A pimeira impressão era de que as investigações envolvendo um dos irmãos de Lula, Genival Inácio da Silva, o Vavá, e outro de seus compadres, Dario Morelli, serviriam para reforçar a imagem do presidente e seu suposto "espírito republicano".
Ou seja, Lula mostraria à opinião pública que as investigações da Polícia Federal não têm nada de política, são imparciais e que a sua administração não poupa ninguém na apuração de possíveis irregularidades, cortando na própria carne quando preciso.
O marketing de Lula, o Grande, porém, está indo por água abaixo.
O tráfico de influência e a exploração de prestígio praticados por Vavá estão gravados em uma série de telefonemas. Difícil saber até que ponto ele ajudou efetivamente a máfia dos caça-níqueis e se fazia mesmo parte da quadrilha, mas parece cada vez mais evidente que Lula e o entorno do Palácio tinham conhecimento das atuações marginais do irmão e do compadre.
Aliás, não é de hoje que o crime e a corrupção batem à porta de Lula. O compadre Dario Morelli é uma versão atualizada de Freud Godoy, outro que se viu metido em escândalos e tinha uma função obscura nos bastidores do poder, confundindo a relação pessoal, familiar e profissional com a família Inácio da Silva.
Delúbio Soares, Silvio Pereira, Paulo Okamotto, Jorge Lorenzetti, Oswaldo Bargas, José Dirceu, José Genoino, Luiz Gushiken, Antonio Palocci... Todos, muito além de "companheiros", eram amigos íntimos do presidente Lula.
Isso para não falar de outro caso nebuloso, o do filho Lulinha com a Telemar na sociedade da empresa Gamecorp.
Até quando Lula vai manter a postura de marido traído (ou amigo traído, compadre traído, irmão traído...) e ser o último a saber?
Agora, a lista foi coroada com o irmão Vavá e o compadre Dario Morelli, atingidos pela Operação Xeque-Mate.
Nesse jogo de xadrez (afinal, será que esse povo vai mesmo parar no "xadrez"?), os peões já foram todos derrubados. Até quando o Rei vai ficar em pé?