Assim como grande parte da sociedade brasileira, o PPS manifesta a sua indignação com a absolvição do presidente do Senado. Grupo de deputados independentes, entre eles Raul Jungmann (foto), do PPS de Pernambuco, foi barrado violentamente por seguranças no julgamento de Renan Calheiros.
O vice-líder do PPS na Câmara, deputado Arnaldo Jardim (SP), disse que a absolvição aumenta a “sensação de impunidade no país”. Ele lamentou que a decisão tenha ocorrido depois de o STF (Supremo Tribunal Federal) acatar a denúncia contra os 40 envolvidos com o mensalão.
“A absolvição compromete o aspecto institucional do Senado e aumenta a sensação de impunidade no país que havia sido revertida momentaneamente pelo STF ao colocar os mensaleiros no banco dos réus”, afirmou Jardim.
O PPS emitiu nota classificando a rejeição do processo de falta de decoro como o "acocoramento" do Senado aos interesses do PT, do presidente Lula e do governo. O texto diz que sob o sigilo e longe dos olhos da sociedade, prevaleceram acordos mesquinhos. Leia íntegra abaixo:
Vergonha e frustração sob o manto do sigilo
A nação queda-se frustrada com a absolvição do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) das acusações de quebra de decoro parlamentar. Foi uma tarde de expectativa para o resultado de uma sessão que terminou com uma decisão reveladora da clara submissão do Senado Federal aos interesses do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O Presidente da República, o PT e outros partidos da base de sustentação, desde o inicio dessa triste e anunciada degradação moral, vinham defendendo o mandato do indigitado senador. Não resta dúvida de que, sob o manto do sigilo e protegido dos olhos da sociedade, o Senado acocorou-se, fazendo esvair-se a esperança de que a impunidade não fincasse bandeira mais uma vez na camada sob a qual repousa a nobre responsabilidade de gerir a coisa pública.
É uma vergonha que a fumaça que saiu da secreta votação não tenha sido a do bom direito, mas a da fornalha de pizza a ser servida a um povo que, apesar de tantos outros casos similares, ocorridos na Casa vizinha, a Câmara dos Deputados (como foram as absolvições dos celebres mensaleiros), acalentava o desejo de que a justiça viesse a prevalecer. Infelizmente, foram vitoriosos os acordos mesquinhos, as cooptações, as distribuições de cargos e liberações de verbas oficiais.
A promiscuidade entre o Executivo e o Legislativo, mais uma vez reinou sobre as consciências dos representantes dos estados da República. A nos entristecer e indignar chega mais um apagão moral de um governo, ele mesmo, seu comandante e partidos aliados pródigos em fomentar apagões das mais variadas naturezas. O da tarde desta quarta-feira um dos piores. É um dia de luto para o Brasil.
Convicto de sua responsabilidade, o PPS reafirma sua disposição de lutar, junto com a sociedade brasileira, pelo fim da impunidade e acredita firmemente que os valores da República e as instituições democráticas resistirão sólidas ao temporal sob o qual nos encontramos. O Supremo Tribunal Federal deu-nos, recentemente, uma mostra de que é possível acreditar na prevalência da Justiça.
Roberto Freire
Presidente do PPS