quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Resposta na Folha e apoio de ombudsman

A Folha de S. Paulo publica hoje a resposta sobre a candidatura própria do PPS à Prefeitura de São Paulo. Reveja a "aposta furada" do jornal e a posição do partido em Banca de apostas ou jornalismo?

Outra postagem do Blog do PPS sobre reportagem da Folha também teve boa repercussão. A ombudsman Suzana Singer concordou no twitter com a nossa opinião em Crianças infratoras: um problema "menor"?

folha_ombudsman Folha Ombudsman
@23pps @folha_cotidiano Concordo, a matéria pretendia fazer perfil psicológico das meninas sem falar com elas.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Banca de apostas ou jornalismo?

Outra vez a Folha de S. Paulo publica que o “PPS fala em lançar Soninha, mas deve apoiar o PSDB”. Pior: faz essa afirmação sem conhecer a realidade do partido, sem consultar sua direção e sob o impróprio título “O Mercado das Alianças”.

Engraçado que em nota do Painel, intitulada “Dote”, o jornal se contradiz e afirma no mesmo dia que também está sendo sondado pelo PPS para ser candidato Ricardo Young (ex-PV), que “diz aos pretendentes que terá Marina Silva em seu palanque e, de quebra, herdará o suporte financeiro dos marineiros para a campanha municipal.”

Nem mercado, nem dote, nem banca de apostas. Vamos aos fatos.

Esclarecemos que o PPS, assim como em 2008, quando contrariou aposta idêntica desta mesma Folha, lançando a então vereadora Soninha Francine para a Prefeitura de São Paulo, vai repetir a dose em 2012. Teremos candidatura própria e sim, trabalhamos por uma chapa unindo Soninha e Ricardo Young.

Toda a ação do PPS é pública e transparente e está diariamente em nosso blog, site (www.pps-sp.org.br) e twitter @23pps.

Memória: Como foi a aposta furada de 2008?

Um exemplo clássico dessas "apostas furadas" do jornalismo à Mãe Dinah se deu em uma troca de e-mails com a jornalista Renata Lo Prete, editora do Painel, coluna política da Folha de S. Paulo.

A possível filiação de Zulaiê Cobra ao PPS foi assim noticiada pelo Painel, em 6 de julho de 2007:

"Vai sonhando. A ex-deputada tucana Zulaiê Cobra procura legenda para se candidatar à Prefeitura de São Paulo. Já ouviu do PPS que, se a condição para entrar no partido for essa, nada feito."

O presidente nacional do PPS, Roberto Freire, desmentiu a nota: "Não é sonho, é realidade. Se é esse o desejo de Zulaiê tudo caminha bem, pois é de grande interesse do PPS ter candidatura própria à Prefeitura de São Paulo."

A tréplica de Renata Lo Prete, por e-mail: "Sinto, mas não me parece ser o caso de ´desmentido´. Entendo os motivos que levam Roberto Freire a garantir a Zulaiê Cobra que ´tudo caminha bem´ para que ela seja a candidata do PPS à prefeitura, mas o Painel faria papel de bobo se comprasse essa versão, pois o mundo inteiro sabe que o partido estará com o Alckmin em São Paulo no ano que vem."

"O mundo inteiro sabe...". E assim Soninha Francine foi candidata à Prefeitura de São Paulo em 2008, porque o PPS estava - e está - decidido a se firmar na cidade com uma proposta alternativa e viável para o eleitorado cansado da polarização imposta pelos grandes partidos. Acredite a Folha ou não.

Crianças infratoras: um problema "menor"?

A onda de assaltos e arrastões praticados por um grupo de meninas (entre 9 a 15 anos) no bairro da Vila Mariana, zona sul de São Paulo, atraiu a atenção da mídia. Porém, como já era de se esperar, não para discutir e encontrar uma solução, mas para garantir a espetacularização da miséria e da violência.

A Folha de S. Paulo deste domingo segue involuntariamente o roteiro do show: Infratoras buscam sonho de consumo 'cor-de-rosa', é o título da matéria de duas páginas, seguindo o padrão dominical.

A reportagem é auto-explicatica: "O perfil psicológico e socioeconômico do grupo foi desenhado ao longo de uma série de contatos com conselheiros tutelares e monitores do programa Presença Social nas Ruas, da prefeitura."

Ou seja, fez-se um "perfil psicológico" das meninas sem que a repórter se desse ao trabalho de tentar conhecê-las. Baseou-se na "série de contatos com conselheiros tutelares" e blablablá.

Não seria mais útil se a reportagem fizesse um "perfil psicológico e socioeconômico" dos próprios conselheiros tutelares? Se mapeasse quem são essas figuras que se engalfinham em disputas eleitorais, reproduzindo os vícios de seus padrinhos (todos políticos tradicionais), quase sempre sem o preparo necessário, em busca de um carguinho e um salário fixo?

Não podemos afirmar, mas há indícios - para quem conhece os conselhos tutelares - que boa parte do tal "perfil" desenhado na reportagem retrata mais os preconceitos e impressões dos conselheiros do que revela de fato quem são as meninas com seu "sonho de consumo cor-de-rosa".

Por exemplo, um trecho revelador:

"Pego o celular das lourinhas que já olham pra mim com medo", diz a garota negra, gorro rosa. Ela tem 11 anos, não se acha bela. "Bonita, eu? Olha a cor da minha pele", corta, diante do elogio.

Desconfie de um "jornalismo" (entre aspas) que também apresenta aspas (ou a fala direta do "personagem da matéria") de alguém que nem sequer foi ouvido. Desconfie igualmente de uma reportagem que vem com uma espécie de "bula". Como qualquer droga, terá contra-indicações.

Deve haver algum embasamento científico - talvez o mesmo usado pelas ciganas do Viaduto do Chá - para uma afirmação de que parece ser "hereditária" essa vocação para o crime e o abandono.

Depois reclamam que um Salim Curiati da vida, o político do PP malufista, venha defender o controle de natalidade como "solução" para exterminar o crime pela raiz, como fez nesta semana após ser assaltado e agredido dentro de sua casa no Morumbi. Terror gera terror. E ignorância pega!

Reproduzimos abaixo a reportagem, para que cada um tire a sua própria conclusão. Qualquer opinião mais crítica seria tendenciosa.

Infratoras buscam sonho de consumo 'cor-de-rosa'

Meninas de rua vagam na Vila Mariana em busca de celulares e lentes coloridas

Perfil psicológico das infratoras mostra a mesma situação de rua experimentada por suas mães e até avós

ELIANE TRINDADE
DE SÃO PAULO

Alisante de cabelo e lentes de contato coloridas são itens visados nos arrastões protagonizados por meninas de rua, com idade entre 9 e 15 anos, nas lojas da Vila Mariana, na zona sul São Paulo.

"Quero ser bonita, tia", disse uma delas para a conselheira tutelar Ana Paula Borges, 29, em uma das mais de 20 vezes em que foi encaminhada para atendimento pela polícia no último ano.

Negras e mulatas de cabelos crespos, elas dizem querer alisar as madeixas para ficarem bonitas conforme padrão de beleza estabelecido. Usam os produtos na rua.

A mudança do visual chega à cor do olhos. Elas furtaram um kit de lente de contato verde de R$ 100. Como não dava para todas ficarem com duas lentes cada, dividiram o pacote. Algumas usavam só uma lente ao serem levadas recentemente à delegacia.

Nas fotos do grupo que ilustram o dossiê das sete garotas no Conselho Tutelar da Vila Mariana, as meninas fazem pose de modelo. Usam casacos rosa e acessórios.

"Como toda criança e adolescente, querem consumir, comer e passear no shopping. Elas pedem. Se não ganham, furtam", afirma Ana Paula.

Elas circulam nos metrôs Paraíso e Ana Rosa em busca dos ícones do consumo infantojuvenil: celulares, especialmente os cor-de-rosa.

"Pego o celular das lourinhas que já olham pra mim com medo", diz a garota negra, gorro rosa. Ela tem 11 anos, não se acha bela. "Bonita, eu? Olha a cor da minha pele", corta, diante do elogio.

O perfil psicológico e socioeconômico do grupo foi desenhado ao longo de uma série de contatos com conselheiros tutelares e monitores do programa Presença Social nas Ruas, da prefeitura.

Todas elas têm um histórico de abandono há gerações. "As mães delas viveram a mesma realidade de rua", diz Kátia de Souza, conselheira.

"É uma segunda e até terceira geração na rua. É como se fosse hereditário", confirma Ana Paula.

FAMOSAS
Desde o início de julho, os furtos das meninas na região começaram a chamar a atenção. Atraídas pela repercussão, outras crianças resolveram fazer o mesmo.

Segunda-feira, cinco meninas e dois meninos fizeram um arrastão num hotel, do Paraíso. Levados ao Conselho Tutelar da Vila Mariana, promoveram também um quebra-quebra no local.

Um terceiro grupo também agiu no Itaim Bibi (zona oeste) na última terça.


NOVA SAFRA

Eleição para conselheiros é em outubro

Os conselhos tutelares terão novos conselheiros. As eleições serão em 16 de outubro. Cerca de mil pessoas concorrem a 224 vagas. Hoje, há 37 conselhos na cidade de SP. Em 18 de novembro, data da posse, serão 44. A expectativa é que 130 mil votem. Qualquer munícipe acima de 18 anos pode votar -os locais serão definidos.
(Folha de S. Paulo)


Enquanto isso...

Apenas para ilustrar o tamanho do problema e a desfaçatez dos políticos na busca de soluções eficazes, reproduzimos aqui no Blog do PPS três textos escritos entre 1993 e 1995 sobre o mesmíssimo assunto.

É isso: há 18 anos já chamávamos a atenção para o aumento da criminalidade dos menores nas ruas, o abandono, a violência. Um problema, portanto, que chegou à sua maioridade mas ainda é tratado como um problema "menor".

Há 18 anos, nenhuma destas meninas que hoje praticam assaltos e arrastões nas ruas havia nascido. Poderíamos ter combatido com seriedade as causas do problema, em vez de tentar encontrar agora uma resposta tardia para a nossa própria incapacidade de resolver este problema socioeconômico e político.

Leia:

De um lar miserável para a geladeira do IML

São Paulo S/A: fábrica de marginais

Receita para se fazer um criminoso

domingo, 28 de agosto de 2011

"Panis et circenses", Fernando de Barros e Silva

O ministro Mário Negromonte (PP), das Cidades, foi acusado de oferecer R$ 30 mil de mesada a parlamentares de seu partido a fim de tentar reverter uma correlação de forças que lhe é desfavorável na bancada da Câmara.

Em sua defesa, não se limitou a negar a acusação. Saiu cuspindo balas, literalmente: "Para acabar com esse fogo amigo, um revólver só não resolveria. Teria que ser uma metralhadora para sair atirando".

Em entrevista ao jornal "O Globo", o ministro de Dilma fez acusações e ameaças explícitas aos colegas do PP: "Imagine se começar a vazar o currículo de alguns deputados. Ou melhor, a folha corrida". E completou: "Então aqui vai o meu alerta: em briga de família, irmão mata irmão, e morre todo mundo".

Estaria tudo certo se o autor das frases fosse Tony Soprano, dando conselhos para unir a "famiglia". Na boca de um ministro de Estado, não passa de desfaçatez vulgar. Negromonte parece confundir família e governo, máfia e coisa pública.

Não é o caso de brincar de Roma Antiga e atirar as pessoas aos leões, como sugeriu Dilma, criticando a espetacularização da faxina (que a rigor não existe), mas, sim, de lembrar essa tigrada que isso ainda é uma República, apesar deles.

Depois de Alfredo Nascimento (PR) e de Wagner Rossi (PMDB), além de Antonio Palocci (PT), chegou a vez de o PP oferecer a sua contribuição à degradação da política.

Mas não se trata de um rebaixamento apenas moral, o que já seria bastante. A fala de sarjeta do ministro Negromonte vale também como sintoma e metáfora de um governo pedestre, sem nenhum brilho ou capacidade de formulação, que se consome no varejo de escândalos em série, diante dos quais tem atitude no mínimo dúbia.

Por ora, a política do pão e circo (programas de transferência de renda para os mais pobres e ilusão de faxina ética para as classes médias) tem funcionado. Veremos até quando Dilma pode se segurar inspirada na Roma Antiga.

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de domingo, 28 de agosto de 2011)

sábado, 27 de agosto de 2011

Homenagem a Clarice Herzog e Lourenço Diaféria

A Câmara Municipal de São Paulo concedeu nesta sexta-feira (26/8) a Medalha Anchieta e o Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo à publicitária Clarice Herzog e ao jornalista Lourenço Diaféria (in memorian), representado pela viúva Geiza Diaféria.

A cerimônia, iniciativa do vereador Eliseu Gabriel (PSB), contou com o apoio e a participação da ex-vereadora Soninha Francine (PPS). Este é um dos eventos que integram o aniversário de 31 anos da Lei da Anistia no Brasil.

Clarice, viúva do jornalista Vladimir Herzog — morto nos porões do Doi-Codi em 25 de outubro de 1975 — teve reconhecida participação como militante na luta pela redemocratização do país durante a Ditadura, além de ter lutado com afinco pela implementação de uma política de direitos humanos.

Lourenço Diaféria, um dos mais famosos cronistas de São Paulo, foi preso durante o regime militar após publicação da crônica “Herói. Morto. Nós”, considerada ofensiva às forças armadas. O jornalista faleceu em 2008, aos 75 anos.

PPS debate políticas de inclusão para deficientes

Por iniciativa do líder do PPS, vereador Claudio Fonseca, foi realizado na manhã de sexta-feira (26/8), no Salão Nobre da Câmara Municipal de São Paulo, o Seminário Políticas Públicas de Inclusão de Pessoas com Deficiência na Educação, Cultura e Esporte.

Veja aqui a íntegra da cobertura do evento.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Nossa São Paulo e marineiros nos eventos do PPS

A Rede Nossa São Paulo confirmou presença nos encontros regionais do PPS, mais uma vez fornecendo dados importantíssimos para o debate sobre a cidade e para a formulação de um programa de governo para a Prefeitura de São Paulo.

Assim como em 2008, quando a candidata do PPS, Soninha Francine, foi a primeira a assumir o compromisso público de elaborar um programa com metas definidas para as 31 subprefeituras.

Naquela oportunidade, o empresário Oded Grajew também foi convidado a participar da reunião do PPS para apresentar informações sobre a Rede Nossa São Paulo, os indicadores do "Observatório Cidadão" e explicar a emenda à Lei Orgânica, publicada em fevereiro de 2008, que instituiu o Programa de Metas (reveja aqui).

Desta vez, o PPS sai na frente de novo: todos os seus candidatos às eleições municipais de 2012 se comprometem publicamente a sensibilizar, mobilizar e oferecer um programa de governo para a promoção do desenvolvimento sustentável na cidade de São Paulo.

Este compromisso público tem como referência o "Programa Cidades Sustentáveis", iniciativa proposta pela Rede Nossa São Paulo, pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e pelo Instituto Ethos, com o objetivo de que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.

O Programa engloba a Plataforma Cidades Sustentáveis, desenvolvida ao longo de 2010 para constituir um banco de dados com práticas exemplares e políticas exitosas de sustentabilidade urbana. Agora, com foco nas próximas eleições, o Programa inova ao apresentar ferramentas importantes para o engajamento dos candidatos e o acompanhamento da sociedade civil.

Marineiros discutem a cidade

Também os chamados "marineiros" estarão presentes nos encontros do PPS. Ligados à ex-senadora Marina Silva, dissidentes do PV como o ex-presidente estadual Mauricio Brusadin e o ex-candidato ao Senado Ricardo Young vão participar da formulação de um programa sustentável para a cidade.

Aos 54 anos, Ricardo Young é empresário, graduado em Administração de Empresas pela FGV e presidente do Conselho Deliberativo do Yázigi Internexus; foi presidente da Associação Brasileira de Franquias (ABF); presidente do Instituto Ethos; conselheiro das organizações Global Reporting Initiative (GRI) em Amsterdam, Holanda; Accountability, em Londres (Inglaterra) e Grupo de Zurich (Suiça).

Candidato ao Senado na chapa de Marina Silva presidente e Fábio Feldmann governador, em 2010, Ricardo Young obteve 4.117.634 votos, ou 11,02% do total.

Leia também:

Acompanhe o calendário congressual do PPS/SP

São Paulo precisa de um "Sinal Verde"

terça-feira, 23 de agosto de 2011

São Paulo precisa de um "Sinal Verde"

Um Sinal Verde pra São Paulo. Não poderia haver simbologia melhor para a cidade que não pode parar. Sinal verde para o cidadão que pede passagem, sinal verde para o trânsito, sinal verde para o desenvolvimento, sinal verde para o transporte alternativo, para a saúde, para a educação, para o esporte e o lazer. Sinal verde para a qualidade de vida. Sinal verde para a diversidade. Verde do meio ambiente e da sustentabilidade.

Sinal verde. Está aí o símbolo, a marca da campanha do PPS para as eleições de 2012. Sinal verde pra São Paulo. Sinal verde para o paulistano.

O PPS e todos os seus candidatos às eleições municipais de 2012 se comprometem publicamente a sensibilizar, mobilizar e oferecer um programa de governo para a promoção do desenvolvimento sustentável na cidade de São Paulo.

Este compromisso público tem como referência o "Programa Cidades Sustentáveis", iniciativa proposta pela Rede Nossa São Paulo, pela Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis e pelo Instituto Ethos, com o objetivo de que as cidades brasileiras se desenvolvam de forma econômica, social e ambientalmente sustentável.

O Programa engloba a Plataforma Cidades Sustentáveis, desenvolvida ao longo de 2010 para constituir um banco de dados com práticas exemplares e políticas exitosas de sustentabilidade urbana. Agora, com foco nas próximas eleições, o Programa inova ao apresentar ferramentas importantes para o engajamento dos candidatos e o acompanhamento da sociedade civil.

Encontros regionais

Sob o tema "Um Sinal Verde pra São Paulo" e em apoio ao "Programa Cidades Sustentáveis", o PPS paulistano fará quatro encontros regionais, nos dias 3 de setembro (região norte), 17 de setembro (oeste e centro expandido), 24 de setembro (sul) e 1º de outubro (leste).

Serão discutidos em cada encontro os assuntos pertinentes àquela região, sempre sob o olhar do desenvolvimento sustentável, com a participação da população local, de representantes da sociedade civil e de entidades organizadas.

Nestes encontros também serão eleitos os diretórios zonais do PPS e debatidos os grandes temas preparatórios para o Congresso Municipal (22 de outubro), para o Congresso Estadual (6 de novembro) e para o Congresso Nacional do PPS (9, 10 e 11 de dezembro, em São Bernardo do Campo).

Quem foi que disse?

Este "Sinal Verde pra São Paulo" é a continuidade natural da campanha apresentada pelo PPS em 2008, quando a então vereadora Soninha Francine foi candidata à Prefeitura questionando: Quem disse que político é tudo igual? Quem disse que não tem mais jeito? Quem disse que só tem um jeito de fazer política? Quem disse que meu voto não faz diferença? Mas por que, afinal, votar na Soninha para a Prefeitura de São Paulo?

Cada um tinha a sua própria resposta, mas no geral os motivos foram listados aqui. Reveja também aqui todos os programas apresentados pelo PPS naquela campanha.

Entre as propostas da Soninha e do PPS formuladas em 2008, algumas também foram encampadas pelo prefeito Gilberto Kassab, eleito naquele ano. Relembre aqui.

Aliás, os congressos zonais e o municipal do PPS também servirão para fazer um balanço de todo este trabalho acumulado, as propostas formuladas em 2008, o que foi efetivamente realizado, o que temos a propor para 2012, o problema cotidiano dos bairros, a atuação da Câmara Municipal e da nossa bancada, em especial, o diálogo com outros movimentos que discutem uma "nova política" etc.

Leia também:

Monitoramento do cenário eleitoral paulistano

Marina, o ícone da "nova política" e outros sinais...

Balanço das atividades do PPS paulistano (2008/2011)

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Histórico da aproximação com Marina e marineiros

Entre as vantagens da era da internet está, além dessa revolução das redes sociais, o registro para a posteridade de tudo o que se faz e se fala por aí. Aliás, isso deve ser uma vantagem só para quem não tem medo da verdade e da transparência. Para quem tem bom senso e coerência. Porque se alguém tem o que esconder, a internet é um terror!

No caso dessa aproximação do PPS com o grupo de Marina Silva, fica sempre a dúvida: Será um mero gesto oportunista após a saída do PV? Ou existe algum histórico que demonstre alguma simpatia e pontos convergentes?

Vejamos:

Em agosto de 2009, o Blog do PPS postou: Marina repete Erundina, Heloísa Helena e Soninha. Ao entrar para o Partido Verde, na época, a então senadora repetia o movimento de outras mulheres valorosas que, amadurecidas, deixaram o PT - que traiu seus princípios originais. O PPS apoiou!

Ainda em agosto de 2009, reproduzimos o artigo de Danuza Leão em que ela dizia: Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece. Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você.

Em outubro de 2009, publicamos que: O PV, que tinha no deputado Fernando Gabeira o nome de maior repercussão nacional e internacional, sobe um degrau com a filiação da senadora Marina Silva e de empresários como o dono da Natura, Guilherme Leal.

Em janeiro de 2010, o Instituro Ethos destacou as propostas do PPS para o Meio Ambiente, reunidas a partir do trabalho produzido para a campanha de Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo em 2008 e que serviu também de base para a construção do programa nacional do partido para as eleições de 2010 e 2012.

Falou-se na entrevista que a entrada de Marina Silva na disputa presidencial, em 2010, sem dúvida elevou a discussão a outro patamar, obrigando os dois candidados já postos (Dilma Rousseff e José Serra) a se posicionarem. A pergunta: Como o PPS vem lidando com esse novo desafio?

A resposta: O PPS sempre pautou suas campanhas num patamar diferenciado, mais preocupado com o conteúdo das propostas do que propriamente com a corrida desenfreada atrás do voto. Candidatas como Marina Silva e Soninha Francine têm muito mais em comum do que o fato de serem mulheres e ex-petistas. A última campanha municipal em São Paulo mostrou, por exemplo, que Soninha é verdadeiramente diferente dos demais candidatos. No modo de falar, na forma de agir. É transparente. Diz o que pensa e pensa no que diz! Não sai por aí no blablablá. É jovem, idealista, ética. Mas não por obrigação ou por imposição de marqueteiro. Ela é assim!

E prossegue: Soninha tem um olhar diferenciado sobre a política e teve coragem de denunciar os conchavos que existem. Assim como Marina Silva, ela teve a coragem de sair do PT no período de maior popularidade do presidente Lula, simplesmente porque ambas não toleram esses métodos repulsivos de fazer política – que o PT tanto combatia e agora deixou "órfão" parte do eleitorado, associando-se ao que existe de mais arcaico e danoso na política nacional.

Leia na íntegra a entrevista ao Instituto Ethos: Preocupação efetiva com a questão ambiental.

Em março de 2010, o PV lançou o ex-deputado Fábio Feldmann como candidato ao governo paulista e o empresário Ricardo Young, ex-presidente do Instituto Ethos, candidato ao Senado. O então presidente do PV de São Paulo, Maurício Brusadin, afirmou que uma aliança com o PPS da subprefeita Soninha Francine seria o "grande sonho" do partido. Era recíproco. A partir daí houve uma série de conversas com vistas a 2012 e 2014.

Em julho de 2010, publicamos: Passada a torcida (frustrada) pelo hexa do Brasil na Copa, todas as atenções se voltam finalmente para a campanha eleitoral. A prioridade, sem dúvida, é a disputa presidencial, onde José Serra e Dilma Roussef largam empatados, e Marina Silva parece ser o único sopro de algo novo, embora insuficiente para quebrar a polarização entre tucanos e petistas (e os aliados de ambos, os mesmos de sempre).

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, deu todo o aval à iniciativa do partido em São Paulo de se aproximar de Marina Silva e dos "marineiros". O jornal Valor Econômico registrou os primeiros passos dessa aproximação em junho de 2011: Marina Silva recebe convite do PPS e PPS convida Marina Silva e aliados do PV para ingressarem na sigla.

Entusiasta deste pacto com os "marineiros", Freire também já fez uma série de declarações favoráveis à aproximação: A grande votação da candidata do PV, Marina Silva, concentrada principalmente nas classes médias urbanas das grandes cidades, aponta para uma demanda por parte do eleitorado de uma nova agenda política, que passa ao largo do bipartidarismo PT x PSDB.

Outro exemplo, no site oficial do presidente do PPS:

Advertindo que ainda é cedo para definir os rumos das candidaturas, porque podem “surgir novas alianças neste cenário”, Freire confirmou que Soninha Francine é o nome do PPS para a disputa da Prefeitura de São Paulo.

Para o deputado, o nome de Soninha é natural num mundo em que “a partir de fatores como a transformação das relações pessoais, provocadas principalmente pelo crescimento da importância das redes sociais, formam-se movimentos de rompimento com a política e com suas possibilidades de atuação tradicional, de rejeição à burocracia, e que valoriza uma atuação diferenciada, alternativa, como o cuidado com o meio ambiente. Soninha, assim como a Marina Silva, tem um estilo de atuação que representa bem esta mudança de paradigmas.”


Se não bastassem esses registros na internet, o PPS teve dois atos na última campanha eleitoral que comprovam toda a simpatia e convergência com Marina Silva e os "marineiros":

1) Engajados na campanha de José Serra à Presidência da República em 2010, tivemos a ousadia de declarar publicamente o seguinte: Se você não gosta do Serra, OK! Não vote no Serra. Não tem problema. Mas vote na Marina! Pelo bem do Brasil!

2) Derrotados na tentativa de emplacar Soninha Francine como candidata ao Senado na chapa com Serra presidente e Alckmin governador, não tivemos dúvida: declaramos apoio e votamos em Ricardo Young para senador.

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Quem não quer estar ao lado de Marina Silva?

PPS reitera proposta de pacto com grupo de Marina

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Veja o balanço das atividades do PPS paulistano

A Direção paulistana do PPS apresentou, durante o Congresso Municipal realizado em 22 de outubro, o balanço das ações partidárias desde as últimas eleições, e projetou a nossa estratégia política e eleitoral para o pleito de 2012.

Com as novas filiações partidárias formalizadas até 7 de outubro, para quem pretende disputar as próximas eleições a prefeito e vereador, foi concluído mais um ciclo desta direção coletiva implantada no PPS paulistano de forma acertada, sensata e equilibrada, que vem constantemente se renovando, incorporando novas forças e consolidando o crescimento quantitativo e qualitativo do partido na cidade de São Paulo.

Com esta ação efetiva na busca de um novo perfil para o PPS paulistano, inclusive com a mudança radical da nossa representação na Câmara Municipal em 2008, garantimos para 2012 a construção de uma chapa própria bastante competitiva de candidatos proporcionais, repetindo 2000, 2004 e 2008, e reiteramos uma alternativa viável e avançada de candidatura majoritária.

Foi neste sentido que em 2007 filiamos a vereadora Soninha Francine (ex-PT) e lançamos a sua candidatura à Prefeitura de São Paulo, iniciativa que estimulou a militância partidária e foi decisiva para reposicionar o PPS no cenário político municipal.

Propiciamos assim a reintrodução do PPS como protagonista no debate sobre a cidade, resgatando princípios e ideais que pareciam fora de moda na política, para construir um programa de governo verdadeiramente identificado com os cidadãos paulistanos e reaproximar o PPS de movimentos populares e sociais.

Histórico das eleições municipais

Em 2008, a candidata do PPS Soninha Francine obteve 266.978 votos para a Prefeitura de São Paulo, ou 4,19% dos votos válidos.

A chapa de vereadores do PPS recebeu 216.873 votos no total, sendo 155.201 votos nominais e 61.672 votos de legenda. Foram 67 candidatos. Elegemos dois vereadores: Professor Claudio Fonseca e Dr. Milton Ferreira.

Na eleição anterior, em 2004, o PPS integrou a coligação que elegeu José Serra prefeito e Gilberto Kassab vice, obtendo 250.792 votos na sua chapa própria para vereador (somados os 244.373 votos nominais com os 6.419 votos de legenda), ou 4,2% dos votos válidos. A chapa tinha 69 candidatos. Elegemos também dois vereadores, faltando cerca de 12 mil votos para eleger um terceiro parlamentar na bancada.

Em 2000, o PPS paulistano obteve 173.778 votos (somando os 7.825 votos de legenda com os 165.953 votos nominais), ou 3,2% dos votos válidos. Teve 65 candidatos a vereador. Elegeu dois.

A votação de 2000 foi 10 vezes maior que a obtida na eleição anterior, em 1996. Na ocasião, os quatros candidatos a vereador lançados pelo PPS (na coligação com o PT) conquistaram cerca de 17 mil votos, somados aos votos que a legenda recebeu.

Ou seja, por três eleições consecutivas o PPS vem mantendo a sua bancada com dois vereadores e praticamente repetindo a quantidade de votos nominais. Porém, em 2008, graças à candidatura majoritária, aumentou em quase 10 vezes os votos na legenda 23.

Participação do PPS no Governo e nas eleições

O PPS integra atualmente o governo municipal (desde o início da gestão Serra/Kassab, em 2005) e o estadual (participou em 2010 da coligação que elegeu Alckmin, como já havia participado em 2006 da eleição de Serra; antes disso, pertencia à base de sustentação da primeira administração de Alckmin, assim como de seu antecessor, o governador Mário Covas).

Para 2012, o PPS decide mais uma vez apresentar candidatura própria à Prefeitura de São Paulo e chapa completa de candidatos à Câmara Municipal.

Está comprovado que a candidatura própria fortalece a legenda, dá mais visibilidade às propostas do partido e favorece a chapa de candidatos a vereador.

É importante para o PPS reafirmar-se programática e ideologicamente como um partido democrático de esquerda, composto em grande parte por uma nova geração de políticos éticos e comprometidos com a busca de novos caminhos para o desenvolvimento econômico, político e social do Brasil.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Monitoramento do cenário eleitoral paulistano

De tempos em tempos é bom fazer um panorama de como anda o cenário eleitoral de São Paulo, já que no próximo ano teremos a sucessão do prefeito Gilberto Kassab, que acaba de fundar o PSD e não pode concorrer novamente à reeleição (pois assumiu o mandato de José Serra em 2006 e foi reeleito em 2008).

O maior segredo da eleição de 2012 parece mesmo ser a decisão de Serra sobre disputar ou não a Prefeitura de São Paulo outra vez. Favoritíssimo em todas as pesquisas, a preocupação maior do tucano não é exatamente com a disputa paulistana, mas com o fato de ficar "preso" à cadeira de prefeito e ver cada vez mais distante o sonho de chegar à Presidência da República. Mas isso é um problema de Serra, não nosso.

O PSDB aguarda a decisão de Serra para saber quem será seu candidato. À espera de uma prévia estão Zé Anibal, Andrea Matarazzo, Aloysio Nunes, Bruno Covas e Ricardo Trípoli. Juntando todos não chegam à metade do potencial de votos serrista.

Daí a espera também do PT: se Serra for o candidato tucano, alguns avaliam que Marta Suplicy ou Aloizio Mercadante seriam os nomes mais indicados para o embate. Se bem que ambos, um pelo envolvimento com os "aloprados", outra com a prisão do ex-chefe de gabinete na esteira dos escândalos do Turismo, parecem ter um enorme telhado de vidro a ser explorado inclusive por pedras do "fogo amigo".

O ministro da Educação Fernando Haddad é o preferido de Lula e dos chamados intelectuais do PT. A massa partidária, dividida em correntes internas, segue em dúvida entre Marta e Mercadante. Correm por fora, sem nenhuma chance, Jilmar Tatto, Carlos Zaratini e Eduardo Suplicy. Uma incógnita: José Eduardo Cardozo.

O PP malufista também segue dividido: Celso Russomano tem bom "recall" nas pesquisas pela disputa ao Governo do Estado em 2010 e pela carreira televisiva, mas Paulo Maluf anuncia que pode disputar a sua última eleição ao Executivo paulistano. Qualquer um deles que seja candidato, está fadado a ser mero coadjuvante. Não mais que isso. O malufismo morreu, enfim.

O PMDB deve apostar suas fichas em Gabriel Chalita, que vai tentar atrair também tucanos e petistas descontentes com a futura definição de seus partidos. Isso pode favorecê-lo na disputa, mas está longe de lhe dar algum conteúdo. Para se ter uma idéia, Delfim Netto será o coordenador do plano de governo. Quanta modernidade!

PCdoB e PDT ensaiam uma parceria com Netinho de Paula e Paulinho da Força Sindical. Vai dar samba? Vai dar trabalho? Difícil saber. Se arrancassem um improvável apoio do prefeito Kassab, talvez.

Mas para onde caminha Kassab, afinal? De um lado há o PV com o secretário do Verde Eduardo Jorge e a migração de três ex-vereadores tucanos, dando indícios de que esta pode ser a opção kassabista. Por outro lado, o recém-fundado PSD tem Guilherme Afif e poderia lançar ainda o secretário municipal da Educação Alexandre Schneider para fazer um contraponto aos "educadores" Chalita e Haddad. Tudo muito indefinido.

O PTB filiou o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso. Parece mais um futuro candidato a vice, para o cacique Campos Machado negociar com PSDB e PMDB, do que propriamente um prefeiturável pra valer. Mas isso também é problema deles.

O PPS tem como potencial candidata à Prefeitura a ex-vereadora Soninha Francine. Aguarda ainda um "sinal verde" do grupo da ex-senadora Marina Silva, depois do convite formulado publicamente aos "marineiros" para um "pacto por São Paulo", com o objetivo de fazer uma dobradinha entre Soninha e o empresário Ricardo Young. A conferir.

Leia também:

Histórico da aproximação com Marina e "marineiros"

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Estão certos os senadores que apóiam a "faxina"

A cruzada "pró-faxina" ensaiada pela presidente Dilma Roussef sem o apoio da maioria dos partidos aliados - inclusive o PT - merece o apoio da sociedade. Estão certos os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristóvão Buarque (PDT-DF), que lançaram esse movimento suprapartidário. Também o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, e a ex-senadora Marina Silva já se manifestaram favoravelmente.

É irônico, mas retrata fielmente a política brasileira: quanto mais Dilma Roussef agir contra a corrupção e a impunidade, mais fragilizada estará a sua base de apoio. Políticos do PT, do PR e do PMDB, principalmente, os sócios majoritários do consórcio governista, já se declaram "independentes", atingidos que foram pela ação pesticida contra os corruptos.

"Estou dizendo desde o início desse episódio que ela deveria ser apoiada pela sociedade. A corrupção não pode ser delegada como um problema do governo e sim um problema nosso", afirma Marina Silva. "Corrupção é corrupção. Não importa se é de partido grande ou pequeno. Deve ser tratada com todo vigor."

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, defende a formação de uma frente de combate à corrupção com a criação da CPI da Corrupção no Congresso para investigar os casos já denunciados no governo Dilma.

A comissão faria, na avaliação do parlamentar, mais mais do que a chamada "faxina" anunciada pela presidente. “Acho positiva essa atitude de apoiar a faxina, embora eu não acredite que tenhamos perspectiva de faxina, porque Dilma é fruto de tudo isso; a corrupção está explodindo no seu governo, mas é sujeira que vem do governo Lula, e eu não acredito que ela vá fazer limpeza alguma em relação ao que Lula aí deixou”.

Segundo Freire, no entanto, o simples fato de "aliados incomodados ou incomodados em partidos aliados" estarem concluindo que não podem, simplesmente, “ficar blindando platonicamente” os corruptos e assistindo o processo de degradação da política brasileira, já é um diferencial em relação ao governo Lula.

“A criação dessa frente tem de ser por nós interpretada como algo que vai criar tensão no governo, na base aliada e o que nós temos que começar a fazer é cobrar deles ações efetivas de combate à corrupção, sendo uma delas a instalação da CPI”.

Freire salientou o fato de alguns senadores estarem se integrando ao movimento contra a corrupção. Outros buscam se integrar. “Isso daqui a pouco será algo que o governo vai ter de levar em consideração; ele não poderá, simplesmente, achar que vai ter uma base tranquila para blindar o que quer que seja”.

"A solidão de Dilma", por Fernando de Barros e Silva

Os gestos de Dilma Rousseff para inibir e controlar um pouco a corrupção não encontram eco no meio político em geral, o que é sabido, mas tampouco têm o respaldo do PT, o que é menos falado.

Quem, no partido da presidente, abraçou em público, se não a causa, ao menos o discurso da faxina? Talvez Eduardo Suplicy, o eterno Rousseau do PT, levante a mão, solitário e sorridente. A solidão que chama a atenção, porém, é a da própria Dilma, desamparada pelo partido, que -diga-se- nem dela é.

O PT não se deixa mobilizar pela moralização da política, em primeiro lugar, porque é sócio majoritário do sistema que aí está, do qual Lula foi (ou ainda é) o grande fiador.

Desde que chegou ao poder, em 2002, o partido encontrou basicamente duas maneiras para ser aceito como "um dos nossos" pelo establishment: distribuiu dinheiro para banqueiros e tolerou vícios fisiológicos e esquemas de corrupção enraizados no sistema político, muitas vezes participando deles.

Além disso, depois do mensalão, o PT percebeu que a "agenda ética" tem impacto residual na base da sociedade. E soube tirar dividendos da máxima brechtiana: primeiro vem o estômago, depois a moral.

Diante de evidências de corrupção à sua volta, Lula tratava de atacar a "mídia burguesa" para sair em defesa de seus corruptos. Buscava deslegitimar a acusação para proteger os ladrões aliados, como se tudo não passasse de mais uma reedição do golpismo udenista contra o pai dos pobres -Getúlio ou ele. Dilma não age assim. Não é de espantar, também por isso, que o PT se sinta mais confortável com Lula.

O apoio suprapartidário na cruzada pela ética que a presidente recebeu anteontem de nove senadores tem algo de quixotesco. A causa é nobre, mas encampada pela turma de Pedro Simon e Cristovam Buarque assume ares românticos e sonhadores, de quem parece meio descolado da realidade. Os neoamigos de Dilma são o reflexo involuntário da sua solidão na Petelândia.

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 17 de agosto de 2011)

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Orgulho Hetero x Deboche Gay: eis a Câmara de SP

A aprovação, em votação simbólica, do Dia do Orgulho Heterossexual colocou a Câmara Municipal de São Paulo em situação vexatória nas manchetes dos jornais e constrangeu parcela significativa dos vereadores paulistanos e das bancadas partidárias.

Mas nenhuma conjuntura é tão ruim que não possa piorar. Se não bastasse a defesa do tal "orgulho hetero", houve também na Câmara paulistana a atitude inversa: o "deboche gay".

O autor da façanha é o vereador José Américo, líder da bancada petista em 2010, secretário de Comunicação na gestão da ex-prefeita Marta Suplicy e ex-presidente do Diretório Municipal do PT paulistano.

(Veja AQUI o vídeo do vereador na tribuna, imperdível, e abaixo a transcrição do "discurso" em que debocha dos gays)

O então líder do PT na Câmara Municipal de São Paulo, vereador José Américo, teve um dia especialmente inspirado em 7 de dezembro de 2010.

Primeiro, durante a sessão ordinária, em discurso transmitido pela TV Câmara e registrado pela taquigrafia da Casa, destilou preconceito contra os nordestinos sob pretexto de fazer um ataque ao presidente nacional do PPS, o pernambucano Roberto Freire, recém-eleito deputado federal por São Paulo.

Logo em seguida, terminada a sessão, voltou à tribuna e, num discurso "fake", enquanto posava para fotos que ilustrariam o seu boletim informativo, começou a discorrer em tom jocoso sobre uma possível "recuperação de gays".

Para reforçar seus argumentos, citou o também vereador Carlos Apolinário (DEM), evangélico, autor do polêmico projeto que cria o "Dia do Orgulho Heterossexual" em São Paulo e ferrenho opositor da união civil entre pessoas do mesmo sexo.

Leia o que disse o líder do PT em "discurso" gravado (veja aqui) na tribuna da Câmara paulistana, sobre os gays:
Se ele quiser se recuperar, se ele quiser mudar de opção sexual, procure uma igreja. O próprio Apolinário disse que está disposto a encaminhar a pessoa.

(Ouve-se uma voz ao fundo, alguém manifestando preocupação com o teor do discurso: “Já pensou se o microfone dele está gravando?”)

Nós tivemos vários gays recuperados aqui, inclusive nesta Câmara. De tal forma que se há possibilidade de recuperação... E dizem que essa recuperação é rápida!

Sabe o que eu tenho medo disso? O cara achar que porque a recuperação é rápida, sai "virando a pá" pra se recuperar depois (riso). Então, espero que não seja pretexto pro cara "virar a pá". Mas se quiser virar, também pode virar. É aquilo que meu avô dizia: ofereça aquilo que é seu. Aquilo que é seu não tem nenhum problema. Né?


(Agora o vereador muda de assunto e demonstra a sua preocupação em sair de férias e pescar, dirigindo-se a um assessor da Câmara)

Ô Zé, você acha que a gente sai?... Se hoje é o ultimo dia de apresentação das emendas, você acha que a gente consegue chegar até o dia 22 longe daqui? Ou você acha que nós vamos estar por aqui até o dia 22? O que o Trípoli falou pra você? O Trípoli falou pra nós que dia 20 ele termina a votação do Orçamento. E assim espero, que dia 21, véspera do meu aniversario, eu estarei... espero estar... às beiras de um lago, na cidade de Glicério, entre São Paulo e o Estado do Mato Grosso, pescando pacus, tilápias e... como chama aquele peixe babaca que eu gosto? eerrrrrr... matrinxã, que é um peixe bonito mas tem muito espinho.

(Chega mais um assessor da Câmara, o vereador explica que está tirando fotos para o seu boletim informativo e se empolga na repetição do discurso em que brinca com a “recuperação de gays”)

Uma das coisas que eu falei é sobre a recuperação de gays. O meu grande amigo Apolinário disse que ele não quer exterminar os gays. Eu falei: Olha, Apolinário, eu sou contra a homofobia. Ele falou: mas eu não sou a favor de eliminar os gays. A gente recupera. Tem uma igreja de um grande amigo meu que já recuperou mais de 1.000 gays.

Eu falei: Espero que essa recuperação – e essa palavra é um pouco preconceituosa – que essa recuperação não seja um estímulo pro cara virar a pá e depois se recuperar. Vira a pá e depois se recupera. Certo?

Mas o Apolinário disse que a pessoa pode ser recuperada rapidamente.

Se for tão rápido assim, não espalha, porque senão vai ter um monte de gente que eu conheço virando a pá só pra se recuperar. Então é isso.


Nós tivemos um caso de um vereador aqui, há muito tempo atrás, que também era recuperado. Foi muito bom. Acho legal, o cara tem o direito de mudar a sua opção sexual.

Eu nunca vi um que conseguiu mudar com sucesso. Vocês já viram? Eu nunca vi. Mas o fato de vocês não verem isso, não significa que não existe.


(ouvem-se muitos risos e comentários de assessores)

Por exemplo, o Pacheco (assessor de plenário) nunca viu um esquimó, a não ser na televisão. Eu nunca vi um homossexual recuperado. Mas existe. O cara tem direito de oferecer aquilo que é dele.



Leia mais:

Câmara aprova Dia do Orgulho Hetero; PPS é contra

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Marina, o ícone da "nova política" e outros sinais...

Com leveza, bom humor e simplicidade, Marina Silva deu mais um show nesta quinta-feira, 11 de agosto, durante o Encontro Estadão & Cultura, ao palestrar sobre o polêmico Código Florestal e a "nova política" que tanto ela quanto nós estamos propondo e debatendo há um bom tempo. Veja aqui algumas das nossas propostas.

"Nossos sonhos não cabem nas suas urnas", menciona Marina sobre um dos lemas do fenômeno global que vem chacoalhando a juventude e assombrando os mais conservadores. A presidenciável, ex-senadora e ex-ministra do Meio Ambiente é hoje, sem dúvida, o principal ícone brasileiro deste movimento revolucionário que transborda nas redes e nas ruas, em todo o mundo, de gente insatisfeita com a mesmice da política e dos políticos tradicionais.

A própria Marina, após obter quase 20 milhões de votos nas eleições presidenciais de 2010, abandonou o PV (como já havia se desligado do PT) na tentativa de trocar a política pragmática por uma política "sonhática", trocadilho feliz que usou para definir essa nova formatação que buscamos para atender a demanda de quem deseja participar dos rumos políticos mas não esconde a indignação e a verdadeira ojeriza ao atual sistema partidário.

A credibilidade transmitida por Marina Silva é digna de registro. Esta mulher exala honestidade, força e coerência, sem perder a doçura e a tranquilidade de quem não precisa provar o que não é.

"Já fui chamada de tanta coisa: de ´xiita´, de 'chaata'...", brinca com os próprios "defeitos" apontados por quem a critica talvez pelo tom professoral que imprime na fala (o que não deixa de ser uma fina ironia para quem se alfabetizou aos 16 anos no antigo Mobral) ou pelo "messianismo" que alguns enxergam nesta acreana evangélica nascida em um seringal há 53 anos.

Sinais da "nova política"

Enfim, quando o PPS se colocou publicamente aberto à Marina Silva e ao grupo de "marineiros" que a acompanham, deu um sinal concreto para a efetiva construção desta nova formatação política, marcada sobretudo pela transparência e pela ética - compromissos que deveriam ser princípios essenciais a todos que atuam na esfera pública, mas que acabam sendo o diferencial de qualidade, a exceção à regra.

É por essa "nova política" que buscamos incessantemente, com ética e transparência, que reforçamos outra vez, publicamente, o convite formulado. Leia aqui a proposta do pacto com Marina Silva e os "marineiros".

Sinais de ambos os lados foram dados. Pelo PPS, lideranças que já tentam implantar a partir de São Paulo esta "nova política" por uma cidade, um estado e um país sustentável, como a potencial candidata à prefeita Soninha Francine, o líder da bancada na Câmara Municipal, vereador Claudio Fonseca, o vice-líder na Câmara dos Deputados, deputado federal Arnaldo Jardim, o presidente do PPS em São Paulo, deputado estadual Davi Zaia, e o presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire.

Do movimento surgido da campanha de Marina Silva também há sinais de eventuais nomes que podem disputar a eleição municipal de 2012 e dar corpo às propostas desta "nova política", como o ex-presidente estadual do PV, Maurício Brusadin, e o ex-candidato ao Senado Ricardo Young, com um surpreendente resultado de 4 milhões de votos em 2010.

Sinais... Aí está um "insight", uma idéia interessante que resume bem o nosso atual momento: esperamos um sinal do grupo de Marina Silva, dela própria e de seus apoiadores, como João Paulo Capobianco, Fábio Feldmann, Guilherme Leal, Roberto Klabin, Maria Alice Setúbal, entre outros.

Sinais... São Paulo precisa de um "sinal verde" - tanto o verde do meio ambiente e da sustentabilidade do "sim" de Marina Silva ao PPS, que pode vir ou não (mas fizemos aqui a nossa parte), quanto do verde que dará passagem a esta "nova política", que em 2008 foi tão bem representada na campanha de Soninha Francine à Prefeitura e em 2010 na de Ricardo Young ao Senado.

Sinais... São Paulo precisa deste "sinal verde". Imagine o quanto a cidade não ganharia com a união do que propõe o PPS com o que defende o grupo de Marina Silva e de entidades como a Rede Nossa São Paulo e o Instituto Ethos, por exemplo, ou com a união de Soninha Francine e de Ricardo Young em uma mesma chapa para concorrer às eleições de 2012.

Sinais... Veja aqui: "Um Sinal Verde pra São Paulo"

Leia também:

Quem faz a revolução de hoje nas ruas e nas redes?

Busca da "nova política" aproxima grupo de Marina

"Tombos e lágrimas", artigo de Eliane Cantanhêde

No empurra-empurra de culpas que se desenrola à luz do dia e nos bastidores de Brasília, o PR desmoronou nos Transportes, o PMDB balança na Agricultura e o PT escorrega no Turismo, com a Operação Voucher da PF.

Os desvios não são de agora, são herança do governo Lula. No caso do Turismo e da Embratur, particularmente, não são da gestão do PMDB, mas, sim, do PT. É o que os peemedebistas não se cansam de dizer, até com um certo gosto.

O ministro Pedro Novais é do PMDB de Sarney e do Maranhão de Sarney. E os escândalos se desenvolvem em Brasília, em São Paulo e no Amapá, que elege Sarney. Mas o velho senador diz não ter nada a ver com Novais, que deve ter caído de paraquedas no Turismo, às vésperas da Copa e da Olimpíada.

Já Marta Suplicy, ex-ministra do Turismo, não nega a proximidade com Mário Moysés, seu ex-assessor, ex-presidente da Embratur e um dos 35 presos. Não há como evitar o efeito não só numa eventual campanha à Prefeitura de São Paulo, mas já na disputa interna pela legenda do PT. Marta foi vista com lágrimas nos olhos no Senado.

Em meio ao caos, destaca-se a perplexidade e a irritação do Planalto (leia-se Dilma, Ideli, Gleisi) com o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que nem atua na articulação política, nem cria fatos positivos, nem é capaz de informar a presidente de uma operação da PF com 200 agentes e dezenas de presos de altíssima visibilidade nacional. Aliás, Cardozo nem sabia.

No final, sobra para a PF, que voltou a usar algemas e a expor suspeitos algemados, como se estivesse testando limites. E sobra também para a imprensa: em falta de boas explicações, surge uma súbita indignação com o "denuncismo".

Até pode haver excessos, e muitas vezes há, mas a PF e a imprensa não inventaram pessoas, desvios e institutos fraudulentos. Ajustar a forma é fácil. Difícil -e prioritário- é mudar o conteúdo viciado.

(Artigo de Eliane Cantanhêde, publicado na Folha de S. Paulo de quarta-feira, 10 de agosto de 2011)

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Quem faz a revolução de hoje nas ruas e nas redes?

Interessante artigo do filósofo Vladimir Safatle, hoje, na Folha de S. Paulo, trata da "nova política" e da juventude em rede sob um ponto de vista singular: as jovens "maria antonietas" e os jovens "robespierres" desta nova revolução em curso. Vale a leitura.

Maria Antonieta

Em 2006, a cineasta Sofia Coppola lançou um filme sobre Maria Antonieta. Ao contar a história da rainha juvenil que vivia de festa em festa enquanto o mundo desabava em silêncio, Coppola acabou por falar de sua própria geração. Esta mesma que cresceu nos anos 1990.

No filme, há uma cena premonitória sobre nosso destino. Após acompanharmos a jovem Maria por festas que duravam até a manhã com trilhas de Siouxsie and the Banshees, depois de vermos sua felicidade pela descoberta do "glamour" do consumo conspícuo, algo estranho ocorre.

Maria Antonieta está agora em um balcão diante de uma massa que nunca aparece, da qual apenas ouvimos os gritos confusos. Uma massa sem representação, mas que agora clama por sua cabeça.

Maria Antonieta está diante do que não deveria ter lugar no filme, ou seja, da Revolução Francesa. Essa massa sem rosto e lugar é normalmente quem faz a história. Ela não estava nas raves, não entrou em nenhuma concept store para procurar o tênis mais stylish.

Porém ela tem a força de, com seus gritos surdos, fazer todo esse mundo desabar.

Talvez valha a pena lembrar disso agora porque quem cresceu nos anos 1990 foi doutrinado para repetir compulsivamente que tal massa não existia mais, que seus gritos nunca seriam mais ouvidos, que estávamos seguros entre uma rave, uma escapada em uma concept store e um emprego de "criativo" na publicidade.

Para quem cresceu com tal ideia na cabeça, é difícil entender o que 400 mil pessoas fazem nas ruas de Santiago, o que 300 mil pessoas gritam atualmente em Tel Aviv.

Por trás de palavras de ordem como "educação pública de qualidade e gratuita", "nós queremos justiça social e um Estado-providência", "democracia real" ou o impressionante "aqui é o Egito" ouvido (vejam só) em Israel, eles dizem simplesmente: o mundo que conhecemos acabou.

Enganam-se aqueles que veem em tais palavras apenas a nostalgia de um Estado de bem-estar social que morreu exatamente na passagem dos anos 1980 para 1990.

Essas milhares de pessoas dizem algo muito mais irrepresentável, a saber, todas as respostas são de novo possíveis, nada tem a garantia de que ficará de pé, estamos dispostos a experimentar algo que ainda não tem nome.

Nessas horas, vale a lição de Maria Antonieta: aqueles que não percebem o fim de um mundo são destruídos com ele. Há momentos na história em que tudo parece acontecer de maneira muito acelerada.

Já temos sinais demais de que nosso presente caminha nessa direção. Nada pior do que continuar a agir como se nada de decisivo e novo estivesse acontecendo.


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terça-feira, 9 de agosto de 2011

"Marta em apuros", por Fernando de Barros e Silva

A senadora Marta Suplicy resolveu fazer o que nem a oposição faz: enfrentar Lula publicamente. Na sexta-feira passada, em entrevista ao jornal "Valor Econômico", ela disse: "A candidata natural sou eu. O candidato ungido é ele (Fernando Haddad). Lula tem uma força enorme dentro do partido, mas não é maior que o processo nem que a conjuntura".

No domingo, ao jornal "O Estado de S. Paulo", repetiu a dose: "Se não quiser ganhar a eleição em São Paulo, Lula vai com Haddad". Não são declarações muito hábeis, mesmo para os padrões de Marta. Para o público interno, repercutiu como um pequeno desastre diplomático.

No PT está claro que Marta não partiria para o confronto prematuro e aberto com Lula se não estivesse ameaçada, perdendo força no partido. A tentativa de demarcar território e exibir prerrogativas (eu sou o nome natural) é um sintoma da sua vulnerabilidade crescente.

A seu favor, Marta invocou até o fato de ter como suplente o vereador Antonio Carlos Rodrigues, figura notória do PR. Assumindo a vaga da petista, o líder do "centrão" paulistano "ajudaria Dilma a recompor" relações com o aliado. Apelar às virtudes do PR já é demais.

Não significa que Haddad seja o cara -longe disso. A máquina petista torce o nariz para a figura que considera olímpica, pouco disposta a se imiscuir na rotina do partido.

Muita gente no PT especula e ainda trabalha para que o preferido de Lula se inviabilize na disputa contra Marta e abra caminho para um terceiro nome. Se isso ocorrer, o mais cotado é Aloizio Mercadante, palatável para o ex-presidente.

Como José Serra, Marta ainda pode vir a disputar a prefeitura. Mas ela e o tucano são hoje a face mais visível do esgotamento ou da fadiga de material das lideranças tradicionais na cidade. Ambos representam uma espécie de velha ordem que luta para se manter viva.

Falta muito chão. Mas, se o "feeling" de Lula estiver certo, serão atropelados pelo trem da história.

(Artigo de Fernando de Barros e Silva, publicado na Folha de S. Paulo de terça-feira, 9 de agosto de 2011)

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Prossegue a disputa pela "nova classe média"

Ninguém sabe ao certo o que é, mas os números impressionam: a "nova classe média" representará 57% do eleitorado em 2014. De olho no voto dessa massa disforme e abstrata, todos os partidos lançam mão de um discurso para atraí-la. Quem vai chegar mais perto?

Em março, o Blog do PPS/SP propôs uma refundação política para atender com mais eficácia e sensibilidade a juventude e a classe média. Poucos dias depois, não por acaso, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso escreveu que a oposição deveria voltar a atenção para a nova classe média.

Basicamente o mesmo discurso de Gilberto Kassab e Claudio Lembo na formação do PSD da costela do DEM, aquele neopartido que "não é de direita, de centro, nem de esquerda" e pode acabar fazendo água de tão inodoro, insípido e incolor.

A nova formatação política proposta por Marina Silva e alguns dos seus seguidores "marineiros", entusiasmados com os quase 20 milhões de votos que surgiram espontaneamente, na reta final da campanha de 2010, segue na mesma linha provando o poder formador de opinião que têm essa nova classe média e a juventude em rede.

Agora é ministro da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Wellington Moreira Franco, quem tenta fazer de Dilma Roussef, que já foi a mãe do PAC, a madrastra desta nova casta sóicio-econômica em ascenção.

"Nosso futuro está ligado a ela (a "nova classe média"), não tenho dúvida", arrisca o ministro do PMDB, tentando pegar carona na paternidade - nem que para isso seja necessário um exame de DNA no Programa do Ratinho.

Em tese, o interesse do governo é buscar formas de impedir o retorno do grupo à pobreza e impedir que se reduza o crescimento da população nessa faixa de renda. Desde 2003, ele foi de 46,57%. Na prática, estão de olho mesmo nos 57% do eleitorado.

Como revela matéria da jornalista Marta Salomon em O Estado de S. Paulo de hoje: "Se o peso dos votos dos emergentes é claro, o peso do bolso não fica atrás. No cenário econômico, eles também ganharam a posição de protagonistas. Segundo cálculo da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a classe média já concentra 46,24% do poder de compra dos brasileiros, à frente dos consumidores das classes A e B, com 44,12%. Diferentes metodologias calculam entre 104 milhões e 105,5 milhões o número de integrantes da classe média - algo entre 53,9% e 55% da população do País."

Para a Fundação Getúlio Vargas (FGV), pertencem à classe média os brasileiros com renda familiar mensal entre R$ 1.200 e R$ 5.174. O Data Popular, instituto de pesquisa dedicado ao tema, considera da classe média quem tem renda mensal entre R$ 323 e R$ 1.388 por pessoa da família, ou renda domiciliar de R$ 2.295.

"A popularização da internet e a educação funcionam como travas contra o risco de empobrecimento dessa população", diz Renato Meirelles, diretor do Data Popular. Para Márcio Pochmann, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, o destino da classe média dependerá do modelo de desenvolvimento adotado. Ele defende investimentos em inovação tecnológica e geração de empregos de melhor qualidade.

Leia também:

Todos os partidos querem falar para a classe média

O dilema de Dilma: novo estilo ou um tiro no pé?

Em mais um interessante artigo no Valor Econômico, Renato Janine Ribeiro, professor de ética e filosofia política da USP, toca no ponto certo do governo de Dilma Roussef. A presidente tem o seu estilo, mas será que pode se libertar das amarras fisiológicas do PT e dos partidos que lhe dão sustentação?

Leia na íntegra o artigo de Janine Ribeiro e alguns trechos abaixo:

Em meio ano, Dilma Rousseff demitiu três ministros de Pastas importantes. (...) Dilma continua falando pouco. Também não é de escrever. Ela assina. Assina demissões. Há uma lógica clara no seu modo de demitir.

Quando um ministro é suspeito de corrupção, ela quer que preste satisfação à sociedade. Dá-lhe uma chance. Não demite ninguém de pronto. Porém, se a satisfação prestada não for convincente - e foi esse o problema de Palocci, que era o grande ministro de uma grande Pasta, bem como o de Alfredo Nascimento, que dirigia um dos principais ministérios da Esplanada, não só pelo dinheiro manejado mas pela popularidade que gera, se construir e consertar estradas - o ministro sai. Esse não é um juízo criminal.

Não sabemos se foram ou não culpados das acusações que lhes foram dirigidas. É um julgamento político. A política lida com aparências. Para ela, não basta a mulher de César ser honesta, ela tem de parecer honesta - para retomar o célebre dito de Júlio César, pronunciado assim mesmo na terceira pessoa. (...)


Em suma, a presidente dá chance a quem é criticado e espera que a pessoa se mostre capaz de superar o mau momento. Porém, cobra. Um ministro não ficará no cargo fazendo-se de tonto. (...)

Ainda ignoramos como Dilma vai se comunicar. O que vimos é que exige respeito. É um dado importante. É um começo. Talvez precise terminar de ajeitar o governo. Isso demora - talvez um ano. Depois, terá de mostrar que ideais vai transmitir - como FHC e Lula fizeram. Está indo bem na tarefa de pôr ordem no ministério. Terá de mostrar para quê. Isto é: o que tem a propor ao povo. Esperemos.

PPS paulistano anuncia quatro encontros de zonais

Com a presença da potencial candidata do PPS à Prefeitura de São Paulo, Soninha Francine; dos presidentes do Diretório Nacional, Roberto Freire, do Estadual, Davi Zaia, e do Municipal, Carlos Fernandes; do presidente de honra do PPS/SP, Moacir Longo ; e do vereador Dr. Milton Ferreira; entre outros dirigentes, militantes e pré-candidatos para 2012, o PPS paulistano definiu neste sábado, 6 de agosto, o calendário para os seus congressos zonais.

Serão quatro grandes encontros, reunindo os zonais de cada região da cidade. Nestes encontros serão eleitas as direções locais do partido e também debatidos os grandes temas preparatórios para o Congresso Estadual e para o Congresso Nacional do PPS.

CALENDÁRIO DE CONGRESSOS ZONAIS

03 de setembro - ENCONTRO REGIONAL E ELEIÇÕES DOS ZONAIS NORTE: SANTANA, VILA MARIA, CASA VERDE, TUCURUVI, JAÇANÃ, VILA SABRINA, LAUZANE PAULISTA

17 de setembro - ENCONTRO REGIONAL E ELEIÇÕES DOS ZONAIS OESTE: LAPA, PINHEIROS, PIRITUBA, NOSSA SENHORA DO Ó, BRASILÂNDIA, PERUS, JARAGUÁ. CENTRO EXPANDIDO: BELA VISTA PERDIZES, SANTA IFIGÊNIA, MOOCA, JD .PAULISTA, VILA MARIANA

24 de setembro - ENCONTRO REGIONAL E ELEIÇÕES DOS ZONAIS SUL I: SANTO AMARO, CAMPO LIMPO, BUTANTÃ, CAPÃO REDONDO, RIO PEQUENO, JARDIM SÃO LUÍS. SUL II: VALO VELHO, CAPELA DO SOCORRO, CIDADE ADEMAR, GRAJAÚ, PIRAPORINHA, PARELHEIROS, PEDREIRA. SUDESTE: VILA PRUDENTE, INDIANÓPOLIS, SAÚDE, IPIRANGA, JABAQUARA, CURSINO.

1º de outubro - ENCONTRO REGIONAL E ELEIÇÕES DOS ZONAIS LESTE I: PENHA DE FRANÇA, TATUAPÉ, ERMELINO MATARAZZO, VILA MATILDE, VILA FORMOSA, SAPOPEMBA, CANGAÍBA, PONTE RASA. LESTE II: SÃO MIGUEL PAULISTA, ITAQUERA, ITAIM PAULISTA, GUAIANASES, SÃO MATEUS, JARDIM HELENA, VILA JACUÍ, CIDADE TIRADENTES, CONJUNTO JOSÉ BONIFÁCIO, PARQUE DO CARMO, TEOTÔNIO VILELA.

22 de outubro - CONGRESSO MUNICIPAL DO PPS. Local: Câmara Municipal de São Paulo.

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Diretório paulistano se reune neste sábado, às 11h

O Diretório Municipal do PPS/SP se reune neste sábado, 6 de agosto, a partir das 11h da manhã, no Salão Nobre (8º andar) da Câmara Municipal de São Paulo, para tratar dos preparativos para as eleições municipais de 2012 e aprovar as normas para os congressos do PPS, que ocorrem a partir do próximo mês.

O processo congressual que será concluído nos dias 9, 10 e 11 de dezembro, com o 17º Congresso Nacional do PPS ("Unir a Esquerda Democrática para Mudar o País"), na cidade de São Bernardo do Campo, em São Paulo, terá início com os encontros zonais e municipais (15 de agosto a 24 de outubro), e estaduais (25 de outubro a 6 de novembro).

Estadual define normas e delegados para Congresso

O diretório estadual do PPS/SP já se reuniu no sábado, 23 de julho, com o objetivo de aprovar as normas válidas para o Congresso de São Paulo, anunciado para o dia 6 de novembro.

O número de delegados ao Congresso Estadual, definido com base na votação em cada cidade nos anos de 2008 e 2010, pode chegar a 1.474, eleitos diretamente nos congressos municipais. Há pelo menos um delegado em cada um dos 645 municípios paulistas.

A cidade de São Paulo terá o maior número de delegados (172), seguida de São Bernardo (34), Piracicaba (33), Mogi das Cruzes (26), Campinas (18), Araraquara (17), Pindamonhagaba (12), Guarulhos (11), São José dos Campos (11), Orlandia (10), Indaiatuba (10), Santos (10) e Santo André (10).

Foi ainda nomeada uma comissão para a formulação do documento congressual do PPS/SP, composta por Soninha Francine, Dina Kinoshita, Alberto Aggio, Moacir Longo e Maurício Huertas.

Leia também:

Criada comissão para elaborar documentos do Congresso do PPS; verifique aqui as teses do partido

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Veja o trabalho de Zaia, Soninha e Ari Friedenbach

O remodelado portal da Secretaria de Emprego e Relações do Trabalho, do Governo do Estado de São Paulo, torna mais visível e acessível o trabalho realizado por três lideranças destacadas do PPS: o secretário Davi Zaia, a presidente da Superintendência do Trabalho Artesanal das Comunidades (Sutaco), Soninha Francine, e o coordenador do Selo da Diversidade, Ari Friedenbach (foto).

Há excelentes iniciativas para o trabalhador paulista, coordenadas pela equipe da Secretaria, como o Banco do Povo e o Emprega SP.

Também a Sutaco anuncia uma novidade: vai abrir uma nova loja na estação do metrô Vila Madalena, na Linha 2 – Verde, para atender mais artesãos e difundir melhor o artesanato no Estado. Hoje aproximadamente 120 profissionais são atendidos, por mês, pela Sutaco.

A estação Vila Madalena foi escolhida por suas vocações culturais e artísticas, além da manifestação de shows, festivais e feiras, incluindo também de artesanato como, por exemplo, a Feira da Vila.

Atualmente a Sutaco está com sua única loja aberta na sede da Secretaria, localizada na Rua Boa Vista, 170, das 8h às17h – Centro.

Selo da Diversidade

O Selo da Diversidade, programa que foi reformulado pela Secretaria de Emprego do Estado, é uma política de governo que certifica as empresas que tenham ações de acolhimento da diversidade, como cor, religião, sexo, idade, classe social, política entre outras.

A atividade é simples: se uma empresa deseja se certificar junto ao programa, ela solicita às empresas qualificadoras, reconhecidas pelo governo, para que atuem no processo de certificação por meio de selos, um de Adesão e outro conhecido como Pleno.

As empresas que tiverem ações de inclusão social de por meio da diversidade, recebem o primeiro selo de Adesão e após o período de um ano, se as normas forem executadas corretamente, a empresa recebe o selo Pleno e é reconhecida pelo governo como parceira da diversidade.

Acompanhe diariamente: http://www.emprego.sp.gov.br/

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Câmara aprova Dia do Orgulho Hetero; PPS é contra

A Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira, 2 de agosto, o projeto de lei 294/2005, do vereador Carlos Apolinário (DEM), que institui, no município, o Dia do Orgulho Heterossexual. O projeto depende apenas de sanção do prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, para virar lei.

O líder do PPS na Câmara paulistana, vereador Claudio Fonseca, manifestou o voto contrário da bancada. Veja aqui o pronunciamento.

No semestre passado, a polêmica em torno desse projeto impediu os vereadores de votar outros projetos individuais. Para superar o impasse, houve acordo pela aprovação nesta terça-feira.

O texto propõe que a data deverá ser "comemorada" todo terceiro domingo do mês de dezembro. O projeto estabelece que a data passará a constar do calendário oficial do município e afirma que caberá à Prefeitura de São Paulo "conscientizar e estimular a população a resguardar a moral e os bons costumes".

Autor do projeto, o vereador Carlos Apolinário afirmou que o projeto não é contra a comunidade gay. "Faço um apelo pelo respeito à figura humana dos gays", afirmou.

Apolinário disse que o projeto foi apenas uma forma de se manifestar contra "excessos e privilégios" destinados à comunidade gay. Ele afirmou que um dos privilégios é a realização da Parada LGBT na Avenida Paulista enquanto a Marcha para Jesus foi deslocada para a Zona Norte da cidade.

Manifestaram-se contra o projeto, além do líder do PPS, as bancadas do PT (11 vereadores), PC do B (dois) e os vereadores Claudio Prado (PDT), Gilberto Natalini (sem partido), Juscelino Gadelha (sem partido), Roberto Tripoli (PV) e Eliseu Gabriel (PSB).