segunda-feira, 2 de julho de 2007

Sinais de descontentamento na base de Serra

O primeiro sinal de rebelião dos deputados que compõem a base de sustentação do governo José Serra (PSDB) na Assembléia já tinha sido dado em maio, na votação da reforma da Previdência paulista. Parte da bancada governista se recusou a votar o requerimento do governo para iniciar a discussão do projeto e abandonou o plenário.

Os tucanos descontentes cobravam cargos prometidos pelo presidente da Assembléia, Vaz de Lima (PSDB), na eleição da Mesa Diretora. São cargos na própria presidência da Casa, perdidos pelos tucanos na legislatura anterior, quando tomou posse como presidente o deputado Rodrigo Garcia (DEM).

O boicote provocou uma derrota do governo, que não conseguiu os 48 votos necessários para aprovar no plenário o início do debate do projeto da Previdência. Pelas regras da Assembléia, a proposta precisa ser discutida por 12 horas pelos deputados antes de ir à votação.

Na semana passada, outro gesto de rebeldia agitou a base do governo no Legislativo, que conta com 70 dos 94 parlamentares, de dez partidos diferentes (PSDB, PTB, PPS, PSB, PV, DEM, PR, PP, PDT e PMDB).

Dois dos aliados de maior peso da base governista estão em pé de guerra. DEM e PV disputaram a presidência da Comissão de Transportes, rachando os votos governistas.

O deputado Aldo Demarchi (DEM) foi eleito na quinta-feira (28/6) presidente da Comissão, por cinco votos a quatro. Ele derrotou o candidato Edson Giriboni (PV).

Além de seu próprio voto, o representante dos Democratas recebeu o apoio dos deputados Antônio Mentor (PT), José Zico Prado (PT), Roberto Morais (PPS) e Campos Machado (PTB).

Com Edson Giriboni (PV), votaram João Caramez (PSDB), Orlando Morando (PSDB) e Rogério Nogueira (PDT).

Responsável, entre outras coisas, pela análise de projetos e contratos relativos a obras do Metrô, do Rodoanel e das concessões das rodovias paulistas, a Comissão de Transportes é considerada por muitos a mais importante das 23 comissões permanentes da Assembléia.

Como é óbvio pela contagem de votos, o PT foi o fiel da balança, elegendo como vice-presidente o deputado José Zico Prado. Vamos ver no que dá...