra cachorro rottweiler com uma corda em sua picape. Arrasta o animal no asfalto, dá ré com o veículo e passa com a roda em cima das patas do cachorro vivo. Abordado mais tarde pela polícia, declarou que não queria mais o animal, mas que era o dono e fazia o que bem entendesse com o bicho. Socorrido, o cachorro teve a perna amputada e sobreviveu por mais alguns dias. O animal irracional que o atropelou está nas ruas.

Basta de acontecimentos trágicos? Mas isso é só um relato muito rápido e resumido dos últimos dias. Apenas o que chegou à mídia e ganhou repercussão. A situação é muito pior. O que fazer para mudar essa realidade? A população vai se unir e pedir leis mais rígidas? Marchar contra a corrupção na política? Reunir uma centena de manifestantes contra ministro corrupto que "ama" presidente, código florestal que defende desmatador, usina que inunda território? E daí? O que leva seres humanos a cometerem atos tão bárbaros e como resolver essa calamidade?

Integrante de um desses movimentos por mais ética na política, o sujeito publica no facebook a sua receita para resolver o problema: vamos começar a mudança por São Paulo, eleger o candidato que espancou a mulher, porque assim impõe mais respeito na sociedade. Tem muita gente que merece apanhar. O agressor errou? Talvez, mas ele já se desculpou. Além disso, a mulher fez por merecer. É de um político assim que a gente precisa. Quase ninguém manifestou indignação e contrariedade. Estamos perdidos.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Os tropeços e as bravatas do pré-candidato Haddad

O petista Fernando Haddad não é bom como candidato à Prefeitura de São Paulo ENEM como ministro da Educação. O trocadilho já é batido, assim como saber diferenciar os bairros paulistanos Itaim Bibi e Itaim Paulista. Todo mundo é capaz disso. Menos Haddad :-)

Além de confundir nome de bairro, desrespeitar todos os demais postulantes à vaga de candidato e atropelar as prévias do PT, o ministro Haddad vem gerando mal-estar por onde passa. Com a sutileza de um elefante em loja de cristais, apelou sem sucesso para a desistência dos adversários Gabriel Chalita (PMDB) e Netinho de Paula (PCdoB), prometendo mundos e fundos para que o apóiem logo no primeiro turno.

Nesse ritmo, nem vai chegar lá.

Outras duas pisadas de bola do menino de Lula, nesta segunda-feira:

1) Faltou ao debate sobre a Copa de 2014 em São Paulo, que foi realizado no Pacaembu e reuniu outros três pré-candidatos à Prefeitura: Soninha Francine, do PPS, Andrea Matarazzo e José Anibal, do PSDB. Dizem as más línguas que o pré-candidato confundiu o Pacaembu com o Morumbi.

2) Haddad quer ser o primeiro a assinar o compromisso de cumprir integralmente, se eleito, os quatro anos de mandato à frente da Prefeitura de São Paulo. A bravata ganhou espaço no UOL e na CBN, divulgada pelo jornalista Gilberto Dimenstein, e mereceu uma carta-resposta do PPS.

Veja abaixo o e-mail do PPS:

Prezado Dimenstein,

Este compromisso de respeitar todo o mandato à frente da Prefeitura é muito justo e pertinente.

Porém, o que o pré-candidato Haddad tem de tão especial para querer ser o primeiro a assinar? (Se o parâmetro fosse o último Datafolha, por exemplo, ele estaria lá no final da fila)

Mais que isso: Como foi divulgado no UOL e na CBN, com amplo destaque, que ele será o pioneiro, estamos sendo cobrados por leitores e ouvintes como se não quiséssemos nos comprometer. Ainda que seja um equívoco, para muita gente ficou subentendido isso.

E justiça seja feita: Soninha Francine tem esse compromisso desde a candidatura anterior, em 2008, e o reitera agora. É importante esse registro.

Aliás, Soninha e o PPS foram os pioneiros também na assinatura de outros compromissos seríssimos, como o Plano de Metas, em 2008, e o Programa de Cidades Sustentáveis, agora em 2011, ambos firmados com o Oded Grajew e a Rede Nossa São Paulo.

Pelo respeito e admiração que temos pelo seu trabalho, e pela repercussão junto à opinião pública, é necessário esse esclarecimento.


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Carta de Soninha reitera compromisso de 2008

Carta de Soninha reitera compromisso de 2008

Em resposta à bravata do pré-candidato petista Fernando Haddad, que ganhou destaque no UOL e na CBN por querer ser o primeiro a assinar carta-compromisso de, se eleito, cumprir os quatro anos à frente da Prefeitura de São Paulo, apresentamos este compromisso de Soninha Francine, assumido desde a pré-campanha de 2008 e reiterado para 2012:

Meu maior objetivo na vida pública é a chefia do Executivo Municipal na cidade de São Paulo.

Tenho dito isso desde que exercia o mandato como vereadora. Cheguei à conclusão que, apesar do aprendizado incomparável que é ser parlamentar (aprendi mais sobre política em dois meses – antes mesmo de tomar posse – do que na vida toda), não quero disputar novo mandato Legislativo. Quero atuar agora no Executivo, ainda que em um cargo de terceiro escalão. Mas tenho o sonho, a pretensão e o projeto de ser prefeita.

A confirmar minha disposição, uso 2010 como exemplo. Nós do PPS nos dispusemos a participar da disputa pelo governo do Estado de São Paulo – sem chances reais de ganhar a eleição (seria ridiculamente leviano da minha parte afirmar o contrário), eu gostaria ao menos de participar dos debates, expor opiniões e propostas no programa de televisão, ter contato com milhares de pessoas para conversar com elas (o que inclui ouvi-las) sobre política e administração pública.

Com a mudança de planos, chegamos a cogitar a candidatura ao Senado. Uma mudança de planos, admito – mas trata-se, indiscutivelmente, de uma Casa Parlamentar diferenciada, em que um dos 3 eleitos por São Paulo tem reais possibilidade de interferência nos rumos do país. Mas não era meu Plano A, é evidente que não.

Restava a possibilidade de me candidatar à Assembleia ou à Câmara Federal – com imensas chances de ser eleita, a se julgar pela minha votação na capital em 2008.

Mas eu não queria ser deputada e não fui candidata, para espanto de vários colegas mais experimentados na política. “Você vai sumir”; “é importante aparecer”, “depois você assume um cargo no Executivo, boba”.

Mas eu NÃO QUIS fazer campanha, pedir votos, ocupar uma vaga de um cargo que não pretendia exercer. Ainda que isso me prejudicasse no que mais quero: a candidatura à prefeitura.

Creio que esse retrospecto, mais do que palavras no papel, comprova a honestidade do meu propósito. Quero ser prefeita mais que tudo na vida pública; viverei cada dia dos quatro anos de meu mandato com a intensidade de quem realiza um sonho. (Nem por isso condeno quem, por razões conjunturais, decidiu/ foi instado a disputar outra eleição antes do término do seu mandato. Apenas tenho certeza absoluta que não será o meu caso).

Atenciosamente,

Soninha Francine


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domingo, 27 de novembro de 2011

Soninha participa dia 28 de seminário sobre a Copa

A pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine, participa na segunda-feira (28/11) de um seminário sobre a Copa do Mundo de 2014. O evento, que contará também com a participação do prefeito Gilberto Kassab (PSD), entre outras personalidades, será realizado a partir das 9h da manhã no Museu do Futebol, dentro do Estádio do Pacaembu.

A participação de Soninha será às 14h30, na mesa "Prefeitos de São Paulo em 2014", ao lado de Fernando Haddad (PT), Andrea Matarazzo (PSDB) e José Anibal (PSDB).

Veja aqui mais informações.

sábado, 26 de novembro de 2011

A polêmica da campanha "UnHate" (ou "DesOdeie")

A publicidade da Benetton causa polêmica há décadas: da campanha "united colors" dos anos 80, onde inovou ao unir brancos e negros em imagens provocativas, até a mais recente, onde líderes mundiais opositores se beijam na boca. Vale tudo.

Interesses ideológicos e financeiros à parte, as imagens são boas porque fazem pensar. Ame ou odeie...

O presidente dos EUA, Barack Obama, e o da Venezuela, Hugo Chávez

Papa Bento XVI e Ahmed Mohamed el-Tayeb, imã da mesquita de AL-Azhar no Cairo

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy

O presidente da China, Hu Jintao, e Barack Obama, dos EUA

O vídeo abaixo também é da mesma campanha "UnHate" (ou "DesOdeie"). Vale a pena conferir:

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

O que difere Bolsonaro de Marta Suplicy?



Será falta de “memória absoluta”, como é praxe neste governo, ou excesso de hipocrisia o fato da senadora Marta Suplicy pedir punição ao deputado Jair Bolsonaro por fazer “insinuações” sobre a sexualidade de Dilma? Marta fez muito pior contra Kassab na eleição municipal em São Paulo – e perdeu. Mas a insinuação ficou por isso mesmo.

Ouvir esse tipo de declaração preconceituosa do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) é deplorável, mas chega a ser natural. Não é a primeira vez, nem será a última. Ele se elege por isso. Ontem questionou a orientação sexual da presidente Dilma Rousseff. Veja no vídeo acima, em que o deputado Alfredo Sirkis (PV/RJ) responde à altura, sem a hipocrisia petista.

Ao protestar contra o chamado "kit anti-homofobia", material que seria distribuído em escolas para combater o preconceito contra os gays, Bolsonaro disse que Dilma deveria assumir que o "negócio dela é amor com homossexual".

"O 'kit gay' não foi sepultado ainda. Dilma Rousseff, pare de mentir! Se gosta de homossexual, assuma! Se o seu negócio é amor com homossexual, assuma, mas não deixe que essa covardia entre nas escolas do primeiro grau", disse Bolsonaro, na tribuna da Câmara.

Aí é que entra a "memória seletiva" dos petistas.

O líder do PT na Câmara, deputado Paulo Teixeira (PT-SP), afirmou que o partido entrará com uma representação contra Bolsonaro no Conselho de Ética da Casa na próxima segunda-feira. Ele avalia que o deputado quebrou o decoro ao fazer uma declaração desrespeitosa contra a presidente.

A senadora Marta Suplicy (PT-SP) pediu que Marco Maia (PT-RS), presidente da Câmara, puna Bolsonaro e disse que o deputado pode ter cometido crime de injúria.

Que coisa, hein, Dona Marta! A senhora já esqueceu do papelão que fez na eleição de 2008, usando esse mesmo tipo de insinuação baixa e rasteira contra o prefeito Gilberto Kassab? Nós não esquecemos.

Pior: a discussão sobre o "kit anti-homofobia" foi interditada exatamente por tipinhos como Bolsonaro, que não por acaso faz parte da base de sustentação do governo petista. É muita hipocrisia, não é?

Leia também:

A polêmica de Bolsonaro, Marta, "insinuação" homossexual etc. é oportuna para lembrar um outro episódio recente, que o PT ignorou (mas não devia). Veja aqui: Orgulho Hetero x Deboche Gay

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

São Paulo 2022: por uma cidade justa e sustentável

Oferecer à sociedade civil e ao setor público paulistano informações sobre a capital e, com isso, possibilitar reflexões sobre uma cidade de São Paulo para os próximos 10 anos, que contemple uma agenda de desenvolvimento justo e sustentável.

É este o objetivo do Projeto São Paulo 2022, lançado nesta quarta-feira, 23 de novembro, em parceria da Rede Nossa São Paulo, Escola da Cidade, o Instituto Ethos, Instituto Arapyaú e Instituto Socioambiental.

Medidas urgentes precisam ser tomadas para resolver os problemas estruturais com soluções inteligentes e sustentáveis. O projeto São Paulo 2022 chega nesse contexto procurando compilar um conjunto de ideias sobre o futuro da cidade e como ela pode melhorar em termos urbanísticos e no planejamento geral de políticas públicas.

O ano de 2022 é um marco simbólico, pois é o bicentenário da independência do Brasil, centenário da Semana de Arte Moderna e também referência para o Plano Diretor, instrumento de planejamento urbano que norteará o futuro da capital paulista para os próximos 10 anos (período de 2012 a 2022).

Veja todos os detalhes: saopaulo2022.org.br

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

PPS lamenta morte do comunista Eduardo Rocha

O PPS lamenta a morte do comunista histórico Eduardo Rocha Silveira, aos 89 anos, na noite desta terça-feira no Hospital das Clínicas, em São Paulo, vítima de falência múltipla dos órgãos.

Seu corpo seria velado a partir das 12h desta quarta-feira no cemitério da Vila Mariana (Rua Batista Caetano – 300 – São Paulo) e o sepultamento ocorreria às 16h.

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), e o secretário-geral do partido, deputado Rubens Bueno (PR), destacaram que Eduardo dedicou a sua vida à causa do socialismo e da democracia e deu grande contribuição na luta pela libertação da América Latina dos regimes autoritários. Os dirigentes se solidarizam com a família em nome de todo o partido.

Paraguaio de Assunção, o comunista, pai do dirigente do PPS Eduardo Rocha Silveira Júnior, nasceu em 11 de julho de 1922 e foi batizado com o nome de Pio Cubilla. Chegou ao Brasil no final da década de 50, fugindo da perseguição das ditaturas do Paraguai, Argentina e Uruguai. Aqui, foi recebido pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), atuou na clandestinidade durante décadas e formou uma nova família. Marceneiro, Pio Cubilla trocou de nome e chegou a atuar como pastor de uma igreja evangélica para despistar seus perseguidores.

Veja aqui mais informações.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"O Povo Quer Saber": Soninha no programa CQC


Pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, a ex-vereadora Soninha Francine participou nesta segunda-feira, 21 de novembro, do quadro do programa CQC - Custe o Que Custar, da Band, e foi elogiada pelo apresentador Marcelo Tas justamente por não fugir de temas polêmicos.

No mesmo programa (veja abaixo), foi apresentada longa matéria que expõe o nível de alguns dos atuais vereadores paulistanos, em abordagem sobre o excesso de faltas dos parlamentares nas sessões.

Registrem-se duas informações sobre o assunto: 1) Não foi exibida no programa, mas o vereador Claudio Fonseca (PPS) gravou entrevista com a repórter Mônica Iozzi por ser o vereador mais assíduo no plenário (justamente o contraponto da crítica apresentada aos faltosos); 2) É verdadeiro o argumento do presidente da Câmara, vereador Police Neto (PSD), e não compreendido pelo programa, de que às vezes não registrar presença na sessão é uma estratégia de obstrução da oposição.

Enfim, cada um que assista as reportagens exibidas e tire as suas próprias conclusões.

Siga o twitter @23pps e fique por dentro da política

Acompanhe diariamente o twitter @23pps e fique por dentro dos principais acontecimentos do dia-a-dia: tanto a atuação do PPS e o posicionamento de seus principais representantes como um panorama de vários analistas políticos e formadores de opinião.

Veja alguns exemplos de tweets do @23pps:

23pps PPS/SP
PT diz que Globo está por trás da campanha contra Belo Monte. Quando atores globais apoiavam Lula, o PT não reclamava. Quem será que mudou?

23pps PPS/SP
Alguém ainda se espanta com a omissão do governo no episódio da Chevron, da mudança do Código Florestal e da manutenção da DRU? #vergonhaPT

23pps PPS/SP
Disse bem @Alfredosirkis: há gente boa e bem intencionada em quase todos os partidos; e gente ruim certamente em todos eles #novapolitica

23pps PPS/SP
Que os jovens manifestantes contra a corrupção de hoje não se transformem amanhã nos políticos com as mesmas e velhas práticas #novapolitica

23pps PPS/SP
O próximo da fila: Esporte não esfriou, Trabalho nem caiu e o Ministro das Cidades já está prontinho para ser flagrado com a boca na botija!

RevistaEpoca Época
Deu bode na festa - O Ministro das Cidades usa o cargo para promover os interesses de sua família http://t.co/2VpT3EnW

AlmeidaLimaPPS Almeida Lima
VEJA pergunta: (?) O PPS está perdendo importância. O senhor ainda vê futuro no partido? Almeida Lima responde: http://migre.me/6d2Fi

GreenpeaceBR Greenpeace Brasil
Em geral, texto do #CódigoFlorestal continua c/ erros da Câmara: anistia, menos proteção de florestas e s/ punição p/ desmatadores.

23pps PPS/SP
Recadinho à D. Dilma sobre o "caso Lupi": Falha de memória se cura com tratamento médico; falha de caráter, com demissão e processo judicial

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Deu na Veja: Suplicy elogia candidatura de Soninha

Vídeo demonstra que senador Eduardo Suplicy manifesta apoio às propostas de Soninha desde as eleições de 2008

Mágoas petistas

O descontentamento com a imposição de Fernando Haddad como candidato a prefeito pelo PT não é exclusividade de Marta Suplicy.

No lançamento do Movimento por Uma Nova Política, embrião do novo partido capitaneado por Marina Silva, no sábado, em São Paulo, o senador Eduardo Suplicy não escondia a insatisfação com os rumos do PT paulista.

Fez elogios à pré-candidatura da ex-petista Soninha Francine pelo PPS. E confidenciou ao deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB) que se os tucanos realizarem prévias para definir o candidato à prefeitura darão uma “lição” no PT.

Por Lauro Jardim (Radar on-line, Revista Veja)

"Sonháticos" da Nova Política chegam a São Paulo


Foi lançado oficialmente neste sábado, 19 de novembro, o Coletivo de São Paulo do Movimento por uma Nova Política, com a participação suprapartidária de Marina Silva, Soninha Francine, Eduardo Suplicy, Ricardo Young, Oded Grajew, Fabio Feldmann, Alex Manente, José Eli da Veiga, Alfredo Sirkis, Aspásia Camargo, Walter Feldman, Ricardo Trípoli, Maurício Brusadin, entre representantes de partidos, entidades sociais e cidadãos apartidários.

Acima está a reprodução na íntegra da transmissão ao vivo do evento na internet. Para orientação, como é um vídeo não-editado, a abertura ocorre aos 48 minutos da exibição. Você pode adiantar o vídeo até este ponto (0:48:00), com a apresentação do economista Bazileu Alves e um resumo do que é o Movimento por uma Nova Política.

Para ir direto às falas de Ricardo Young (1:03:32), Soninha Francine (2:49:50) e Marina Silva (3:26:00), por exemplo, repita o mesmo procedimento e avance ao ponto exato de exibição, marcado em horas, minutos e segundos no vídeo acima.

O Movimento por uma Nova Política surgiu após a saída do PV da ex-candidata à Presidencia da República Marina Silva e da união suprapartidária de várias outras pessoas que questionam a falência do atual sistema político-partidário e buscam uma nova forma de fazer política - ou, para ser mais exato, o resgate da essência original da prática política, com mais ética, democracia, transparência, igualdade, liberdade, solidariedade, respeito à diversidade, responsabilidade e compromisso com a cidadania e o desenvolvimento sustentável, entre outros princípios, valores e características.

A idéia é que o Movimento atue politicamente além dos limites tradicionais, engessados e cartoriais dos partidos, com menos hierarquia e mais horizontalidade, em redes virtuais e reais, reunindo a sociedade em torno de grandes causas e objetivos menos pragmáticos e mais "sonháticos" - como definiu Marina Silva.

Talvez a palavra-chave seja mesmo a "rede": horizontal, dinâmica, flexível, arejada, democrática, acessível. Que se deixa liderar mais pelas idéias e causas coletivas do que pelo individualismo, pela cartorialização dos partidos e pela disputa insana do poder pelo poder.

"São Paulo é o primeiro coletivo que está sendo criado depois da nossa reunião no dia 13 de outubro, em Brasília", explicou Marina Silva sobre o ato que lançou nacionalmente o Movimento. "Se isso a gente chama de novo ou de velho, eu diria que a gente pode chamar isso de certo!"

"E o certo é que não existe um novo que se cria em cima do nada. Os biólogos, eu sempre repito: qualquer sistema só se estabelece se algo for preservado. A vida está aí para dizer isto. Agora, qualquer sistema que não se renova está estagnado, e vira um sistema fechado e portanto vai morrer. O novo e o velho estão em constante interação. Então, a gente não precisa opor o novo ao velho. A gente precisa opor o que é criativo, vivo e produtivo ao que está estagnado, ao que não estabelece trânsito, ao que não é capaz mais de viver as possibilidades de um diálogo aberto. Eu acho que é isso que o Movimento deve significar." (Marina Silva)

"O Movimento é uma religação, de ideias, valores, sonhos e energias, a partir de redes reais e virtuais. Não basta ser novo, tem que ser melhor, evolutivo. O movimento deve ser uma referência para inspirar a inovação na política e a ação no cotidiano." (Sérgio Xavier)

"A melhor forma de organização de sociedade é a baseada em cooperação e solidariedade, não em competição." (Soninha Francine)

‎"Como conciliar a democracia dos indivíduos com o interesse público? Eis o grande desafio." (Marina Silva)

"O político fica conservador quando passa a administrar o sucesso. A administração do sucesso é que faz o sujeito fazer qualquer tipo de aliança para ganhar uma eleição." (Marina Silva)

"No atual momento não estamos discutindo criação de partido. Quando tiver decantação, parte do Movimento pode vir a criar um partido político. Mas o Movimento tem de ser maior do que partido. Até aqui os partidos vêm vampirizando os movimentos." (Marina Silva)

‎"O objetivo do Movimento é espalhar glóbulos brancos e glóbulos vermelhos em todos os partidos, em defesa do planeta e da sustentabilidade, em todos os lugares." (Marina Silva)

Do PPS, participaram do lançamento do Coletivo Paulista vários representantes, além dos já citados Soninha Francine, ex-vereadora e potencial candidata à Prefeitura de São Paulo; Alex Manente, deputado estadual e potencial candidato à Prefeitura de São Bernardo; e Ricardo Young, pré-candidato a vereador na capital.

Do diretório paulistano do PPS, compareceram o presidente Carlos Fernandes e os dirigentes César Hernandes, Lylian Concellos, Maurício Huertas e Renato Dorgan. Do PPS de Jandira marcaram presença Geraldo Duarte (foto ao lado, com Marina e Soninha), Domingos e Tia Selma.

Dois ex-integrantes do PV, "marineiros" e recém-filiados ao PPS também participaram do lançamento do Movimento por uma Nova Política em São Paulo: o cearense Paulo Sombra (foto) e o mineiro José Fernando Aparecido de Oliveira, que foi deputado federal, candidato ao Governo de Minas em 2010, duas vezes prefeito de Conceição do Mato Dentro e é potencial candidato à Prefeitura de Belo Horizonte em 2012.

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Política 2.0: Young, Marina, Soninha e o Blog do PPS

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domingo, 20 de novembro de 2011

A revolução das ruas, das redes e das urnas

Para ser breve e direto: muita gente ainda não consegue enxergar a revolução em curso.

Primavera Árabe, Occupy Wall Street, movimentos na França, Inglaterra, Chile, Itália, Espanha, Brasil... Internet, twitter, facebook, youtube...

Para alguns, tudo isso não passa de uma somatória desconexa de sinais passageiros da modernidade. Acontecimentos isolados ou, no máximo, sem conteúdo, profundidade e nenhuma conseqüência histórica. Ok. Uns fazem isso por ingenuidade, outros por ideologia. Há quem faça mesmo por má intenção. Ou por medo do NOVO e da MUDANÇA. Principalmente aqueles que de alguma forma ainda se beneficiam como parasitas do atual sistema, estagnado e falido.

Há 20 anos fazia sentido um caderno como o Folhateen, para atrair os jovens para a leitura de um jornal. Nesta segunda-feira ele morre.

Há 20 anos surgia no Brasil com estardalhaço a MTV. Hoje a audiência míngua, pois não faz mais nenhum sentido o antigo telespectador dos anos 90 (hoje não apenas receptor, mas ele próprio produtor de informação na rede mundial) esperar um dia inteiro, às vezes uma semana, para ver o clipe favorito do seu ídolo internacional na telinha.

A Revolução da Informação já se estabeleceu. A Revolução Cultural, conseqüência direta dessa transformação global, vem na esteira dos acontecimentos – e atinge indistintamente todos os povos, todas as classes e vem carregada de uma ansiedade pelo NOVO e pela MUDANÇA com resultados difíceis ainda de mensurar (e por vezes contraditórios).

Se há 20 anos o jovem dependia de um jornal para se orientar sobre a carreira a seguir e até sobre a vida sexual, e o mais moderno era ir à locadora buscar o lançamento em videocassete do filme que saiu havia um ano de cartaz; se há 40 anos só iria conhecer um ídolo pop se viajasse para fora do país ou se alguém lhe trouxesse um vinil do cantor preferido; hoje em cinco segundos o jovem acessa tudo isso junto pelo Google: a música, o filme, o show, o clipe, a profissão, o lazer, o sexo, a política.

Assim como o jovem não precisa mais de intermediários para ter acesso à informação e à cultura, o cidadão quer ser independente dos partidos para fazer política. Ainda que possa haver uma visão exagerada, anárquica e inconseqüente, em todo o mundo o entendimento é de que a democracia direta vai superar o atual sistema vigente. Cabe aos partidos, portanto, avançar para uma prática política mais avançada, moderna, democrática, ética, transparente e sensível à demanda popular. Que se adaptem à nova realidade para demonstrar a sua real utilidade e importância. Que não sejamos simplesmente arrastados pelo tsunami virtual (embora esta seja a vontade inconfessável de alguns: que o coletivo partidário morra de inanição, para que sobrevivam os medíocres).

Ao Congresso do PPS! O debate será intenso! (mesmo – e principalmente, diríamos - se quiserem interditá-lo)

Leia também:

Congresso Nacional do PPS: de 9 a 11 de dezembro

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Caso Lupi: Folha publica "recadinho" à presidenta

Movimento pela Nova Política chega a São Paulo


Ouça acima a entrevista de Marina Silva à Rádio CBN, falando sobre o Movimento pela Nova Política, e clique abaixo para visualizar o Convite: Lançamento do Coletivo Paulista do Movimento pela Nova Política. No próximo dia 19 de novembro, sábado, às 10h, com a presença de Marina Silva, Soninha Francine, Ricardo Young, Mauricio Brusadin, movimentos da sociedade civil, parlamentares e cidadãos do Estado inteiro. Rua Fidalga, 521, Vila Madalena.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

As mesmas mãos aplaudem e apedrejam?

Uma constatação que leva à reflexão: os que condenam a invasão da PM na USP são os mesmos que aplaudem a invasão da PM para "pacificar" as favelas controladas pelo tráfico. No primeiro caso foi obedecida uma ordem da Justiça para reintegração de posse da reitoria, no segundo caso foi atendida uma ordem direta do Governo. Os estudantes fazem política e reclamam da presença ostensiva do Estado. Os moradores reclamam da omissão do Estado e da ausência de políticas públicas. O governador de São Paulo é criticado. O governador do Rio é elogiado. Não existe aí um paradoxo?

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Artigo de Frei Betto na Folha: "Perfis dos corruptos"

FREI BETTO

Enquanto os corruptos não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de serem eleitos para funções públicas

Manifestações públicas em várias cidades exigem o fim do voto secreto no Congresso, o direito de o Conselho Nacional de Justiça investigar e punir juízes, a vigência da Ficha Limpa nas eleições de 2012 e o combate à corrupção na política.

Por que há tanta corrupção no Brasil? Temos leis, sistema judiciário, polícias e mídia atenta. Prevalece, entretanto, a impunidade -a mãe dos corruptos. Você conhece um notório corrupto brasileiro? Foi processado e está na cadeia?

O corrupto não se admite como tal. Esperto, age movido pela ambição de dinheiro. Não é propriamente um ladrão. Antes, trata-se de um requintado chantagista, desses de conversa frouxa, sorriso amável, salamaleques gentis. Anzol sem isca, peixe não belisca.

O corrupto não se expõe; extorque. Considera a comissão um direito; a porcentagem, pagamento por serviços; o desvio, forma de apropriar-se do que lhe pertence; o caixa dois, investimento eleitoral. Bobos aqueles que fazem tráfico de influência sem tirar proveito.

Há vários tipos de corruptos. O corrupto oficial se vale da função pública para extrair vantagens a si, à família e aos amigos. Troca a placa do carro, embarca a mulher com passagem custeada pelo erário, usa cartão de crédito debitável no orçamento do Estado, faz gastos e obriga o contribuinte a pagar.

Considera natural o superfaturamento, a ausência de licitação, a concorrência com cartas marcadas. Sua lógica é corrupta: "Se não aproveito, outro sai no lucro em meu lugar". Seu único temor é ser apanhado em flagrante. Não se envergonha de se olhar no espelho, apenas teme ver o nome estampado nos jornais e a cara na TV.

O corrupto não tem escrúpulo em dar ou receber caixas de uísque no Natal, presentes caros de fornecedores ou patrocinar férias de juízes. Afrouxam-no com agrados e, assim, ele relaxa a burocracia que retém as verbas públicas.

Há o corrupto privado. Jamais menciona quantias, tão somente insinua. É o rei da metáfora.

Nunca é direto. Fala em circunlóquios, seguro de que o interlocutor sabe ler nas entrelinhas.

O corrupto "franciscano" pratica o toma lá, dá cá. Seu lema: "quem não chora, não mama".

Não ostenta riquezas, não viaja ao exterior, faz-se de pobretão para melhor encobrir a maracutaia. É o primeiro a se indignar quando o assunto é a corrupção.

O corrupto exibido gasta o que não ganha, constrói mansões, enche o pasto de bois, convencido de que puxa-saquismo é amizade e sorriso cúmplice, cegueira.

O corrupto cúmplice assiste ao vídeo da deputada embolsando propina escusa e ainda finge não acreditar no que vê. E a absolve para, mais tarde, ser também absolvido.

O corrupto previdente fica de olho na Copa do Mundo, em 2014, e na Olimpíada do Rio, em 2016. Sabe que os Jogos Pan-Americanos no Rio, em 2007, orçados em R$ 800 milhões, consumiram R$ 4 bilhões.

O corrupto não sorri, agrada; não cumprimenta, estende a mão; não elogia, incensa; não possui valores, apenas saldo bancário. De tal modo se corrompe que nem mais percebe que é um corrupto. Julga-se um negocista bem-sucedido.

Melífluo, o corrupto é cheio de dedos, encosta-se nos honestos para se lhe aproveitar a sombra, trata os subalternos com uma dureza que o faz parecer o mais íntegro dos seres humanos.

Enquanto os corruptos brasileiros não vão para a cadeia, ao menos nós, eleitores, ano que vem podemos impedi-los de serem eleitos para funções públicas.

CARLOS ALBERTO LIBÂNIO CHRISTO, o Frei Betto, frade dominicano, é escritor, assessor de movimentos sociais e autor do romance "Minas do Ouro" (Rocco), entre outros livros. Artigo publicado na Folha de S. Paulo, em 15 de novembro de 2011.

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Enquanto isso, lá no continente do país da "bota"...

Eliane Cantanhêde: "O ministro pesadão"

Deu um branco no ministro do Trabalho, Carlos Lupi, que foi orientado por Dilma a desafiar a imprensa e acabou por desafiar a própria presidente da República.

Onde já se viu ministro dizer o que Lupi disse? Lembrando: "Duvido que Dilma me tire. Nem na reforma. Só saio abatido a bala e uma bala forte, porque sou pesadão".

Enquanto isso, o líder do PDT ameaçava: "Se Lupi sair, o partido também sai".

Ao ser pego com a boca na botija, Antonio Palocci assumiu o gênero "abatido" e contou com a sorte e a simpatia das elites para se manter. Caiu. Alfredo Nascimento quase chorou quando puseram sua família no meio. Caiu. Wagner Rossi fugiu correndo. Caiu. Pedro Novais balbuciou qualquer coisa. Caiu. Orlando Silva lutou bravamente, clamou inocência, manteve a autoestima e a voz firme até o fim. Caiu.

Assim, Lupi tentou inaugurar uma nova temporada de ministros na mira. Em vez de ficar na defesa, partiu para o ataque. Mas escolheu o alvo errado e pode morrer pela boca.

Dilma, Gleisi, Ideli e "o bendito é o fruto" Gilberto Carvalho estão exaustos do roteiro que começa com denúncia na imprensa, segue com esperneio do ministro e acaba na queda. Queriam deixar Lupi para lá e esperar janeiro para aproveitar a desincompatibilização de ministros-candidatos, agradecer muito os préstimos dele e anunciar o novo ministro do Trabalho. Assim, sem demissões e novos traumas.

Mas, se Lupi passa a confrontar a presidente da República em público, não consegue unir a própria bancada e tem de engolir nota de brizolistas históricos, a situação dele pode se deteriorar. O melhor que tem a fazer é ficar quieto e calado.

E o governador Agnelo Queiroz? A situação dele é dramática, mas tende a se arrastar dolorosamente ainda por muito tempo. A não ser, claro, que apareça uma nova "bala". E nem precisa ser tão forte, porque ele não é "pesadão" como o ministro.


(Publicano na Folha de S. Paulo, quinta, 10 de novembro de 2011)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

PPS tem compromisso com "cidades sustentáveis"

Com a galeria e o plenário da Assembleia Legislativa de São Paulo lotados por representantes de todo o Estado, o PPS/SP renovou a sua direção, aprovou um documento congressual que define a linha política, a identidade e o futuro do partido, e reiterou o compromisso de todos os seus pré-candidatos a prefeito e a vereador nas eleições de 2012 com o Programa Cidades Sustentáveis.

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) prestigiou o Congresso Estadual do PPS paulista, acompanhado pelos secretários de Energia, José Aníbal, de Gestão Pública, Julio Semeghini, e pelo líder do governo na Assembleia, deputado Samuel Moreira.

"Normalmente existe um fosso enorme entre o discurso e a prática dos partidos políticos, mas no PPS isso não acontece", comparou Alckmin. "O PPS é um partido absolutamente coerente na sua trajetória e na busca do desenvolvimento sustentável, por isso o Brasil precisa do PPS."

O deputado estadual licenciado e atual secretário de Emprego e Relações do Trabalho, Davi Zaia, foi reeleito por unanimidade para presidir o PPS/SP, em uma Executiva composta pelos deputados estaduais Alex Manente (vice-presidente), Roberto Morais, Dr. Gondim e Vitor Sapienza; os deputados federais Arnaldo Jardim (secretário-geral), Dimas Ramalho e Roberto Freire (presidente nacional do PPS); as pré-candidatas à Prefeitura Soninha Francine (São Paulo), Pollyana Gama (Taubaté), Marina Bredariol (Itatiba) e Marilza Roberto da Costa (Pinhal); o vereador paulistano Claudio Fonseca; o subprefeito da Lapa e presidente do PPS paulistano, Carlos Fernandes (tesoureiro); e o jornalista Maurício Huertas (secretário de Comunicação e Redes Sociais), entre outros.

Também estão integrados à direção do PPS paulista dois nomes oriundos do Movimento pela Nova Política, ligado à ex-senadora e presidenciável Marina Silva. São eles: o empresário Ricardo Young, que obteve mais de 4 milhões de votos ao Senado pelo PV, em 2010, atual pré-candidato do PPS à Câmara Municipal de São Paulo; e Osvaldo Ceoldo, secretário do Meio Ambiente de São Caetano.

O ex-presidente do PV paulista, Maurício Brusadin, expoente dos chamados "marineiros" e um dos líderes do Movimento pela Nova Política, foi outro que prestigiou o Congresso Estadual. Tanto Brusadin quanto Young destacaram a "convergência" e a "sintonia" existente entre o PPS e o Movimento em que ambos atuam.

Um dos pontos desta convergência, além do diagnóstico da falência do atual modelo político-partidário e da necessidade de se fazer uma "nova política", é o compromisso com o Programa Cidades Sustentáveis, em parceria com a Rede Nossa São Paulo (veja aqui). Trata-se de uma iniciativa pioneira para a garantia do desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável. O PPS é o primeiro partido a assumir este compromisso com a sociedade.

Também foi aprovado neste domingo, 6 de novembro, o documento intitulado "A contribuição de São Paulo ao Congresso do PPS", acrescido de uma moção sobre o mundo do trabalho, apresentada pelo sindicalista Chiquinho Pereira, e do detalhamento da identidade política do PPS, pela ex-vereadora Soninha Francine. Lembrando que o Congresso Nacional do PPS, sob o tema "Unir a Esquerda Democrática para Mudar o Brasil", será realizado nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, em São Paulo.

Leia também:

PPS lança Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo

PPS paulistano debate plano-modelo de cidade sustentável

Roberto Freire: Sinal Verde para São Paulo

Carta aberta do PPS aos "marineiros"

sábado, 5 de novembro de 2011

FAP faz ciclo de debates sobre Economia e Política

A FAP - Fundação Astrojildo Pereira - promove nos dias 7 e 9 de novembro, em São Paulo e São Carlos, um ciclo de debates sobre Economia e Política.

Eventos reúnem ex-ministro Mendonça de Barros, economista Daniel Ribeiro e historiador Marco Antonio Villa.

Em São Paulo, 7 de novembro

A partir das 20h, tendo como convidados o ex-ministro Luiz Carlos Mendonça de Barros e o economista-chefe do Credit Suisse Hedging-Griffo, Daniel Ribeiro, o debate "Economia Brasileira: Conjuntura e Perspectivas", no Hotel Pergamon (Rua Frei Caneca, 70).

Economia Brasileira: Conjuntura e Perspectivas

A crise na economia mundial, que se arrasta desde 2008, teve impactos importantes nos países emergentes, com destaque para a situação do Brasil que vem apresentando aumento nos índices de inflação e queda nas taxas de crescimento.

Problemas estruturais graves, envolvendo a precariedade dos nossos sistemas de saúde e educação, transportes, portos e aeroportos, meio ambiente e uma série de outros fatores que afetam direta ou indiretamente a vida dos brasileiros, estão a exigir uma acurada análise, que coloque em perspectiva as possibilidades de sua superação.


Em São Carlos, 9 de novembro

Às 19h, o debate "Mudar o Brasil: Tarefa dos Democratas" leva o historiador Marco Antonio Villa ao auditório do Centro do Professorado Paulista, de São Carlos. O CPP-São Carlos está localizado à rua Lúcio Rodrigues, 11, Vila Prado.

Mudar o Brasil: tarefa dos Democratas

Com a lucidez que lhe é peculiar, o sociólogo e historiador Marco Antonio Villa analisa a conjuntura política brasileira de forma crítica e honesta. Mestre em Sociologia (Universidade de São Paulo, 1989) e doutor em História Social (Universidade de São Paulo, 1993), Villa é professor de Ciências Sociais da Universidade Federal de São Carlos. Um debate imprescindível para quem acredita que é possível mudar esse país.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

PPS/SP faz Congresso Estadual neste domingo

O Congresso Estadual do PPS de São Paulo será realizado neste domingo, dia 6 de novembro, a partir das 9h da manhã, no Plenário da Assembleia Legislativa (Avenida Pedro Alvares Cabral, 201 - Ibirapuera - São Paulo - SP).

É a seguinte a pauta mínima do Congresso Estadual:

1. Análise da Conjuntura e Discussão dos Documentos Congressuais
2. Apresentação do Programa Cidades Sustentáveis
3. Eleição do Diretório Estadual do PPS/SP
4. Eleição dos Delegados ao Congresso Nacional
6. Assuntos Gerais


Estarão reunidos deputados federais, estaduais, vereadores, prefeitos, dirigentes, militantes e pré-candidatos do PPS de todos os municípios paulistas às eleições de 2012.

Será aprovado um documento de São Paulo para o Congresso Nacional do PPS, que vai ser realizado em dezembro, e apresentado o Programa Cidades Sustentáveis (veja aqui) pela Rede Nossa São Paulo, repetindo a parceria pioneira com o PPS, no compromisso assumido por Soninha Francine e pelos demais pré-candidatos do partido na garantia de um desenvolvimento econômico, social e ambientalmente sustentável.

O Congresso Estadual do PPS segue o lema "Um Sinal Verde para São Paulo", lançado pelos encontros regionais do PPS da capital, que antecederam o Congresso Municipal paulistano.

Assista as reportagens da Rede Globo e da TV Gazeta sobre o Congresso do PPS/SP e o lançamento de Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo.

Leia também:

A contribuição de São Paulo ao Congresso do PPS


PPS paulistano debate plano-modelo de cidade sustentável

Roberto Freire: Sinal Verde para São Paulo

Carta aberta do PPS aos "marineiros"

5 de novembro: Congresso da Juventude do PPS

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Soninha solta o verbo, mas seguraria a verba

Quem teria coragem, hoje, de ser contra toda a onda da mídia e dizer que a abertura da Copa não deveria ser em Itaquera? E que o dinheiro investido no estádio do Corinthians não poderia sair dos cofres públicos? Alguém que pretende disputar uma eleição e diz essas coisas, ainda que todos saibam que são verdades, estaria no mínimo cometendo um "sincericídio". Pois Soninha Francine é assim!

Dizer a verdade, somente a verdade, nada mais que a verdade implica em perder votos? Paciência! Pois então alguns votos do PPS e de Soninha vão escorrer pelo ladrão (ops! melhor usar outra figura de linguagem!).

Mas, afinal, Soninha é contra a população da zona leste? Quer dizer que o "povão" não merece receber a abertura da Copa de 2014? O Morumbi seria melhor que Itaquera? Soninha virou "elitista"? Só "bairro nobre" pode ter a Copa? Soninha é anticorinthiana? Opa! Opa! Opa! Vamos ler primeiro o que ela diz?

A polêmica da Copa do Mundo

Pré-candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo em 2012, Soninha Francine afirmou em entrevista à Band não ter ficado satisfeita com a escolha do Itaquerão para ser a sede da cidade para a Copa do Mundo de 2014. De acordo com a ex-vereadora, o Morumbi foi vítima de uma "sabotagem" política.

“Se eu tivesse cuidando do assunto [Copa] desde o começo, a abertura jamais seria no Itaquerão”, afirmou. “É claro que é uma loucura voltar atrás agora, mas foi um absurdo a maneira como o Morumbi foi sabotado.”

De acordo com a candidata, o São Paulo F.C. já tinha tudo preparado para receber a Copa. “Você tinha um estádio privado, já construído, que seria reformado com o dinheiro do próprio clube. E o bairro do Morumbi também iria melhorar com a construção de um estacionamento subterrâneo e a chegada do metrô.”

Soninha criticou o fato de o estádio do Corinthians receber incentivos fiscais da Prefeitura de São Paulo. “Não é o estádio que trará desenvolvimento para Itaquera, e sim políticas específicas. A prefeitura precisa garantir que a região também receba escolas, infraestrutura pública e habitações populares.”

A candidata ainda alertou para o fato de o “povão” estar sendo iludido. “Os imóveis no entorno do estádio já estão encarecendo horrores, em cerca de 90%. Ou seja, em vez de promover o desenvolvimento, o povão poderá não ter condição de morar ali. Em breve, vão derrubar tudo para construir edifícios de alto padrão. A prefeitura precisa ter uma preocupação ferrada com isso. É o que penso para minha campanha.”

A entrevista e os temas polêmicos

Aos 44 anos, Soninha Francine disputará pela segunda vez as eleições para a Prefeitura de São Paulo. Como em 2008, ela afirma que não tem medo de mostrar a sua opinião e fala dos projetos para 2012. Soninha promete, mais uma vez, responder todas as perguntas polêmicas durante a campanha pelo PPS: drogas, homofobia, corrupção etc.

Em 2001, Soninha acabou demitida da TV Cultura após dar entrevista à revista Época e afirmar ter fumado maconha, fato que teve grande repercussão. Dez anos depois, o assunto voltou a ganhar destaque na mídia em três frentes: o documentário com Fernando Henrique Cardoso na defesa da descriminalização, a marcha da maconha em São Paulo e a recente confusão envolvendo alunos da USP com policiais.

Soninha, o que te motivou a disputar a Prefeitura de São Paulo mais uma vez?
Entrei para a política porque as outras formas de tentar lutar para mudar o mundo não me satisfaziam mais. Quis ser vereadora, e consegui. Foi uma experiência incrível do ponto de vista didático. Aprendi em uma semana de mandato muito mais sobre política do que uma vida inteira. Quando terminei, tive duas conclusões. Não queria sair mais da política, mas queria ter mais poder. Por isso estou me candidatando novamente para a prefeitura [em 2008 ela também concorreu pelo PPS].

Qual será o foco de sua campanha em 2012?
A principal proposta é melhorar a distribuição na relação entre casa e trabalho. São Paulo é uma cidade muito desigual. A gente olha para a Oscar Freire e vê teatro, cinema e biblioteca. Já Guaianases é um mundo totalmente diferente. Cada vez menos gente mora nos locais de emprego. Então se você não criar condições para que a população more na região central, onde existem os empregos, você nunca vai resolver a questão do transporte, porque elas vão morar longe e levarão horas para chegar ao trabalho. Não dá para transportar 2,5 milhões de pessoas da Zona Leste para o Centro com qualidade, com todo mundo saindo no mesmo horário.

PT e PSDB ainda não definiram candidatos. Porém, existem outros partidos com nomes já encaminhados. Você acredita que pode surpreender?
Acho que tenho uma chance melhor agora. Se os partidos favoritos [PT e PSDB] vierem com nomes desconhecidos, talvez consiga brigar pelo segundo turno. É verdade que não fui candidata em 2010, e outros concorrentes tiveram mais exposição, como o Netinho [PCdoB] e o Russomano [hoje no PRB]. Mas começo as pesquisas num patamar maior do que da outra vez, com 6% dos votos, e até 11% em alguns cenários. Isso é muito entusiasmante.

Na campanha presidencial de 2010, você coordenou o site do Serra. Espera por um apoio dele, apesar de o PSDB provavelmente ter candidato próprio?
Eu gostaria muito, mas acho impossível. Ele até pode ter alguma simpatia pela minha candidatura, mas o PSDB mesmo está tão complicado...

Você coordenou a subprefeitura da Lapa em 2009, na gestão de Gilberto Kassab. O que você destaca de positivo e negativo no atual governo?
Destaco a atuação no meio-ambiente, com Eduardo Jorge [secretário do Verde e Meio Ambiente]. Ele é o melhor da pasta no Brasil. Claro que contou com o apoio do Kassab para tomar medidas muitas vezes impopulares, como a inspeção veicular, que já estava prevista há séculos, mas ninguém fazia. As áreas da Cultura e Educação também tiveram bons programas. De negativo, aponto a Saúde. Eu fui marcar uma consulta na UBS (Unidade Básica de Saúde) e consegui uma data para fevereiro. Ou seja, é melhor você adivinhar que vai ficar doente e marcar agora para poder ser atendida. Também demorou muito para o Kassab mexer no transporte coletivo. Eu fui subprefeita, e todos os tipos de problemas chegavam até mim. Porém, na gestão Kassab os subprefeitos não tiveram muita autonomia. Eu tenho uma visão diferente dele neste ponto.

Você chegou à política em 2004, portanto já tem uma boa vivência de como funciona as coisas. Atualmente, os eleitores não estão confiantes nos políticos devido aos diversos escândalos. É realmente possível fazer política sem corrupção?
É possível, mas é difícil. A corrupção é muito variada. Ela é criativa, enraizada. Os próprios cidadãos se acostumam. Seja político, empresário ou morador carente. Só muda a escala. É superdifícil fazer a máquina pública funcionar. É preciso liderança. O prefeito tem de cobrar, fazer as coisas acontecerem. Se não existir uma coisa muito bem coordenada, vinda de cima, e as chefias não forem bem determinadas, a corrupção vai tomar conta. Outro ponto importante é acabar com o campo fértil da corrupção. Nós temos um sistema muito complicado. Muitas vezes, um engenheiro busca algo de um decreto de 1937 para impedir uma aprovação de uma planta, e isso faz com que uma pessoa, por exemplo, busque uma alternativa para uma aprovação rápida. Existe muita burocracia. A própria lei cria condições para um abuso de autoridade, em vários setores. É preciso facilitar o sistema.

Alguém já lhe ofereceu suborno?
Um suborno direto não. Mas eu já vi coisas estranhas. Logo quando eu me elegi vereadora [em 2004], participei de uma reunião com minha bancada, eu era do PT [ficou no partido de Lula até 2007, quando foi para o PPS]. Fazíamos oposição ao Serra. E um vereador da oposição disse que seria da base, numa conversa bem estranha. Eu pedi desculpas, levantei e saí. Nas outras reuniões, as coisas pararam de ser discutidas na minha frente, eu virei uma persona non grata. Outra coisa é com relação às doações de campanha. Teve um empresário uma vez que queria fazer uma doação para minha campanha de vereadora, mas ele não queria ser identificado. Pois ele não queria dar brecha para que dissessem depois ‘tá doando porque quer vantagem depois’.

Na campanha presidencial de 2010, vimos uma constante preocupação dos políticos com as opiniões diante de temas polêmicos. Você sempre foi aberta e deixou clara sua posição. Não teme que isso possa causar algum prejuízo?
Sei que isso pode me prejudicar. Mas eu não temo. Essas coisas que eu defendo têm relação com o fato de eu querer estar na política. Se eu preciso abrir mão do que acredito, então para que eu vou estar na política? Eu vejo que as pessoas respeitam quem é sincero e coerente. Uma senhora bem idosa uma vez disse que me admirava, apesar de não concordar com alguns pontos. Isso foi muito positivo. Claro que existem pessoas que rejeitam completamente a minha opinião. Se eu digo que sou favorável à maconha, muitos acham que eu estou incentivando que todos fumem sem problemas...

Você acabou demitida em 2001 da TV Cultura por ter admitido o uso de maconha. Ver atualmente pessoas como o Fernando Henrique Cardoso defendendo a descriminalização foi uma vitória pessoal?
A fala do FHC foi o meu sonho. Já em 2001 eu sabia de muita gente importante que tinha uma opinião formada e não tinha o perfil do Marcelo D2. Eram médicos, advogados, pais de família. Eram fumantes ou não fumantes favoráveis à legalização. Acharam um absurdo na época. E, caramba... Eu trabalhava pra cacete, sustentava meus filhos... Então, achei que era importante dizer que fumava maconha e que não era retardada. Fiquei muito feliz em ver o FHC falando do assunto, de ver pessoas como o Dráuzio [Varella, médico, colunista da Band].

A questão da descriminalização da maconha voltou à tona nesta semana com o ocorrido na USP, em que estudantes protestaram após a prisão de três universitários...
A polícia é obrigada a agir. Ou fingir que não estava ali. Mas veja como é curioso. Se os moleques tivessem em coma alcoólico, eles seriam levados para o pronto socorro. Mas como era maconha, não... O fato é que beber é estimulado. E fumar maconha é crime. Comprar maconha é crime. Vender maconha é crime... Só os criminosos lucram, e quem quiser fazer tudo dentro da lei, pagando imposto, não pode.

Você sempre foi uma defensora dos direitos dos homossexuais. Concorda também com o kit-homofobia que o Haddad, seu possível adversário, queria distribuir nas escolas?
Nunca cheguei a ver o tal kit. Mas se existia algum problema, você tinha de corrigir, não suspender. Escola não serve para ensinar apenas química, matemática ou história, de forma ultrapassada e enciclopédica. Tanto é que existem inúmeros projetos legislativos para educação ambiental, política, de trânsito e social. Tudo isso tem de passar pela escola, e a defesa contra violência e contra homofobia também. As pessoas que criticaram, disseram que o kit faria apologia. A própria Dilma disse... Meu Deus, isso é um tremendo absurdo. Esse conteúdo não seria mostrado para crianças, mas para adolescentes, que estão numa fase da vida em que começam a ter a vivência sexual. Se não tiver essa educação na escola, vai ter aonde?

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

No dia de Finados, Folha faz editorial sobre PCdoB

Triste dialética

A cerimônia de posse do novo ministro do Esporte, Aldo Rebelo, do PC do B, deu um novo sentido ao termo "dialética". A julgar pelo tom dos discursos, o afastamento do antigo titular da pasta por suspeitas de corrupção já traz em si sua própria negação, que assume a forma de desagravos e elogios ao ex-ministro e sua sigla.

Se tudo não passou de uma intriga contra Orlando Silva, como sugeriram vários oradores no ato realizado anteontem, a presidente Dilma Rousseff não deveria tê-lo afastado nem dado posse a Rebelo.

Tampouco precisaria suspender os repasses de verba a 2.670 convênios do governo com ONGs -isto é, todas menos as que atuem na saúde, na proteção a testemunhas ou que operem há mais de cinco anos sem irregularidades.

Se a mandatária o fez, é razoável supor que as suspeitas tenham pelo menos alguma base real.

Sendo assim, a manutenção do PC do B à frente da pasta resulta numa "aufhebung" (síntese, superação) inquietante, pois a agremiação vê-se liberada a prosseguir com o aparelhamento do ministério -agora sob "nova" gerência.

Como disse a presidente, "perco um colaborador, mas preservo o apoio de um partido cuja presença no meu governo considero fundamental". Estamos, portanto, ao que tudo indica, diante de uma daquelas mudanças providenciadas para nada mudar.

"Fundamental" para o governo, o PC do B segue em sua saga de equívocos históricos. O partido, como se sabe, foi incapaz de romper com o stalinismo mesmo quando se demonstraram os crimes do ditador, em 1956. Seis anos depois, abraçou um segundo tirano, Mao Tsé-tung, quando este passou a atacar a desestalinização em curso na União Soviética.

Foi sob essa dupla inspiração, acrescida de delírios revolucionários, que o partido se embrenhou na aventura guerrilheira do Araguaia. Quando a China, enfim, começou a livrar-se do fardo maoísta, a partir de 1976, os comunistas do Brasil, preservando o culto a ditadores, esqueceram Pequim para cair nos braços de Enver Hoxha, líder stalinista da Albânia.

Com o fim de Hoxha e do comunismo no mundo real, o PC do B passou a viver de uma aliança predatória com o PT e da ocupação de entidades, como o Ministério do Esporte ou a UNE (União Nacional dos Estudantes), com sua máquina de carteirinhas.

Ou seja, num passo dialético final, trocou Stálin e o que restava de ideologia por migalhas de poder e um punhado de cargos e benesses.

(Editorial da Folha de S. Paulo de 2 de novembro de 2011)

Leia também:

As diferenças entre o PCdoB e o PCB/PPS


A "nova política", a juventude e o sonho brasileiro