Em dia de protestos pelo Brasil, sobraram farpas para o governo e a oposição. Se o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), penou com professores e estudantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagou o pato ontem nos protestos "contra a retirada de direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários".
Sindicatos de várias categorias e movimentos como o MST (Trabalhadores Rurais Sem Terra), Via Campesina e MTL (Terra, Trabalho e Liberdade) fizeram passeatas, piquetes, invasões e bloquearam estradas e avenidas em pelo menos nove estados (SP, RJ, MG, ES, GO, SE, AL, PE e PB).
O que foi chamado de Dia Nacional de Luta Contra as Reformas Neoliberais de Lula apresentou 10 motivos para as manifestações (um apanhado de generalidades e até alguns absurdos e inverdades):
1 – Contra a ‘reforma’ da Previdência, que taxa aposentados e aumenta a idade mínima para aposentadoria;
2 – Contra as ‘reformas’ sindical e trabalhista, que retiram direitos como 13º salário, férias e licença-maternidade;
3 – Em defesa do direito irrestrito de greve;
4 – Contra o PAC (programa de aceleração do crescimento do governo Lula), que congela salários até 2016;
5 – Contra a “Super-Receita”, a emenda 3 e quaisquer projetos que ameacem os direitos trabalhistas e previdenciários;
6 – Contra a “alta programada”, que determina a volta ao trabalho de quem não tem nenhuma condição;
7 – Contra a política econômica do governo Lula, que desvia dinheiro da saúde, da educação e da moradia para a dívida externa e impõe gratificações por produtividade. Queremos salário digno, carreira e jornada de 30h;
8 – Contra as parcerias público-privadas;
9 – Pela imediata reintegração dos trabalhadores demitidos e contra a criminalização dos movimentos sociais;
10 – Em defesa da Seguridade Social pública.