quinta-feira, 12 de abril de 2007

Troca de farpas no ninho tucano

Só se fala nisso dentro do tucanato: a guerra fratricida com vistas à eleição municipal, temperada ainda pelas mágoas e resquícios da disputa à vaga de candidato a presidente pelo PSDB em 2006, quando Geraldo Alckmin impôs fragorosa derrota a José Serra.

O mais recente capítulo é a instalação ou não da CPI da Nossa Caixa na Assembléia Legislativa de São Paulo, que acentua a divisão entre Serra e Alckmin.

O secretário da Casa Civil e um dos principais estrategistas de Serra, Aloysio Nunes Ferreira, botou mais lenha na fogueira das vaidades ao declarar publicamente que a CPI não seria "inconveniente" ao Governo Serra. Disse mais: "Não temos absolutamente nada a ver com essa história." Uau!

Ocorre que o Tribunal de Justiça se manifestou pela instalação da CPI, que pode fazer estrago considerável na pretensão de Alckmin ser o candidato do PSDB à sucessão de Gilberto Kassab - enquanto serristas e democratas (ex-pefelistas) trabalham com a possibilidade da reeleição do ex-vice de Serra na Prefeitura.

Nas contas tucanas, Alckmin conta com o apoio de pelo menos 11 dos 23 deputados estaduais do PSDB, o que é insuficiente, porém, para barrar a investigação sobre as supostas irregularidades nas verbas de publicidade do banco estadual, que teriam favorecido aliados de Alckmin.

O deputado tucano Orlando Morando, da tropa de choque alckmista, reagiu às declarações de Nunes Ferreira: "Não conheço CPI conveniente. Toda CPI é indigesta para um governo. CPI a gente sabe como começa, mas nunca como acaba".

Serra, por sua vez, passa a batata quente para os deputados. "Essa é uma questão vista do ângulo da Assembléia Legislativa. O governo não está atuando nem para segurar nem para acelerar", afirmou. "Se tiver CPI, faz parte das regras do jogo."

E repare que o jogo ainda nem começou...