Muito petista quase morreu do coração hoje de manhã ao acordar e ouvir de relance a principal notícia do dia: o caos provocado no trânsito pela interdição do túnel Rebouças.
Até cair a ficha e entender que cisco (ops! petista não fala de cisco) não é Francisco, que o deslizamento ocorreu no Rio, que o trânsito caótico é o carioca, e o Túnel é "o" Rebouças e não o "da" Rebouças, já deviam estar precisando de desfibrilador.
Pois foi isso: deslizamentos de terra provocados pela forte chuva interditam desde a noite de terça-feira o Túnel Rebouças carioca, principal via de ligação das zonas norte e sul do Rio, por onde passam diariamente cerca de 180 mil veículos.
Pelo menos 100 toneladas de terra caíram da encosta do Morro do Cerro Corá, na zona sul. Novos pequenos deslizamentos ocorreram. Não havia previsão para a liberação das pistas até o início da tarde.
Mas é só falar de Túnel Rebouças para os cidadãos paulistanos (até os petistas) ficarem de cabelo em pé. É inegável o trauma à cidade provocado pela gestão de Marta Suplicy (2001-04) à frente da Prefeitura de São Paulo, com a sua mais notória obra, o popular "Buraco da Marta".
Como definiu na época o jornalista Gilberto Dimenstein: "Sei que ela nunca vai tomar essa atitude, mas o certo é que a prefeita se dirigisse à população e pedisse desculpas pelas falhas técnicas das obras que apresentou às pressas. É mais uma lição do que acontece quando a busca de votos se sobrepõe à gestão planejada."
A primeira enchente que interditou o túnel da Marta, no final de 2004, foi "festejada" pela turma do programa Pânico na TV. Os humoristas ofereceram à prefeita um "kit enchente", com máscara de mergulho, bóia, pé de pato e galocha.
Ela sorriu amarelo, mas quem ficou com cara de palhaço fomos nós, que herdamos a obra-piada.