quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Estão certos os senadores que apóiam a "faxina"

A cruzada "pró-faxina" ensaiada pela presidente Dilma Roussef sem o apoio da maioria dos partidos aliados - inclusive o PT - merece o apoio da sociedade. Estão certos os senadores Pedro Simon (PMDB-RS) e Cristóvão Buarque (PDT-DF), que lançaram esse movimento suprapartidário. Também o presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, e a ex-senadora Marina Silva já se manifestaram favoravelmente.

É irônico, mas retrata fielmente a política brasileira: quanto mais Dilma Roussef agir contra a corrupção e a impunidade, mais fragilizada estará a sua base de apoio. Políticos do PT, do PR e do PMDB, principalmente, os sócios majoritários do consórcio governista, já se declaram "independentes", atingidos que foram pela ação pesticida contra os corruptos.

"Estou dizendo desde o início desse episódio que ela deveria ser apoiada pela sociedade. A corrupção não pode ser delegada como um problema do governo e sim um problema nosso", afirma Marina Silva. "Corrupção é corrupção. Não importa se é de partido grande ou pequeno. Deve ser tratada com todo vigor."

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire, defende a formação de uma frente de combate à corrupção com a criação da CPI da Corrupção no Congresso para investigar os casos já denunciados no governo Dilma.

A comissão faria, na avaliação do parlamentar, mais mais do que a chamada "faxina" anunciada pela presidente. “Acho positiva essa atitude de apoiar a faxina, embora eu não acredite que tenhamos perspectiva de faxina, porque Dilma é fruto de tudo isso; a corrupção está explodindo no seu governo, mas é sujeira que vem do governo Lula, e eu não acredito que ela vá fazer limpeza alguma em relação ao que Lula aí deixou”.

Segundo Freire, no entanto, o simples fato de "aliados incomodados ou incomodados em partidos aliados" estarem concluindo que não podem, simplesmente, “ficar blindando platonicamente” os corruptos e assistindo o processo de degradação da política brasileira, já é um diferencial em relação ao governo Lula.

“A criação dessa frente tem de ser por nós interpretada como algo que vai criar tensão no governo, na base aliada e o que nós temos que começar a fazer é cobrar deles ações efetivas de combate à corrupção, sendo uma delas a instalação da CPI”.

Freire salientou o fato de alguns senadores estarem se integrando ao movimento contra a corrupção. Outros buscam se integrar. “Isso daqui a pouco será algo que o governo vai ter de levar em consideração; ele não poderá, simplesmente, achar que vai ter uma base tranquila para blindar o que quer que seja”.