segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Haddad e vereadores tomam posse dia 1º de janeiro

A Câmara Municipal de São Paulo realiza no dia 1º de janeiro a cerimônia de posse dos 55 vereadores eleitos, do prefeito Fernando Haddad e da vice-prefeita Nádia Campeão. A cerimônia terá início às 15h, seguindo as regras estabelecidas pela Lei Orgânica do Município e pelo Regimento Interno da Câmara.

"O vereador eleito mais velho presidirá a cerimônia. Primeiramente, os parlamentares tomarão posse e, em seguida, será a vez do prefeito e da vice-prefeita", explicou Cecília de Arruda, chefe do cerimonial da Câmara.

Após a solenidade de posse, será aberta uma sessão plenária para eleição da Mesa Diretora da Casa para o ano de 2013. “Já o prefeito e a vice-prefeita empossados irão ao prédio da Prefeitura, onde será realizada a transmissão de cargos e posse do novo secretariado”, lembrou Cecília.

Segundo a Lei Orgânica do Município, no ato da posse os vereadores deverão fazer a declaração pública de seus bens, que será publicada no Diário Oficial do Município no prazo máximo de 30 dias. O procedimento deverá ser repetido ao término do mandato.

Veja a lista dos vereadores eleitos:

PT
Donato
Juliana Cardoso
Senival Moura
Nabil Bonduki
Alfredinho
José Américo
Arselino Tatto
Jair Tatto
Vava dos Transportes
Reis
Paulo Fiorilo

PSDB
Andrea Matarazzo
Coronel Telhada
Mario Covas Neto
Floriano Pesaro
Claudinho
Patricia Bezerra
Gilson Barreto
Aurélio Nomura
Eduardo Tuma

PSD
Goulart
Marco Aurelio Cunha
Souza Santos
Edir Sales
Marta Costa
David Soares
Police Neto

PV
Roberto Tripoli
Dalton Silvano
Ricardo Teixeira
Gilberto Natalini

PTB
Celso Jatene
Adilson Amadeu
Conte Lopes
Paulo Frange

PMDB
Ricardo Nunes
George Hato
Dr. Calvo
Nelo Rodolfo

PR
Antonio Carlos Rodrigues
Toninho Paiva
Aurelio Miguel

PSB
Ota
Eliseu Gabriel
Noemi Nonato

PPS
Ricardo Young
Ari Friedenbach

DEM
Milton Leite
Sandra Tadeu

PRB
Jean Madeira
Atilio Francisco

PHS
Laércio Benko

PSOL
Toninho Vespoli

PCdoB
Netinho De Paula

PP
Pastor Edemilson Chaves

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Editorial da Folha de S. Paulo: Limpar e reconstruir

O editorial da Folha de S. Paulo desta sexta-feira, 28 de dezembro, faz uma boa e resumida análise da gestão do prefeito Gilberto Kassab, que se encerra na próxima segunda-feira. Leia:

Limpar e reconstruir

Popularidade de Gilberto Kassab recuou no segundo mandato porque prefeito negligenciou São Paulo em favor de seu novo partido

Gilberto Kassab não deixa a Prefeitura de São Paulo como o pior alcaide que a cidade já teve, porém sua imagem anda perto disso.

Kassab conquistou popularidade nos primeiros anos, negligenciou a capital paulista após reeleger-se, confiou no poder das iniciativas cosméticas e sai do cargo com 42% de desaprovação.

É a segunda pior avaliação, desde 1985, de um prefeito no final da gestão. Perde para os 81% de Celso Pitta (1997 a 2000), de quem Kassab foi secretário de Planejamento.

A boa fama inicial foi obtida com o programa Cidade Limpa. No papel de síndico extremado, fez cumprir o que a muitos parecia impossível: livrar a cidade da barafunda de cartazes, letreiros e luminosos.

Mais adiante, Kassab deu o passo -elogiável- de que hoje talvez se arrependa: aceitou firmar compromisso com as 223 metas da chamada Agenda 2012. Com base nela, passou a ser avaliado de forma razoavelmente objetiva. Queixa-se, agora, do "uso político" da agenda.

O fato é que Kassab cumpriu integralmente só 55% (123) das metas que definiu. Um quarto delas (55) nem mesmo teve execução iniciada. Outras 45 estão em andamento.

Uma avaliação mais refinada ponderaria os percentuais de cumprimento de cada uma das 223 metas para extrair o que o prefeito chama de "índice de eficiência" -por ele fixado em 81% (um cálculo duvidoso, com 25% de objetivos totalmente descumpridos).

O prefeito tampouco se sai bem sob o ângulo qualitativo. Das áreas sob sua alçada direta, as prioridades óbvias são transportes, saúde básica e ensino fundamental, nenhuma delas com retrospecto bom.

Kassab prometeu 66 km de corredores de ônibus e entregou zero. Investiu R$ 1,7 bilhão no metrô, obra até então custeada só pelo governo estadual; a soma, aplicada em pistas exclusivas de ônibus, mais baratas, teria gerado maior benefício imediato para a população.

O prefeito disse que iria construir três novos hospitais, mas não entregou nenhum. Aumentou em 60% o número de unidades de saúde e em 62% o de médicos, porém o setor permanece como o mais mal avaliado de sua gestão.

A prefeitura não zerou o deficit de creches, como prometido, mas elevou o total de matrículas de 110 mil, em 2009, para 211 mil. Acabou com as "escolas de lata" e diminuiu a quantidade de alunos no "turno da fome" (que têm aulas na hora do almoço), porém restam 10 mil estudantes nesse período.

O que mais se censura em Kassab foi deixar a cidade, no segundo mandato, em plano inferior ao do projeto de criar o enésimo partido governista do país, o PSD. Seu cacique parece ter considerado que bastava multiplicar as ciclofaixas de lazer -faixas pintadas no asfalto e delimitadas por cones de plástico nos finais de semana- para manter-se bem avaliado.

É pouco, prefeito, muito pouco. Mais do que maquiada, São Paulo precisa ser reconstruída como cidade habitável e produtiva.

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Vereadores do PPS são diplomados em São Paulo


O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) realizou na manhã desta quarta-feira (19/12) a diplomação dos 55 vereadores eleitos para a próxima legislatura. A solenidade, que também empossou o prefeito e a vice-prefeita, foi realizada na Sala São Paulo, centro da cidade.

O empresário Ricardo Young (42.098 votos) e o advogado Ari Friedenbach (22.597 votos) compõem a bancada do PPS a partir de 1º de janeiro de 2013.

A primeira iniciativa de Ricardo Young será a criação da Frente Parlamentar pela Sustentabilidade. “O nosso trabalho será pautado na agenda da sustentabilidade, que é transversal a todas as outras áreas”, diz.

Ari Friedenbach intensficará o seu mandato na questão da segurança urbana. “Pretendo trabalhar para ampliar o atendimento dos CRAS - Centro de Referência de Assistência Social na cidade”, explicou.

PPS na Câmara


Pela quarta eleição consecutiva (ou seja, há 12 anos, desde 2000) o PPS elegeu uma bancada de dois vereadores para a Câmara Municipal de São Paulo. Ambos ocuparão pela primeira vez um cargo eletivo. Fazem parte dos 40% de novatos na Câmara (22 dos 55 vereadores da atual legislatura não foram reeleitos).

Por uma diferença de apenas 436 votos, o atual líder do PPS, Professor Claudio Fonseca (22.161 votos), será o 1º suplente da bancada.

Ou seja, nas quatro últimas eleições (2000, 2004, 2008 e 2012) o PPS vem mantendo a sua bancada com dois vereadores e praticamente repetindo a quantidade total de votos. 

Quem é Ricardo Young Silva?

Empresário, 55 anos, nascido em São Paulo, capital, foi presidente do Instituto Ethos e da ABF – Associação Brasileira de Franchising.

Com visão empreendedora, transformou a empresa da família, a Escola de IdiomasYazigi Internexus, num dos maiores cases de franquias do mundo. Na juventude, participou de movimento estudantil nas lutas contra a ditadura e pelas liberdades democráticas.

É pós-graduado em administração de empresas pelo PDG/EXEC (hoje IBMEC), um dos mais importantes grupos empresariais de educação do país, e também integrou o PNBE – Pensamento Nacional de Bases Empresariais, onde foi o primeiro coordenador em gestões alternadas (1996-1999 / 1999-2000), tendo contribuído para o projeto de adoção de escolas públicas por parte de empresas e a criação do Instituto PNBE, que desenvolveu o projeto Minha Rua, Minha Casa, para moradores de rua.

À frente do Instituto Ethos, fundou a Uniethos, sua divisão educacional, e projetou a entidade com importantes participações em fóruns internacionais, como o Pacto Global das Nações Unidas, oGlobal Report Iniciative e o ISO 26000 – Diretrizes sobre Responsabilidade Social. Foi integrante do grupo de empresários que Iniciou no Brasil a disseminação do conceito da responsabilidade social empresarial com uma nova dimensão de negócios.

Enquanto presidia do Instituto Ethos foi também o iniciador do Pacto de Integridade de Combate à Corrupção, numa iniciativa de articulação de entidades da sociedade civil, entre eles a Transparência Internacional, e empresários - fato que constitui um novo marco na luta contra a corrupção.

Pioneiro na luta pela sustentabilidade, foi um dos disseminadores da Carta da Terra no Brasil e um dos signatários do Manifesto “Brasil com S” que deu início ao projeto que resultou na candidatura deMarina Silva à presidência da República. Participou da fundação do Movimento Nossa São Paulo e do Fórum Amazônia Sustentável.

No final de 2007, aproximou-se da ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva, junto com outras lideranças empresariais e ambientais, e concebeu o Movimento Brasil Sustentável, com o objetivo de engajar diversos segmentos sociais na construção de uma sociedade responsável, justa e sustentável.

Em 2010, foi candidato a Senador por São Paulo e obteve mais de 4 milhões de votos, tornando-se uma das mais importantes lideranças empresariais e políticas na defesa da sustentabilidade e da justiça social. Defende um novo conceito de governança para a gestão das cidades, baseado na qualidade e eficiência dos serviços públicos, com ética, transparência, produtividade. Propõe uma cidade mais humana, generosa, acolhedora e sustentável.

Ricardo Young acredita no resgate e na resignificação da política como instrumento legítimo de transformação da sociedade e a serviço do cidadão.

Quem é Ari Friedenbach?  

Nascido em São Paulo, 52 anos, é advogado formado pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC–SP), atuando nas áreas Cível e Trabalhista.   É Conselheiro da Presidência Executiva do Clube Hebraica, Presidente de Honra do Programa Liana Friedenbach da Congregação Israelita Paulista (CIP) e Presidente do Projeto Viva em Segurança. 

No ano de 2011, atuou como Coordenador do Selo Paulista da Diversidade, que pertence à Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho do Governo do Estado de São Paulo (SERT), e como representante da Secretaria junto às Comissões Municipais do Emprego; dos Refugiados; do Trabalho Decente; da Pessoa com Deficiência e da Comissão Estadual Anti Drogas. Também ministra palestras sobre Educação, Segurança e Legislação Penal.  

A vida de Ari Friedenbach foi marcada por uma grande perda. Em novembro de 2003, sua filha Liana, juntamente com o namorado Felipe Caffé, foi seqüestrada por uma quadrilha composta por quatro adultos e um menor de idade. Após cometerem o assassinato de Felipe, sua filha continuou em poder dos criminosos por mais cinco dias, sendo violentada e assassinada a facadas. O autor deste crime bárbaro foi o menor, na época, Roberto Aparecido Alves Cardoso, conhecido como “Champinha”.

Após perder a filha, iniciou um trabalho visando mudanças que gerassem resultados positivos junto às questões de segurança, educação e a responsabilização de menores infratores. Passados sete anos, então criou o Projeto Viva em Segurança, através do qual pretende trazer ao debate com a sociedade novas propostas para a construção de uma vida digna, com oportunidades e segurança para todos.

No ano de 2010, chegou à conclusão que os esforços para mudanças significativas nas leis tiveram poucos resultados, resolvendo então se candidatar a Deputado Federal, ficando na suplência do PPS.

Como vereador da cidade de São Paulo, Ari Friedenbach afirma que sua luta por segurança, paz e justiça continua. Ele acredita que ações locais possam auxiliar no combate a violência.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Ari Friedenbach e Ricardo Young são diplomados

O prefeito e os 55 vereadores de São Paulo vão ser diplomados na manhã desta quarta-feira, 19 de dezembro. Trata-se da solenidade na qual o TRE reconhece oficialmente os candidatos eleitos em outubro.

O empresário Ricardo Young (42.098 votos) e o advogado Ari Friedenbach (22.597 votos) compõem a bancada do PPS para os próximos quatro anos de mandato, a partir de 1º de janeiro de 2013.

Pela quarta eleição consecutiva (ou seja, há 12 anos, desde 2000) o PPS elegeu uma bancada de dois vereadores para a Câmara Municipal de São Paulo. Ambos ocuparão pela primeira vez um cargo eletivo. Fazem parte dos 40% de novatos na Câmara (22 dos 55 vereadores da atual legislatura não foram reeleitos). 

Por uma diferença de apenas 436 votos, o atual líder do PPS, professor Claudio Fonseca (22.161 votos), será o 1º suplente da bancada.

Ou seja, nas quatro últimas eleições (2000, 2004, 2008 e 2012) o PPS vem mantendo a sua bancada com dois vereadores e praticamente repetindo a quantidade total de votos. Reveja o balanço das atividades do PPS nos últimos 12 anos, que levaram à formação da Coligação "Um Sinal Verde para São Paulo", e também a apresentação da chapa de vereadores de 2012.

sábado, 15 de dezembro de 2012

Editorial da Folha de S. Paulo: "Nada de muito novo"

Haddad monta secretariado um tanto convencional, com loteamento de cargos entre partidos e vereadores e sem nomes de grande impacto

Para quem se apresentou na campanha como "homem novo" que iria revolucionar a administração da cidade, o prefeito eleito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), ficou aquém da expectativa despertada ao montar o secretariado de seu futuro governo.

Haddad escolheu poucos nomes de repercussão fora de seus círculos profissionais. Também -e principalmente- repetiu, mais do que seria de esperar, alguns vícios que há décadas contaminam a política brasileira.

O ponto mais questionável, até aqui, é sem dúvida o excesso de concessões que Haddad já se dispôs a fazer. Diversos partidos, além das correntes internas do PT, foram contemplados com ao menos uma secretaria, numa manobra que visa assegurar maioria na Câmara Municipal -acredita-se que para fazer aprovar, já em 2013, as grandiosas promessas de campanha.

Como o governo da presidente Dilma Rousseff tem mostrado, entretanto, a estratégia de loteamento não garante fidelidade da base aliada. Mesmo inflada, ela costuma cobrar preço alto a cada votação.

No caso de Haddad, há um agravante: partidos e personagens que não combinam com o verniz de novidade entram na administração pela porta da frente. É essa a situação, por exemplo, do secretário de Habitação, indicado pelo grupo do ex-prefeito Paulo Maluf (PP).

Verdade que Haddad esvaziou o poder da pasta. A experiência sugere, contudo, que essa prodigalização de favores para contentar aliados de ocasião não traz os melhores resultados.

Merece também reparo a disposição do prefeito eleito de distribuir as 31 subprefeituras entre os vereadores. As administrações locais, já se anunciou, terão mais peso no governo do petista do que tiveram no de Gilberto Kassab (PSD).

Haddad, por outro lado, criou um "núcleo duro" com pessoas de sua confiança, alguns com boa reputação entre especialistas, mas pouco conhecidos do público. Estão nessa lista, por exemplo, a Secretaria de Finanças e a de Desenvolvimento Urbano, que definiu como estratégicas para a prefeitura.

Não é má ideia a iniciativa de preservar do loteamento político pastas que, segundo Haddad, serão cruciais para sua gestão. Há que ressalvar, contudo, que tais "secretarias-meio", se centralizarem tanto poder quanto se diz, podem emperrar a administração.

Ainda é cedo, em todo o caso, para fazer juízos peremptórios sobre o secretariado do futuro prefeito. Como é óbvio, apenas a prática dirá se as escolhas de Haddad foram acertadas. Mas a expectativa de mudança sai debilitada do confronto com um governo montado de forma tão convencional.

(Editorial do jornal Folha de S. Paulo, publicado no sábado, 15 de dezembro de 2012)

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

O "novo" PT continua de braços dados com Maluf

Se não bastasse o loteamento do secretariado, incluindo a nomeação de vereadores do chamado "centrão" da Câmara Municipal, o prefeito eleito Fernando Haddad (PT) anuncia que cumprirá outro compromisso polêmico da campanha: vai entregar a Secretaria da Habitação a um indicado de Paulo Maluf (PP), mesmo diante dos protestos de entidades sociais.

Com isso, o partido de Maluf consolida o domínio no setor habitacional, controlando a Secretaria Municipal de Habitação, o CDHU (estadual) e o Ministério das Cidades.

"Ao entregar a Secretaria de Habitação a Paulo Maluf, Haddad dá a primeira demonstração de que governará de costas para o povo", critica o vereador eleito Ricardo Young (PPS). 

"Maluf, que deve mais de U$ 20 milhões aos cofres municipais, estará comandando um dos maiores orçamentos da Prefeitura. Em qualquer democracia razoável, Maluf e seu partido jamais poderia estar exercendo qualquer cargo no executivo de São Paulo. Temo pelo pior. Se há impunidade é porque nossos governantes debocham da ética e da justiça. Haddad, você desperdiçou a chance de fazer diferente."

Kassab não cumpriu 56% das metas do mandato

Janaina Garcia
Do UOL, em São Paulo


A 22 dias de concluir o mandato, o prefeito Gilberto Kassab (PSD) ainda não cumpriu mais da metade das 223 metas estabelecidas para a gestão da cidade de São Paulo previstas para até o final deste mês.

Do total das medidas do plano assinado pelo prefeito há quatro anos, 125 não foram cumpridas, o que representa pouco mais de 56% do volume. Dessas, uma nem sequer começou a ser executada - o investimento de R$ 300 milhões no rodoanel, obra viária do governo do Estado.

No final de junho, no primeiro balanço divulgado pela prefeitura, haviam sido cumpridos 36,7% das 223 metas estabelecidas, com 81 ações cumpridas. À época, Kassab afirmou publicamente que queria cumprir ao menos 85% das metas.

De acordo com a Secretaria Municipal de Planejamento, 56 das 124 metas em andamento já possibilitam algum tipo de atendimento à população.

O plano de metas foi criado pela ONG (organização não governamental) Rede Nossa São Paulo, que conseguiu a adesão de outros 28 municípios brasileiros à iniciativa. A pioneira foi a capital paulista, cuja administração municipal a batizou de Agenda 2012 e a formalizou em site que ela mesma mantém.

O plano de metas é exigência da Lei Orgânica do Município, aprovada em 2008 com a pressão de entidades da sociedade civil - entre elas, a Rede Nossa São Paulo.

Plano é "pedagógico", avalia ONG

Para o coordenador do movimento, Oded Grajew, o programa é "pedagógico". "É uma forma de garantirmos campanhas políticas mais realistas, por exemplo, e também de o cidadão acompanhar o que está sendo feito", disse, para completar: "Só é uma pena que o prefeito tenha começado a acordar para a necessidade de levar a cabo essas metas passados mais de dois anos deste mandato. Se ele soubesse trabalhar com a ajuda da sociedade, era algo factível", opinou.

Já o coordenador da Secretaria Executiva da ONG, Maurício Broinizi Pereira, apontou a "dança das cadeiras nas subprefeituras" entre as causas do que ele chama de "baixa capacidade de execução" por parte da administração municipal.

"Além das mudanças constantes e da militarização nas subprefeituras, o prefeito ainda ficou dois anos montando o próprio partido [o PSD, criado em outubro de 2011] e tem um secretariado que tem pouca relação com a administração pública. O resultado foi que cumpriu uma série de metas mais simples, mas deixou em aberto as que têm mais impacto sobre a vida do cidadão", afirmou Pereira.

A Rede Nossa São Paulo lembrou que o prefeito eleito, Fernando Haddad (PT), se comprometeu, durante a campanha eleitoral, a assinar o plano de metas. O petista deverá revisar ou alterar metas não cumpridas pela atual gestão. A oficialização do futuro programa está marcada para o próximo dia 17.

A reportagem do UOL tentou ouvir a Prefeitura de São Paulo sobre o assunto em ao menos três oportunidades, desde a última quarta-feira (5). A tarefa de falar sobre o cumprimento do plano foi delegada pela administração ao secretário de Planejamento - pasta que coordena o programa.

Principais problemas do paulistano, saúde, transporte e mobilidade não foram resolvidos

Das 125 metas ainda não cumpridas pela gestão de Gilberto Kassab (PSD) dentro do atual mandato - que compreende um plano de 223 metas que deveriam ser cumpridas até o final deste ano -, o descumprimento é mais grave dentre aquelas que compreendem ações em saúde e transporte/mobilidade urbana.

A avaliação é da ONG (organização não governamental) Rede Nossa São Paulo, que definiu as metas do plano assinado há quatro anos pelo prefeito. Entre as principais que ainda estão em andamento e não têm previsão de ser concluídas até o próximo dia 31, por exemplo, está a construção de três hospitais nas zonas leste, sul e norte da cidade - nos três casos, as obras nem sequer começaram.

A implantação de nove terminais de ônibus urbanos também não foi concluída - apenas um foi finalizado, no Campo Limpo -, assim como os 66 km de corredores de ônibus tiveram realizados apenas 12 km.

Os dados constam do site Agenda 2012, criado e mantido pela prefeitura para o acompanhamento público das etapas de cada uma das 223 metas.

Por outro lado, a administração realizou 230,2 km de ciclovias e ciclofaixas - quando a meta estabelecia 100 km. Já na área de saúde, foi cumprida a meta de dez unidades de AMAs (Assistência Médica Ambulatorial) de especialidades.

"Só para o plano de mobilidade urbana, por exemplo, a prefeitura dispunha de R$ 15 milhões que não foram usados. A própria campanha de proteção ao pedestre, que havíamos apresentado à administração em 2007, sem custos, só foi implementada neste ano", disse o coordenador da Rede Nossa São Paulo, Oded Grajew.

Segundo Grajew, os corredores de ônibus e os terminais urbanos não entregues na totalidade e os hospitais estabelecidos entre as metas também são pontos nevrálgicos que ficam em aberto ao próximo prefeito.

O transporte público, por sinal, foi o principal problema relatado pelo paulistano em uma enquete realizada pelo UOL durante as eleições municipais deste ano. Para os 239.380 internautas que votaram, a saúde também foi um dos principais problemas - o quinto.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

PPS defende tese da proporcionalidade na Câmara

Os vereadores eleitos pelo PPS paulistano para a legislatura 2013/2016, Ari Friedenbach e Ricardo Young, defendem a tese da proporcionalidade partidária para a composição da Mesa Diretora da Câmara Municipal de São Paulo.

Com isso, os dois maiores partidos da Câmara, PT e PSDB, devem ocupar respectivamente a presidência e a secretaria-geral. O PT elegeu 11 vereadores; o PSDB, 9. Respeitando-se esse princípio, a intenção é fortalecer e qualificar o parlamento, além de respeitar a vontade da maioria do eleitorado e evitar que métodos de cooptação se sobreponham ao entendimento democrático e republicano entre os partidos.

Para as Comissões Permanentes da Câmara, a indicação do PPS é para que o vereador Ricardo Young participe da Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente e o vereador Ari Friedenbach integre a Comissão de Saúde, Promoção Social, Trabalho e Mulher.

Além disso, o PPS também indica Ari Friedenbach para presidir a Comissão Extraordinária de Direitos Humanos, Cidadania, Segurança Pública e Relações Internacionais; e Ricardo Young para a presidência da Frente Parlamentar de Sustentabilidade.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

PPS negocia novo partido com grupo de Marina

Josias de Souza

Sem estrondos, o oposicionista PPS discute com Marina Silva e o grupo político dela a hipótese de criar um novo partido. A ideia é compor uma força política capaz de prover estrutura para que Marina concorra novamente à presidência da República em 2014.

Ex-petista, Marina disputou a sucessão de 2010 pelo PV. Sem máquinas, colecionou 19,33% dos votos válidos, obtendo um festejado terceiro lugar. Passada a eleição, desentendeu-se com a cúpula do PV e bateu em retirada, levando junto seu grupo. Fundou um movimento batizado de “Nova Política.”

Marina permanece até hoje sem partido. Chamados de “marineiros”, alguns de seus apoiadores abrigaram-se no PPS para poder disputar as eleições municipais de outubro passado. Expoente desse grupo, Ricardo Young elegeu-se vereador em São Paulo.

Amigo de Marina, que participou de sua campanha, Young agora faz a intermediação das conversas com ela. Move-se com autorização do presidente do PPS federal, o deputado Roberto Freire (SP). A negociação encontra-se em fase embrionária. Tenta-se azeitá-la porque, em tese, interessa aos dois lados.

Marina preferiria fundar um partido zero km. Para isso, teria de correr o país atrás dos 490 mil apoiadores que a lei exige. Nascido de uma costela do DEM, o PSD de Gilberto Kassab provou que não é fácil. Só obteve a certidão de nascimento no TSE ao final de um processo que teve de tudo: desde assinaturas de mortos até denúncias de compra de adesões.

Na hipótese de acertar-se com o PPS, Marina pouparia o trabalho e os constrangimentos. E o partido ganharia uma presidenciável competitiva. No gogó, o projeto prevê a filiação de outras personalidades e a fusão com pelo menos mais uma legenda nanica. Vitaminado, o PPS trocaria de nome.

O partido de Freire não é neófito nessa matéria. Por razões diversas, o PPS fundira-se, em novembro de 2006, aos nanicos PMN e PHS. Juntaram-se sob nova logomarca: MD (Mobilização Democrátiva). Por que? Vigorava nessa época a lei que impunha aos partidos uma ‘cláusula de barreira’.

Por essa cláusula, legendas que não tivessem pelo menos 5% dos votos válidos na eleição para a Câmara dos Deputados passariam a ter existência vegetativa. Entre outros direitos, perderiam a propaganda gratuita no rádio e na tevê, o acesso às verbas do Fundo Partidário e assentos nas comissões do Legislativo.

Sozinho, o PPS não cumpria a cláusula legal. Daí a junção ao par de nanicos. Decorridos dois meses, a Justiça Eleitoral extinguiu a exigência de desempenho mínimo. E o PMN requereu a dissolução da fusão.

O PPS volta à pista num instante em que o PSDB dá de barato que seu velho aliado não hesitará em associar-se à caravana presidencial de Aécio Neves. Não são negligenciáveis as chances de dar chabu.

Excetuando-se o diretório de Minas Gerais, majoritariamente fechado com o senador tucano, os filiados do PPS em outros Estados olham ao redor à procura de nomes alternativos. Enxergam pelo menos dois: além de Marina, Eduardo Campos (PSB).

Procurado pelo repórter, Roberto Freire admitiu que o partido mantém conversas com Marina. Absteve-se, porém, de descer aos detalhes. De resto, disse que “é muito bom que existam várias opções” para 2014. “O que não pode é deixar de construir alternativas a isso que está aí”.

No dizer de Freire, seu partido “está aberto para discutir um projeto para o país -seja com Aécio, com Marina ou com Eduardo. É cedo para a definição de um nome.” Líder do PPS na Câmara, o deputado Rubens Bueno (PR) também admitiu a negociação com Marina.

Ele recordou que, num congresso realizado no ano passado, o PPS aprovara moção a favor da candidatura própria. A exemplo de Freire, Bueno não exclui do tabuleiro nem Aécio nem Eduardo Campos, com quem desenvolveu uma boa amizade na Câmara.

Para quem combatia a "imprensa golpista"...

O petista crédulo - ou hipócrita, dependendo do ponto de vista - é aquele que aponta toda e qualquer crítica como obra da oposição ou da "imprensa golpista", uma entidade fantasma que toma corpo principalmente nas páginas dos grandes jornais e revistas semanais quando são publicadas notícias incômodas ao governo federal.

Ultimamente, a sucessão de escândalos e denúncias envolvendo figurões do PT é tão grande que até os veículos considerados "imparciais" (que, na verdade, sempre estiveram na corrente pró-Lula e pró-Dilma) estão desembarcando dessa torcida chapa-branca. Leia abaixo o editorial da revista Carta Capital:

A traição do PT

por Mino Carta

Dizia um velho e caro amigo que a corrupção é igual à graxa das engrenagens: nas doses medidas põe o engenho a funcionar, quando é demais o emperra de vez. Falava com algum cinismo e muita ironia. Está claro que a corrupção é inaceitável in limine, mas, em matéria, no Brasil passamos da conta.

Permito-me outra comparação. A corrupção à brasileira é como o solo de Roma: basta cavar um pouco e descobrimos ruínas. No caso de Roma, antigos, gloriosos testemunhos de uma grande civilização. Infelizmente, o terreno da política nativa esconde outro gênero de ruínas, mostra as entranhas de uma forma de patrimonialismo elevado à enésima potência.

Assisti ao nascimento do Partido dos Trabalhadores ainda à sombra da ditadura. Vinha de uma ideia de Luiz Inácio da Silva, dito Lula, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo do Campo até ser alvejado por uma chamada lei de segurança nacional. A segurança da casa-grande, obviamente.

A deliberada confusão entre público e privado vem de longe na terra da casa-grande e da senzala e é doloroso verificar que, se o País cresce, o equívoco fatal se acentua. A corrupção cresce com ele. Mais doloroso ainda é que as provas da contaminação até os escalões inferiores da administração governamental confirmem o triste destino do PT. No poder, porta-se como os demais, nos quais a mazela é implacável tradição.

Era o PT uma agremiação de nítida ideo¬logia esquerdista. O tempo sugeriu retoques à plataforma inicial e a perspectiva do poder, enfim ao alcance, propôs cautelas e resguardos plausíveis. Mantinha-se, porém, a lisura dos comportamentos, a limpidez das ações. E isso tudo configurava um partido autêntico, ao contrário dos nossos habituais clubes recreativos.

O PT atual perdeu a linha, no sentido mais amplo. Demoliu seu passado honrado. Abandonou-se ao vírus da corrupção, agora a corroê-lo como se dá, desde sempre com absoluta naturalidade, com aqueles que partidos nunca foram. Seu maior líder, ao se tornar simplesmente Lula, fez um bom governo, e com justiça ganhou a condição de presidente mais popular da história do Brasil. Dilma segue-lhe os passos, com personalidade e firmeza. CartaCapital apoia a presidenta, bem como apoiou Lula. Entende, no entanto, que uma intervenção profunda e enérgica se faça necessária PT adentro.

Tempo perdido deitar esperança em relação a alguma mudança positiva em relação ao principal aliado da base governista, o PMDB de Michel Temer e José Sarney. E mesmo ao PDT de Miro Teixeira, o homem da Globo, a qual sempre há de ter um representante no governo, ou nas cercanias. Quanto ao PT, seria preciso recuperar a fé e os ideais perdidos.

Cabe dizer aqui que nunca me filiei ao PT como, de resto, a partido algum. Outro excelente amigo me define como anarcossocialista. De minha parte, considero-me combatente da igualdade, influenciado pelas lições de Antonio Gramsci, donde “meu ceticismo na inteligência e meu otimismo na ação”. Na minha visão, um partido de esquerda adequado ao presente, nosso e do mundo, seria de infinda serventia para este País, e não ouso afirmar social-democrático para que não pensem tucano.

O PT não é o que prometia ser. Foi envolvido antes por oportunistas audaciosos, depois por incompetentes covardes. Neste exato instante a exibição de velhacaria proporcionada pelo relator da CPI do Cachoeira, o deputado petista Odair Cunha, é algo magistral no seu gênero. Leiam nesta edição como se deu que ele entregasse a alma ao demônio da pusilanimidade. Ou ele não acredita mesmo no que faz, ou deveria fazer?

Há heróis indiscutíveis na trajetória da esquerda brasileira, poucos, a bem da sacrossanta verdade factual. No mais, há inúmeros fanfarrões exibicionistas, arrivistas hipócritas e radical-chiques enfatuados. Nem todos pareceram assim de saída, alguns enganaram crédulos e nem tanto. Na hora azada, mostraram a que vieram. E se prestaram a figurar no deprimente espetáculo que o PT proporciona hoje, igualado aos herdeiros traidores do partido do doutor Ulysses, ou do partido do engenheiro Leonel Brizola, ¬obrigados, certamente, a não descansar em paz.

Seria preciso pôr ordem nesta orgia, como recomendaria o Marquês de Sade, sem descurar do fato que algo de sadomasoquista vibra no espetáculo. Não basta mandar para casa este ou aquele funcionário subalterno. Outros hão de ser o rigor, a determinação, a severidade. Para deixar, inclusive, de oferecer de graça munição tão preciosa aos predadores da casa-grande.