segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Histórico da aproximação com Marina e marineiros

Entre as vantagens da era da internet está, além dessa revolução das redes sociais, o registro para a posteridade de tudo o que se faz e se fala por aí. Aliás, isso deve ser uma vantagem só para quem não tem medo da verdade e da transparência. Para quem tem bom senso e coerência. Porque se alguém tem o que esconder, a internet é um terror!

No caso dessa aproximação do PPS com o grupo de Marina Silva, fica sempre a dúvida: Será um mero gesto oportunista após a saída do PV? Ou existe algum histórico que demonstre alguma simpatia e pontos convergentes?

Vejamos:

Em agosto de 2009, o Blog do PPS postou: Marina repete Erundina, Heloísa Helena e Soninha. Ao entrar para o Partido Verde, na época, a então senadora repetia o movimento de outras mulheres valorosas que, amadurecidas, deixaram o PT - que traiu seus princípios originais. O PPS apoiou!

Ainda em agosto de 2009, reproduzimos o artigo de Danuza Leão em que ela dizia: Minha única esperança, atualmente, é a entrada de Marina Silva na disputa eleitoral, para bagunçar a candidatura dos petistas. Eles não falaram em 20 anos? Então ainda faltam 13, ninguém merece. Seja bem-vinda, Marina. Tem muito petista arrependido para votar em você.

Em outubro de 2009, publicamos que: O PV, que tinha no deputado Fernando Gabeira o nome de maior repercussão nacional e internacional, sobe um degrau com a filiação da senadora Marina Silva e de empresários como o dono da Natura, Guilherme Leal.

Em janeiro de 2010, o Instituro Ethos destacou as propostas do PPS para o Meio Ambiente, reunidas a partir do trabalho produzido para a campanha de Soninha Francine à Prefeitura de São Paulo em 2008 e que serviu também de base para a construção do programa nacional do partido para as eleições de 2010 e 2012.

Falou-se na entrevista que a entrada de Marina Silva na disputa presidencial, em 2010, sem dúvida elevou a discussão a outro patamar, obrigando os dois candidados já postos (Dilma Rousseff e José Serra) a se posicionarem. A pergunta: Como o PPS vem lidando com esse novo desafio?

A resposta: O PPS sempre pautou suas campanhas num patamar diferenciado, mais preocupado com o conteúdo das propostas do que propriamente com a corrida desenfreada atrás do voto. Candidatas como Marina Silva e Soninha Francine têm muito mais em comum do que o fato de serem mulheres e ex-petistas. A última campanha municipal em São Paulo mostrou, por exemplo, que Soninha é verdadeiramente diferente dos demais candidatos. No modo de falar, na forma de agir. É transparente. Diz o que pensa e pensa no que diz! Não sai por aí no blablablá. É jovem, idealista, ética. Mas não por obrigação ou por imposição de marqueteiro. Ela é assim!

E prossegue: Soninha tem um olhar diferenciado sobre a política e teve coragem de denunciar os conchavos que existem. Assim como Marina Silva, ela teve a coragem de sair do PT no período de maior popularidade do presidente Lula, simplesmente porque ambas não toleram esses métodos repulsivos de fazer política – que o PT tanto combatia e agora deixou "órfão" parte do eleitorado, associando-se ao que existe de mais arcaico e danoso na política nacional.

Leia na íntegra a entrevista ao Instituto Ethos: Preocupação efetiva com a questão ambiental.

Em março de 2010, o PV lançou o ex-deputado Fábio Feldmann como candidato ao governo paulista e o empresário Ricardo Young, ex-presidente do Instituto Ethos, candidato ao Senado. O então presidente do PV de São Paulo, Maurício Brusadin, afirmou que uma aliança com o PPS da subprefeita Soninha Francine seria o "grande sonho" do partido. Era recíproco. A partir daí houve uma série de conversas com vistas a 2012 e 2014.

Em julho de 2010, publicamos: Passada a torcida (frustrada) pelo hexa do Brasil na Copa, todas as atenções se voltam finalmente para a campanha eleitoral. A prioridade, sem dúvida, é a disputa presidencial, onde José Serra e Dilma Roussef largam empatados, e Marina Silva parece ser o único sopro de algo novo, embora insuficiente para quebrar a polarização entre tucanos e petistas (e os aliados de ambos, os mesmos de sempre).

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire, deu todo o aval à iniciativa do partido em São Paulo de se aproximar de Marina Silva e dos "marineiros". O jornal Valor Econômico registrou os primeiros passos dessa aproximação em junho de 2011: Marina Silva recebe convite do PPS e PPS convida Marina Silva e aliados do PV para ingressarem na sigla.

Entusiasta deste pacto com os "marineiros", Freire também já fez uma série de declarações favoráveis à aproximação: A grande votação da candidata do PV, Marina Silva, concentrada principalmente nas classes médias urbanas das grandes cidades, aponta para uma demanda por parte do eleitorado de uma nova agenda política, que passa ao largo do bipartidarismo PT x PSDB.

Outro exemplo, no site oficial do presidente do PPS:

Advertindo que ainda é cedo para definir os rumos das candidaturas, porque podem “surgir novas alianças neste cenário”, Freire confirmou que Soninha Francine é o nome do PPS para a disputa da Prefeitura de São Paulo.

Para o deputado, o nome de Soninha é natural num mundo em que “a partir de fatores como a transformação das relações pessoais, provocadas principalmente pelo crescimento da importância das redes sociais, formam-se movimentos de rompimento com a política e com suas possibilidades de atuação tradicional, de rejeição à burocracia, e que valoriza uma atuação diferenciada, alternativa, como o cuidado com o meio ambiente. Soninha, assim como a Marina Silva, tem um estilo de atuação que representa bem esta mudança de paradigmas.”


Se não bastassem esses registros na internet, o PPS teve dois atos na última campanha eleitoral que comprovam toda a simpatia e convergência com Marina Silva e os "marineiros":

1) Engajados na campanha de José Serra à Presidência da República em 2010, tivemos a ousadia de declarar publicamente o seguinte: Se você não gosta do Serra, OK! Não vote no Serra. Não tem problema. Mas vote na Marina! Pelo bem do Brasil!

2) Derrotados na tentativa de emplacar Soninha Francine como candidata ao Senado na chapa com Serra presidente e Alckmin governador, não tivemos dúvida: declaramos apoio e votamos em Ricardo Young para senador.

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