Nenhum país sério aceitaria tamanho escárnio. Menos de 72 horas após o pior acidente da aviação brasileira, com um saldo de 200 mortos, a Aeronáutica condecorou com a medalha “Mérito Santos Dumont” dirigentes da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil): o presidente da agência, Milton Zuanazzi, e os diretores Denise Abreu, Josef Barat e Leur Lomanto exatamente pelos “destacados serviços” prestados à aviação. Que serviços? Derrubar dois aviões em dez meses? Paralisar os principais aeroportos do país? Assistir a crise dos controladores de vôo? Defender os interesses das companhias aéreas? Omitir-se das suas responsabilidades?
Que país é esse em que o vice-presidente José Alencar condecora, em pleno luto pela tragédia da queda do avião da TAM, dois dos principais (ir)responsáveis por um destes órgãos anacrônicos e imprestáveis da aviação brasileira?
Foram usar logo o nome de Santos Dumont? Ele não merecia tamanho desprestígio.
À noite, Lula apareceu em rede (seria mais apropriado em cadeia) nacional, com um discurso elaborado por algum desses marqueteiros de plantão. Tentou demonstrar comoção e autoridade. Lembrou no máximo uma carpideira, com seu pranto mercenário.
Não esqueçamos que em março, no auge do chamado "apagão aéreo", Lula exigia "dia e hora" para anunciar o fim da crise nos aeroportos brasileiros. Pois o presidente tem agora uma data para jamais esquecer: 17 de julho, 18h45, dia e hora do maior acidente aéreo do Brasil.Lula encerrou o pronunciamento na TV apelando aos céus: "Peço a Deus que dê força a todos vocês para superar o sofrimento. Que Deus nos abençoe a todos". Leia aqui. Está certo. Deus nos acuda, porque o inferno é aqui! E nos livre deste governo do PT. Amém!
