Deu zebra. Com a cada vez mais remota possibilidade de Marta Suplicy (PT) assumir um ministério no Governo Lula, começa na prática a corrida eleitoral paulistana.
Será o fim do sonho de uma noite de verão da ex-prefeita? Até os ácaros dos tapetes do Planalto já ouviram o recado de Lula: o presidente não pretende entregar nem Educação, nem Cidades para Marta, os dois ministérios do desejo da estrela petista, que lhe facilitariam o sonhado retorno à Prefeitura de São Paulo em 2008 ou mesmo o seu lançamento para a sucessão de Lula em 2010.
A "nacionalização" da campanha paulistana é irreversível. Marta, com apoio de Maluf, do PMDB e do PR (ex-PL) vai esperar sentada pela briga de foice na seara governista: o prefeito Gilberto Kassab (PFL) conseguirá se viabilizar para a reeleição, com apoio do governador José Serra (PDSB), ou, como tudo indica, o ex-governador Geraldo Alckmin virá com força total, vitaminado pelas pesquisas, para reeditar a aliança entre PSDB, PFL, PPS e PTB?
Uma coisa é certa: o PPS já reforça a sua chapa de candidatos a vereador, que obteve 250 mil votos em 2004, elegendo dois parlamentares, e se consolida como opção para o eleitorado paulistano. Não por acaso, o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, está fixando domicílio em São Paulo. Os próximos meses serão bem agitados e o julgamento do Governo Lula daqui até outubro de 2008 será decisivo.