terça-feira, 24 de abril de 2007

Greve é política e lamentável, diz Serra

O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), considerou a paralisação dos metroviários e motoristas de ônibus ontem uma "greve política" e "lamentável". Apenas entre os usuários do metrô, foram 180 mil prejudicados, segundo o governo.

"É uma greve política que não tem nada a ver com as condições do pessoal do metrô e dos ônibus. É uma greve para servir a sindicatos e não para servir a população nem aos trabalhadores. Uma greve lamentável", criticou Serra.

Mais de 34 mil motoristas, cobradores de ônibus e metroviários da cidade de São Paulo participaram da paralisação ocorrida no final da madrugada desta segunda-feira, conforme estimativas dos sindicatos. O movimento manteve os ônibus parados até as 6h e atrasou em cerca de duas horas a abertura das estações de metrô que, normalmente, começam a operar às 4h30.

"É uma greve política sim, mas contra as políticas de arrocho do governo", respondeu Manuel Xavier Lemos Filho, secretário de Comunicação e Imprensa do Sindicato dos Metroviários.

Em nota, a Força Sindical afirma que "As manifestações ocorridas hoje no transporte coletivo de São Paulo são para manter os direitos dos trabalhadores como seguro-desemprego, férias, 13º salário, licença-maternidade, fundo de garantia e vale-transporte".

Reivindicação

Os motoristas e cobradores de ônibus e os metroviários alegavam que a greve era um protesto contra a possível derrubada, por parte do Congresso, do veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva à emenda 3 da Super-Receita, originalmente aprovada pela Casa.

A emenda 3 proíbe que os auditores fiscais multem e tenham poder para desfazer pessoas jurídicas quando entenderem que a relação de prestação de serviços com uma empresa é, na verdade, uma relação trabalhista. Pelo texto aprovado no Congresso Nacional, apenas a Justiça do Trabalho teria esse poder.

Os defensores da emenda dizem que sua intenção é garantir a segurança de contratos livremente negociados entre as partes. Os críticos vêem a possibilidade de fragilizar a fiscalização e favorecer que empregadores contratem sem registros em carteira.