terça-feira, 10 de abril de 2007

Câmara dos Deputados: agora vai!

O presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), encontrou uma maneira de obter produtividade dos deputados em Brasília.

Não, não será votada nenhuma CPI. Muito menos as reformas necessárias. Na pauta de hoje, a única coisa que sensibiliza grande parte dos deputados: eles vão discutir o próprio aumento de salário.

Chinaglia repetiu, no entanto, que o reajuste será levado a plenário somente depois que for concluída a votação das sete medidas provisórias e um projeto com urgência constitucional que trancam a pauta de votações. Ou seja, a mais pura chantagem. O lema é: "Votem o que o governo quer, e garantam o aumento de salário".

A proposta mais plausível é a de se elevar o vencimento (hoje de R$ 12.800,00) para R$ 16.200,00 - valor que corresponderia à reposição da inflação dos últimos quatro anos. Justo. Justíssimo. Desde que todos os trabalhadores assalariados do país tivessem esse mesmo reajuste de 26,5%. Mas vá ver se um professor, um médico, um policial ou um gari tiveram esse aumento salarial.

Chinaglia disse ainda que não discutirá com os líderes dos partidos o aumento da verba de gabinete dos deputados na reunião de hoje. "Isso não está em discussão. O que está em discussão é o reajuste dos parlamentares em consonância com os líderes dos partidos", afirmou.

Chinaglia vem sendo pressionado por integrantes da mesa diretora a debater o aumento dessa verba de gabinete, hoje em R$ 50,8 mil. A verba é usada para, entre outras coisas, pagar despesas com escritório político, consultorias, jantares, almoços e hospedagens em viagens.

O terceiro-secretário da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), chegou a apresentar uma proposta para elevar essa verba para R$ 65 mil, o que, segundo ele, corrigiria a inflação dos últimos quatro anos. A mesa diretora, porém, tem adiado a discussão sobre o assunto.