Muito se discute sobre a falta de rumo e a crise de identidade de todos os partidos políticos brasileiros. Do PT ao PSDB fala-se em "refundação". Os ex-liberais PFL e PL mudaram de nome (para DEM e PR, respectivamente). O PPS propõe uma conferência para discutir um novo projeto para o Brasil. Esquerda e direita se confundem absolutamente no cenário nacional e o eleitorado perde completamente qualquer referência.
Há algum tempo, tucanos e pepessistas caminham muito próximos, eleitoral e ideologicamente. O ex-presidente FHC reforçou essa proximidade ontem, em seminário preparatório para o Congresso do PSDB.
Porém, se à primeira vista salta aos olhos a semelhança da logomarca de seus encontros partidários (observe acima: coincidência ou mesma fonte de inspiração?), as setas indicativas que partem da circunferência azul (que remete tanto à bandeira nacional quanto ao globo terrestre) têm uma contradição básica: o PSDB aponta o "Brasil do Amanhã" à direita. O PPS indica na sua Conferência o caminho à esquerda.
Das duas, uma: ou ambos se encontrarão no meio do caminho, num meio termo, ou o choque será inevitável. Seria o caso de pedir o socorro do Professor Pasquale: os partidos estão indo "ao encontro" ou "de encontro"?
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