Eis a manchete do dia: "PT não aceita linchamento público", diz Berzoini.
Como é? Não entendi. Vamos ler a notícia com calma.
O presidente do PT, Ricardo Berzoini (SP), saiu nesta segunda-feira em defesa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), acusado de quebra de decoro parlamentar.
Na véspera da Mesa Diretora decidir se a Polícia Federal deve ampliar as investigações sobre Renan, Berzoini disse que o peemedebista não pode ser julgado sem que as investigações sejam concluídas, nem deve ser pressionado a deixar o comando do Senado. (Pressionado??? Ô coitado!!!)
Berzoini disse ainda que o PT não aceita linchamento público para forçar a saída de Renan. "Não aceitamos linchamento público nem constrangimento para forçar o presidente Renan Calheiros a se licenciar ou renunciar", afirmou o presidente do PT.
Linchamento público??? Constrangimento???
Esse PT é aquele mesmo que defendeu o "Fora Sarney", "Fora Collor", "Fora Itamar" e "Fora FHC"? Engraçado agora esse "Fica Renan". Não combina.
Renan Calheiros é acusado de ter utilizado dinheiro da construtora Mendes Júnior para pagar despesas pessoais, como pensão alimentícia e aluguel à jornalista Mônica Veloso, com quem tem uma filha fora do casamento. Para comprovar os pagamentos, ele alegou ter lucrado com a venda de gado. A imprensa já mostrou que Renan mentiu.
Ora, Berzoini. Por muito menos este seu PT já destruiu a reputação de tantos políticos. Quem te viu e quem te vê, hein?
Aliás, há pessoa mais indicada que Berzoini para defender Renan Calheiros dentro do PT? Cara de pau! Para quem não lembra, o presidente petista Ricardo Berzoini é aquele mesmo que, como ministro da Previdência de Lula, deu um vergonhoso calote nos aposentados.
Num ato absolutamente desumano, bloqueou o pagamento da aposentadoria aos beneficiários com mais de 90 anos. A medida atingiu mais de 100 mil idosos.
O calote e as longas filas de velhinhos em todo o país, humilhados, correndo atrás do sagrado direito da aposentadoria, causaram verdadeira comoção pública e o ministro foi obrigado a recuar e anular a medida insana que havia decretado.
O presidente Lula não hesitou em defendê-lo do "linchamento público".
Depois, como ministro do Trabalho de Lula (em que pese a aparente contradição de termos "trabalho" e "Lula" juntos na mesma frase), Berzoini levou uma tortada na cara. Virou o ministro do pastelão: retrato mais fiel deste (des)governo.