O deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) só pensa "naquilo". Ávido pela Presidência da República, está em constante e interminável campanha. Presidenciável desde 1998 (com uma pausa estratégica em 2006), essa é a sua verdadeira obsessão.
A edição atual da revista Carta Capital traz matéria e entrevista com Ciro Gomes, que sonha com a benção lulista para ser o candidato governista à sucessão presidencial. Ciro, como de costume, solta o verbo.
“A imprensa brasileira, atualmente, é um desastre. A mídia faz a novelização escandalosa da política, mas é uma imprensa nepotista, com os grandes grupos nas mãos de seis famílias, apesar do esforço de guerra para parecer isenta. Mas, ainda assim, é melhor tê-la, mesmo com todos os defeitos”, enfatiza.
Apontado pelo entrevistador como dono de uma relação conflituosa com a imprensa, Ciro diz estar mais tranqüilo: “Eu sou muito franco, e isso nem sempre é compreendido. Não tenho assessor de imprensa por não achar necessário. O que eu tinha, usava para me proteger da imprensa, mas eu estava era atrapalhando a carreira dele”.
Ao longo da entrevista, Ciro elogia o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB-MG) e o senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), considera a hipótese de acabar com o Senado um absurdo, fala das origens e perfis comuns entre PT e PSDB, “mas vivem em conflito”. E ganha bastante espaço para criticar Fernando Henrique Cardoso, “o presidente que mais mal fez ao Brasil em todos os tempos”.
São esses os passatempos preferidos de Ciro, não necessariamente nesta ordem: sonhar com o brinquedinho que pode herdar do amiguinho Lula, soltar frases de efeito (com a sutileza de um elefante em loja de cristais) e destilar seu ódio contra o segmento paulista do PSDB (FHC e Serra, principalmente).