sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Advogado do PT antecipou vitória de Dilma: foi blefe, chute certeiro ou informação privilegiada do TSE?

Como não poderia deixar de ser, o Tribunal Superior Eleitoral veio a público garantir que a apuração dos votos é absolutamente confiável, que não houve vazamento antecipado do resultado e blablablá oficial.

Segundo a versão divulgada à imprensa, nem mesmo o presidente do TSE, ministro José Antonio Dias Toffoli, sabia antes do anúncio formal o resultado deste 2º turno.

A primeira informação do TSE sobre a apuração - aquela que todos nós acompanhamos pela TV - foi liberada ao público apenas às 20h de domingo.

“Temos convicção de que não houve vazamento”, disse o corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro João Otávio de Noronha.

Questionado sobre o assunto, Toffoli garantiu que os boatos de que determinado candidato estava à frente de outro, no dia da eleição, tratavam-se apenas de “especulação”.

Porém, ocorreu um fato bastante curioso: o advogado e militante histórico do PT Luiz Eduardo Greenhalgh postou no twitter, antes das 19h30, a seguinte afirmação:

"Atenção! Dilma reeleita. Festejemos após o anúncio oficial do TSE essa vitória histórica contra o fascismo, a mídia aética e o PSDB."

Repare na reprodução ao lado: é um print tirado da página do twitter no domingo às 19h45, de uma postagem feita 18 minutos antes por Greenhalgh. Interessante.

A dúvida que fica após tal afirmação: foi blefe, um chute certeiro ou ele de fato tinha informações privilegiadas do TSE?

Com a folha de serviços prestados por Greenhalgh (da soltura de Lula da prisão nos tempos de líder sindical, passando pela vice-prefeitura de São Paulo na gestão de Luiza Erundina até ser designado pelo PT para acompanhamento das investigações do assassinato do prefeito Celso Daniel) percebe-se que não se trata de um nome qualquer.

O bom trânsito entre o meio político e judiciário é notável. Quem o acompanha pelo twitter sabe que ele tem sempre opiniões contundentes e informações bem embasadas da alta cúpula do PT. Seria interessante que Greenhalgh se manifestasse agora sobre essa nota antecipando a vitória de Dilma. Até porque o presidente do TSE e ministro do STF, que foi igualmente advogado do PT e de três campanhas de Lula (1998, 2002 e 2006), não merece essa suspeição de vazamento.

O TSE afirma que a "virada" na apuração aconteceu às 19h32, quando Dilma Rousseff, a presidente eleita, possuía 50,5% dos votos e Aécio, 49,95%.

Mas só alguns técnicos "incomunicáveis" teriam essa informação "sigilosa", assistindo o minuto a minuto da totalização dos votos.

O TSE refuta qualquer possibilidade de contato externo.

De acordo com o corregedor-geral, o TSE montou um esquema para manter os técnicos responsáveis pela apuração isolados, sem contato inclusive com outros membros da Corte.

A orientação dada pelo presidente do TSE, ministro Dias Toffoli, era para que os técnicos não informassem nem a ele o resultado parcial da eleição antes da abertura dos dados para todo o País.

Lewandowski e Toffoli em imagens no Tribunal e na posse 
Pouco depois das 19h30, os ministros do tribunal, junto com as equipes jurídicas das campanhas do PT e do PSDB e outras autoridades, como o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ricardo Lewandowski, reuniram-se no Centro de Divulgação das Eleições, junto à imprensa, para aguardar a abertura dos resultados.

Às 20h, o resultado parcial apareceu para os ministros e para o Brasil inteiro. Dilma estava na frente, mas a eleição não estava matematicamente definida.

Porém, lembre-se que, mais de meia hora antes, Greenhalgh já havia publicado a afirmação que não deixava margem para dúvidas: "Festejemos após o anúncio oficial do TSE".

O resultado da votação provoca outras suspeitas, além do vazamento antecipado. Há algumas teorias sobre a possibilidade de manipulação dos números, durante a votação eletrônica (o que seria resolvido se houvesse também a impressão em papel do voto e o depósito em urna separada, para haver conferência por amostragem ou no caso de alguma contestação) e durante a apuração, toda ela informatizada, centralizada e restrita aos tais técnicos incomunicáveis. Enfim...

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