Um bilhão de pessoas sem água. Fome. Doenças. O desaparecimento de 30% de todas as espécies de vida animal e vegetal. O grave alerta da ONU sobre as conseqüências do aquecimento global demonstra o que alguns de nós já sabemos há um bom tempo (mas a maioria das autoridades fingia não escutar): estamos destruindo o Planeta Terra.
Na África, a colheita de grãos vai cair pela metade até 2050, afetando até 250 milhões de pessoas. Por outro lado, numa contradição cruel, o aumento da temperatura vai beneficiar a produção de grãos nos Estados Unidos, responsável por um quarto das emissões de gases que provocam o efeito estufa.
Outro paradoxo: enquanto cidades litorâneas serão inundadas pelo derretimento do gelo polar, haverá seca em grande parte do mundo, aumentando a fome e a proliferação de doenças.
Bilhões de pessoas vão sofrer com o que é chamado de "condições climáticas extremas": ondas de calor, tufões, furacões, tempestades muito fortes. Mais uma vez, os pobres são mais vulneráveis.
No Sul e Sudeste do Brasil há previsão de aumento das chuvas, que provocam inundações e deslizamentos, principalmente nas favelas.
Outra grande parte do planeta vai ter diminuição das chuvas. No Nordeste do Brasil, a má notícia é de que o sertão vai virar deserto. A reposição de água dos depósitos subterrâneos deve cair em 70% até 2050, quando grande parte da Amazônia ocidental deve ter se transformado em cerrado.
O relatório assusta mas não pode ser acusado de exagerar as previsões. Pelo contrário: como todos os pontos precisam ser aprovados por todos os representantes dos governos, o relatório acaba sendo mais conservador do que os cientistas gostariam de ver e muitos pontos importantes ficam de fora.
"Há 1.500 páginas cheias de detalhes. Qualquer político sério, que se importa com o lugar onde vive e quer proteger as pessoas e o ambiente, vai ler tudo", diz uma representante do WWF (Fundo Mundial para a Natureza).
Veja reportagem de Sônia Bridi, no Jornal Nacional, sobre a apresentação do relatório do aquecimento global. Assista também matéria sobre os seus efeitos no Brasil, principalmente na Amazônia (substituindo a floresta tropical por uma savana), no sertão nordestino (transformando o semi-árido em deserto) e nas grandes cidades (tempestades, enchentes etc.).
Nós, do PPS, temos convicção do papel que cabe a cada cidadão, individual e coletivamente, para controlar o aquecimento global, permitindo ao menos que ele não seja tão devastador. Estamos tentando fazer a nossa parte. Acompanhe a agenda de atividades do PPS sobre o Meio Ambiente e conheça a proposta de neutralização do carbono. Participe!
