A jornalista, apresentadora de TV e vereadora paulistana Soninha Francine é daquelas petistas que quase não existem mais, do tempo em que o velho e bom PT era utópico, defendia a ética na política e a moralidade pública.
Até por isso mesmo - essa postura independente, corajosa, polêmica e coerente - sempre aparece alguém dentro deste neopetismo de mensalões e dólares na cueca para tentar defenestrar Soninha. Já foi "acusada" de ser tucana enrustida e de estar de malas prontas para o PPS. Não estava, mas seria bem vinda.
Em seu blog, Soninha foge mais uma vez do script petista e dá uma opinião clara e sensata sobre as manifestações de ontem na Assembléia:
Manifestação violenta contra uma votação na Assembléia Legislativa. O Projeto de Lei Complementar em questão, o PLC 30/2005, “Cria a São Paulo Previdência - SPPREV, entidade gestora do Regime Próprio de Previdência dos Servidores Públicos - RPPS e do Regime Próprio de Previdência dos Militares do Estado de São Paulo – RPPM”. Talvez o projeto tenha problemas, não sei. Não consegui ler o texto integral.
Mas será que era motivo para se enfurecer a ponto de arrancar uma placa de trânsito para dar na polícia? De ocupar a Assembléia para gritar, urrar, ameaçar quebrar o pau, como torcida organizada quando seu time joga mal? De tentar entrar usando as hastes das bandeiras como porrete ou aríete? É assim que se protesta contra um Projeto de Lei? Dio!
Acho tão absurdo atirar balas de borracha em direção à multidão quando agredir um PM que simplesmente faz seu trabalho, fazendo um cordão de isolamento para evitar um ato que, evidentemente, mostrava-se ameaçador. Nessa hora, o manifestante que está ali defendendo os direitos dos servidores está agredindo um servidor – f*dido como ele, ou mais (Provavelmente muito mais).
Truculência é uma MERDA venha do lado que vier. Parece que, para negar nossa histórica fama de bananas, resolvemos mostrar que somos muito machos. E aí se perde a razão com a maior facilidade.