quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Monitoramento do cenário eleitoral paulistano

De tempos em tempos é bom fazer um panorama de como anda o cenário eleitoral de São Paulo, já que no próximo ano teremos a sucessão do prefeito Gilberto Kassab, que acaba de fundar o PSD e não pode concorrer novamente à reeleição (pois assumiu o mandato de José Serra em 2006 e foi reeleito em 2008).

O maior segredo da eleição de 2012 parece mesmo ser a decisão de Serra sobre disputar ou não a Prefeitura de São Paulo outra vez. Favoritíssimo em todas as pesquisas, a preocupação maior do tucano não é exatamente com a disputa paulistana, mas com o fato de ficar "preso" à cadeira de prefeito e ver cada vez mais distante o sonho de chegar à Presidência da República. Mas isso é um problema de Serra, não nosso.

O PSDB aguarda a decisão de Serra para saber quem será seu candidato. À espera de uma prévia estão Zé Anibal, Andrea Matarazzo, Aloysio Nunes, Bruno Covas e Ricardo Trípoli. Juntando todos não chegam à metade do potencial de votos serrista.

Daí a espera também do PT: se Serra for o candidato tucano, alguns avaliam que Marta Suplicy ou Aloizio Mercadante seriam os nomes mais indicados para o embate. Se bem que ambos, um pelo envolvimento com os "aloprados", outra com a prisão do ex-chefe de gabinete na esteira dos escândalos do Turismo, parecem ter um enorme telhado de vidro a ser explorado inclusive por pedras do "fogo amigo".

O ministro da Educação Fernando Haddad é o preferido de Lula e dos chamados intelectuais do PT. A massa partidária, dividida em correntes internas, segue em dúvida entre Marta e Mercadante. Correm por fora, sem nenhuma chance, Jilmar Tatto, Carlos Zaratini e Eduardo Suplicy. Uma incógnita: José Eduardo Cardozo.

O PP malufista também segue dividido: Celso Russomano tem bom "recall" nas pesquisas pela disputa ao Governo do Estado em 2010 e pela carreira televisiva, mas Paulo Maluf anuncia que pode disputar a sua última eleição ao Executivo paulistano. Qualquer um deles que seja candidato, está fadado a ser mero coadjuvante. Não mais que isso. O malufismo morreu, enfim.

O PMDB deve apostar suas fichas em Gabriel Chalita, que vai tentar atrair também tucanos e petistas descontentes com a futura definição de seus partidos. Isso pode favorecê-lo na disputa, mas está longe de lhe dar algum conteúdo. Para se ter uma idéia, Delfim Netto será o coordenador do plano de governo. Quanta modernidade!

PCdoB e PDT ensaiam uma parceria com Netinho de Paula e Paulinho da Força Sindical. Vai dar samba? Vai dar trabalho? Difícil saber. Se arrancassem um improvável apoio do prefeito Kassab, talvez.

Mas para onde caminha Kassab, afinal? De um lado há o PV com o secretário do Verde Eduardo Jorge e a migração de três ex-vereadores tucanos, dando indícios de que esta pode ser a opção kassabista. Por outro lado, o recém-fundado PSD tem Guilherme Afif e poderia lançar ainda o secretário municipal da Educação Alexandre Schneider para fazer um contraponto aos "educadores" Chalita e Haddad. Tudo muito indefinido.

O PTB filiou o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso. Parece mais um futuro candidato a vice, para o cacique Campos Machado negociar com PSDB e PMDB, do que propriamente um prefeiturável pra valer. Mas isso também é problema deles.

O PPS tem como potencial candidata à Prefeitura a ex-vereadora Soninha Francine. Aguarda ainda um "sinal verde" do grupo da ex-senadora Marina Silva, depois do convite formulado publicamente aos "marineiros" para um "pacto por São Paulo", com o objetivo de fazer uma dobradinha entre Soninha e o empresário Ricardo Young. A conferir.

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Histórico da aproximação com Marina e "marineiros"