segunda-feira, 12 de agosto de 2013

Marina Silva é o novo Lula?

Se não bastassem as semelhanças na história de vida destes dois personagens carismáticos da política brasileira (com repercussão mundial), os números da mais recente pesquisa mostram que Marina Silva e Lula são os grandes nomes deste período que antecede a eleição de 2014. Muito maiores que seus próprios partidos, ambos podem fazer a diferença na sucessão presidencial.

Mesmo com a recuperação de parte da intenção de votos perdida desde as manifestações de junho, Dilma Roussef assiste a aproximação crescente de Marina, que ainda busca a formalização da Rede Sustentabilidade.

Se antes todos os analistas consideravam improvável a realização de um 2º turno (tamanha era a certeza da reeleição da presidente), hoje a queda de Dilma e a ascensão de Marina mostram não apenas a sua probabilidade como o risco de um resultado surpreendente.

O ex-presidente Lula é o único que ganharia a eleição no 1º turno se a disputa fosse hoje. E a ex-senadora Marina é a única candidata que manteve uma trajetória ascendente, mesmo durante os protestos de junho.

Entre os outros candidatos de oposição, caiu a intenção de votos no senador mineiro Aécio Neves (PSDB) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), teve pequeno crescimento, dentro da margem de erro.

Outro nome lembrado, o do presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, que não tem partido e declara não ter intenção de se candidatar, também teve oscilação negativa, segundo o Datafolha divulgado neste domingo.

Em sua primeira aparição nas pesquisas para 2014, ex-governador paulista José Serra, do PSDB, teve desempenho bastante semelhante (até um pouco superior) ao candidato favorito do seu partido, Aécio Neves. Porém, a rejeição a Serra é muito maior. Para 36% dos entrevistados, é um candidato no qual eles não votariam de jeito nenhum. Aécio é rejeitado por 23%. Dilma, por 27%.

Dos sete cenários testados pelo Datafolha, o que é considerado hoje o mais provável inclui Dilma, Marina, Aécio e Campos. Nessa simulação, a petista tem 35% contra 30% no levantamento do final de junho (quando havia despencado 27 pontos). Marina oscilou de 23% para 26%. Aécio deslizou de 17% para 13%. Campos variou de 7% para 8%. Brancos, nulos, nenhum ou indecisos somam 18%.

Nesse cenário, Dilma enfrentaria Marina Silva no 2º turno, que projeta um pequeno favoritismo para a petista (46% x 41%).

O melhor cenário para o PT é com Lula como candidato e pontuando 51%. Os adversários, somados, ficam com apenas 36%: Marina (20%), Aécio (11%) e Campos (5%).

A força de Marina Silva

Ex-senadora do PT, ex-ministra do Meio Ambiente no governo Lula e candidata à Presidência em 2010 pelo PV, quando teve quase 20 milhões de votos com apenas 1 minuto de propaganda na TV, Marina Silva lidera entre os eleitores com mais estudo e renda, mas perde apoio quando o rival é o ex-presidente.

Ela também lidera no estrato do eleitorado que considera gestão petista ruim ou péssima. É uma parcela localizada especialmente nas grandes cidades do país, principalmente nas capitais. Ou seja, Marina é hoje o nome mais forte para representar uma candidatura "anti-Dilma", ou "pós-PT".

Com a recente exposição negativa do maior partido de oposição, o PSDB, em razão de denúncias de corrupção e com o conhecimento baixo do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), Marina passou a liderar as intenções de voto para presidente em 2014 entre os que têm nível superior de escolaridade e renda familiar acima de dez salários mínimos.

Além disso, em um possível confronto no 2º turno, a candidata bateria a presidente Dilma também entre os moradores do Sudeste e entre os que têm de 16 a 24 anos.

Quando Lula aparece na pesquisa, Marina perde mais de 30% do seu eleitorado. Mesmo entre os que reprovam Dilma, o ex-presidente Lula consegue até 42% das intenções de voto em simulação de 2º turno contra Eduardo Campos e 36% contra a própria Marina. O que o PT fará de posse dessas informações? E nós?

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