O Jornal da Tarde desta terça-feira trata de uma possibilidade que pode agitar ainda mais a já movimentada eleição paulistana de 2008: o convite do PPS para a filiação da vereadora Soninha Francine (PT).
Leia trechos da reportagem: Apesar de dizer que não definiu se deve sair do PT, Soninha já foi sondada por três partidos nos últimos tempos. O PPS fez convite formal, deixando em aberto a possibilidade de ela pleitear candidatura ao Executivo. "A hipótese é tão maluca que cairia do banquinho. Mas seria um doce dilema, com resposta dificílima", afirma ela.
Dois partidos sondaram a vereadora, mas a maior aproximação veio do PPS. Integrantes da legenda alegam que a entrada dela serviria para "requalificar o debate sobre a Cidade". E que estão abertos a discutir uma candidatura da vereadora à Prefeitura. Petistas próximos a Soninha, porém, avaliam que o partido pode abrir mão de candidatura própria para apoiar o PSDB. Os tucanos, por sua vez, consideram que a entrada da vereadora no páreo pode enfraquecer eventual candidatura da ministra do Turismo Marta Suplicy. Leia.
A realidade é que a vereadora, jornalista e apresentadora de TV é de fato uma das gratas surpresas desta Câmara Municipal paulistana. Eleita pelo PT em 2004 com 50.989 votos (0,86% dos votos válidos), tem uma atuação destacada, crítica e independente - o que parece ser um problemão dentro do PT.
Para completar a heresia, Soninha ainda se declara amiga e admiradora do tucano José Serra. Era o que bastava para entrar definitivamente no index da inquisição petista.
Se vier para o PPS, Soninha terá ao menos uma garantia: ela será respeitada e não sofrerá qualquer censura por agir de acordo com a sua consciência.
O que é problema para o PT, pode ser solução para o PPS.
Soninha parece indefinida entre se filiar em outra legenda (as opções colocadas são PV, PCdoB e PPS) para disputar a reeleição, ficar sem partido e não concorrer em 2008 ou ainda apresentar-se como pré-candidata à Prefeitura de São Paulo (principalmente se Marta Suplicy for candidata, para se contrapor à petista e aprofundar o debate sobre a cidade).
Há ainda quem veja Soninha como a "pimenta" que falta para o "chuchu", numa clara referência gastronômica ao tempero que faltaria à candidatura de Geraldo Alckmin à Prefeitura de São Paulo.
Uma coisa é certa: a postura na Câmara e a atitude à frente do seu primeiro mandato creditam Soninha a qualquer função pública. Basta conferir a sua aceitação diante dos setores formadores de opinião como juventude, esportes, cultura, movimentos sociais, GLS e na própria imprensa.
Eis o "doce dilema" de Soninha. No que depender do nosso empenho e da nossa torcida, seja bem-vinda. Ou, como já dissemos, venha ser independente com a gente.
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