sexta-feira, 30 de março de 2007

Um ano de Kassab, três meses de Serra

Faz um ano que Gilberto Kassab (DEM, ex-PFL) assumiu a Prefeitura de São Paulo, após a renúncia de José Serra (PSDB) para disputar e vencer a eleição para o Governo do Estado (completará três meses no cargo no dia 1º).

Enquanto Kassab está na Europa em viagem de trabalho, o PT, o PC do B e a CUT prometem fazer muito barulho hoje no centro da cidade, em ato público contra a administração municipal.

A ladainha dos manifestantes: diminuição dos investimentos em habitação, terceirização dos serviços de saúde, falta de remédios e de médicos nos postos, além do aumento da passagem de ônibus "muito acima da inflação".

Com a ausência de Kassab, o maior alvo do protesto será mesmo o tucano José Serra, que teria descumprido um compromisso de campanha ao abandonar a Prefeitura, após 15 meses de gestão, para disputar a eleição estadual.

Mas nem os manifestantes se entendem: ora Serra é acusado de ter "abandonado" a cidade, ora de continuar "mandando" na Prefeitura. Vai entender...

Pesquisas de opinião

Outra contradição se apresenta na interpretação dos resultados da pesquisa sobre a aprovação do governador Serra e do prefeito Kassab, principalmente entre aqueles que os consideram "regulares".

Segundo o Datafolha, Serra é aprovado por 39% dos paulistas; enquanto seu antigo vice na Prefeitura, Kassab, é rejeitado por 42% dos paulistanos.

Na cidade, este é o índice (42%) da população que considera o trabalho de Kassab ruim ou péssimo, contra apenas 15% que o classificam como bom ou ótimo. Outros 36% dos entrevistados o consideram regular, e 7% não souberam responder.

Assim, se somarmos regular ao índice de bom e ótimo, teremos uma aprovação de 51% da população. Por outro lado, se adicionarmos ao ruim e péssimo, a rejeição sobe para 78%. Obviamente, a interpretação se dá ao gosto do freguês.

Entre as explicações para o insucesso de Kassab (que ganhou popularidade na mesma proporção que viu subir seus índices de rejeição), estão dois episódios: quando expulsou um manifestante de um posto de saúde aos berros de "vagabundo" (reveja), e outro quando fez uma piada infeliz sobre o acidente do Metrô (assista), que tiveram enorme repercussão negativa e viraram motivo de chacota em programas de TV e entre o público formador de opinião.