quinta-feira, 21 de junho de 2007

Câmara de SP promove debate sobre célula-tronco

A Câmara Municipal de São Paulo promoveu nesta quarta-feira à noite uma discussão sobre o uso de células-tronco em pesquisas científicas, com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, a convite da vereadora Mara Gabrilli (PSDB).

Coordenado pela jornalista Silvia Poppovic, o debate contou com a presença, além de FHC e da vereadora proponente do evento, do governador do Estado de São Paulo, José Serra, do presidente da OAB-SP, Luiz Flávio Borges D´Urso, do secretário da Coordenação das Subprefeituras, Andrea Matarazzo, da deputada estadual Célia Leão (PSDB) e de vários vereadores paulistanos.

Os debatedores foram: Mayana Zatz, professora de Genética Humana da USP; Erickson Gavazza Marques, presidente da Comissão Bioética, Biotecnologia e Biodireito da OAB-SP; Frederico Antonio Gracia, presidente da Comissão de Direito das Pessoas com Deficiência da OAB-SP; Antonio Carlos Rodrigues do Amaral, presidente da Comissão de Direito Constitucional da OAB-SP; Lygia Pereira, professora e chefe do laboratório de genética molecular do Instituto de Biociências da USP; Nilka Donadio, diretora do Centro de Técnicas em Reprodução Assistida (Pró-Embryo); Edson Borges, presidente da Associação Instituto Sapitientiae; Jorge Forbes, psicanalista e médico psiquiatra; Abib Maldaun Neto, médico nutrologista; e Ieda Verreschi, professora de Endocrinologia da Universidade Federal de São Paulo.

A idéia do evento foi debater os diferentes aspectos da pesquisa com o uso de células embrionárias para tentar influenciar a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o assunto. Em maio de 2005, a Procuradoria-Geral da República entrou com uma Ação de Inconstitucionalidade (ADIN) contra pontos da Lei de Biossegurança que autorizam a pesquisa e terapia com células-tronco embrionárias.

Tomando como base a discussão desta noite, a idéia é encaminhar um outro documento antes do Supremo emitir o parecer final sobre a ADIN.

A vereadora Mara Gabrilli falou sobre seu interesse na questão, motivado pelo acidente que sofreu há 13 anos. "O que me fez entrar na política foi a constatação de que era necessário alguém lutar pelos direitos dos deficientes. Desde então a minha trajetória foi pautada pela vontade de ajudar a vida cotidiana das pessoas portadores de deficiências."

O ex-presidente FHC se pronunciou favorável à pesquisa com células-tronco embrionárias, mas destacou a dificuldade da decisão do STF. "A questão sobre quando começa a vida é infinita, vai durar enquanto a humanidade permanecer. Como é praticamente impossível determinar o início, espero que o Supremo decida com base nos anseios da sociedade e na necessidade da pesquisa científica, que vai abrir uma janela de oportunidades para aqueles que trabalham pelo bem da humanidade."