quarta-feira, 2 de agosto de 2017

Quem precisa de inimigo externo com aliados, filiados e militantes desse naipe? PT e PSOL, em crise interna, não se entendem sobre golpistas e ditadores

Bastou um único ato do governador Rui Costa (PT), da Bahia, para desmoralizar completamente o discurso vitimista do "golpe", a ladainha petista desde o impeachment da presidente Dilma Rousseff, há um ano.

O governador baiano simplesmente exonerou dois secretários estaduais para que retomem por um dia seus mandatos de deputado federal e com isso ajudem a barrar a denúncia por corrupção passiva contra o presidente Michel Temer na votação prevista para esta quarta-feira, 2 de agosto, no plenário da Câmara dos Deputados.

Opa! Como é isso? Quer dizer então que o governador petista é cúmplice dos golpistas? Que horror! Pois é! O tal Rui Costa destituiu seus secretários de Desenvolvimento Urbano, Fernando Torres (PSD), e de Relações Institucionais, Josias Gomes da Silva (PT), que retomam provisoriamente seus mandatos e devem se abster na votação: atitude favorável a Temer, uma vez que cabe à oposição reunir ao menos 342 votos para aprovar a abertura de investigação. Os suplentes de ambos, Robinson Almeida (PT) e Davidson Magalhães (PCdoB), tinham declarado voto contra o presidente. Ou seja... (kkkkk)

Se não bastasse o estrago causado pelo petista (de maior potencial destrutivo que os 13 anos de oposição tucana aos governos de Lula e Dilma), o PSOL também expõe suas fraturas internas ao digladiar publicamente sobre a ditadura do presidente Nicolás Maduro na Venezuela.

Alguns militantes, como Gilberto Maringoni, defendem apaixonadamente o regime venezuelano (leia). Outros, como o deputado Jean Wyllys, detonam, sem mais palavras, a ditadura de Maduro. A polêmica transborda nas redes, como demonstra outro militante emblemático, Cid Benjamin (aqui). Ninguém se entende na velha esquerda e segue dando tiro no pé. Que fase!

(Não há nada a temer. A velha esquerda cai de maduro.)