Era só o que faltava para selar definitivamente a transformação do PT. Depois de se meter na lama até o pescoço para salvar o senador Renan Calheiros de ser cassado, o partido anuncia que vai brigar na Justiça para cassar o mandato da vereadora Soninha, que trocou o PT pelo PPS, e empossar um suplente petista.
Engraçado que o PT queria se livrar de Soninha. É até compreensível. Uma parlamentar independente, coerente, ética, transparente, realmente destoa e incomoda na bancada petista. "Podem levar", era o comentário mais ameno que se ouvia nos bastidores da Câmara Municipal, dos "companheiros" de Soninha, após se tornar público o convite do PPS.
Queriam se livrar de Soninha, incentivaram a sua saída e agora preparam o golpe rasteiro. Dizem que é um contra-ataque petista ao posicionamento do PPS, que motivou no STF a decisão sobre a fidelidade partidária.
Como se houvesse comparação entre a cooptação governista a um deputado federal que acabou de se eleger e pula da oposição para a situação, com o caso da vereadora em final de mandato que opta conscientemente por deixar o partido do poder.
Mas seria demais pedir coerência e bom senso ao PT.
Não deixa de ter um aspecto positivo este enfrentamento político. Vamos marcar mais claramente as nossas diferenças. Vamos aprofundar o debate sobre valores éticos e princípios ideológicos. Talvez seja o gás que faltava para inflar definitivamente a candidatura de Soninha à Prefeitura de São Paulo.
Obrigado, PT.