quinta-feira, 11 de outubro de 2007

Mais do mesmo: vale a pena ver de novo?

"Se for para votar como o partido quer, é melhor colocar um office-boy aqui".

A frase emblemática do vereador paulistano Edivaldo Estima, que enfrentará processo de expulsão do PPS por descumprir as deliberações partidárias e as normas estatutárias, não é nova. Já tem mais de cinco anos. Também não é novidade na vida do vereador ser expulso de um partido. Ele já foi expulso do partido de Paulo Maluf em 2002, por ter aderido ao governo de Marta Suplicy (antes do próprio Maluf fazer o mesmo).

Reveja matéria do Jornal da Tarde de 18 de março de 2002. É quase premonitória do que está por se repetir:

Rebelde malufista abandona o PPB atirando

Estima votou com a bancada da prefeita Marta Suplicy e enfrentou processo de expulsão. Agora, deixa o partido dizendo que o PPB quer um office-boy.

Depois de irritar os colegas de partido e enfrentar processo de expulsão no final de 2001, ao ajudar os aliados de Marta Suplicy (PT) a aprovar as mudanças na Lei Orgânica do Município (LOM), o vereador Edivaldo Estima deixou o PPB do ex-prefeito Paulo Maluf.

O anúncio foi feito em plenário, na última quinta-feira. Mas, em entrevistas, ele deixou claro que a saída não foi das mais pacíficas.

"Se for para votar como o partido quer, é melhor colocar um office-boy aqui", disse.

Estima afirmou que deveria ter deixado o PPB há mais tempo, mas não o fez a pedido de Maluf, presidente nacional do partido.

"Ele pediu que eu esperasse e pensasse no assunto. Mas havia muita futrica lá (no partido), e eu não mereço isso".

Apesar disso, seu ex-colega de partido, Wadih Mutran, fez elogios. "Foi uma grande perda do PPB. Quero agradecer o trabalho do vereador e dizer que estamos à disposição."

O voto de Estima foi decisivo para aprovar as mudanças na Lei Orgânica, já que um dos petistas, Carlos Giannazi, foi contra - por isso, este está enfrentando comissão de ética e pode ser expulso do partido.

Na época, o pepebista justificou seu voto alegando que tinha "usado a consciência", e citando que as alterações na LOM incluíam mudanças nos gastos com educação.