Publicação no facebook da vereadora do PT, Juliana Cardoso, contra Aécio |
Sem precedentes nas reviravoltas dos números e na reversão de favoritismos e expectativas de vitória, é pelas características mais deploráveis - que nem inéditas são, pois repetem o que já se viu em 1989 contra o próprio PT - que as eleições de 2014 serão eternizadas na memória da política nacional.
No "marinês" que muita gente considera indecifrável, a ex-candidata Marina Silva já dizia com sabedoria que preferia "perder ganhando" a "ganhar perdendo". Hoje isso está muito claro: o PT, que foi vítima dessas mesmas baixarias e jogo sujo há exatos 25 anos, na primeira eleição presidencial direta pós-ditadura, trocou de lado, literalmente, e repete com dose extra de maldade a estratégia da "desconstrução" dos adversários (no 1º turno, Marina; neste 2º turno, Aécio).
Em 1989, Lula e o PT foram vítimas dos ataques de Collor: da denúncia da ex-namorada que teria recebido uma oferta em dinheiro para abortar a filha indesejada à edição manipulada do último debate. Agora inverteram a mão e os ataques partem do PT: "bêbado", "drogado", "racista", "homofóbica", "fundamentalista"... Vale qualquer coisa para rotular e desqualificar o "inimigo".
É curioso e revelador falar sobre essa tese do "inimigo". Todos aqueles que foram solidários a Lula em 1989 são atualmente vítimas desse modus operandi do PT, que se uniu aos adversários da época (Collor, Sarney, Maluf etc.) e reproduz exatamente os métodos sujos contra os antigos aliados. Leia: "Do lado certo, 25 anos depois".
Vereadora Juliana Cardoso e deputado Adriano Diogo, do PT |
Outros seguem fazendo coisa igual ou pior. É só acompanhar nas redes, dos militantes anônimos aos veículos cooPTados, dos milicianos treinados aos shownarlistas de plantão. Onde vamos parar? Se neste domingo Dilma vencer, será o resultado típico de quem pode "ganhar perdendo".
Uma coisa é certa: de qualquer jeito, nessa eleição de 2014 já deu PT (perda total).
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