quarta-feira, 18 de julho de 2007

O que dizia o deputado que estava no avião da TAM

O deputado Júlio Redecker (PSDB-RS), líder da oposição na Câmara dos Deputados, primeiro passageiro a ter seu nome divulgado na tragédia do vôo da TAM, manifestou-se várias vezes sobre a crise aérea. Veja em algumas frases pinçadas do seu blog, o pensamento do tucano sobre o tema:

"Já não há mais adjetivos para qualificar a tragédia, o caos, o horror, que se transformou o transporte aéreo no Brasil."

"O mais grave no balanço da crise é o fato de essa ser uma crise anunciada, pois há meses os controladores têm revelado sua impaciência e insatisfação diante do quadro que se arrasta há meio ano, e que culminou na queda do boeing da Gol, em setembro de 2006, sem que o governo mostre capacidade de reação."

"Não obstante a atual confusão reinante nos aeroportos, o Brasil se prepara para ter um incremente de 30% no fluxo de passageiros em junho, com os Jogos Panamericanos, no Rio. Estamos preparados para receber as delegações e turistas estrangeiros ou vamos atuar como bombeiros, apagando incêndio a cada semana, a cada nova crise ou fato pontual?"

"A manchete do jornal O Estado de S. Paulo desta terça-feira dá a real dimensão da incompetência do governo Lula para resolver a questão do caos aéreo no país. Durante 30 dias o equipamento que permite pousos e decolagens sob neblina esteve queimado em Cumbica, gerando transtornos para usuários e incontáveis prejuízos ao País, em especial à indústria do Turismo."

"Isso denota a falta de gestão nos órgãos responsáveis pelo transporte aéreo brasileiro. Será que para o conserto de um equipamento indispensável à segurança do sistema é necessário um mês para se tomar providências? Será que não há uma pessoa capaz de chamar a responsabilidade para si e resolver o problema? Onde está o comando? E os homens que estão na linha de frente?"

"Em vez de resolver a situação, o que faz o governo e aqueles que comandam o transporte aéreo no Brasil? Buscam culpados. Desde setembro do ano passado, controladores culpam o governo, que culpa a falta de sorte, que culpa a sobrecarga no sistema, que culpa a chuva, a neblina, um cachorro que atravessou a pista, um raio..."

"O que se verifica neste imbroglio todo é que se há um culpado é o próprio presidente Lula, que entregou a gestão de um sistema vital a ineptos. No Brasil de hoje, basta fazer parte da base aliada para ser aquinhoado com uma fatia do governo. Experiência, conhecimento ou competência não são exigidos - apenas votos no Congresso. Enquanto Lula tiver como critério de escolha de seus assessores o número de parlamentares cooptados, seguiremos vivendo um verdadeiro apagão de competência em áreas sensíveis, como é o caso da Infraero, Ministério da Defesa e ANAC."

"Afinal, segundo palavras do próprio presidente ao dar posse a seu novo ministério, ´com Saúde e Educação não se brinca´. Pelo visto - e o presidente dá provas disso a cada dia - com todas as demais pastas e órgãos do governo, Lula se permite ´brincar´. Estão brincando com os brasileiros nos aeroportos, só pode ser isso."

"Enquanto o governo insiste na tese do avestruz, fingindo não ver o problema, milhares de pessoas cruzam o espaço aéreo com medo, sem contar nos prejuízos econômicos que o descontrole na aviação tem trazido ao país."

"E pensar que o governo e sua base aliada haviam sufocado a CPI do Apagão Aéreo porque não viam fato determinado para a abertura da investigação..."