Enquanto o deputado federal Claudio Magrão (PPS-SP) defendia, em Brasília, a regulamentação dos bingos como forma de combater a corrupção e manter os mais de 300 mil empregos diretos e indiretos gerados pelas casas de jogos em todo o país, aqui em São Paulo o presidente nacional do PPS, Roberto Freire, recebia Bilu Vilella, suplente de vereadora e presidente do Sindicato das Empresas de Bingo do Estado.
Já está mais do que na hora de resolver este impasse e acabar com a hipocrisia. É a política do avestruz: o governo coloca a cabeça dentro do buraco (se já não estiver de corpo inteiro lá) e finge que não é com ele o problema. Tudo em função dos escândalos do PT com os bicheiros no Rio Grande do Sul e no Mato Grosso, e depois com o episódio de Waldomiro Diniz.
Aí vale o falacioso argumento de que os jogos de azar são proibidos no Brasil, o que justificaria o fechamento dos bingos. Claro, claro, de fato o jogo é proibido desde o governo Dutra (1946).
Uma senhorinha da terceira idade não pode passar a tarde no bingo, mas pode acreditar que ficará milionária na Mega-Sena (com propaganda estatal).
Obviamente, é necessário rigor na fiscalização, principalmente para que o crime organizado não se apodere das casas de bingo. Mas será que a proibição pura e simples dos bingos cumpre esse papel? Ora, o jogo do bicho também é ilegal, mas está aí em cada esquina.
"Mas o bingo vicia", dizem os mais puritanos. Ah! Claro! A "indústria" do jogo é prejudicial. Não representa nada para o país em termos de turismo, geração de emprego e renda. Benéficas mesmo são as indústrias do tabaco, do álcool... Ora, ora.