quarta-feira, 18 de abril de 2007

Hoje é Zeca-feira: Dia de São Nizan e de cerveja

A invenção do publicitário Nizan Guanaes para aumentar a venda de cerveja no meio de semana, estrelada por Zeca Pagodinho, vai na contra-mão das restrições que o governo pretende impor às propagandas de bebidas alcóolicas.

O cervejeiro-padroeiro da tal Zeca-feira, garoto-propaganda da Brahma, acha tudo isso uma babaquice, como mostrou a Folha de hoje.

FOLHA - O veto da propaganda de cerveja na TV entre 8h e 20h vai prejudicar o seu contrato?
ZECA PAGODINHO - Ah, cara, isso aí só Deus é que sabe. Só Deus...

FOLHA - Quanto você ganha com a publicidade de cerveja?
ZECA - Isso aí eu não sei. Isso aí não é comigo [segundo especulações do mercado, seriam R$ 5 milhões por três anos].

FOLHA - O que achou da proposta do veto?
ZECA - Acho que tem muitas outras coisas que eles [o governo] têm que se preocupar. Ainda mais cerveja, que é normal! Eles têm que se preocupar em colocar escolas para o jovem estudar, em tirar o jovem da rua... Não tem que ficar colocando a culpa na cerveja, não! Que babaquice é essa? Que o cara vai ver na televisão e vai aprender a beber? Na rua ninguém vê bebida? Na casa, nas festas, não tem? Vão querer proibir nas festas também? O que que tem um comercial de cerveja? Ninguém nunca bebeu no mundo, não? Tô fora!!

FOLHA - A publicidade com mulheres bonitas e ídolos como você não incentiva o jovem a beber?
ZECA - Cara... Isso aí parte de cada um. Aqui em casa eu sempre bebi. Meu filho mais velho bebe. E o do meio não bebe. Tenho sobrinho que não bebe e sobrinho que bebe. E aí, como é que é isso? Nunca vi propaganda de violência na televisão e a violência está crescendo cada dia mais.

FOLHA - E a Zeca-feira [campanha de marketing que "cria", na quarta-feira, mais um dia de happy hour]?
ZECA - Isso não é idéia minha. Isso é idéia do [publicitário] Nizan Guanaes. E pra mim não tem dia-feira, pra mim todo dia é feira. Se eu estiver apto a beber, se eu estiver com calor, tomo minha cervejinha. O que é que tem? Não gosto é de ficar bêbado, perder a noção, o rabo da conversa.

FOLHA - Existe, então, exagero nas críticas?
ZECA - Olha, rapaz! Aprecio todo cara que é um bom bebedor. [Pausa] Tá? Não bebo cachaça. Não me dou bem com cachaça. Meu pai tem 80 anos. E bebe cachaça. Nunca vi meu pai falar alto, brigar com a minha mãe, bater na gente. Ele é um bom bebedor. Eu admiro meu pai.