quinta-feira, 31 de maio de 2007

Um crime de revirar o estômago

Que a violência causa terror à população e leva ao isolamento, trancafiando as pessoas dentro de casa com pânico de sair às ruas, todos nós já sabíamos. Em uma cidade como São Paulo, vizinhos de porta mal se conhecem. É o sinal dos tempos. Mas o crime relatado hoje pela repórter da Folha, Laura Capriglione, na matéria "Casa à venda tinha donos enterrados no quintal", é daqueles típicos de revirar o estômago.

Acompanhe: A avó do metalúrgico Edson da Silva Santos, 27, costumava telefonar para o neto todos os finais de semana. Neste foi diferente -silêncio. Intrigado, o jovem foi à casa dela na terça-feira, ver o que teria acontecido.

Em vez do casal que sempre o recebia, encontrou outro. Afixada na casa, uma placa de "vende-se" e dois avisos colados com os dizeres: "Eu, Maria da Glória dos Santos Colovati, estou viajando. Deixo cuidando da casa o pedreiro". Mas a avó não manifestara ao neto intenção de vender a propriedade nem de reformá-la.

Havia mais coisas estranhas. Lençóis haviam sido estendidos no portão, vedando a visão do quintal da propriedade para quem passasse na rua. Apesar dessa providência, logo na entrada, ainda dava para ver uma pilha de entulho.

O metalúrgico perguntou sobre a avó ao homem franzino (1,55 metro), aparência tranqüila, tatuagem "Deus" no braço esquerdo, que olhava para a rua de dentro da casa. "Sou só o pedreiro", disse-lhe o homem. E explicou que estava no local porque a casa havia sido vendida e o novo dono encomendara-lhe a reforma. Sobre os antigos moradores, disse não saber informar nada. O rapaz chamou a polícia.

Assim que entrou na casa, acompanhado dos PMs, o jovem viu que estava tudo mudado. Os móveis eram outros, a decoração era outra. A geladeira era nova. A máquina de lavar roupa também. O cachorrinho da família, um fox paulistinha, tinha desaparecido. E, no entanto, o neto havia visitado a avó apenas 16 dias antes, no dia das mães (13 de maio).

Aos policiais, os novos ocupantes repetiram a versão contada antes. Mas uma mancha de cimento fresco, recém-assentado no quintal, chamou a atenção dos visitantes. Bastou uma marretada para o cheiro forte denunciar os corpos da aposentada Maria da Glória dos Santos Colovati, 70, e do segurança Jorge de Araújo, 53, casados, enterrados juntos, um sobre o outro, em companhia do fox paulistinha. Sacos plásticos envolviam as cabeças do casal. As mãos estavam amarradas nas costas.

Até ontem à noite, a polícia ainda não sabia a causa mortis. A delegada Jeanette Sanjar, do 56º Distrito Policial, da Vila Alpina (zona leste de São Paulo), acha provável que a morte tenha sido por asfixia, mas o estado dos corpos exigia exame mais detalhado.

A polícia prendeu no local Silvia Navarro Alexandre, 46, e José Santos Edivaldo dos Santos, 49, que negaram a autoria do crime. Ao ser revistado, Edivaldo tinha uma carta de livramento condicional no bolso (é ex-presidiário). Segundo a polícia, ele também estava com um cartão da Caixa Econômica Estadual em nome de Maria da Glória, a idosa assassinada, além de uma caderneta com anotações sobre os bens encontrados na casa, acompanhadas por uma avaliação de cada item.

Ontem, a propriedade tinha virado ponto de visitação. Como os lençóis tinham sido removidos, dava para ver o buraco no quintal -nem um metro quadrado de área, nem meio metro de profundidade.

A polícia encontrou estacionado perto da casa um automóvel Gol cinza ano 1984, que era usado por Edivaldo, com notas fiscais de compra de areia, pedra e cimento -material que teria sido usado na ocultação dos cadáveres.

Um vizinho, proprietário de vidraçaria em frente à casa dos mortos, Enis Garcia, disse ter visto várias vezes Edivaldo nas imediações. "Ele era amigo de um dos filhos de dona Glória, que já morreu. Como tinha saído da cadeia havia pouco tempo, ela o abrigou. Era uma mulher boa."

O pessoal reunido no bar Quintas Santos, a 20 metros da casa, lamentava a sorte de dona Glória: um filho dela foi assassinado há 20 anos, outro morreu atropelado por um caminhão há seis meses. "Eu achei que ela já tinha sofrido tudo o que se pode sofrer. Mas não", dizia o vizinho vidraceiro.

Os acusados não tinham advogado constituído até ontem à noite. A partir de hoje, devem receber assistência jurídica de um defensor público.


Triste. Não há mais nada a comentar.

A marcha dos estudantes, a UNE e o ´papai´ Lula

Diz a sabedoria popular que cão que ladra não morde. No caso, a UNE ladra. (Ops, UNE ladra?) Melhor dizer que a UNE late. Está em toda a mídia: "UNE promete onda de invasões de reitorias na próxima quarta-feira". (Mas justo na Zeca-feira?)

Esses estudantes biônicos da UNE são mesmo engraçados. Fazem pose de rebeldes mas não largam o osso (e vivem mamando no governo).

Ontem o presidente da União Nacional dos Estudantes, Gustavo Petta (PCdoB), minutos após ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Palácio do Planalto, anunciou uma série de invasões de prédios de reitorias de universidades públicas a serem realizadas na próxima quarta-feira, dia 6.

A UNE reivindica do governo (mais) R$ 200 milhões por ano para assistência de "estudantes pobres" das instituições federais de ensino superior. "Muitos estudantes estão chegando às universidades, mas não conseguem concluir o curso por falta de alimentação, transporte e uma política estudantil", disse Petta.

Chamado de "Pettinha" por Lula, o presidente da UNE afirmou que quer uma solução rápida do governo para garantir os estudos dos "estudantes pobres" (cada vez que usam hipócrita e demagogicamente esse termo chega a doer).

"Hoje o Brasil não tem verba específica para isso. Trouxemos uma reivindicação e exigimos que o governo adote uma medida voltada para esses estudantes que têm dificuldades para continuar os estudos", completou o presidente da mamífera UNE.

Mesmo com a cordialidade da audiência, a UNE, lulista de carteirinha (ops! carteirinha?) mantém a decisão de invadir as reitorias na próxima quarta-feira. As invasões não devem passar de um dia. A princípio, a entidade não quer repetir o que ocorre na Universidade de São Paulo, onde estudantes ocupam há um mês o prédio da reitoria.

Ao contrário do que ocorre na USP, onde os manifestantes mantêm uma relação difícil com o governador José Serra (PSDB), a direção da UNE é aliada do Palácio do Planalto. A UNE é uma das entidades que sempre apoiaram o governo petista. A entidade chegou a organizar manifestações, durante os escândalos do mensalão, do propinoduto e do dólar na cueca, para defender o presidente Lula. Em troca, o governo atendeu a uma série de pedidos de liberação de recursos feitos pela entidade.

"Na semana que vem, haverá o dia nacional de mobilização em torno da questão da assistência estudantil, muitas reitorias vão ser ocupadas, muitas manifestações vão acontecer, para exatamente pressionar o governo a adotar uma medida para ajudar os estudantes", disse Petta.

Ou seja, é o choro do filho mimado. Quem não chora não mama, né, Pettinha? Mas esses filhotes do Lula e do PCdoB já não estão meio grandinhos (e supernutridos) para posarem de crianças pobres e desmamadas?

"Bolsa familia para o estudante, bolsa moradia para o estudante, vale-transporte para estudante, vale-coxinha, plano de saúde para o estudante... Assim ninguém vai terminar o curso, sobrevive do vale, já que não tem colocação da mão-de-obra saída da faculdade", afirma Carlos Fernandes, presidente municipal do PPS/SP. "E para a entidade quanto fica? Viva a esmola para o estudante! Viva o Lula! Viva o pai das esmolas!".

Carlos Heitor Cony: Aceleração da Corrupção

Em artigo publicado na Folha de S. Paulo de hoje, o escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, imortal da Academia Brasileira de Letras, explica enfim o que significa o PAC: Programa de Aceleração da Corrupção.

Corrupção acelerada

Barragem em um rio, não sei se no Piauí ou em Alagoas, foi orçada inicialmente em R$ 30 milhões. Posteriormente, a obra recebeu novo orçamento, à base de R$ 70 milhões, mais do que o dobro da primeira avaliação. Veio o segundo mandato de Lula e, logo nos primeiros dias de seu novo governo, foi lançado o PAC, pseudônimo de Programa de Aceleração do Crescimento. A barragem passaria a custar R$ 120 milhões.

Tal como o Fome Zero do primeiro mandato, lançado entusiasticamente nos primeiros dias de Lula no poder, tanto o governo como a mídia em geral louvaram a aceleração do crescimento -agora, sim, o Brasil iria deslanchar, chegaria lá.

Evidente que o projeto da barragem fora malfeito. Logo passaria para o dobro, mas nem assim os R$ 70 milhões bastariam. Finalmente, os técnicos do governo chegaram ao preço justo, que, além da barragem propriamente dita, teria gordura suficiente para bancar todos os intermediários, laranjas, lobistas e demais interessados.

Não é sem motivo que a aplicação do PAC está patinando, com governadores, prefeitos, senadores e deputados querendo beliscar o suculento pudim que saiu dos fornos do Alvorada. Tem de dar para todos. Uma obra de R$ 30 milhões, ainda que reajustada para R$ 70 milhões, precisa de verba maior para contentar a todos.

São muitos os programas de crescimento acelerado que o governo pretende executar. Para tornar-se realidade, cada projeto precisa pagar não apenas os custos técnicos de cada empreendimento mas contemplar os inexplicáveis intermediários interessados na liberação das verbas e, se possível, no próprio aumento das verbas.

O Brasil vai bem, obrigado. Talvez não consiga acelerar o crescimento, mas conseguiu acelerar a corrupção.

quarta-feira, 30 de maio de 2007

PPS pode ter Leão Lobo e Ronaldo do Corinthians

Aproveitando a sua passagem por São Paulo, o ex-senador e presidente nacional do PPS, Roberto Freire, formalizou ontem convites para filiação ao partido a dois nomes consagrados em seus segmentos de atuação e candidatos potenciais à Câmara paulistana em 2008: Ronaldo, ex-goleiro do Corinthians, e o jornalista Leão Lobo (acima, Freire, Ronaldo e o presidente municipal do PPS/SP, Carlos Fernandes).

Um dos maiores ídolos corinthianos de todos os tempos, Ronaldo Soares Giovanelli é o goleiro que mais vestiu a camisa alvi-negra em toda a sua história.

Desde a estréia no time profissional, em 7 de fevereiro de 1988, aos 20 anos de idade (quando ganhou a posição de dois goleiros de seleção, Carlos e Waldir Peres), foram 602 jogos pelo time do Parque São Jorge, até 1998.

Campeão paulista de 1988, 1995 e 1997; campeão brasileiro de 1990; e campeão da Copa do Brasil de 1995, Ronaldo teve passagens ainda pelo Fluminense, Inter de Limeira, Cruzeiro, Portuguesa de Desportos (Lusa), Ponte Preta, Gama e Portuguesa Santista, além de liderar uma banda de rock e ter lançado dois discos. Atualmente é comentarista esportivo do programa "Bola na Rede", da Rede TV.

"Estou iniciando uma nova trajetória na minha vida e não quero ser ´mais um´ na política", afirma Ronaldo. "Acredito que com a minha experiência no esporte posso ajudar a construir uma sociedade mais justa e uma cidade mais humana, principalmente no contato com os jovens."

Corinthians X Palmeiras

O palmeirense Leão Lobo é um dos mais famosos, queridos e respeitados jornalistas do meio artístico, radialista e apresentador de TV (atualmente está à frente do programa "De Olho nas Estrelas", da Rede Bandeirantes).

Dono do bordão "Dignidade Já!", Leão Lobo foi por seis anos jurado do Show de Calouros, de Silvio Santos, e participou de programas como O Melhor da Tarde, na Band; Mulheres, da TV Gazeta; Note & Anote, da Record, e Aqui Agora, do SBT, entre outros. Sua carreira, no entanto, teve início nos palcos, em 1973, quando trabalhou como ator na companhia de Cacilda Becker.

"No ano de 1984, quando comecei a fazer a minha coluna na Folha da Tarde, estávamos em plena campanha pelas Diretas Já... e fiquei pensando no que faltaria para o Brasil, depois de eleger um Presidente, e me veio esta frase: Dignidade Já! Que na minha compreensão é básica: comida, saúde e educação para começarmos a cidadania brasileira!", afirma Leão.

O bordão acabou ganhando um sentido mais amplo, pois Leão Lobo é uma das personalidades da mídia que mais constantemente defendem os direitos dos homossexuais, alertando a todos sobre a importância do respeito às minorias.

Pais ilustres: Gil Gomes e D´Urso

Filho do radialista policial Gil Gomes e da dramaturga Ana Vitoria Vieira Monteiro, pastor evangélico há 9 anos, Daniel Gil Gomes é pré-candidato a vereador no município de Guarulhos, na Grande São Paulo (na foto, Gil Gomes entre os filhos).

O Pastor Gil Gomes tem 36 anos e é casado com a também pastora Adriana Gil Gomes. Ele deve se reunir na próxima segunda-feira, 4 de junho, com o presidente estadual do PPS/SP, deputado David Zaia, e com o presidente do PPS de Guarulhos, Eduardo Rocha, para tratar do cenário político municipal e da possibilidade de filiação ao partido.

Outro potencial candidato a vereador é o jovem Luiz Flavio Filizzola D´Urso, filho do presidente reeleito da OAB/SP, Luiz Flavio Borges D´Urso, que tem hoje cerca de 175 mil advogados inscritos e 217 subseções em todo o Estado de São Paulo.

Estudante de Direito da FMU, Flavio D´Urso trata nesta semana com o presidente do PPS paulistano, Carlos Fernandes, a sua possível filiação.

Namoro com o PPS

A direção do PPS tem mantido uma série de contatos para qualificar ainda mais a atuação do partido em São Paulo. Reveja, por exemplo: o esportista Lars Grael, a advogada Zulaiê Cobra, o repórter Léo Áquilla e o jornalista Salomão Pereira, entre outros.

terça-feira, 29 de maio de 2007

Partidos sem rumo, sem direção: para onde vamos?

Muito se discute sobre a falta de rumo e a crise de identidade de todos os partidos políticos brasileiros. Do PT ao PSDB fala-se em "refundação". Os ex-liberais PFL e PL mudaram de nome (para DEM e PR, respectivamente). O PPS propõe uma conferência para discutir um novo projeto para o Brasil. Esquerda e direita se confundem absolutamente no cenário nacional e o eleitorado perde completamente qualquer referência.

Há algum tempo, tucanos e pepessistas caminham muito próximos, eleitoral e ideologicamente. O ex-presidente FHC reforçou essa proximidade ontem, em seminário preparatório para o Congresso do PSDB.

Porém, se à primeira vista salta aos olhos a semelhança da logomarca de seus encontros partidários (observe acima: coincidência ou mesma fonte de inspiração?), as setas indicativas que partem da circunferência azul (que remete tanto à bandeira nacional quanto ao globo terrestre) têm uma contradição básica: o PSDB aponta o "Brasil do Amanhã" à direita. O PPS indica na sua Conferência o caminho à esquerda.

Das duas, uma: ou ambos se encontrarão no meio do caminho, num meio termo, ou o choque será inevitável. Seria o caso de pedir o socorro do Professor Pasquale: os partidos estão indo "ao encontro" ou "de encontro"?

Leia mais sobre o Congresso do PSDB e a Conferência do PPS.

Ex-mulher é para sempre!

À primeira vista, pode parecer um comentário machista. Mas é um fato concreto na política. Ex-mulher é um componente decisivo nos rumos do país e até do mundo.

Afinal, quem não se lembra do escândalo que foi o envolvimento de Bill Clinton com a ex-estagiária Monica Lewinsky, que desandou a contar detalhes íntimos do "estágio" com o presidente dos EUA na Casa Branca?

Outros casos emblemáticos marcaram a política nacional: O "Pittagate", como ficou conhecido um dos maiores escândalos da administração municipal paulistana, teve seu início quando a ex-primeira-dama Nicéa Camargo decidiu denunciar seu ex-marido, o prefeito Celso Pitta.

A partir das acusações, desencadeou-se uma série de acontecimentos, como o afastamento de Pitta do cargo por 19 dias e o seu processo de impeachment, do qual o prefeito acabou se livrando.

Os reflexos do escândalo refletiram diretamente nas eleições de 2000, quando houve uma renovação de mais da metade dos vereadores.

A publicitária Maria Christina Mendes Caldeira - ex-mulher do presidente nacional do PL, Valdemar Costa Neto - foi outra que desencadeou o escândalo com o ex-marido: apresentou na Comissão de Ética que apurava o envolvimento de parlamentares com o "mensalão" uma lista de denúncias que comprovaram conexões entre Costa Neto e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

No depoimento, ela também apontou diálogos que classificou como "suspeitos" entre o ex-marido e o deputado Bispo Rodrigues (PL-RJ), relatou um suposto esquema de doações ilegais feitas pelo governo de Taiwan à campanha eleitoral do presidente Lula e sugeriu que o ex-tesoureiro do PL, Jacinto Lamas, fosse investigado.

Casada durante dois anos com o presidente do PL, e protagonista de uma separação tempestuosa, Maria Christina recheou seu relato com advertências de que não possuía provas: "Tenho coisas que vou lembrando e podem ajudar nas investigações". Deu no que deu: a renúncia do ex para fugir da cassação. E a do bispo, por tabela.

A ex do momento é a jornalista Monica Velloso, que desmentiu por meio do seu advogado o depoimento do senador Renan Calheiros, pai de uma menina de três anos fora do casamento. Assista.

Alexandre Garcia: ´Vida privada se revela na pública´

O jornalista Alexandre Garcia foi direto ao ponto, hoje, no Bom Dia Brasil. Fala da "culpa" que o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) alega nunca ter sentido ao responder à pergunta se estava "aliviado" depois do seu pronunciamento. Critica os pares de Renan, da situação e da oposição, que se apressaram em inocentá-lo das acusações, antes mesmo de examinar quaisquer provas ou ouvir a mulher, mãe de uma filha dele, que é pivo do escândalo (pois teria recebido recursos de uma empreiteira), e o amigo que só por coincidência é funcionário dessa mesma empreiteira.

"Parece haver pressa de encerrar o caso", comenta Garcia. "Assunto de empreiteira ou de vida privada parece ser tabu."

"Ontem, depois de pedir desculpas ao Senado e à família, o presidente Renan Calheiros criticou o que considera invasão de sua privacidade. O problema é que quem tem vida pública carrega esse ônus de não ter vida privada. Porque sua vida privada se revela na vida pública. Sua conduta como cidadão, como cumpridor de seus compromissos, como pai, como marido, revela como vai exercer um cargo público."

"É impossível separar uma da outra. Quem mente na vida pessoal não terá pudor em mentir no cargo público. O caráter é um só. A menos que a pessoa tenha duas personalidades, mas aí pode ser um caso de esquizofrenia, que em geral conduz à interdição."

Veja na íntegra o comentário de Alexandre Garcia.

Planejamento familiar: a melhor medida antiaborto

Brasil terá pílula anticoncepcional vendida a R$ 0,30. Investimento do governo federal no projeto de planejamento familiar será de R$ 100 milhões. Número de cartelas distribuídas subirá para 50 milhões por ano.

Assim o ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta segunda-feira, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, um conjunto de medidas de planejamento familiar.

É a melhor resposta que o governo pode dar à sociedade. É também a mais sensata medida antiaborto, porque o planejamento familiar impede muitas vezes que se chegue a esta solução drástica de interrupção da gravidez.

Para o ministro, as medidas mostram que o governo está atuando "em defesa da vida". O programa é anunciado poucos dias após o papa Bento XVI visitar o Brasil em viagem que ele defendeu a castidade dentro e fora do casamento.

O governo vai oferecer cartelas de pílulas anticoncepcionais a um preço entre R$ 0,30 e R$ 0,40 em farmácias e drogarias credenciadas no programa Farmácia Popular.

O valor é possível porque o governo vai subsidiar 90% do preço de referência de anticoncepcionais. Estão na relação de medicamentos os anticoncepcionais injetáveis (dose mensal), pílulas monofásicas de baixa dosagem e mini-pílulas para uso na lactação.

Os contraceptivos serão oferecidos em 3.500 pontos de venda. A meta, segundo o ministro, é elevar até o fim do ano para 10 mil os locais de venda dos medicamentos com preço reduzido.

A oferta gratuita de pílulas anticoncepcionais distribuídas em postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS) também vai saltar, de acordo com Temporão, de 20 milhões de cartelas para 50 milhões por ano. Já a oferta de ampolas injetáveis vai crescer de 1,2 milhão para 4,3 milhões.

Os investimentos do governo federal no programa, que inclui veiculação de campanha educativa de planejamento familiar, serão de R$ 100 milhões. O programa também pretende envolver os homens no planejamento. A cirurgia de vasectomia será incluída na Política Nacional de Procedimentos Cirúrgicos Eletivos, criada em 2004 para reduzir a fila de pacientes que querem passar por procedimentos como cirurgia de catarata, hérnia e varizes.

Para Lula, a idéia é dar condições à população mais pobre de planejar quando e quantos filhos pretendem ter. "Garantir acesso para evitar gravidez e garantir acesso ao homem a fazer vasectomia na rede pública é, no mínimo, além de bom senso, uma coisa razoável", afirmou.

Leia aqui um artigo do autor deste Blog sobre o Planejamento Familiar, publicado há 15 anos, mas absolutamente atual.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Os problemas do dia-a-dia do paulistano

A Ouvidoria Geral da Cidade de São Paulo divulgou seu relatório trimestral que aponta a iluminação pública como o principal problema dos paulistanos, seguida por transporte público e saúde. Foram 6.236 queixas registradas entre janeiro e março desse ano contra 5.155 de 2006, no mesmo período. Um aumento de mais de 20%.

Os problemas de iluminação pública são mais freqüentes nessa época por causa do período de chuvas, que prejudica os fios com a queda de árvores. Exemplo disso é o mês de março, em que as queixas tiveram um pico com 857 contra 665 de janeiro e 669 de fevereiro. A somatória do período é de 2.191 contra 2.295 de 2006.

No transporte público, foram vários fatores que colaboraram para esse quadro: lançamento da integração metrô e CPTM do Bilhete Único Escolar; mudança do sistema da SPTrans (São Paulo Transporte S/A) e inauguração do Expresso Tiradentes. Foram 327 desse ano contra apenas 73 do ano passado, no mesmo período.

Outras naturezas mais reclamadas foram: buraco em via pública (305), saúde (290), animais (213), impostos e taxas (212), qualidade no atendimento em diversos órgãos (190) e trânsito (185). A natureza saúde abrange qualidade do atendimento, vigilância sanitária, entre outros.

Se gritar não fica um, meu irmão...

A sugestão está no blog do Josias de Souza. Assista este clipe de "Pega Ladrão", com Gabriel, o Pensador.

Jornalista questiona ética de deputados nos EUA

Em artigo publicado neste domingo, intitulado "Os perigos da Onda" (Folha de S. Paulo), o jornalista Jânio de Freitas diz, entre outras coisas: "Nesse emaranhado que põe tudo e tantos diferentes no mesmo nível, os equívocos e a hipocrisia proliferam. Receber um brinde de Natal, por exemplo, de repente lança um parlamentar ou um ministro a meio dos corruptos matriculados. Mas ninguém faz patifaria por ter recebido uma agenda ou um brinde, faz por ser patife."

Jânio de Freitas traça ainda o seguinte paralelo: "Enquanto isso, nove deputados e um senador, governistas e oposicionistas, fazem um tour nos Estados Unidos, com as melhores mordomias, à custa da Bolsa de Mercadorias e Futuros - e isso não tem, para o jornalismo e outros setores, implicação antiética nem sequer equivalente a uma agenda ou qualquer brinde natalino."

E cita um a um: "Os deputados são Maurício Rands, PT-PE; José Carlos Aleluia, DEM-BA; Rodrigo Maia, DEM-RJ; Antonio Carlos Magalhães Neto, DEM-BA; Paulo Teixeira, PT-SP; Duarte Nogueira, PSDB-SP; Luiz Carlos Hauly, PSDB-PR; Colbert Martins, PMDB-BA, e Arnaldo Jardim, PPS-SP; o senador é Jonas Pinheiro, DEM-MT. Quando voltarem, todos estarão prontos a retomar sua pregação em defesa da democracia e da moralidade na vida pública."

Deputado Arnaldo Jardim

O deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), vice-líder do PPS na Câmara, explica que a sua visita à Bolsa de Chicago tem como principal objetivo conhecer de perto como funciona a comercialização dos contratos de etanol e de créditos de carbono.

“Brasil e EUA respondem por 72% da produção mundial de etanol e formalizaram, em recente visita do Presidente Bush ao Brasil, acordo no qual ambos acertaram projetos comuns de pesquisa e desenvolvimento de etanol de celulose, o estabelecimento de padrões internacionais para a nova commodity, além da cooperação técnica para expansão do produto em terceiros mercados”, destaca Jardim.

Como desdobramento da visita, a BM&F anunciou que vai lançar contratos futuros de etanol no Brasil. O contrato futuro de etanol é um contrato de álcool anidro para exportação, cotado em dólares por metro cúbico, livre de impostos e tarifas.

“Essa iniciativa proporcionará um crescimento acelerado dos mercados futuros no Brasil, pois essa modalidade protege o produtor contra os riscos de produção, contratos, crédito e preço, este último provocado pela ação nos fundos de hedge”, ressalta o deputado Arnaldo Jardim.

“Nós, que nos preocupamos com os biocombustíveis, sabemos que contrato futuro é possibilidade de estabilidade de preço, previsibilidade na produção, segurança para quem produz e garantia ao consumidor de não haver oscilações bruscas de preço”.

Depois de Chicago, o deputado segue em comitiva para Washington, onde conhecerá o Departamento de Estado dos Estados Unidos, o Congresso norte-americano e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Aos 45 minutos do "Segundo Tempo"... Gol de mão!

O Tribunal de Contas da União decidiu monitorar durante cinco semanas o maior programa social do Ministério do Esporte, o "Segundo Tempo".

A coluna do jornalista Claudio Humberto informa que "um acórdão do tribunal aprovou uma série de recomendações ao Ministério do Esporte, a fim de blindar a aplicação dos recursos das falhas já detectados em 2006. O TCU vai ficar de olho também nos convênios do programa, após as denúncias de irregularidades praticadas por ONGs do Rio".

Só para citar um exemplo concreto: Marta Suplicy encerrou sua gestão (e fez campanha à reeleição em 2004 usando esses dados) afirmando que o "Segundo Tempo" tinha 100 mil crianças e adolescentes matriculados em São Paulo. Quando a nova gestão municipal foi examinar a planilha da Secretaria de Esportes, encontrou 10 mil. Onde foram parar as 90 mil crianças excedentes? Mistério!!!!

Assim falou Ciro Gomes, no papel de escudo lulista

Ciro Gomes não é mais aquele. Deputado federal pelo PSB do Ceará, ex-presidenciável do PPS em 1998 e 2002, candidato declarado à sucessão de Lula, Ciro afirmou que é contra a instalação da CPI da Operação Navalha e de qualquer outra CPI.

"Eu sou avesso a isso. Não assino nem essa e nenhuma outra CPI. Sou contra", disse no papel de postulante chapa-branca ao cargo do chefe.

Ele também criticou a imprensa. "Os excessos são derivados muito mais do descuido com que uma certa parte da imprensa brasileira trata desses assuntos do que de uma imponderável leniência de autoridades. É espetáculo."

Ciro encontrou argumentos ainda para defender o ex-ministro Silas Rondeau. "Tenho convicção - posso estar enganado - de que o ministro Silas Rondeau é inocente. Acabamos de ver o trucidamento moral de um homem decente."

Então na nova cartilha cirista é isso: CPIs são prejudiciais à democracia, corrupção não existe, tudo não passa de espetáculo da imprensa e exonerar suspeitos de improbidade é trucidar moralmente homens decentes.

sábado, 26 de maio de 2007

Meio Ambiente em debate no PPS/SP

Acompanhe aqui o calendário de atividades do Núcleo de Meio Ambiente do PPS/SP: há reuniões quinzenais (sempre às quintas-feiras, às 19h) para debater o conceito de cidade sustentável e foram criados três grupos de trabalho (resíduos sólidos, recursos hídricos e plano diretor) para traçar suas políticas públicas.

O primeiro evento ocorreu em 12 de abril, quando houve uma reunião desses grupos com posterior exibição e discussão do documentário "Uma Verdade Inconveniente", do ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore, para a militância e os pré-candidatos a vereador do PPS. Vencedor do Oscar, o filme apresenta os riscos ambientais causados pelo aquecimento global.

Veja os eventos já realizados:

12 de abril - Panorama Climático: após a reunião do secretariado foi exibido o documentário Uma Verdade Inconveniente, precedido por uma apresentação de um especialista no tema.

24 de maio - "LIXO - Soluções para a Cidade de São Paulo"
: palestra de Odair Luiz Segantini, diretor da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), além da presença de representantes das cooperativas de coletores. (leia mais)

5 de junho - Dia do Meio Ambiente. (veja)

14 de junho - Palestra sobre Recursos Hídricos na Cidade de São Paulo.

28 de junho - Plano Diretor: discussão da política urbana da cidade com enfoque na questão ambiental.

12 de julho - o secretariado de Meio Ambiente do Diretório Municipal paulistano promoveu reunião sobre Recursos Hídricos.

2 de agosto - Palestra sobre Política Urbana, proferida pelo advogado Bernard Fuldauer e pela urbanista Helena Werneck, em reunião do secretariado de Meio Ambiente do PPS/SP.

Informe-se: Diretório Municipal do PPS/SP

Rua Dona Germaine Burchard, 352 – Bairro da Água Branca – São Paulo-SP

Tel. 3675-6492 / 3477-2388
Leia aqui o relatório da ONU sobre o aquecimento global e suas consequências. Veja também o que é a "neutralização do carbono". Entenda como fazer a sua parte pelo Meio Ambiente e contra o aquecimento global.

sexta-feira, 25 de maio de 2007

Imagens: Kassab e Serra em temporada de caça

Enquanto não é declarada oficialmente aberta a temporada de caça aos votos para as eleições municipais de 2008, o prefeito Gilberto Kassab e seu antecessor e mentor José Serra vão juntando munição e testando o poder de fogo (dizem por aí que o primeiro alvo que eles tentarão abater será um tucano vindo dos EUA).

Kassab segue firme no marketing da "Cidade Limpa": primeiro tirou os outdoors e cartazes das ruas, revelando a São Paulo que estava encoberta há anos pelo excesso de propaganda; agora começou a fazer a inspeção de ônibus e anuncia para breve a de veículos, numa medida anti-poluição.

A inspeção veicular será obrigatória para toda a frota de 5,6 milhões de veículos licenciados na cidade. Porém, o prefeito procura uma alternativa para não onerar o contribuinte. Duas saídas estão em estudo: abater o valor do pagamento do IPVA ou a prefeitura assumir o custo do serviço, estimado em R$ 280 milhões por ano.

Já o governador Serra permanece alvejado pelos protestos de estudantes e professores. A foto abaixo mostra um dos invasores da USP, que ocupam o prédio da reitoria há 22 dias, segurando pneu em barricada feita por alunos e funcionários, capa da Folha de S. Paulo de hoje, que remete a outra capa recente, de 15 de maio (reveja), quando Serra posou para os fotógrafos segurando um fuzil.

Jaques Pagodinho: ´A culpa é da cervejinha´

Esse governo é uma piada pronta. Agora Jaques Wagner (PT), governador da Bahia, diz que sabia, mas "não lembrava", que a lancha em que passeou em Salvador com a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff, era do dono da contrutora Gautama, Zuleido Soares Veras, preso desde o dia 17 sob acusação de chefiar um esquema de corrupção que envolve deputados, ministros e governadores.

Em entrevista, Jaques Wagner, no melhor (ou pior?) estilo Zeca Pagodinho, contou não se lembrar muito das quatro horas de navegação, em novembro do ano passado. "Domingo de sol, você passeando de lancha, uma cervejinha..."

O governador (um dos mais cotados no PT para disputar a sucessão de Lula) disse que foi informado no último fim de semana por uma de suas filhas que, na ocasião, dera "uma bronca" no amigo Guilherme Sodré Martins, que "arrumou" a lancha.

"Só vim a saber disso agora. Meus filhos foram lá: ´Meu pai, você não lembra que deu uma bronca em Guilherme no dia do passeio, quando alguém disse de quem era a lancha?´. Realmente devo ter ficado arretado porque não cabe a um governador eleito ficar... Apesar que ele (Zuleido) não tem nenhum interesse nem nenhum contrato com o governo da Bahia."

Wagner disse que convidou Dilma a passar em Salvador o último fim de semana de novembro. "Pedi a ela para me ajudar na transição. Disse: ´Você só trabalha um dia, no outro dia a gente vai passear´."

É o PT no poder. Que beleza! Só tomando uma...

Projeto "Faça um Porco feliz"

Maior ídolo de todos os tempos do time do Palmeiras, Ademir da Guia, atual vereador paulistano (eleito pelo PCdoB, hoje no PR) parece ter encontrado uma solução para o jejum de títulos do ex-clube: vai propor uma lei proibindo a comercialização, a fabricação e o estoque de fogos e rojões na cidade.

Está certo: assim o torcedor palmeirense não vai ficar de baixo astral a cada título festejado pelos outros três grandes times de São Paulo.

Brincadeiras à parte, a fase do Verdão realmente não é das melhores: o último título foi o campeonato da Série B, em 2003. Antes disso, ganhou a Libertadores de 1999, a Copa do Brasil de 1998, o Paulista de 1996 e o bi do Brasileiro de 93 e 94, ainda como Palmeiras-Parmalat. Salve Ademir da Guia! Os palmeirenses deprimidos agradecem.

PPS debate soluções para o lixo em São Paulo

O Diretório Municipal do PPS/SP promoveu, na noite desta quinta-feira, uma reunião para militantes e pré-candidatos a vereador com um diretor da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), Odair Luiz Segantini, que proferiu a palestra "LIXO - Soluções para a Cidade de São Paulo".

Foram debatidos os principais problemas da cidade: geração de cerca de 10 mil toneladas diárias de resíduos sólidos; fim da vida útil dos aterros paulistanos; ausência de um programa efetivo de reciclagem; escassez de recursos orçamentários; fraca educação ambiental; e a fragmentação da gestão da limpeza pública em órgãos diversos como a Limpurb (subordinada à Secretaria de Serviços), as Subprefeituras e a Secretaria do Meio Ambiente.

Entre as soluções pontuais para cada um dos problemas mencionados acima, foi ressaltado que deve haver empenho do poder público e comprometimento da população.

Conheça aqui o "Panorama dos Resíduos Solidos no Brasil 2006".

Problema crônico

A coleta e a destinação do lixo são problemas crônicos das grandes cidades. O assunto vem ganhando mais visibilidade em decorrência do proporcional aumento da consciência ambiental do brasileiro. Desde dezembro do ano passado, o secretário de Serviços da Cidade de São Paulo, responsável entre outros setores pela Limpeza Pública, é o deputado federal Dimas Ramalho (PPS). Mas não é de hoje que o partido se preocupa com a questão do lixo.

Vale relembrar uma ampla reportagem sobre o tema, publicada há mais de dez anos. O trabalho do secretário de Comunicação do PPS/SP foi um dos vencedores do "1º Prêmio Abrelpe de Reportagem", da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais, com patrocínio da Ford do Brasil.

A matéria "São Paulo: a capital do lixo", publicada no jornal regional "Folha de Vila Prudente", foi a única premiada por São Paulo (ao lado dos jornais “O Globo” e “Estado de Minas”), em 1996.

Infelizmente, pouca coisa mudou nestes dez anos. Leia aqui a reportagem completa.

quinta-feira, 24 de maio de 2007

Governo Lula: do mensalão à navalha

Deu no Blog do Jefferson, tribuna online do deputado cassado Roberto Jefferson, presidente do PTB (partido que integra a base de sustentação do governo Lula) e que em 2005 denunciou o esquema do mensalão:

Governo campeão
Caiu o quarto ministro do Lula. Primeiro, foram os três mosqueteiros - Zé Dirceu, Luiz Gushiken e Antônio Palocci; agora, é a vez de Silas Rondeau, que, apesar de agregado, era ministro do Presidente. Eles saíram sob uma saraivada de acusações - de corrupção a violação de sigilo bancário. Como é que pode um governo desse? Será que o Mangabeira Unger não vai rever a sua revisão? Porque eu afirmo: este governo é o mais corrupto que já conheci ao longo dos meus seis mandatos de deputado federal. Barbaridade, tchê!

Lula: a nova reencarnação do neoliberalismo

Em dia de protestos pelo Brasil, sobraram farpas para o governo e a oposição. Se o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), penou com professores e estudantes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pagou o pato ontem nos protestos "contra a retirada de direitos trabalhistas, sindicais e previdenciários".

Sindicatos de várias categorias e movimentos como o MST (Trabalhadores Rurais Sem Terra), Via Campesina e MTL (Terra, Trabalho e Liberdade) fizeram passeatas, piquetes, invasões e bloquearam estradas e avenidas em pelo menos nove estados (SP, RJ, MG, ES, GO, SE, AL, PE e PB).

O que foi chamado de Dia Nacional de Luta Contra as Reformas Neoliberais de Lula apresentou 10 motivos para as manifestações (um apanhado de generalidades e até alguns absurdos e inverdades):

1 – Contra a ‘reforma’ da Previdência, que taxa aposentados e aumenta a idade mínima para aposentadoria;

2 – Contra as ‘reformas’ sindical e trabalhista, que retiram direitos como 13º salário, férias e licença-maternidade;

3 – Em defesa do direito irrestrito de greve;

4 – Contra o PAC (programa de aceleração do crescimento do governo Lula), que congela salários até 2016;

5 – Contra a “Super-Receita”, a emenda 3 e quaisquer projetos que ameacem os direitos trabalhistas e previdenciários;

6 – Contra a “alta programada”, que determina a volta ao trabalho de quem não tem nenhuma condição;

7 – Contra a política econômica do governo Lula, que desvia dinheiro da saúde, da educação e da moradia para a dívida externa e impõe gratificações por produtividade. Queremos salário digno, carreira e jornada de 30h;

8 – Contra as parcerias público-privadas;

9 – Pela imediata reintegração dos trabalhadores demitidos e contra a criminalização dos movimentos sociais;

10 – Em defesa da Seguridade Social pública.

Docência + discência = indecência

Professores da rede pública de ensino e agitadores profissionais tentam invadir à força, armados de paus e pedras (até um poste de sinalização de trânsito foi arrancado), o prédio da Assembléia Legislativa de São Paulo, onde será votado o SPPREV (Sistema de Previdência dos Servidores Públicos), e são impedidos pela Polícia Militar, que se defende com escudos e gás de pimenta.

Professores da USP decidem entrar em greve por tempo indeterminado. A paralisação ocorre em meio ao impasse causado pela ocupação dos estudantes na reitoria da universidade.

Na pauta de reivindicações da categoria estão seis itens, entre eles reajuste salarial e mais verbas para a educação. De carona no protesto midiático dos universitários, os professores também criticam as medidas do governador José Serra (PSDB) para o ensino superior, que, segundo os manifestantes, tiram a "autonomia" das universidades. Eles pedem que não ocorra violência contra os alunos que ocupam a reitoria. Solidariedade ou hipocrisia?

Ocupação

Apesar da determinação da Justiça para que os estudantes desocupem a reitoria da USP, eles permanecem no prédio há 20 dias. A Polícia Militar poderá atuar na reintegração de posse. Os alunos que resistirem serão presos por desacato à autoridade.

Algumas reivindicações dos alunos da USP, que montaram barricadas com móveis e pneus (e, como relatou a imprensa, recebem das mães blusas de frio): café da manhã e almoço aos domingos; ônibus no campus aos finais de semana; e reestudo do prazo de júbilo. Não se fazem mais rebeldes como antigamente.

Professores e alunos, unidos, também reclamam da transparência exigida das universidades, como prestação de contas na Internet. Segundo eles, isso depõe contra a tal autonomia. Ora, em outros tempos, deporia contra eles próprios.

Corpos docente e discente em indecente corporativismo. Veja 1 e 2.

Uma voz dissonante dentro do neopetismo

A jornalista, apresentadora de TV e vereadora paulistana Soninha Francine é daquelas petistas que quase não existem mais, do tempo em que o velho e bom PT era utópico, defendia a ética na política e a moralidade pública.

Até por isso mesmo - essa postura independente, corajosa, polêmica e coerente - sempre aparece alguém dentro deste neopetismo de mensalões e dólares na cueca para tentar defenestrar Soninha. Já foi "acusada" de ser tucana enrustida e de estar de malas prontas para o PPS. Não estava, mas seria bem vinda.

Em seu blog, Soninha foge mais uma vez do script petista e dá uma opinião clara e sensata sobre as manifestações de ontem na Assembléia:

Manifestação violenta contra uma votação na Assembléia Legislativa. O Projeto de Lei Complementar em questão, o PLC 30/2005, “Cria a São Paulo Previdência - SPPREV, entidade gestora do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos - RPPS e do Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo – RPPM”. Talvez o projeto tenha problemas, não sei. Não consegui ler o texto integral.

Mas será que era motivo para se enfurecer a ponto de arrancar uma placa de trânsito para dar na polícia? De ocupar a Assembléia para gritar, urrar, ameaçar quebrar o pau, como torcida organizada quando seu time joga mal? De tentar entrar usando as hastes das bandeiras como porrete ou aríete? É assim que se protesta contra um Projeto de Lei? Dio!

Acho tão absurdo atirar balas de borracha em direção à multidão quando agredir um PM que simplesmente faz seu trabalho, fazendo um cordão de isolamento para evitar um ato que, evidentemente, mostrava-se ameaçador. Nessa hora, o manifestante que está ali defendendo os direitos dos servidores está agredindo um servidor – f*dido como ele, ou mais (Provavelmente muito mais).

Truculência é uma MERDA venha do lado que vier. Parece que, para negar nossa histórica fama de bananas, resolvemos mostrar que somos muito machos. E aí se perde a razão com a maior facilidade.

quarta-feira, 23 de maio de 2007

Deu no Financial Times: país do "rouba, mas faz"

Essa é literalmente para ingês ver: Escândalo choca nação do 'rouba, mas faz' , afirma o jornal 'Financial Times'.

O mais recente escândalo de corrupção no Brasil, revelado na Operação Navalha, que pode ter o efeito de uma bola de boliche e já derrubou o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, "provocou uma crescente indignação popular com a classe política num país onde a frase 'rouba, mas faz' é comumente usada como sinal de aprovação", afirma reportagem publicada nesta quarta-feira pelo jornal britânico Financial Times.

A reportagem observa que "o escândalo é mais um de uma série de acusações de corrupção no alto-escalão a atingir o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva".

Mas o jornal comenta que, ao contrário do principal escândalo de corrupção a atingir o governo no primeiro mandato de Lula, pelo qual membros do Partido dos Trabalhadores eram acusados, desta vez ele atinge "tanto a oposição quanto membros do governo".

O Financial Times conclui afirmando que "os escândalos provocaram pedidos por uma reforma do sistema político brasileiro, pelo qual os legisladores não têm de prestar contas nem aos eleitores nem aos seus partidos e têm garantida ampla imunidade de processos".

Escândalos impunes

A renúncia de Rondeau também foi tema de reportagem publicada pelo diário argentino La Nación, que observa que ele "apresentou sua renúncia irrevogável ao se ver envolvido em um amplo escândalo de corrupção que salpica o governo de Luiz Inácio Lula da Silva".

Em um outro texto, o jornal explica como funcionava o esquema para fraudar licitações públicas desbaratado pela Polícia Federal e diz que "o modus operandi remete no Brasil a uma série de escândalos que, segundo a percepção popular, permanecem impunes".

O jornal cita desde os casos mais antigos, como o dos "Anões do Orçamento", em 1993, aos mais recentes, como os do "Mensalão" ou dos "Sanguessugas".

O americano Miami Herald, por sua vez, comenta que esta é "a quarta vez nos últimos anos que membros do governo Lula foram forçados a renunciar por causa de acusações de corrupção, mas Lula permaneceu intocado pelos escândalos".

O jornal observa ainda que "ao contrário dos escândalos de corrupção anteriores, que abalaram os mercados financeiros, a polêmica envolvendo Rondeau teve pouco impacto sobre os investidores, que permanecem convencidos de que Lula não mudará sua política econômica".

Frevo verde-e-rosa no Rio por R$ 3 milhões em 2008

São as tais coisas difíceis de entender, que saem da cabeça dos políticos e não entram na cabeça do povo: a Mangueira, tradicional escola de samba do carnaval carioca, receberá da Prefeitura do Recife R$ 3 milhões para apresentar em 2008 o enredo "100 anos do Frevo: Recife mandou me chamar".

É isso: em pleno ano eleitoral, o prefeito João Paulo, do PT, reeleito em 2004 no primeiro turno com 56,11% dos votos válidos, vai torrar dinheiro público para aparecer na TV sob alegação de divulgar para o país o centenário do ritmo típico pernambucano.

“Acolhemos aqui a escola mais querida do Rio de Janeiro. Reconhecemos a força da Mangueira para a divulgação da nossa cultura e a importância de estabelecer laços entre o Recife, o Brasil e o mundo”, declarou o prefeito.

No anúncio da parceria, o presidente da escola, Percival Pires, recebeu das mãos do prefeito a bandeira do Recife e também o material para a pesquisa que vai orientar o trabalho do carnavalesco Max Lopes e a criação do samba-enredo.

Em retribuição, Percival Pires entregou a bandeira da Mangueira. “O Brasil e o mundo vão vibrar com o espetáculo que será o Carnaval de 2008, quando vamos levar ao Sambódromo o centenário do Frevo. A Mangueira vai buscar uma grande vitória com a força do povo para exaltar datas tão importantes – os aniversários do ritmo pernambucano e dos 80 anos da verde-e-rosa”, disse o presidente mangueirense.

"Parabenizo o prefeito João Paulo pela sensibilidade em relação à arte. Se eu não fosse carioca e não tivesse o meu trabalho, viria para Recife para fazer Frevo", afirmou o carnavalesco Max Lopes, exagerando no confete.

A última "parceria" entre cariocas e pernambucanos aconteceu domingo: o vascaíno Romário marcou, enfim, o milésimo gol justamente em cima do Sport Club do Recife.

Como diria Magic Paula, ídolo do basquete brasileiro e frasista de primeira, é o tipo de parceria "Caracu". No caso, o prefeito petista entrou com a cara e a coragem. Resta saber o que sobrará aos cidadãos da capital pernambucana.

A segunda noite de Saramago

Na segunda parte da entrevista ao repórter Edney Silvestre, do Jornal da Globo, exibida ontem à noite, o escritor José Saramago fala bastante de política. "No Brasil, não há partidos. Há caciques".

Critica a União Européia ("As pessoas se transformam em máquinas de ganhar dinheiro. Ou de tentar ganhar dinheiro"). Sobre o governo Lula, diz decepcionado que "podia ser melhor". Ataca também o terrorismo fundamentalista: "Mas então ninguém percebe que matar em nomem de Deus é fazer de Deus um assassino?".

O repórter prossegue: Gorbachev, a queda do muro de Berlim, a hegemonia americana, a China comunista como potência capitalista. Como ele vê esse mundo, que emergiu do fim do século 20?

Saramago responde: "Duvido que nos tempos mais próximos as idéias socialistas tenham qualquer oportunidade, porque aquilo que se passa com os partidos socialistas... a primeira coisa é que não são socialistas. E quem governa o mundo é o dinheiro."

Assista aqui a segunda parte completa da entrevista.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Câmara Esporte Clube

O jornal Diário de S. Paulo traz interessante relato sobre a estréia, em plena TV da Câmara Municipal de São Paulo, paga com o meu, o seu, o nosso rico dinheirinho, de um programa (estilo mesa-redonda) para os vereadores paulistanos manifestarem suas paixões clubísticas e posarem de comentaristas esportivos. Só faltava essa.

Clique na foto ao lado e leia a matéria na íntegra.

Entrevista com José Saramago

Ontem à noite, o Jornal da Globo exibiu a primeira parte de uma entrevista com José Saramago, "o maior autor de língua portuguesa ainda vivo". Assista. Hoje, terça-feira, será exibida a segunda parte, quando Saramago fala do governo Lula, de terrorismo e de sua reação ao saber que ganhou o maior prêmio literário do planeta.

Acompanhe trechos da reportagem:

O escritor escolheu uma ilha como seu mundo. Há 14 anos, Saramago vive isolado num arquipélago diante da costa da África – de onde lança sua voz crítica a sociedades, governos e governantes.

Único autor de língua portuguesa premiado com o Nobel de Literatura, um dos maiores intelectuais da atualidade emocionou ao citar na cerimônia o avô, Jerônimo, e a avó, Josefa – os dois analfabetos. “O homem mais sábio que conheci em toda a minha vida não sabia ler nem escrever....”, ele disse na época.

A mãe, Maria da Piedade, também não sabia ler nem escrever. “Lembro-me dela a sair de casa para lavar uma escada que tinha três ou quatro andares, com o balde, com o sabão e com o esfregão e a escova, escova dura para raspar. Era assim”.

Saramago teve mãe faxineira, pai guarda-civil e avós criadores de porcos. O único irmão, Francisco, morreu aos quatro anos. “A minha relação com a minha infância,que já podia estar esquecida ou transformada em outra coisa, se eu pudesse repeti-la, repeti-la-ia exatamente como foi: com a pobreza, com o frio, com a pouca comida, com as moscas e os porcos e com tudo aquilo”, diz. “Eu não quero cair, enfim, nesta coisa do miserabilismo: ‘eu fui pobre, eu fui pobre, eu fui pobre’”.

José de Souza Saramago foi estudar em escola técnica, e tirou diploma. “Saio serralheiro mecânico e exerço como serralheiro mecânico numa oficina de automóveis, rodando válvulas, reparando motores e coisas assim”, ele conta. Mas diz que hoje ainda não é capaz de consertar um carro. “Hoje não, porque eu não sou quem era, mas também o automóvel também não é quem foi”.

O ex-mecânico construiu uma carreira excepcional. “Não houve uma força superior que olhasse pra mim e dissesse: ‘bom, vou te preparar uma vida muito bonita’. Não, não, não. Agora, é uma vida que não podia ter sucedido, em termos de pura lógica", reconhece.

O repórter da Globo destaca que a entrevista foi gravada na grande biblioteca do homem que nem sequer tinha dinheiro para comprar livros.

O comunista, racional, fala da transformação trazida pela paixão por uma mulher. “A minha vida não seria aquilo que é hoje, não teria essa biblioteca se eu não tivesse conhecido a Pilar”, ele diz.

Em Lisboa, aconteceu o primeiro encontro, a atração – a princípio, intelectual: os dois apaixonados pelo poeta Fernando Pessoa e pelo marxismo.

Saramago está sempre atento – e crítico – às mudanças da história. “A globalização é um totalitarismo. Totalitarismo que não precisa nem de camisas verdes, nem castanhas, nem de suásticas. São os ricos que governam, e os pobres vivem como podem. Então, isto tem aspectos totalitários de fato, porque se tu controlas a economia mundial, os movimentos do dinheiro, a circulação dos bens, de uma certa maneira também controlas a circulação das pessoas, que é o que está a acontecer”, analisa.


Hoje à noite tem a segunda parte. Imperdível.

Câmara: 171

Antes que façam interpretações precipitadas (ou ilações indevidas, como dizem por aí), explico que o 171 do título não faz qualquer referência ao artigo do código penal, sobre estelionato, e que se transformou em gíria para designar alguém malandro, sempre tentando dar um golpe.

O 171, neste caso, é a quantidade de assinaturas necessárias para aprovar a CPI da Navalha, para investigar o escândalo de desvio de verbas públicas e pagamento de propina a políticos e funcionários públicos revelado pela "Operação Navalha" da Polícia Federal.

O líder do PPS na Câmara, deputado Fernando Coruja (SC), informou que vai reunir a bancada para discutir estratégias para conseguir as assinaturas necessárias à abertura de CPI proposta pelos deputados Augusto Carvalho (PPS-DF) e Júlio Delgado (ex-PPS, hoje no PSB-MG).

Como há indícios do envolvimento de deputados e senadores, e os recursos desviados são oriundos de emendas aprovadas pelo Congresso, o pedido será para a instalação de uma comissão mista de investigação (que funcione em conjunto na Câmara e no Senado). Então, será necessário o apoio de 171 deputados e 27 senadores.

"Praticamente nenhum partido está a salvo dessa devassa que está ocorrendo em nosso País. Essas irregularidades atingem tanto membros da base aliada como da oposição. Francamente, não acredito que as siglas não queiram as investigações. Se os partidos pretendem deixar a imagem limpa perante a opinião pública, está na hora de começar a cortar na própria carne. Atire a primeira pedra o líder ou partido que não quiser que seu parlamentar seja investigado", desafiou Augusto Carvalho.

Dentre os citados em imagens e escutas telefônicas gravadas pela Polícia Federal, mediante autorização judicial, estão o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, governadores, senadores e deputados federais de vários partidos.

Todos são acusados de fazer parte do esquema montado pelo empresário Zuleido Soares Veras – dono da construtora Gautama, empresa que é acusada de manter uma relação promíscua com o poder público.

"Esta CPI deve ficar longe da disputa governistas versus oposicionistas. A Casa tem a obrigação de investigar esse esquema fraudulento. É preciso fazer uma verdadeira devassa nas liberações fraudulentas das emendas orçamentárias", afirmou o deputado do PPS.

segunda-feira, 21 de maio de 2007

PPS debate soluções para o lixo de São Paulo

O Diretório Municipal do PPS/SP promove nesta quinta-feira (24/5), às 19h, para a militância e os pré-candidatos a vereador em 2008, a palestra "LIXO - Soluções para a Cidade de São Paulo", com Edson Rodriguez, vice-presidente da Abrelpe (Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais), além da presença de representantes das cooperativas de coletores.

Agenda de atividades

Conheça o calendário da Secretaria de Meio Ambiente do PPS/SP para este 1º semestre: há reuniões quinzenais para debater o conceito de cidade sustentável e foram criados três grupos de trabalho (resíduos sólidos, recursos hídricos e plano diretor) para traçar suas políticas públicas.

O primeiro evento ocorreu em 12 de abril, quando houve uma reunião desses grupos com posterior exibição e discussão do documentário "Uma Verdade Inconveniente", do ex-vice-presidente dos EUA, Al Gore. Vencedor do Oscar, o filme apresenta os riscos ambientais causados pelo aquecimento global.

S.O.S. Planeta Terra: faça já a sua parte!

Um bilhão de pessoas sem água. Fome. Doenças. O desaparecimento de 30% de todas as espécies de vida animal e vegetal. O grave alerta da ONU sobre as conseqüências do aquecimento global demonstra que estamos destruindo o Planeta Terra.

Nós, do PPS, temos convicção do papel que cabe a cada cidadão, individual e coletivamente, para controlar o aquecimento global, permitindo ao menos que ele não seja tão devastador. Estamos tentando fazer a nossa parte.

Leia aqui o relatório da ONU sobre o aquecimento global e suas consequências. Veja também o que é a "neutralização do carbono". Entenda como fazer a sua parte pelo Meio Ambiente e contra o aquecimento global.


LIXO - Soluções para a Cidade de São Paulo

Palestrante: Edson Rodriguez
(Vice-Presidente da ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas Públicas e Resíduos Especiais)

Data: Quinta-feira, dia 24/05/07
Horário: 19h

Local: Diretório Municipal do PPS/SP
Rua Germaine Buchard, 352 – Água Branca

Informações: (11) 3675-6492 / 3477-2388 / 2157-8823

Qual será o tamanho do corte da Navalha?

Ainda é cedo para avaliar a profundidade no corte, mas é certo que a Operação Navalha da Polícia Federal vai fazer sangrar muita gente nos próximos dias.

A investigação sobre as fraudes da empreiteira baiana Gautama em nove estados envolve políticos de quase todos os partidos. A carceragem da PF não tem mais lugar para tantos presos.

Gravações exibidas ontem à noite pelo Fantástico comprometem o ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau. Há indícios de como uma diretora da empreiteira combinou a entrega no ministério de R$ 100 mil.

Há também fitas em que são citados como beneficiários do esquema o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), e o governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho (PSDB).

No fim-de-semana, revelou-se que o presidente da CPI dos Correios, senador Delcídio Amaral (PT), viajou num jatinho pago pela Gautama. Conversas telefônicas obtidas pela Folha de S. Paulo revelam pagamento de R$ 20 mil ao deputado Paulo Magalhães (DEM), sobrinho do senador Antonio Carlos Magalhães.

Também aparece nas investigações o nome do ex-governador de Sergipe João Alves Filho (DEM), cujo filho, João Alves Neto, está preso. O procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, diz que o governador tinha conhecimento da suposta atuação irregular do filho.

Há fortes indícios ainda contra Jackson Lago (PDT), atual governador do Maranhão e que tem dois sobrinhos presos, e José Reinaldo Tavares (PSB), ex-governador do Maranhão, que obteve liminar ontem após três dias na carceragem da PF, em Brasília.

E as investigações estão só começando...

Ferramentas integradas na Comunicação do PPS

Além deste Blog, estão no ar o site do PPS-SP Estadual, o site municipal PPS-SAMPA e comunidades no Orkut.

São todas ferramentas integradas da Comunicação do PPS, um passo decisivo para tornar mais ágil, moderno e eficaz todo o processamento de informações do partido, tanto para o seu público interno (militantes, dirigentes, candidatos, parlamentares) quanto para a sociedade.

O site estadual abre espaço para todos os municípios, deputados estaduais, federais, prefeitos, vices e vereadores, que têm acesso facilitado a todo tipo de notícias sobre o partido (incluindo links para os sites pessoais dos parlamentares).

Já o site municipal paulistano traz um raio-x completo do PPS na Capital, com indicadores da sua atuação política, notícias para filiados e simpatizantes, divulgação da agenda de eventos, relação de todos os seus dirigentes e representantes eleitos, balanço da atuação do diretório, arquivo de documentos partidários, link direto para o site nacional do PPS e um espaço interativo.

domingo, 20 de maio de 2007

Entrevista exclusiva: Hamilton Garcia de Lima

Dando continuidade aos debates para a Conferência Caio Prado Jr., que será realizada no mês de agosto, em Brasília (DF), e pretende discutir os novos rumos da esquerda democrática e seus projetos para o Brasil, trazemos mais uma contribuição valiosa.

A seguir, leia uma entrevista exclusiva para o Blog PPS/SP com o sociólogo, cientista político e historiador Hamilton Garcia de Lima.

Hamilton Garcia é bacharel em Sociologia e Política pela PUC/RJ, mestre em Ciência Política pela Unicamp/SP e doutor em História pela UFF/RJ; atualmente trabalha como pesquisador e docente do Laboratório de Estudo da Sociedade Civil e do Estado / Centro de Ciências do Homem, da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF-DR/RJ).

1) Na sua opinião, o que é ser de esquerda hoje no Brasil?

Sobretudo ser capaz de manter uma postura crítica em meio à ressurgência do Estado patrimonialista, depois de 22 anos de redemocratização com mudanças sociais tópicas, além de manter a integridade pessoal diante de tanto dinheiro e cargos que circulam nos subterrâneos e na superfície institucional a comprar o silêncio ou a adesão de muitos ex-críticos barulhentos do sistema.

Penso que o atual governo, como todos os governos minimamente legítimos, devam ser disputados em seus espaços internos e externos, mas esta infiltração não pode ser confundida com cooptação, que implica uma guinada efetiva de pensamento e vontade em detrimento da perspectiva anterior de mudanças profundas.

2) Para o eleitorado, ainda existe uma diferença clara entre esquerda, centro e direita?

No plano da política mais geral, creio que não. Depois que o PT fracassou na tentativa de iniciar a demolição da democracia "fisiológica" erigida pelo PMDB, PFL e PSDB, colocando em seu lugar uma outra verdadeiramente representativa e participativa, através de uma profunda reforma política, penso que todos os gatos ficaram efetivamente pardos em meio ao butim escancarado dos recursos públicos da nação.

Para piorar a história, o PT, único partido democrático e moderno entre os grandes, apequenou-se no papel de esteio do projeto pessoal de seu líder máximo (LILS* - referência a Luiz Inácio Lula da Silva), que se resume a um fascínio por palácios complensado por uma visão benevolente do Estado.

A sensação de mal-estar diante do desprezível "consenso" fisiológico organizado por LILS neste 2º mandato, sob a égide - depois de todos os horrores que vieram à público em 2005/06 - do "não se mexe em time que está ganhando", foi agravada pela cumplicidade da oposição tucano-pefelista, que, por oportunismo e incompetência, praticamente abdicou da função tribunícia que o eleitorado lhe delegara nas últimas eleições.

Por outro lado, a extrema-esquerda, depois de uma campanha corajosa, embora estrategicamente limitada como é de seu feitio, recuou, no segundo turno de 2006, diante do blefe populista de um segundo mandato "de esquerda", deixando-se arrastar pela crença ingênua do resgate de um Presidente medularmente comprometido com o sistema e seus métodos e, apesar disto, popular.

O resultado foi o desperdício de toda a campanha contestatória do 1º turno e um mergullho desconcertante no anonimato em 2007.

A bonança do atual governo petista se parece muito com a do 1º governo tucano, tanto na ênfase do controle inflacionário - inclusive lançando mão da âncora cambial e sua sensação de riqueza artificial -, quanto no arranjo pragmático de poder com os setores conservadores e fisiológicos, sinalizando pouca disposição efetiva de enfrentar e resolver os grandes nós do desenvolvimento nacional que, para a esquerda, estão associados à feudalização histórica do Estado e seu "aggiornamento" pelos populistas.

A clara incapacidade dos últimos governos liberais e corporativos de esquerda, desde 1994, de formular saídas para os grandes impasses estratégicos do país, deveria, numa situação normal de competitividade, significar a possibilidade de ascensão da direita tradicional.

Ocorre, todavia, que esta co-participa - embora não em condição de igualdade - da farra nos Três Poderes, tornando improvável tal meta. A opção passaria a ser, no médio e longo-prazo, diante do agravamento do crítico quadro social, do ressurgimento das proposituras autoritárias de reformas "pelo alto" - não necessariamente sob as formas até aqui conhecidas.

Em se confirmando o aumento da insegurança crescente dos cidadãos, principalmente das vastas classes médias, o renascimento de projetos de desbloqueio do desenvolvimento com ordem serão quase inevitáveis, e, se não forem encabeçados pelas instituições republicanas tradicionais, poderão vir a sê-lo por movimentos revolucionários ou contra-revolucionários no futuro.

3) Por que os partidos políticos vivem hoje uma crise de identidade?

A crise deriva exatamente do insucesso das esquerdas em aplicar seus programas políticos prévios, que iam muito além da mera estabilização monetária. A razão disto, para além da dinâmica própria da nossa democracia "fisiológica", está no fato de que as antigas bases da esquerda (classe média intelectualizada e setores sindicais idem) perderam força e espaço na arena social, se tornando cada vez mais dependentes do Estado para a própria sobrevivência física ou política.

Em contraste, as massas emergentes e a nova juventude estudantil se mostram, até aqui, desinteressadas pela política ou muito mais interessadas na própria reprodução econômica, dado o elevado grau de insegurança vivido. Isto deu aos chefes partidários dos partidos de esquerda no poder uma enorme margem de manobra para flexibilizarem seus programas e condutas, até o ponto revelado em 2005 pelo "mensalão".

Pela direita, a crise é mais simplória: diz respeito ao fato de que, tradicionalmente, as classes economicamente dominantes não precisarem de seus partidos históricos para fazer o jogo do poder, bastando inundar os cofres das campanhas partidárias dos partidos fortes - entre eles, PT e PSDB - para conseguir seus objetivos imediatos.

Desta forma, os partidos de direita podem minguar na exata proporção em que os de esquerda e centro-esquerda são cooptados, pelos dutos da arrecadação financeira, sem que isto ponha em risco, no curto-prazo, os interesses destas classes dominantes.

4) Qual a importância da Conferência Caio Prado Júnior, realizada para discutir a esquerda democrática e um projeto para o Brasil?

A importância está em tentar reagrupar a esquerda e o centro não-populistas para fazer frente ao desmanche em curso da democracia, partindo para a ação política radical contra o Estado patrimonialista que nos oprime.

O objetivo estratégico deve ser o de conscientizar os trabalhadores, de todas as rendas, de que o projeto populista de poder se resume a uma redistribuição de renda às expensas dos estratos médios e altos dos assalariados, enquanto as classes políticas no poder simplesmente enriquecem.

Ademais, é preciso mostrar que o atual modelo de substituição de produção por importação tende, no médio e longo-prazo, a reduzir as oportunidades e agravar a situação geral, tornando ainda mais influente o poder de sedução das máfias e gangues que infestam o país, bem como nosso ainda elevado grau de dependência tecnológica e econômica frente aos países desenvolvidos.

Num segundo momento, estes mesmos trabalhadores, enquanto consumidores, devem ser esclarecidos de que, mesmo que consigam certa estabilidade ou pequena melhora em suas rendas, por conta da baixa inflação, não terão melhoras efetivas em suas condições de vidas em função da degradação acelerada do ambiente social e da má qualidade dos serviços públicos, que muitos ainda são ou serão obrigados a utilizar.

É preciso abrir o PPS - ou qualquer outra organização que daí se produza - para a sociedade, inventando novos métodos de organização em rede e rompendo com o modo tradicional de fazer política, centrado exclusivamente nos interesses eleitorais dos parlamentares.

Em particular, é preciso produzir materiais didáticos (inclusive jornais) e eventos político-culturais (festivais) capazes de aglutinar o público potencialmente receptivo a estas idéias e fazê-los interagir na ótica realista dos simples e não na ótica conveniente dos chefes.

Por seu caráter radical, não obstante democrático, tal movimento deve procurar interagir fortemente com as forças de esquerda ortodoxas de modo a construir parcerias eleitorais capazes de furar o bloqueio do consenso populista no poder.

5) O PT, considerado o maior partido da esquerda no Brasil, construiu uma ampla aliança partidária para exercer o poder e se viu envolvido em denúncias de corrupção e escândalos. Estes fatos podem trazer alguma consequência para os partidos de esquerda hoje e no futuro?

Certamente. A esquerda está completamente desorientada. Um dos subprodutos mais deletérios do adesismo petista ao sistema foi o "desarmamento" quase total da sociedade civil organizada, que, na atual conjuntura, perdeu completamente a iniciativa em termos da crítica social - exceção feita àqueles movimentos semeados pela Igreja progressista, que ainda guardam uma relativa autonomia organizativa.

A cooptação geral das lideranças políticas, via corrupção e promoção de status, é uma fórmula conservadora de grande eficácia histórica, com a qual as classes dominantes lubrificam e renovam suas relações de poder.

O PT, ao se render a ela, não apenas desmoralizou a esquerda como ainda reforçou na população o ceticismo e o cinismo em relação à política, reiterando a idéia, historicamente tão forte entre nós, de que o arreglo por debaixo do pano é a única ética viável para a sobrevivência Brasil.

Do ponto de vista simbólico, zeramos todo o desgaste da direita com a crise do Regime de 64. Abundam na internet mensagens da extrema-direita associando todas as taras do nosso processo político ao descalabro ético do lulismo (outrora imputadas à "República Sindicalista").

Desde 2006, com a reeleição de LILS, a esquerda voltou a ser identificada com o populismo - tal como nos anos 1960 - e atacada por semear a "desorientação da família e a insegurança do jovem". Também a mobilização popular deixou de ser uma preocupação da esquerda fora dos momentos eleitorais, e é uma questão de tempo para que volte a ser um trunfo da direita radical.

A própria classe média intelectualizada, que protagonizou tantas lutas nacionalistas, democráticas e corporativas até os anos 1990, agora luta para tentar manter o padrão de vida que lhe possibilitou esta autonomia e liberdade contestatória, sofrendo profundamente com a desorientação reinante e cada vez mais dependente de cargos públicos - seja por concurso, seja por confiança.

Não fosse a força contratante do Estado brasileiro e este importante segmento social estaria hoje à mercê da extrema-direita, como parece estar acontecendo com os estratos menos escolarizados dela, já sob a influência de milícias paramilitares no Rio de Janeiro.

Quanto às massas mais precarizadas, que tentam se salvar da barbárie por meio das migalhas que o Estado e o crime lhes concedem, o quadro também pode evoluir na mesma direção à medida que cessarem suas esperanças e agudizarem-se as condições de opressão pelas gangues das drogas.

6) As políticas assistenciais do governo Lula, que tem o Bolsa-Família como carro-chefe, são eficazes no combate à pobreza e à miséria? Essas medidas podem ser consideradas políticas de esquerda? Por que?

As políticas assistenciais cabem em qualquer governo com preocupações sociais, de direita ou esquerda, com as devidas diferenciações, mas elas, por si só, não são capazes de reverter os quadros sociais de desigualdade aguda, sendo antes instrumentos emergencias para se ganhar tempo enquanto as soluções amadureçam.

No entanto, é preciso substantivá-las com políticas econômicas inclusivas, objetivando o pleno emprego e o crescimento acelerado e sustentável do PIB e da renda per capita.

Um governo verdadeiramente de esquerda teria que administrar a inflação, os juros e o câmbio, de forma compatível com a inclusão acelerada dos trabalhadores no mercado de trabalho e o fortalecimento de nosso parque industrial, rompendo com a política atual de maximização da renda disponível através da fantasia cambial e dos incrementos assistenciais à perder de vista.

Tal política precisa ser afirmativamente globalizante ao mesmo tempo que ativamente nacionalizante, inclusive para alcançar um grau razoável de autonomia tecnológica e econômica que nos projete como nação desenvolvida, com alto nível de bem-estar social e de integração global, tal como ocorreu com o Japão nos anos 1960-70, os tigres asiáticos nos 1980-90 e com a China desde 1990.

O atual modelo, de baixa inflação com inclusão assistencialista, é mais próprio da tradição liberal, e seu sucesso vem dependendo da cooptação ativa das elites populistas e da sensação passageira de riqueza proporcionado pelo crescimento econômico mundial e seu excesso de capitais, que inundam as periferias do mundo capitalista em busca de uma remuneração meramente especulativa.

Os dias de glória desta política, inaugurada por FHC, podem estar contados tanto pela crise mundial em torno da questão nuclear do Irã e da Coréia do Norte - que faria com que os capitais refluíssem às suas matrizes desvalorizando o câmbio -, quanto pela exasperação da crise interna de segurança - que poderia abalar a governabilidade do sistema por meio de reações sociais em cadeia.

7) A reforma política que se discute no Congresso propõe mudanças pontuais, como maior rigor na fidelidade partidária, introdução de listas partidárias fechadas nas eleições, financiamento público de campanha, cláusula de barreira etc., além de colocar em debate temas como o voto distrital e o parlamentarismo. Qual a sua opinião sobre a reforma?

A reforma é urgente para tentar dar um mínimo de racionalidade ao putrefato sistema político vigente. Sem comando partidário, quem garante a fidelidade do parlamentar ao programa eleitoral?

A identificação política do povo com seus líderes precisa da mediação partidária de forma a contrabalançar o personalismo e os desvios de conduta, garantindo algum mecanismo de representatividade no parlamento.

Veja o caso do PSDB: o pragmatismo de Serra e de Aécio na disputa pelos recursos federais para seus respectivos estados, direcionando o voto de suas bancadas federais para os interesses do PT, só é possível dada a nulidade da direção partidária tucana.

Quem comanda as bancadas federais dos partidos não são suas direções, mas os governadores - até mesmo os de outro partido. Diante disto, não é de se espantar que até o Presidente do PSDB tenha entrado na fila para negociar seus interesses orçamentários por cima da expresa vontade do eleitorado, que, em dois turnos, repudiou os "aloprados" do PT votando em Alckmin, em seus senadores e deputadores federais.

Uma democracia sem partidos organizados de cima à baixo, tende a ser dirigida pela coalizão no poder, sob os auspícios dos grupos econômicos e ideológicos (midiático) dominantes na sociedade, em detrimento da proporcionalidade expressa nas urnas.

Esta é a parte institucional da receita do nosso simulacro democrático, que simplesmente camufla o dirigismo dos setores dominantes sobre o Estado em detrimento do restante da sociedade, fenômeno de resto explicitado pela pesada carga tibutária, cobrada de maneira regressiva para sustentar privilégios previdenciários de castas privilegiadas e encargos financeiros ditados pelos barões do sistema bancário, tudo isto em meio à oferta de péssimos serviços públicos ao povo.

No longo-prazo, o acúmulo insuportável desta opressão tende a tornar o custo de oportunidade de novos ciclos autoritários dramaticamente menor do que o custo crescente da inércia e do caos.


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