terça-feira, 14 de agosto de 2007

Marta Suplicy descarta prefeitura e cogita governo

O primeiro efeito concreto da pesquisa Datafolha que registra o franco favoritismo da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Prefeitura de São Paulo e um surpreendente crescimento do nome de Gilberto Kassab (DEM) para se viabilizar à reeleição foi uma declaração da ministra Marta Suplicy (PT), nesta segunda-feira, descartando a eleição de 2008 e cogitando disputar o governo do Estado em 2010.

O PT paulistano já admite perder a prefeitura e juntar os cacos para a sucessão de Lula. O alto índice de rejeição da ex-prefeita (36%) combinado à liderança folgada de Alckmin em todos os cenários apresentados e à consolidação da imagem de Kassab como um bom prefeito, apresenta um risco que a Ministra do Turismo de Lula não parece disposta a correr.

Uma segunda derrota consecutiva à prefeitura seria demais para o perfil e a personalidade de Marta. Além disso, ao evitar a disputa municipal em 2008, ela continua surfando na onda de popularidade do governo Lula e se coloca como uma alternativa da máquina petista tanto para o governo do Estado de São Paulo como para a própria sucessão presidencial.

Se o PT não tem um nome forte para a Prefeitura de São Paulo - e, tirando Marta, não tem mesmo-, o problema se inverte para 2010, quando é o PSDB que terá dificuldade para encontrar um nome de consenso e peso eleitoral para suceder José Serra. Afinal, com a provável candidatura do governador Serra à presidência e Alckmin possivelmente "preso" à cadeira de prefeito, o PT já dispara em vantagem para o governo de São Paulo.

No PSDB despontam os nomes do atual vice-governador Alberto Goldman ou do secretário Aloysio Nunes Ferreira como eventuais candidatos ao governo do Estado em 2010. Nada que faça sombra, por enquanto, ao potencial eleitoral de Marta Suplicy.

É o mesmo caso das opções petistas para a Prefeitura de São Paulo em 2008: o senador Aloizio Mercadante (9% a 12%, dependendo do cenário) e o deputado Arlindo Chinaglia (1%) não ameaçam os favoritos Alckmin (30% a 41%) ou Kassab (10% a 21%). A briga promete.