Ainda é cedo para avaliar a profundidade no corte, mas é certo que a Operação Navalha da Polícia Federal vai fazer sangrar muita gente nos próximos dias.A investigação sobre as fraudes da empreiteira baiana Gautama em nove estados envolve políticos de quase todos os partidos. A carceragem da PF não tem mais lugar para tantos presos.
Gravações exibidas ontem à noite pelo Fantástico comprometem o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau. Há indícios de como uma diretora da empreiteira combinou a entrega no ministério de R$ 100 mil.
Há também fitas em que são citados como beneficiários do esquema o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB).
No fim-de-semana, revelou-se que o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT), viajou num jatinho pago pela Gautama. Conversas telefônicas obtidas pela Folha de S. Paulo revelam pagamento de R$ 20 mil ao deputado Paulo Magalhães (DEM), sobrinho do senador Antonio Carlos Magalhães.
Também aparece nas investigações o nome do ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM), cujo filho, João Alves Neto, está preso. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, diz que o governador tinha conhecimento da suposta atuação irregular do filho.
Há fortes indícios ainda contra Jackson Lago (PDT), atual governador do Maranhão e que tem dois sobrinhos presos, e José Reinaldo Tavares (PSB), ex-governador do Maranhão, que obteve liminar ontem após três dias na carceragem da PF, em Brasília.
E as investigações estão só começando...